Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Anahí narrando...

Assim que Aisha saiu do quarto... A Dulce teve uma crise de choro. Inicialmente, fiquei muito nervosa com o seu estado. Ela parecia que nunca mais iria parar de chorar, então, providenciei uma água com açúcar e depois de alguns goles. Ela parecia que estava se acalmando mais. Porém, me abraçou e eu fiquei acalentando os seus cabelos e murmurando palavras gentis.

Eu estava chocada com o comportamento da Aisha. A minha filha estava se transformando em uma pessoa que eu não conhecia. Depois, eu tinha que ter uma conversa muito séria com ela. Talvez, o meu maior erro foi ter a mimado demais.

“Ela... Ela... Me odeia... Odeia os meus filhos...”. Dulce soluçou entre o choro. Vê-la tão frágil, partia o meu coração, não podia suportá-la assim.

“Claro que não. Ela não odeia, e muito menos aos bebês”. Falei baixinho em seu ouvido. “Ela está com ciúmes e sendo um pouco egoísta. Não fique com esse pensamento em sua cabeça, meu amor. Você conhece a Aisha... Daqui á pouco, ela estará arrependida e voltará para se desculpar”.

Dulce fungou alto, então, se afastou de mim. Peguei um lencinho e limpei o seu rosto, dando um beijo em seus lábios em seguida. Eu sabia como gravidez nos deixavam sensíveis, o efeito de tudo parecia muito maior.

“Por que você não se deita um pouco e tenta descansar?”. Falei com um meio sorriso.

“Eu tenho que ir para vinícola”.

“A vinícola pode esperar um dia, e temos os nossos funcionários que cuidaram de tudo. Qualquer intercorrência, eles nos chamará. Descanse amor”. Eu disse, acariciando o seu cabelo suavemente.

Ela concordou, então, se deitou e abraçou o travesseiro. Fiquei acariciando os seus cabelos quando por fim, ela dormiu. Levantei-me e sai do quarto, fechando a porta. Depois, fui ao quarto da Aisha, bati na porta e entrei em seguida.

Minha filha estava deitada na cama, aos prantos. Assim que me viu, percebi os seus olhos arrependidos. “Mamãe, me perdoe, eu não queria...”.

Encostei-me á parede, apenas observando o seu rosto arrasado. Uma parte de mim sentiu muita pena, outra parte de mim, ainda estava chateada pelo acontecido. Balancei a cabeça em negativo, sem esconder a minha decepção.

“Estou muito decepcionada com você, Aisha. Como pode transformar um momento tão doce e alegre como uma notícia de uma gravidez em algo desagradável?”. O choro de Aisha aumentou, dei um passo á frente. “Toda mulher, mesmo que no fundo dentro de si, sonha em ser mãe. De ficar gravidez, de viver a magia de ter um ser inofensivo e tão belo crescendo dentro de si. Eu tive esse momento com você. E em cada dia que a minha barriga ia crescendo, e você ia se desenvolvendo dentro de mim, Dulce esteve ao meu lado... Quando você chutava demais, ela acariciava a minha barriga e ficava conversando com você, mesmo dentro da barriga, transmitindo o amor incondicional que já tinha por você, mesmo sem ver o seu rostinho. Você sempre foi à prioridade dela. Ela sempre moveu o mundo para te fazer feliz e suas vontades, e ela sempre esteve lá quando você precisou. Agora diante de tudo, coloque a mão na sua consciência e pense: Você acha mesmo que o fato de ela querer conceber a dádiva da vida, é merecedora do seu egoísmo?”.

Aisha soluçou alto, os seus olhos estavam muito tristonhos, e ela abaixou a cabeça envergonhada por saber que tinha exagerado. Senti uma enorme vontade de abraça-la, mas não o fiz. Não podia ficar passando mais a mão em sua cabeça.

“Não...”. Ela respondeu com voz fraca. “Não merece, eu errei”.

“Que bom que percebeu isso. Só que você não errou apenas com a sua mãe, errou também com o seu namorado e sua amiga”. Cruzei os meus braços, ainda com os olhos fixos nela.

Ela me olhou. “Lana não é minha amiga”. Disse com raiva, passando a mão em seu rosto, os seus olhos estavam inchados. “Ela é um parasita que vive nessa casa para fazer apenas o mal!”.

Considerei as suas palavras.

“Essa sua raiva pela Lana está lhe fazendo muito mal! Você tem que liberar isso, tem que aprender a perdoar. O beijo foi acidental, o Aaron disse isso... A Lana também”.

“Não foi apenas o beijo!”. Ela quase gritou, mas ao receber o meu olhar de advertência, ponderou a voz. “Lana é má! É uma dissimulada, falsa! Como não conseguem enxergar isso? Ela é igual ao James!”.

“Aisha! Como pode dizer isso? Como pode ter mudado tanto? Lembra-se quando era pequena, você foi à casa da Lana para consolá-la pela morte do seu pai? Mesmo a Lana sendo filha do James e ele ter feito muito mal á nós, nunca descriminamos a Lana por isso, porque ela não tem culpa. Você está sendo injusta!”. Soltei os meus braços e passei a mão em meu rosto. “Meu Deus!”.

Aisha se levantou. “Você não acredita em mim! Ninguém acredita quando o assunto é a Lana, mas a verdade ainda vai aparecer, espero que não seja tarde demais”. Então, ela passou por mim e saiu do quarto.

Olhei para trás e fiquei parada. Essa rebeldia de Aisha estava me deixando muito desgastada, mas uma dúvida pairava em minha mente. Será que a Lana era realmente quem Aisha dizia ser?

Conflitos...