Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Anahí narrando...

Eu estava com muita ressaca. Tinha exagerado consideravelmente na bebida ontem e minha cabeça parecia que iria explodir. Já era quase duas da tarde a ressaca parecia geral, menos para as crianças e Marichelo com Pablo que tinha saído mais cedo para aproveitar a lua de mel.

Tomei um gole de café amargo, estava sentada no calçadão em frente a minha casa. As minhas pernas estavam balançando e ao longe, assistia a Aisha e Aaron correndo entre as roseiras, o Aaron estava com a câmera na mão. Os dois estavam felizes, e isso era muito bom.

O tempo estava frio, então, mas estava gostoso de curtir, me lembrava na época em que morava em Rosewood. Ás vezes sentia falta da minha cidade natal. Do chalé... De tudo.

Escutei a porta se abrindo e era o Poncho que deu um sorrisinho ao me ver e sentou-se. Os seus olhos estavam inchados de sono, e dava para ver que ele também estava sofrendo por ressaca.

“Oi maninha”. Ele disse.

“Oi maninho”. Respondi com um sorriso.

Ficamos calados, apenas olhando para o horizonte. A notícia de que o Poncho era o meu irmão, estava aceitável, porém, ainda pairava no ar. Ele esfregou as suas mãos uma na outra, mesmo estando de luvas.

“É estranho se sentir ressentindo com um morto?”. Poncho perguntou baixinho com os olhos ainda longe. Eu sabia que ele estava se referindo ao Henrique.

“Sabe que eu também estava me perguntando sobre isso?”. Suspirei e dei mais um gole de café. “Não parece muito justo mesmo que ele tenha errado. A consciência pesa um pouco, isso que é estranho”.

“É como se porque a pessoa morreu, ela se santificou e não é merecedora de receber nenhum sentimento contrário, mas eu me sinto um pouco magoado com o Henrique por não ter sido homem o suficiente para me assumir como filho. Em meio à felicidade de saber que você é minha irmã, eu gostaria de não ter sido enganado esse tempo todo, até pela minha própria mãe. Eu terei uma conversa séria com ela assim quando voltar a Rosewood”.

“Eu o entendo, não é fácil. Mas eu sei que tens o coração bom e que o perdão chegará rápido”.

“Eu a tenho como irmã, mas não consigo enxergar o Henrique como pai”. Poncho confessou.

Eu segurei em sua mão e apertei com força. Eu não o culpava de nada. Se fosse outra qualquer pessoa, poderia está surtando com as descobertas.

“Queria falar com você sobre outra coisa, Anahí”.

“O que?”. O olhei curiosa, soltei a sua mão e voltei a tomar o café.

“Não se se percebeu, mas o Aaron e Aisha parecem que estão se acertando...”. Balancei a cabeça em positivo, até porque ontem que ficou nítido o que estava acontecendo entre os dois. “Eu estou indo embora para Rosewood amanhã”.

Eu fiz uma carinha triste. “O que? Já? Pensei que ficaria mais tempo aqui”.

“Eu adoraria, querida. Mas infelizmente, viemos apenas com a pretensão do casamento. Não tiramos férias. Eu tenho os meus pacientes para atender e o Anthony tem a sua empresa para cuidar”. Ele fez uma carinha triste. “Mas o que eu quero falar realmente é sobre o Aaron. Ele não que voltar para Rosewood e já sabemos o motivo”.

“Aisha”. Eu rir. Eu sabia muito bem como era isso... Na adolescência, só de imaginar passar um minuto longe de Dulce, eu sentia vontade de morrer. “O deixe aqui. Eu não me importo de tê-lo”.

“Essa é a questão. Ele que ficar, quer cursar uma faculdade de fotografia. Como eu vou embora amanhã, queria saber se você poderia ver isso para mim? Eu pensei em comprar um apartamento para ele residir...”. Eu o interrompi.

“Não mesmo. O deixe aqui, o Aaron nunca incomodou em nada e eu gosto de tê-lo perto, tenho certeza que a Aisha ficará mais feliz”.

“Tudo bem. Mas se em algum momento ele dá dor de cabeça... Você me avise! E sobre os custos, não se preocupe. Eu ajudarei integralmente”.

“Ah que isso, Poncho... Não precisa!”.

Ele me olhou sério. “Claro que precisa! Não é porque que vou deixa-lo aqui que não significa que minhas responsabilidades para com ele se encerram. Estarei longe, mas terei toda participação ainda na vida do meu pequeno”.

“Ok”.

Eu e Poncho sorrimos, depois de uns minutos, Dulce surgiu com a carinha inchada de sono, sentou-se atrás de mim e afundou a cabeça em meu ombro, me abraçando pela cintura. O Anthony também apareceu e sentou ao lado do Poncho, mas o puxou para abraça-lo. E assim, ficamos.

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