Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Eu não consegui mais falar com Dulce. Ela estava me evitando completamente. Eu não sabia mais o que fazer para falar com ela. Não atendia minhas ligações, nunca estava no apartamento – e se estava, ignorou completamente minhas batidas na porta. Em sala de aula, falava apenas o necessário e quando as aulas se encerravam, ela não ficava... Saia praticamente na carreira. Eu não sabia mais o que fazer. Eu estava meio desesperada.

Estava na casa do Poncho... Íamos para o baile juntos. Eu tinha explicado a ele, que não tinha caso algum com a Mary, que foi apenas um equivoco. Eu acabei contando a ele sobre o meu caso com Dulce. Ele ficou chocado, até fingiu um desmaio que me fez rir um pouco e esquecer da tristeza que sentia.

Ele tinha acabado de me maquiar. Eu estava pronta. Ele tinha cuidado de tudo em mim... Desde do cabelo até a maquiagem. Ele estava inclinado sobre mim, terminando de passar uma boa camada de batom em meus lábios, seus olhos estavam concentrados. Ele se afastou de mim e me analisou.

“Levanta. Anda até a porta e volta”. Mandou.

Eu rir. “Sério?” quando vi que sua expressão continuava séria, parei de rir. “Ok”.

Andei até a porta. Então, me virei, e fiz posse de modelo. Comecei a desfilar em seu quarto, arrancando risos de Poncho. Parei na frente e mandei um beijo ao ar. “Então, como estou?” perguntei, rindo.

“Linda. A professorinha vai vê-la e vai querer tirar o seu vestido com o dente!” ele falou, sem vergonha.

Eu fiquei vermelha como o meu vestido. “Poncho!” mas ele nem se importou, continuou rindo, ignorei-o e me voltei para o espelho, franzi o cenho. “Não me recordo de ter ficado tão decotado assim na loja” falei, referindo aos meus seios.

“Andou dando de mama, mona? Para uma professora em especial?” perguntou me zoando.

“Poncho” gritei seu nome, peguei seu travesseiro e joguei nele. “Pare com isso, se soubesse que iria me zoar, eu não contaria nada”, falei, tentando diminuir aquele decote chamativo, sem sucesso.

“Relaxe, mona”. Poncho riu, e ajeitou a sua gravata borboleta vermelha, diz ele que era pra combinar comigo, mas eu sabia que era pra chamar atenção mesmo.

“Podemos ir?” perguntei.

“Não”.

“O baile já começou há uns dez minutos”.

Poncho se sentou e cruzou as pernas, jogando o seu cabelo com lacre e falou. “Querida, vamos abalar nesse baile... E eu quero uma entrada triunfal. Então, sente-se... Quando dá exatamente meia hora, vamos”.

Fiquei olhando para o Poncho sem acreditar nisso. Então, percebendo que era sério. Me sentei contrariada. Eu estava ansiosa, queria ver Dulce... Como será que ela estaria? Provavelmente, bonita como sempre. Será que iria falar comigo? Será que sua raiva tinha passado? Será que íamos nos acertar? Oh, meu Deus, eram muitas perguntas sem respostas!

Quando finalmente as meia-horas passaram e eu quase comi minhas unhas de nervoso, o Poncho decidiu ir para o baile. E como ele disse... Tivemos uma entrada triunfal, até porque éramos os únicos a chegarem depois do baile começar. As pessoas nos olhavam e eu fiquei um pouco tímida por tanta atenção, ao contrário do Poncho que estava adorando. Podia escutar os cochichos, certamente era por conta do meu decote extremo. Ou a cor do vestido... O DJ que tinha dado uma breve pausa na música, a soltou novamente e as pessoas começaram a dançar e se esqueceram de nós.

“Anahí Portilla!” escutei a voz de Marichelo atrás de mim. Poncho soltou da minha mão, deu um beijo na bochecha da minha mãe e correu pra algum lugar, aquele covarde, enquanto eu, me virava pra olhar minha mãe.

O ruim de ter mãe lecionando na mesma escola é que ficava monitorando os seus passos.

“Que vestido é esse?” perguntou recriminando com o olhar “Se o seu pai lhe ver com esse vestido, não sei o que acontecerá com você!”.

“É só um vestido mãe” disse, revirando os olhos.

“Um vestido que mostra boa parte dos seus seios. Por Deus, Anahí! Apesar de ser um baile é a sua escola”.

“Eu sei mãe. Relaxa, ok? Ninguém está notando”. Falei, dando um suspiro.

Minha mãe olhou atrás de mim e disse “Dulce...” eu gelei na hora “... Está sozinha na barraca de tiro-alvo. Como você está como voluntária, pode ir ajuda-la, por favor?”.

“Claro...” respondi, controlando a minha vontade rir.

Virei-me e caminhei em direção da barraca do tiro-alvo. O salão estava lotado, além de alunos, tinha convidados também, como era um baile beneficente, quanto mais pessoas melhor. O ruim é que em baile de escola, não se tinha algo. Mas eu sabia que algum momento, alguém batizaria o ponche. O meu querido amigo estava responsável por isso. Eu não sou de beber, mas ás vezes, um pouco de álcool não fazia mal a ninguém.

Dulce estava entregando o brinde a um casal que tinha ganhado. Ela ainda não tinha me visto, então, pude admirá-la... Estava linda, com aquele vestido preto de renda, com um leve decote em V, e de mangas compridas. Podia reparar que o vestido descia até os seus joelhos. A saia era um tanto rodada. Depois, percebi que ela tinha cortado o cabelo! Antes era reto, agora estava com as pontas repicadas, causando volume no cabelo. O novo visual, dava uma ar selvagem nela, totalmente sexy.

Ela sorriu para o casal que foi embora, então, seus olhos encontraram os meus... Senti todo o meu corpo tremer, e quase não me sustentei no salto altíssimo com a força daquele olhar. Seus olhos desceram vagamente pelo meu corpo, até voltar para o meu rosto e lá estava aquele brilho, com um quê diferente, suas pupilas pareciam um pouco dilatadas.

“Boa noite” cumprimentei, me colocando atrás do balcão “Marichelo pediu para ajuda-la...”

“Certo” foi a sua resposta seca, então, foi atender outro casal que chegava para brincar.

Eles acertaram o tiro. Então, fui pegar o prêmio para eles. O entreguei e sorrir os felicitando. Quando me vi sozinha novamente com Dulce, falei. “Amei o seu corte de cabelo... Ficou muito linda”.

Ela me olhou um tanto desconcertada, em seguida, corou. “Obrigada”.

Eu me aproximei dela, mas ao receber o seu olhar de advertência, parei. Mas ainda falei. “Até quando vamos ficar assim, Dulce?” perguntei, e dei uma rápida olhada pra ver se alguém se aproximava, não, ótimo. “Eu não aguento mais essa situação... Eu não sei como estamos, se estamos...”

“Não estamos”. Ela me cortou.

“Eu não aceito isso!” eu disse, com os olhos querendo lacrimejar, não podia chorar, aquele rímel não era a prova de água.

“Você não tem que aceitar nada, Anahí. Eu me equivoquei ao me envolver com você. Ainda bem terminou antes de alguém sair machucada”. Ela falou, sem me olhar.

Eu sunguei, e olhei para cima, numa tentativa inútil de não chorar. Chegou outro casal para brincar. Eu ainda ajudei, e disfarçadamente enxuguei uma lágrima que escorria pela minha face. Quando o casal foi embora, comecei a falar. “Não acha que é tarde demais para isso? Se você tem sangue de barata, eu não tenho. Fale por você!” andei para mais perto dela, ignorando se poderíamos ser vista ou não. “Sabe o que me dói? É que desde que começamos a nos envolver, você me rotulou como a infantil, sendo que você está sendo a criança da história. Primeiro por não me escutar. Segundo por me julgar. E terceiro por terminar algo que estava nos fazendo tão bem, simplesmente por se achar a dona da razão”. Enxuguei as lágrimas que caiam dos meus olhos, percebi que os olhos de Dulce amuaram-se um pouco, quando eu ia completar a minha fala, chegou mais outro casal... Parecia que só tinha casal nessa droga! Desta vez, eu não fiquei para ajuda-la. “Seja feita a sua vontade, Srta. Saviñón”.

Depois de uma última olhada. Sai do local, sob o olhar de Dulce. Minha vontade era de chorar, mas não iria! Se ela queria terminar assim, ótimo. Eu iria dar todos os motivos para fazê-la se arrepender.

Encontrei Poncho na pista de dança com as meninas, e entrei no agito também. Fiz questão de ficar sob os olhares de Dulce, que podia me ver dançando. Levantei os meus braços na batida da música e me entreguei ao ritmo de Ed Sheeran – Sing. Aos poucos, fui camuflando a minha tristeza e comecei me distrair com os meus amigos, tanto que não me importava mais se Dulce estava olhando ou não.

Audrey surgiu em minha frente com duas bebidas... Ela me entregou um copo descartável, depois segurou em minha mão e me fez rodar na frente dela. Os seus olhos eram de pura luxúria ao dizer. “Acabei de perder o meu coração, Portilla. Você está demais!” ela disse em meu ouvido.

Olhei para Audrey que usava uma blusa solta, calça colada e botas. Ela não fazia estilo de vestido. Mas estava linda! Dei um gole no ponche, e fiz uma careta ao me recordar que batizado.

Comecei a dançar com Audrey que em todo momento usava a desculpa da dança pra passar a mão em meu corpo. E quer saber? Eu não me importava! Não era uma mão ousada... Era só mão bobinha, mas em lugares respeitadores. Aproveitei para colar o meu corpo no dela, e dar algumas mexidas mais ousadas. Poncho que dançava ao nosso lado, não entendeu muito bem...

Discretamente, ele olhou para mim e jogou a cabeça para a direção de Dulce. E eu, olhei. Dulce estava com cara de poucos amigos me vendo dançar... E minha mãe estava ao seu lado, provavelmente a ajudando... Já que eu tinha largado o meu posto de voluntária.

Eu dei de ombros para o Poncho e murmurei um “deixa pra lá”. Ele fez uma carinha triste e me puxou dos braços da Andrew pra me abraçar e me dar um abraço apertado e murmurar “Vai dar tudo certo”. Eu beijei a sua bochecha e fiz um carinho.

“Ah... Eu também quero carinho” disse Audrey, me puxando novamente para os seus braços, desta vez de frente. Seus olhos acinzentados me encararam e ela sorriu...

O clima estava estabelecido... Eu me sentia carente, magoada com a Dulce, e por um breve momento, pensei em sarar a minha ferida com a Andrew. Nossos rostos foram se aproximando, mas... Parar azar de Andrew ou meu, o DJ começou outra música: Justin Timberlake and Madonna – 4 minute. Não era uma música atual, era antiga... Mas foi o suficiente para levar as pessoas ao delírio.

Rachel chegou por trás de mim e começou a dançar, quebrando o clima entre mim e Audrey. Eu rir com a empolgação de Rachel atrás de mim e comecei a dar algumas requebradinhas. Atraindo não só a atenção de Rachel e Audrey, como de Dulce e algumas lésbicas presentes.

Eu já tinha terminado a bebida. E sentia o álcool fluindo em meu corpo como uma bomba. Eu queria me acabar de dançar. Eu jogava o cabelo para o lado, fazia biquinho e dançava. Audrey me enconchou na frente, enquanto, Rachel se roçava atrás. Eu mantinha os meus braços levantados, e me esfregava nas duas.

Confesso que estava excitante... Eu não tenho sangue de barata, me senti muito excitada. Principalmente que depois de algumas roçadas com Audrey... Ela segurou em meu pescoço e me puxou pra um beijo. E que beijo!

Audrey tinha um beijo gostoso, mas querendo ou não, acabei comparando o beijo... O de Dulce era muito melhor. Pare com isso, Anahí! A Dulce terminou com você, ela não quer nada contigo, menina boba. Aproveita a festa e esquece ela. Meu consciente gritou comigo. Eu coloquei as mãos no rosto de Audrey e aprofundei o beijo, sem parar de dançar... Não sei quanto tempo ficamos nos beijando, até que fui puxada abruptamente dos braços de Audrey...

Empalideci quando vir que era a Dulce... Ela estava furiosa. As suas bochechas estavam vermelhas e seus olhos fuziladores. As pessoas tinham sem afastado de nós, fazendo uma roda em volta.

Definitivamente, Dulce conseguiu chamar atenção. Audrey olhou para ela com irritação. “O que isso, professora?”.

“Mantenha o decoro. Aqui ainda é a escola. Comportem-se! A dança de vocês foi quase imoral.” Dulce relou, me deixou envergonhada e Audrey mais irritada, eu nem sabia onde tinha parado a Rachel. “Você vem comigo, Srta. Portilla” disse Dulce.

“Ela está comigo!” disse Audrey desafiadora.

“Não. Não está. Ela está comigo a partir de agora”.

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Ui, e agora? Só posso dizer que as coisas irão esquentar... Hahah.