Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

As horas se arrastavam e continuávamos presos dentro daquela maldita biblioteca. Ao canto, encontravam-se os professores, e no canto mais afastado, conversava Marichelo e Dulce. Olhando por aquele ângulo, parecia bastante amigas, a conversa tinha direto alguns risos, por alguma coisa que Marichelo dizia, mas percebi que ás vezes, Dulce sorria por educação. Ela não parecia estar no bom humor de minha mãe.

Dulce tinha trocado de roupa. Usava uma calça jeans, uma blusa de lã e saltos. Seus cabelos estavam secos, e extremamente lisos. Ela passou um pouco de blush em suas bochechas, certamente para disfarça a palidez. Vez por outra, nos olhávamos, mas eu desviava a vista. Notei, que Audrey estava totalmente atenta aos nossos passos. E isso me preocupou um pouco.

“Pelo amor de Deus, Anahí! Já estou ficando constrangido” murmurou Poncho ao me cutucar.

Olhei para ele sem entender. “O que?”.

“Você não tira os olhos da professora. Está muito mais que evidente o seu interesse, poderia disfarçar?” ele olhou para Dulce “Aliás, não só você, mas como ela”.

“Não sei do que está falando” olhei em direção contrária, escutando uma risadinha do Poncho.

“Não sabe, né? Imagina se soubesse”. Depois ele parou de rir ao ver que meu humor não estava muito bom. Tocou em meu braço e acariciou, falando suavemente. “Vocês não estão com uma carinha muito boa... O reencontro não foi bom?”.

“Não” suspirei, voltando a olhar pra o Poncho. “Ela disse coisas que me desestimularam. Ela tem medo, Poncho. Eu nunca pensei que uma mulher feita como ela, teria medo... Quando pensava em um romance assim, digamos que proibido, sempre achei que eu seria a covarde, mas ao me deparar com a situação, vejo que sou a corajosa da história. Eu só queria... Só queria que ela não desistisse de nós.” Eu abaixei a cabeça, com os olhos queimando. “Eu sei que isso é certo. Eu sinto. Eu sei que ela sente também”.

Poncho levantou a minha cabeça e fez um carinho em meu rosto, colhendo a lágrima solitária que caia. “Não precisa ser nenhum expect, para saber que ela gosta de você, Any... Eu tenho certeza que ela é louca por você. E também acho que é questão de tempo para vocês se acertarem”.

“Que tempo? Quando eu for pra faculdade? Porque a única coisa que nos impede é a minha idade e o fato de ela ser minha professora. Isso é uma droga”. Dei um muxoxo, coloquei meus cotovelos na mesa e segurei minha cabeça com as mãos. “Ás vezes, me sinto dentro de um filme dramático”.

Poncho me abraçou de lado. “Sabe... Quando o amor é verdadeiro, não importa o que fazemos para nos manter longe, sempre há uma força que nos faz ficar perto, que nos prende, e quando vermos... Está acontecendo, está rolando e se desenvolvendo. Acredito que será a mesma coisa com vocês. Nenhuma razão é forte o suficiente quando o coração grita”.

Olhei para ele e sorrir. “Obrigada, meu amor... Você sempre me confortando, e cuidando de mim... Eu te amo, tanto”. O abracei apertado.

“Se Alfonso não fosse gay, e você lésbica... Juraria que era um casal”. Disse Mandy, rindo.

“E quem disse que não somos um casal? Só não fazemos sexo”. Poncho gracejou, dando um beijo estrelado em minha bochecha e me fazendo sorrir.

“Somos um casal aberto a tudo e a todos” eu falei.

Mais risos. Até que Rachel abriu a boca. “Srta. Saviñón parece tão tristinha, acho que vou animá-la um pouco...” disse, se levantando.

Rapidamente parei de sorrir e fuzilei-a com os olhos. Essa garota está se mostrando muito impertinente. Poncho segurou no braço dela e a fez se sentar. “Não vai não, senhora! Fique aqui e me conte o bafo do Rony”.

Rachel era uma fofoqueira de mão cheia, então, começou a relatar ao Poncho toda estória que nem prestei atenção. Sorrir para Poncho em agradecimento, enquanto, ele fingia interesse na fofoca.

Decidi me isolar. Coloquei meus fones de ouvido, e fui para o cantinho que tinha quase ninguém. Eu tinha todo tipo de variedade de música em meu celular, mas optei pelas sofridas. Acho que era lei básica da vida: Quando você está ferrada, escute música mais ferrada ainda pra se ferrar de vez.

Audrey se sentou ao meu lado. Passou o braço ao redor do meu corpo, e puxou para o seu corpo. Deixei-me levar pelo abraço e me aninhei em seu corpo, recebendo olhares furiosos de Dulce, fiquei imaginando se ela iria me puxar e me levar para alguma sala... A ideia me fez sorrir. Ela é na base do: Nem trepa. E nem sai de cima. E eu sou na base do trepa.

Três horas depois... Finalmente formos liberados para ir pra casa... E eu pude finalmente respirar aliviada, não aguentava mais os olhares fulminantes de Dulce... O pior é que, isso me agradava... Me excitava. É. Eu não tinha vergonha na cara mesmo...