Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Anahí narrando...

Era apenas dez da manhã, mas parecia que tinha passado o dia todo! Eu tinha ligado para agência de trabalho que mandou uma empregada e também uma cozinheira, para o meu alívio. E também liguei para um buffet, eu tinha esquecido desse detalhe. O que os convidados iriam comer? Vento? Não mesmo. Chamei um buffet famoso aqui em Toscana e acertei todos os detalhes.

Como eu estava atarefada, quem foi buscar a minha mãe e o seu noivo, foi a Dulce. Não demorou muito para que Marichelo e Pablo chegassem. Foi bem recepcionada por todos, mas eu percebi uma nuvem carregada nos olhos de Maite. No lugar dela, eu ficaria também assim. Querendo ou não, tomamos as dores da mãe, mesmo que os seus pais tivessem se separados á muitos anos.

Marichelo estava muito feliz e eu também. Vê-la novamente depois de seis anos, me emocionou. Ela estava linda! Soube que recentemente tinha feito lipoaspiração, o seu corpo estava divino, ela também tinha adquirido um preto azulado e tinha cortado o cabelo repicado, a deixando mais jovial.

Junto do Pablo, ela parecia se iluminar. E fazia muito tempo que eu a tinha visto assim, necessariamente com o meu pai... Meio que me deu um aperto em meu peito ao ver a minha mãe assim, mas depois passou... Ela estava feliz, querendo ou não, o Henrique estava morto e minha Marichelo tinha que seguir em frente. A vida não tinha se encerrado para ela.

O Pablo parecia também iluminado ao lado da Marichelo. Ele era uma replica da Maite. Cabelos pretos e lisos num corte militar, olhos castanho-claros, e pele pálida. Muito bonito para idade dele. O que me fazia pensar que quando mais novo, devia ter sido um galã. Ele tinha um sotaque muito carregado, o seu inglês, ás vezes, era um pouco confuso.

Marichelo, ás vezes, se comunicava com ele em espanhol. Eu nem sabia que minha mãe sabia essa língua! O Poncho tinha recebido o pai bem, apesar de um clima meio tenso pairado no ar, a Maite também não foi tão cruel. Ela tinha até sido sociável.

“Filha. Obrigada por cuidar de tudo, eu sei que isso não é nenhuma responsabilidade sua”. Disse Marichelo, arrumando as suas roupas no closet. “E também por nos receber em sua casa”.

“Não precisa agradecer, mamãe. Eu estou feliz que esteja aqui. Minha casa é a sua casa”. Respondi com um sorriso, estava sentada na cama, olhando-a. “Já acertei os detalhes com a organizadora e também o buffet, se você quiser revisar...”.

“Não querida. Confio em você e no seu bom gosto”. Ela disse até que terminou de arrumar a última peça e virou-se para mim. “Eu estou muito feliz em ter o seu apoio nesse momento especial. O Breno não está muito receptivo sobre”. Marichelo suspirou tristemente.

Levantei-me e a abracei, dando um beijo em sua bochecha. “Apesar da idade o Breno tem a mentalidade de uma criança de cinco anos. Não leve em consideração o seu falatório sem fundamento. Você merece ser feliz e merece amar novamente, mamãe. Era isso que papai iria querer se tivesse vivo”.

“Eu te amo, minha filha”. Marichelo disse, acariciando o meu rosto e sorriu. “Você é maravilhosa. Obrigada por aceitar e me compreender”.

“Também te amo, mamãe. Domingo será um dia muito especial e quero vê-la perfeita. Já sabe que vestido usar?”. Perguntei, me afastando dela e evitando chorar.

“Eu pensei nesse vestido aqui...”. Ela se virou novamente para o closet e tirou um vestido verde claro de seda. Muito lindo.

“Que lindo, mamãe. Você ficará divina com ela”. Disse verdadeira.

Marichelo sorriu e os seus olhos brilharam numa intensidade impressionante ao olhar para o vestido, como se tivesse o idolatrando. Então, tive a ideia de colher umas flores do meu jardim para prender em seus cabelos. Também me lembrei de ligar para Giuseppe Toledo, ele era perfeito para marcar esse dia tão especial, com esse pensamento que sai do quarto da minha Marichelo e fui para o andar debaixo. Liguei para o Giuseppe que adorou a ideia, e já queria me arrastar para mais um ensaio fotográfico, mas eu cortei. Estava atarefada demais para pensar em mim.

Dulce tinha ficado responsável pela bebida do casamento. Então, ela estava providenciando o vinho branco, bordô, tinto e o espumante.

Era muito bem ver a casa cheia! O Poncho, Anthony e Audrey e Maite saíram para conhecer os pontos turísticos de Toscana. Eu queria ir com eles, mas era impossível, não com a véspera do casamento. Eu estava tão ansiosa, que parecia que era eu que iria se casar.

O clima entre Aaron e Aisha parecia que tinha melhorado consideravelmente. A minha filha desceu num bom humor quando foi para o colégio e Aaron estava distraído, o flagrei olhando distraidamente para a foto de Aisha em cima da lareira. Parecia que o amor estava no ar...

Isso era Toscana... Deixava os casais extremamente apaixonados.

O Pablo estava na área da frente brincando com a Maya, a afinidade entre os dois foi rápida. Suspirei e senti uma leve dor incomoda em meu peito, franzi o cenho, porque não era a primeira vez que eu sentia isso, mas como sempre... O pensamento foi esquecido quando Lana surgiu, parecia chateada.

“O que aconteceu?”. Perguntei a ela, estiquei as minhas pernas e cruzei os meus pés.

“Não vi a Aisha indo para o colégio. Dormir mais do que a cama”. Ela disse chateada e sentou no sofá.

“Não se preocupe. Daqui a pouco, ela chegará e vocês poderão fazer alguma coisa”. Falei para ela e olhei uma notificação do meu celular.

“Eu sei. Mas eu queria dá-lhe um beijo de bom dia”. Ela disse com um suspiro.

Olhei para ela, estranhando. Alguma coisa em Lana não parecia encaixar. Ela parecia que tinha um amor incubado pela Aisha, ou qualquer coisa parecida.

“A senhora sabe... Sou muito apegada a Aisha, sou do tipo de amiga protetora. Acho que peguei esse vício de beijo de bom dia com a minha mãe que sempre faz isso”. Lana sorriu, tentando se justificar.

Era difícil achar a Patrícia atenciosa dessa forma. Se a Aisha fosse lésbica ou bissexual, eu saberia. E claro que não me importaria. Mas eu conhecia a minha filha e eu sabia que ela podia ser tudo, menos gay. Então, se a Lana tivesse qualquer pensamento contrário com a Aisha, ficaria frustrada.

“Anahí!”. Aaron entrou na sala como um furacão, chamando atenção de nós duas.

“Oi?”.

“Encontrei uma moto no quintal. Ela parece em bom estado, só precisa de um pequeno ajuste.”. Disse ele, percebi a Lana olhando com certa hostilidade.

“Oh sim. Foi no tempo em que Dulce decidiu ser motoqueira, mas claro que não durou nem uma semana essa vida radical dela”. Rir ao me lembrar.

“Posso consertá-la? Prometo que ficará ótima.”.

Pensei por uns segundos. Ele era menor de idade. Mas pelo o que sabia. O mesmo tinha um moto em Rosewood e pilotava muito bem.

“Tudo bem. Só cuidado, ok?”.

“Valeu”. Ele sorriu e saiu.

Era um menino lindo e educado. Eu ficaria muito feliz se a Aisha se desse bem com ele.

“É apenas eu ou alguém acha que tem alguma coisa muito errada com o Aaron?”. Lana comentou ainda com os olhos na porta.

“Como assim?”. Perguntei, franzindo o cenho.

“Bem. Ele foi adotado com dez anos de um orfanato; Eu não confio nele, é como se escondesse alguma coisa o tempo todo. Sabe... Genes maus que estão esperando apenas o momento para atacar”. Lana disse tranquilamente.

“Isso é um comentário preconceituoso, Lana. O fato de ele ser adotado não significa nada. O Aaron é um excelente garoto”. Falei rigidamente.

“Oh claro. Eu não quis dizer o contrário, só que acho que ele tem muito de lobo em pele de cordeiro”. Ela sorriu e se levantou. “Eu posso está errada, não é mesmo? Vou caminhar um pouco pelo arredor e depois volto”.

Apenas meneei a cabeça, observando partir. Eu não gostei do comentário da Lana, tinha o Aaron como um sobrinho e desde que foi adotado, nunca tinha dado nenhuma dor de cabeça para o Poncho e Anthony. Então, alguma coisa me dizia que a Lana tinha falado aquilo para semear o mal ou será que foi apenas impressão?

Dulce entrou suada, usava uma blusa branca, calça jeans clara e bota de cano logo. Assim que me viu, sorriu e se jogou em meu colo, me dando um beijo quente nos lábios.

“O que a minha modelo sexy está fazendo aqui sozinha?”. Perguntou assim que separou os lábios dos meus.

“Apenas pensando”. Mordi o queixo dela, sentindo o gosto salgado do seu suor. “Um banho?”.

Dulce sorriu maliciosa, se levantou e estendeu a mão para mim. Peguei e formos para o quarto. Uns minutos de banho, não iria fazer mal á ninguém...