Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Anahí narrando...

Definitivamente, a Lana iria embora da minha casa.

Eu não posso deixar em minha casa uma garota que faz a minha filha surtar como hoje. A Aisha era uma menina doce, tinha o seu temperamento forte, mas nunca tinha ficado daquele jeito, nunca tinha partido para dá em alguém. E isso me deixava preocupada, por que não era a primeira vez que eu percebia uma hostilidade da Aisha pela Lana, o que significava que debaixo dos panos, alguma coisa acontecia que a minha filha não me contava.

Depois de colocar o álcool para a Lana cheirar, sentei-me na cama, mas a Dulce se manteve em pé, nos olhando. Não demorou muito para a menina abrir os olhos. Ela parecia perdida, tanto que franziu o cenho e perguntou. “O que aconteceu?”. A sua voz saiu fraca.

“Você desmaiou”. Dulce comunicou e sentou-se do outro lado da cama. “Como se sente?”.

“Minha cabeça dói um pouco”. Ela respondeu com a voz fraca.

“Acho melhor chamar um médico para você”. Comentei ao me inclinar para pegar o telefone no criado-mudo, mas a Lana segurou a minha mão.

“Não precisa. Esses desmaios são normais, sempre que eu sofro uma grande emoção ou estresse, a minha mente tem tendência a desfalecer”. Ela me disse com os olhos tristonhos. “Eu faço terapia para ver se resolve, mas...”. Ela baixou a cabeça.

“Mas o que?”. Perguntei.

“Mas quase nunca funciona, porque a minha mãe sempre abusa de mim, psicologicamente...”. Ela soluçou alto e suas lágrimas começaram a correr. “Eu... Minha mãe me agredi com palavras que ficam ecoando em minha mente, quando não me deixa sem comer, sem ir ao colégio e ás vezes, me bate”.

Eu e Dulce trocamos olhares. Que história mais... Louca é essa? A Lana não parecia uma garota que sofria abusos.

“Você já contou alguma coisa para alguém?”. Dulce perguntou.

“Não! Eu não posso contar, não quero que a minha mãe seja presa, já perdi o meu pai. Não quero perde-la também, mesmo ela me odiando e dizendo isso com todas as letras. Mas eu não aguento mais ficar sofrendo essas agressões, eu não aguento mais, por isso pedi para ficar mais tempo aqui em Toscana, porque eu sei que quando eu voltar, tudo vai recomeçar novamente, e eu não suporto mais”. Ela teve uma crise de choro e começou a gritar. “Eu não aguento mais, não me manda pra casa, por favor... Eu não aguento mais”. Então, ela começou a bater em sua cabeça. Eu tentei segurá-la como a Dulce, mas ela estava em desespero.

“Lana! Acalme-se!”. Falei mais alto que o seu desespero para ver se ela conseguia se acalmar.

Mas ela continuou por uns minutos, gritando e chorando. Era degradante aquela cena, uma menina tão nova e tão desequilibrada emocionalmente.

“Não se preocupe, Lana. Você não irá para casa, vai ficar conosco o tempo que você quiser”. Escutei a Dulce dizer e abraçar a Lana que teve mais uma crise de choro.

Peguei um calmante meu, que não era muito forte, mas o suficiente para acalmá-la, e lhe dei. Demorou alguns minutos para que a Lana dormisse. Eu e Dulce saímos do quarto e fechamos a porta.

“O que vamos fazer? Isso é uma grande confusão e não podemos manter essa menina conosco. Ela tem a vida dela em Havaí, Patrícia já cedeu alguns dias á mais, mas tenho certeza que não permitirá mais, até porque ela tem o colégio”. Comentei com a Dulce.

“Você não ouviu o que a Lana falou? A Patrícia agredi ela, tanto psicologicamente como fisicamente, não podemos deixa-la voltar para sofrer maltrato”. Dulce falou, me olhando.

Fiquei de frente para ela. “O que quer fazer? Ficar com a Lana? Não temos a guarda e muito menos nenhuma responsabilidade para com ela”.

“Sim. Eu quero ficar com a Lana, ao menos um tempo. Não precisamos da guarda dela, apenas ligamos para a Patrícia e oferecemos cuidar da Lana por um tempo. Conhecendo a Patrícia, ela nem vai se importar”. Dulce deu de ombros.

“Muito lindo a sua atitude, mas me responda uma coisa... Ficaremos com a Lana até quando? Ela completar a maior idade? E o colégio? Você está esquecendo-se de um grande e importante detalhe: A Aisha está detestando a Lana”. Retruquei, tomando as dores de minha filha.

“Por que não? Não será nenhum peso para nós, a Patrícia pode mandar a transferência da Lana pelos correios, a menina vai ficar corroída crescendo em uma família desestruturada. Ainda podemos ajuda-la. A Aisha é nova, e pelo o que Aaron contou foi apenas um mal entendido, daqui á pouco, elas ficarão de bem. Não podemos dá as costas para Lana, amor”.

Suspirei alto, a ideia de ser responsável pela a Lana, não me agradava muito, embora que desde que ela chegou, o primeiro conflito visível foi hoje. Mas eu ficava pensando, e se a Lana fosse uma caixinha de surpresas desagradáveis? Olhei para a Dulce e ela parecia muito comovida com a situação.

Ela segurou em minhas mãos.

“Eu sei que é ter uma péssima mãe e sofrer bastante, Anahí. Que exemplo maior do que Yvonne? Não podemos deixar a Lana passar pelas mesmas coisas”. Ela murmurou.

“Tudo bem. Não a deixaremos”.

Dulce sorriu e me abraçou, depois me deu um selinho demorado.

“Obrigada”. Ela sorria.

“Quando a Lana acordar, resolvemos essa situação, depois disso resolvido, iremos à médica, começar a fazer o pré-natal para esse bebê”. Eu disse, tocando em sua barriga.

Dulce concordou com a cabeça e descemos, encontrando minha filha e o meu sobrinho conversando, aparentemente, eles tinham se resolvido. Menos um drama.

Em terra de mentira...

Lana é rainha!