Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Aisha narrando...

O meu cérebro parecia que tinha travado. Tudo passou como uma câmera lenta... O beijo da Lana, e depois as suas palavras. Eu não sei se estava mais chocada pela coragem que a mesma teve em me beijar ou sobre a informação. Só podia ser algum engano! Não era verdade. As minhas mães não fariam isso comigo, elas sabiam que eu não queria nenhum irmão!

Devia ser alguma mentira da Lana. Ela era como um câncer que se alastrava pelo seu corpo e lhe matava aos poucos.

O meu corpo ainda tremia de raiva, o único sentimento que a Lana conseguiu despertar em mim quando me beijou. Eu não consegui sentir nada com o seu beijo, além de nojo. Fiquei parada, tentando administrar em meu cérebro tudo que tinha acontecido, até que despertei.

Eu tinha que falar com as minhas mães! Se Dulce estava grávida, eu tinha o direito de saber primeiro do que a Lana. E se ela realmente estivesse grávida...

Corri para o andar de cima, cega de raiva, em meu caminho estava a Lana que não me fiz de rogada a empurrá-la com força para o lado, ainda escutei a voz do Aaron em interrogativa, mas não parei para olhá-lo e muito menos para ajudar a Lana. Ela tinha duas pernas, e podia muito bem se levantar.

Não bati na porta, entrei de vez e encontrei as minhas mães rindo de alguma coisa, enquanto, mexia no notebook. Dulce estava sentada na poltrona e Anahí sentada no braço da poltrona, meio inclinada para frente e apontava alguma coisa na tela do notebook. Percebi também uma mão de Dulce protetora em sua barriga, que pela primeira vez, vi uma pequena saliência.

“Então é verdade!”. Gritei, assustando-as.

Elas me olharam confusas e assustadas. Mas eu não me importei com mais nada. Eu estava loucona, me sentia traída, trocada. O amor delas deveria ser sempre apenas meu, e não dividido.

“Enlouqueceu Aisha?”. Perguntou mamãe, me olhando.

“Quando vocês pensaram em me contar?”. Gritei novamente, já estava chorando de raiva. “Quando a barriga já tivesse grande? Como foram capazes de fazer isso comigo? Como podem?”. Perguntei indignidade.

Elas trocaram um olhar, e vir quando mãe Dulce ficou pálida.

“Meu amor...”. Começou mãe Dulce, mas eu gritei a assustando novamente.

“Não me chame de meu amor, eu não sou o seu amor, eu nunca fui o seu amor, se eu fosse, você não estaria grávida!”. Gritei, batendo os pés, querendo puxar os meus cabelos. “Vocês nunca me amaram!”.

Mamãe se levantou. “Aisha, como pode dizer isso quando o que fizemos em todos esses anos foi te amar? Tanto eu, como a Dulce te amamos, e só porque a sua mãe está grávida, não significa que deixamos de amá-la”.

“Isso não é verdade! Se me amasse de verdade, não iria querer ter outro filho!”. Disse chorando, olhando para as duas com decepção.

Mãe Dulce se levantou e colocou o notebook na poltrona, depois se aproximou de mim e colocou a mão no meu rosto. “Meu bem, me escute... Você sempre foi e sempre será a nossa princesa, e o nosso amor por você sempre será condicional. Nada vai mudar, você não deixará de ser a nossa filha só porque vai ganhar irmãos”.

“Irmãos?”. Perguntei interrogativa, afastei a sua mão do meu rosto. “Você está grávida de gêmeos?”.

“Sim”. Ela respondeu e olhou para a sua barriga com tanto amor que me deixou mais ofendida ainda.

“Eu não acredito nisso!”. Disse, andando para trás. “Vocês destruíram com a minha vida!”. Gritei mais uma vez.

“Aisha”. Mamãe me chamou com a voz cansada. “Sempre fizemos de tudo por você, porque não pode nos apoiar nesse momento? Estamos felizes, você também deveria ficar. A chegada dos seus irmãos, é mais um sonho á ser realizado, é um momento que deveríamos ficar juntas. Mas a felicidade só será completa se ficarmos unidas”.

“Por favor, Aisha”. Mãe Dulce disse.

“Não!”. Fechei os meus punhos. “Eu não vou aceitar isso, estou cansada de sempre dividi-las com alguém! Quando não é com um sobrinho bastardo, é com uma filha de marginal que nem é minha amiga mais!”. Soltei as palavras sem pensar, o choque atingiu os rostos de minhas mães que não acreditaram no que eu tinha dito.

“Muito bom saber que você me acha um sobrinho bastardo”. Escutei a voz magoada do Aaron atrás de mim. Virei-me com os olhos arregalados, ao seu lado estava Lana, que mesmo disfarçando, eu via nos seus olhos a diversão.

“Eu... Eu não quis dizer isso...”. Falei arrependida e tentei me aproximar dele, mas ao receber o seu olhar de decepção, parei no meio do caminho.

“Sim, você quis!”. Aaron murmurou e me deu as costas, indo embora. Atrás dele, foi a Lana.

“Aaron!”. Choraminguei o seu nome, sentindo o meu coração se desperdiçar. Isso não podia está acontecendo. Olhei para as minhas mães. Mãe Dulce estava com os olhos brilhando em lágrimas, e mamãe estava me olhando como se não me conhecesse. “Eu...”.

“Acho que você já disse tudo o que tinha para dizer, Aisha. O melhor que você faz é ir para o seu quarto e pensar nas suas palavras, e ver como está sendo uma menina mimada. Sempre passávamos a mão em sua cabeça e relevamos as suas manhas, as suas malcriações, mas isso, eu não vou tolerar”. Mamãe disse com voz dura, o que aumentou mais a minha vontade de chorar.

Em apenas uma tarde, em menos de cinco minutos, eu tinha decepcionado todas as pessoas que eu mais amava na terra: Minhas mães e meu namorado.

Sai do quarto correndo e fui para o meu, fechei a porta e me joguei na cama... Chorando com o misto de emoções negativas que me consumiam.