Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Anahí narrando...

“Essa porta ficou ótima”. Escutei a Dulce comentar com os olhos na porta.

Realmente tinha sido um ótimo trabalho, mesmo que não desse tempo para analisar. Eu estava com uma perna em cima da cama e passava o meu hidrante com um pouco de pressa, eu não podia me atrasar, e estava quase. Enquanto, passava hidrante no meu corpo, iria pensando sobre que roupa usar, o tempo estava frio... Como quase sempre. Então, optei por uma roupa que fosse quente, e que me deixasse bonita.

Depois que terminei de passar hidrante, coloquei a minha lingerie e peguei a minha roupa. Dulce tinha deixado o interesse pela porta e agora me olhava. Melhor dizendo, me analisava.

Coloquei a meia calça de renda negra, e coloquei um vestido de manga comprida vermelha. Procurei o meu cachecol branco, o enrolei no meu pescoço, enquanto, calçava os meus sapatos de salto altos negros. O meu sobretudo preto, e a minha bolsa estavam em cima da minha penteadeira.

Deixei os meus cabelos presos na metade, e a outra metade solta. Coloquei meu conjunto de rubi, e fiz uma maquiagem forte nos meus olhos, deixando a minha boca num batom nude. E por último, passei perfume.

“Tenho que admitir que fazia muito tempo que não a via se produzindo tanto para se encontrar com o Giuseppe”. Escutei a voz de Dulce, eu estava me olhando no espelho.

Virei-me para ela. “Não estou me produzindo muito, estou me arrumando normalmente, como sempre”.

“Até o conjunto de rubi está usando... Você só esse conjunto em um momento especial”. Ela disse, a desconfiança estava na sua voz, mas eu me neguei ficar desconfiada.

“Nada disso. Eu gosto do meu conjunto de rubi e sempre uso quando sinto vontade”. Aproximei dela, e dei um selinho rápido em seus lábios. “Acho que irei demorar um pouco. Não me espere, está bem? E não se esqueça de jantar”.

Ela apenas balançou a cabeça em positivo, mas antes que eu saísse, segurou em meu braço e me olhou bem dentro dos olhos.

Os seus olhos estavam sérios, assim como a sua expressão. “Não faça nada que eu não faria”.

Fiquei pálida diante de sua frase, apenas sorrir e puxei o meu braço, saindo do quarto. Apressei os meus passos, e encontrei a Lana e Aisha estudando bem compenetradas na sala. O que era um milagre fazia alguns meses que elas não ficavam juntas.

Corri para o meu carro que eu tinha deixado na frente de casa, e antes de entrar. Vi a Dulce parada na janela, me olhando... Suspirei, entrei no quarto, joguei a minha bolsa no banco de passageiro e fui para o hotel.

**

Cada andar anunciado me deixava mais nervosa á ponta de bater o solado do meu sapato no chão do elevador. Abri a minha bolsa, e desliguei o meu celular, eu não queria ser incomodada. Quando o elevador parou no quinto andar, fui diretamente para o quarto 1350. Respirei fundo antes de bater, reuni a coragem e dei três batidas na porta.

Demorou apenas três segundos para que a porta fosse aberta.

Do lado de dentro, estava a Lucy com o seu sorriso dócil. Ela não tinha mudado muito... Que dizer, estava mais bonita! Os seus cabelos continuavam curtos, a diferença que não estavam mais loiros, e sim, escuros. Estava com a expressão mais madura, de mulher mesmo. Acho que a maternidade contribuiu muito para isso. O seu corpo continuava magro, mas os seus seios estavam mais voluptuosos.

Ela usava um vestido negro que ia à altura de suas coxas. Parecia mais alta por estar de salto altíssimos.

“Anahí...”. Ela disse ainda mantendo o seu sorriso, e abrindo os braços para um abraço.

Funguei porque as lágrimas já estavam caindo e abracei o seu pequeno corpo com força, deixando que um pranto descontrolável tomasse conta de mim.

Lucy ficou calada, apenas acariciando os meus cabelos e deixando que tudo que estava preso em mim durante uns meses fosse solto por minhas lágrimas. Quando eu estava ficando controlada novamente. Ela disse. “Entre...”.

Uma hora depois, estava bem de novo e dividia um pote de pipoca com a Lucy, enquanto, assistíamos a um filme de terror e ríamos da cena.

“Eu não acredito que quando era pequena morria de medo do Chuck. Que palhaçada!”. Lucy riu com uma cena em que o Chuck cortava a barriga de um cara na mesa de jantar.

“Isso é horrível. Você não acha? Pior é esse filho dele que sempre faz xixi nas calças quando se assusta. Muito molenga”. Comentei também rindo e colocando uma colher generosa de pipoca na boca.

Lucy deu uma risada alta e exagerada que me assustou, mas também me fez cair na risada, e ficamos assim até que as nossas barrigas não suportavam mais a dor de tanto rir, e os nossos lábios lacrimejavam.

“Tenho que admitir que somos muito bobas para rir”. Lucy disse e passou a mão no cabelo para ajeitá-los, a sua aliança brilhava em sua mão.

“Não acha que essa aliança é grande demais não?”. Perguntei, olhando para sua mão.

Lucy colocou o pote de pipoca em cima de criado-mudo e se virou para mim, afundando a cabeça no travesseiro. Nossos rostos ficaram na mesma altura. Ela me olhou nos olhos e depois sorriu.

“Particularmente eu a adoro. O Ian é muito exagerado em várias coisas, mas eu sou louca por todos os seus exageros”. Lucy suspirou apaixonada. “Acredita que no aniversário de quatro anos do Juan, ele fez o nosso quintal um zoológico?”.

“Sério?”. Arregalei os olhos.

“Sério”. Ela riu. “Com direito a leão, focas, macaco, hipopótamo... Foi uma loucura, o meu quintal ficou uma zona. Mas claro que tinha os adestradores, mas mesmo assim... Eu disse que se ele inventasse isso novamente, ficaria sem esposa!”.

Eu rir. “Eles sempre estão aprontando, é incrível”.

“E você com a Dulce?”.

“Estamos bem. Muito bem. Ela está grávida de oito meses e alguns dias, não vai demorar muito para ter os bebês. São gêmeos, como já te disse. Tudo está se encaminhando bem”. Falei com um meio sorriso.

“E o que estou fazendo aqui, Anahí?”. Perguntou Lucy, me olhando seriamente.

Olhei para a Lucy por longos minutos, não tinha contado a ninguém ainda, e o fato de falar em voz alta, tornava tudo muito real.

Lucy segurou em minha mão. “Pode me contar. Prometo para você que não ficarei chocada ou tentarei sair correndo caso você tenha matado alguém”. Ela brincou.

Eu tentei sorrir, mas não conseguia. Então, olhei bem dentro dos olhos dela, e soltei o que eu estava escondendo por alguns meses. Lucy ficou pálida, e os seus olhos brilharam em lágrimas.

“Você tem certeza? Que dizer, você...”. Ela começou, mas a interrompi.

“Sim. Tenho certeza absoluta”. Segurei na mão dela. “Prometa que esse será o nosso segredo!”.

“Você tem que contar a Dulce!”. Ela disse com a voz abafada.

“Prometa Lucy!”. Minha voz saiu firme.

Ela me olhou até que deu um suspiro e murmurou. “Prometo”.

Nos abraçamos cumplices, mas a dor latente em cada uma de nós.