Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Lana narrando...

Não tinha nenhuma pretensão de contar á Aisha sobre o caso do Aaron... Eu sabia, claro que eu sabia. Tinha descoberto um dia depois teve toda a confusão, e Anahí nos colocou de castigo. Foi por acaso. Eu tinha ido numa livraria comprar um livro para estudar os cálculos mais avançados de matemática, quando passei por um beco e vi o Aaron aos beijos com uma menina linda.

Não era algo que poderia ser considerado escondido. Já que tinha visto várias vezes, em momentos distintos. Ele não se preocupava em esconder, porque sabia que a Aisha passava mais tempo em casa do que na rua. E eu não podia contar nada, porque ela não iria acreditar em mim, e também não podia arranjar mais confusão.

Na época, achei muito bom, mas depois... Fiquei com muita pena de Aisha. Ela estava se entregando inteiramente no relacionamento, enquanto, o Aaron estava apenas pela metade. Bom, aparentemente, hoje em dia, as coisas estavam mudando.

Abri a porta do meu quarto e antes que pudesse entrar, a Aisha entrou como um furacão antes de mim e me empurrou contra a parede. Ela estava transtornada. Deixei que tivesse controle sobre mim. Ela esmurrou a parede ao lado do meu rosto, por um momento, a minha respiração falhou com medo de que aquele soco violento batesse em meu rosto. Ela pressionou o seu corpo contra o meu, a sua respiração estava tão forte que os seus seios espremiam os meus, e não era numa maneira ruim... Mesmo com toda fúria, era de uma maneira bem excitante.

Os nossos rostos estavam unidos. Podíamos sentir a respiração de cada uma... O clima do quarto ficou quente, quase incendiando.

“Não vou permitir que você destrua o meu relacionamento com as suas mentiras!”. Ela berrou. “Você não vai conseguir me afastar do Aaron. Ouviu bem? Eu não vou deixa-lo!” Os olhos de Aisha estavam furiosos, em cólera.

“Mentiras?”. Dei uma risadinha. “Você sabe muito bem que não são mentiras! Basta buscar dentro de si mesmo e saberá que é verdade!”. Já estava ficando irritada pela acusação. “E outra, não tenho nenhuma pretensão de afastá-lo de você”.

“Sim, você tem! Por que você me ama e me quer com você!”. Ela gritou, o seu olhar ia dos meus olhos para minha boca.

“Você está se achando demais, Aisha”. Disse sarcástica. “Se não se recorda, eu tenho namorada que se chama Ana, e eu a amo, muito. Se um dia a quis, não quero mais!”.

“Você está mentindo!”. Surpreendente Aisha começou a chorar e me bater nos ombros. Tapas firmes que machucavam. “Você não a ama! Você não a ama!”. Ela gritava, e ás vezes, soluçava alto. “Você me ama! Sempre me amou! Você me ama e não pode amá-la... Não pode... Amá-la...”.

Segurei nos pulsos da Aisha. Ela ainda se debateu para se soltar, enquanto, chorava muito e dizia as suas palavras desconexas. Fiquei arrasada em vê-la assim, não entendia o motivo para esse surto, não quando o assunto desviou totalmente do foco. Ela tentou se soltar, mas fui mais firme até que finalmente, ela desistiu e o seu corpo amolecido. A puxei para os meus braços, e a segurei firme num abraço. Ela deitou a cabeça em meu ombro e chorou por alguns minutos. Acariciei os seus cabelos, e os meus olhos encheram-se de lágrimas.

“Não deixe de me amar...”. Ela pediu com voz trêmula. “Não deixe de me amar...”.

O meu coração se aqueceu com as suas palavras. Ergui a minha cabeça, e afastei-me um pouco para olhá-la nos olhos. Os seus olhos estavam pidões, o seu rosto vermelho de tanto chorar. Por um momento, pensei em beijá-la, mas não o fiz. Não seria justo. Não com ela frágil dessa forma. Deslizei os dedos pelo seu rosto, enxugando as suas lágrimas. Ela foi aproximando o seu rosto do meu...

Até que escutamos um barulho na porta da sala... O Aaron tinha chegado.

“Aisha?”. Escutamos a voz do Aaron.

Aisha afastou-se de mim e olhou em direção da porta. Limpou as suas lágrimas e me olhou.

“Boa sorte”. Murmurei e fui para o banheiro.

Entrei e fechei a porta com o meu coração a mil. Coloquei as mãos na pia e suspirei depois me olhei no espelho, à verdade estava refletida em meus olhos. Continuava amando a Aisha... A Ana tinha sido só um passatempo em minha vida. Só que eu não iria ficar disponível para Aisha, não enquanto ela namorava, e não sabia o que queria da vida.

Aisha narrando...

Fiquei parada no meio do quarto de Lana, com aquela habitual sensação de abandono sempre que o meu corpo não sentia mais o calor do corpo dela. Eu estava ficando louca! As minhas lágrimas insistiam em cair, as limpei com insistência até o meu rosto ficar completamente limpo.

Respirei fundo para me acalmar e olhei para a porta do banheiro que estava fechada. Eu não queria falar com o Aaron, não queria. Porque assim que o olhasse, não iria conseguir controlar a raiva e o nojo que estava dentro de mim.

Quando eu podia ter sido tão cega?

“Aisha?”. Ele voltou a me chamar.

Moída de coragem, sair do quarto de Lana e deparei com o Aaron subindo as escadas. O olhei detalhadamente, a sua camisa estava amassada e uma marca em seu pescoço como um chupão que ele tentou estupidamente esconder com a gola da camisa, e um arranhão em seu braço direito não me passou despercebido.

Oh meu Deus... A minha cabeça começou a doer consideravelmente. Uma grande parte minha queria ficar no estado de negação, mas eu não podia evitar o inevitável. O cheiro de perfume vagabundo também atingiu as minhas narinas.

Ele me viu e sorriu. O seu sorriso não me causou nada, além de raiva. Realmente, não conhecemos as pessoas.

“Oi amor, estava te chamando...”. Ele tocou em meu rosto e tentou me beijar, mas me esquivei. “O que foi?”. Ele me olhou com preocupação.

Fingido!

“Você sabia que minha mãe deu á luz?”. Perguntei friamente, olhando em seus olhos.

“Não”. Ele respondeu com os olhos arregalados.

“Não?”. Sorrir sem vontade. “Você estava dentro dessa casa quando ela entrou em trabalho de parto. Como não escutou nada?”.

“Assim que subi para o quarto, fui tomar banho... Quando desci, vocês não estavam, achei que tinham saído para algum lugar”. Ele disse tranquilamente.

“Ah é mesmo?”. Perguntei sarcasticamente. “Ou você fingiu que não escutou nada para poder encontrar a sua amante?”.

Aaron fez uma cara de desentendimento. “O que? O que você está falando?”.

“Eu pedi para que você me contasse Aaron. No dia do cinema. Eu pedi! Mas você preferiu ficar calado e mentir para mim, porque eu devo ser muito trouxa em sua cabeça!”. Disse com raiva. “Você não achou que eu iria perceber a sua camisa amassada, o cheiro do perfume vagabundo, as marcas do seu corpo e essa mancha de batom na sua gola?”. Dei uma puxada na gola de sua camisa. “A sua amante fez de tudo para que você fosse descoberto...”. Bati palmas. “Dê os parabéns para ela... Conseguiu!”.

Ele ficou pálido. Os seus olhos ficaram numa tonalidade avermelhada. Podia ver a raiva crescente dentro de si.

“Aisha, eu posso explicar...”. Ele disse se aproximando em mim, o seu rosto coberto de arrependimento.

Não esperei que falasse, o bofeteei com força e raiva que estava. Ele me olhou surpreso, mas também não disse nada.

“Eu não quero que você fale nada!”. Gritei. “Você não é digno de falar nada!”. Comecei a chorar de raiva. “Passou meses fingindo ser quem não era... Enganou-me, me fez de palhaça! Eu me entreguei á você porque achava que o sentimento era verdade, recíproco... Mas tudo não passou de uma mentira!”. Gesticulei, falando nervosa.

“Foi verdadeiro! É verdadeiro!”. Ele segurou o meu rosto com as duas mãos. “Eu te amo, foi tudo verdade, meu amor. Você tem que acreditar em mim”. Os seus olhos lacrimejaram.

“Me solte!”. O empurrei e cuspi as palavras. “Eu não acredito em você. É um falso, não merece minha confiança e muito menos meu amor. Eu me arrependo profundamente por todos os meses que compartilhei com você! Eu te odeio, Aaron!”. Gritei. “Te odeio! Não quero ter mais nenhum relacionamento com você. Só de te olhar, sinto vontade de vomitar!”. Disse e me virei para a porta do meu quarto. Mas ele me segurou.

“Você não pode terminar comigo. Eu não sei viver sem você, eu preciso de você. Meu amor, não me deixei”. Ele me abraçou por trás.

Debati-me dos seus braços, até que conseguir me soltar. Virei-me para ele. “Você vai aprender a viver sem! Pode voltar a ficar com a sua amante e seja feliz com ela”. Disse com raiva, e também dor, porque no fundo, existia um apego, mesmo que o sentimento não fosse mais inteiro.

O Aaron chorava, parado, impotente no corredor. Abri a porta do meu quarto. Quando escutei a sua voz com ódio. “Eu não fui o único desonesto nessa relação”. O olhei surpresa, e fiquei pálida com as suas palavras. “Acha que não percebi o seu amor incubado pela Lana? Esse término veio muito bem a calhar para você não é?”. Ele se aproximou novamente e eu fiquei com medo da fúria que via em seus olhos. “Deixa-me contar uma coisinha... Ela está namorando e não quer nada com você. Você está me trocando por nada, vai ficar sozinha... E quando estiver sozinha e amargando na solidão com sua baixa estima de merda, vai sentir falta de mim e vai querer voltar, só que eu não sei se vou te querer mais!”. Ele apontou o dedo no meu rosto. “Ninguém vai te querer... Quem quer uma garota sem atrativo?”. O sorriso malvado surgiu em seus lábios.

Fiquei o olhando sem acreditar em suas palavras. O meu choro aumentou. Estava pálida, o meu sangue parecia que tinha gelado com as suas palavras. Sem suportar muito tempo, entrei no meu quarto e fechei a porta de chave. Deixei o meu corpo cair no chão, fiquei na posição fetal e soltei o meu pranto. Magoada pelas palavras do Aaron e também por sua atitude de me trair. Ele sabia que eu tinha problema de estima... E nesse momento, estava baixíssima.

É... Realmente, não conhecemos as pessoas.

Josy,quanta raiva no coração pelo Aaron, aposto que com esse capítulo, a raiva vai aumentar mais ainda. KKKKKKKK.

Julia, A gravidez de Aisha vai trazer alegria num momento de tristeza.