Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Aisha narrando...

Gabriel tinha acabado de mamar, e fiquei incumbida para fazê-lo arrotar. Ele estava em pé nos meus braços, e eu o ninava suavemente para que ele fizesse.

A notícia da minha gravidez foi algo que me surpreendeu muito. Eu não imaginei que estava gravida quando passei maior parte do tempo enjoada e sem menstruação. Só tive noção que poderia ter sido uma gravidez, depois de uma aula de biologia.

Fui com a cara e a coragem fazer o exame de sangue. Por muitas vezes, pensei em não fazer, mas não podia ficar com a dúvida dentro de mim... Então, fiz. O resultado me deixou muito chocada. A reação da mamãe e do Aaron me deixou mais chocada ainda. Eu achei que teria um drama muito grande, e problemas. Só que não tive nada disso...

E eu estava feliz por isso. Tudo que eu menos precisava era de um drama familiar. Pelos meus cálculos... Dava para me formar antes mesmo de ter bebê! Com o apoio das minhas mães, tudo se tornava mais fácil e flexível. No fundo, estava muito apavorada com a ideia de um bebê, mas mesmo com todo o medo dentro de mim, nunca que iria abortar. O meu bebê não tinha culpa da minha irresponsabilidade.

Eu poderia ter me cuidado... Estávamos no século vinte e um, sexo não era mais tabu, muito menos o uso de camisinha. Tinha sido um vacilo muito grande meu.

Caminhei até a janela e fiquei olhando a videira que estava repleta de uvas. Nunca imaginei que seria mãe solteira... Quando pensava no meu futuro, eu tinha me imaginado casado com o Aaron e com os nossos filhos. Bem... Não foi assim. Ao menos, em parte... Já que eu teria um filho dele. Eu não queria ter mais nada com ele. Se um dia, fui apaixonada por ele, não me lembro mais... Eu tive os meus dias de fossa que foram acabados quando soube que ele tinha assumido a Karoline. Era um idiota mesmo.

Em contrapartida, o meu coração estava sofrendo pela Lana... Que parecia que não se importava comigo...

“É, Gabriel... Eu acho que ela não me ama mais mesmo. Eu fui muito boba em não ter retribuído o amor dela quando podia. Agora ela não me quer mais”. Murmurei para o meu irmão que como resposta, recebi um arroto. Dei uma risadinha.

Depois de ter o feito arrotar. O deitei nos meus braços, e comecei a niná-lo para dormir. Não demorou muito para que ele dormisse. Dei um cheirinho em sua cabecinha, e o coloquei no berço.

A porta se abriu, e era a Lana com o Miguel adormecido em seus cabelos. Ela o colocou no outro berço. Ficamos paradas, olhando uma para a outra.

“O tempo está bem fresco... Você quer dá uma volta?”. Perguntou a Lana, me olhando.

Balancei a cabeça em positivo. Por dentro, estava explodindo de alegria por ela me chamar para sair... Mesmo que seja próximo de casa...

**

Fazia dez minutos que estávamos andando pelas videiras. A Lana tinha o mesmo vício da minha mãe, e furtava as uvas. Ela comia de uma forma tão gostosa que fiquei com desejo e também peguei algumas uvas.

Caminhamos até o jardim da minha casa. E sentamos no banco de mármore. Ficamos por um tempo caladas, sentindo o vento soprar em nossos cabelos. Como sempre, a Lana estava muito cheirosa. O seu cabelo estava semiúmido, sinal que tinha tomado banho á pouco tempo.

Terminamos de comer todas as uvas...

“Você conhece a música de Jorge e Mateus? Duas metades? É brasileira”. Lana disse, de repente.

“Não”. Olhei para ela. “Como é?”.

Ela se levantou, e ofereceu a sua mão. “Venha aqui que vou lhe mostrar”.

Segurei a sua mão e me levantei. Lana me abraçou, e me abalou em seus braços. Suspirei ao ter os seus braços ao redor do meu corpo e o seu calor. Encostei a minha cabeça em seu ombro, e começamos a dançar lentamente... Enquanto, a Lana cantava em meu ouvido. A sua voz era melodiosa, muito gostosa de se ouvir.

“Pra falar do amor de verdade, vou começar pela melhor metade... Te mostrar tudo de bom que tenho e se for preciso eu desenho... Que eu amo você... Que eu quero você...”. A sua voz soava em meu ouvido, fiquei arrepiada com o trecho da música e me aconcheguei mais em seu corpo.

Suspirei novamente... Sentindo o meu coração ficar leve, mais apaixonada e entregue para a Lana. Os meus olhos encheram-se de lágrimas, e fiz um pedido silencioso para que eu sempre ficasse em seus braços.

“A outra metade é defeito, você vai saber de qualquer jeito... Anjo ou animal, suave ou fatal...”. Ela afastou um pouco o rosto e me encarou com um sorriso brincalhão nos lábios.

Eu tinha conhecido todos os seus lados... Mas o lado bom, amoroso que ganhou o meu coração.

“O que de um grande amor se espera é que tenha fogo... Que domine o pensamento e traga sentido novo, que tenha paixão, desejo...”. Ela se afastou do meu corpo, mas segurou a minha mão e me fez rodar, depois puxou novamente para o seu corpo. Me abraçando forte. “Que tenha braço e beijo e seja a melhor sensação... Que preencha a vida vazia, mande embora a agonia e que traga paz pro coração...”. Estava hipnotizada pelo som da sua voz, pelas sensações que despertava em meu corpo e em meu coração. Ela segurou o meu rosto e me olhou bem no fundo dos meus olhos, enxergando a minha alma. Então, murmurou. “É você... É você...”.

Então, beijou-me... Um beijo calmo, repleto de amor e carinho. Acho que nunca fui beijada dessa forma. Eu tinha uma ideia muito errônea sobre beijar o Aaron, não era nada comparada a beijar a Lana, sentia as nossas almas conectadas e uma emoção tão grande que me fazia chorar de felicidade.

A falta de ar rompeu o nosso beijo... E encerramos com um selinho. Os nossos olhos brilhavam, sentia como as nossas almas também tivessem conectadas.

“O que isso significa?”. Perguntei baixinho, sem tirar os olhos dela.

“Que é você... É sempre foi você”. Ela acariciou o meu cabelo e colocou atrás da orelha. “Todo esse tempo que passei com a Ana, não foi comparado á um minuto que passei ao seu lado. Eu não era feliz com ela, tinha apenas uma ilusão de sentimento. Sempre te amei, e sempre vou te amar. Eu achava que foi a Ana que tinha me feito uma pessoa melhor, mas não... Foi á vontade de tê-la, de fazê-la feliz que me fez mudar, porque no fundo... Bem no fundo, eu tinha a esperança de que você seria minha, apenas minha. Eu te amo, Aisha Saviñón”. Lana abriu um sorriso lindo.

“Eu também te amo... Acho que sempre amei, mas nunca tinha percebido, foi preciso te perder para me dá conta dos meus sentimentos. Fiquei muito mal quando achei que não me amava mais, foi uma sensação horrível. Acho que saber que o Aaron tinha me traído, não doeu tanto como ter imaginado que você não me amava mais”. Falei baixinho, e dei um selinho nela. “Eu quero ficar com você. Hoje, amanhã, depois, e depois... Mas e a Ana?”.

Lana deu de ombros. “Terminei com ela”.

Sorrir feliz e passei os braços ao redor do pescoço dela. Mas depois fiquei preocupada. “Mas... Eu estou grávida”. Franzi o cenho.

“Conte-me uma novidade. Não sei se você percebeu, mas estou morando na sua casa e sei dos babados”. Ela riu e me abraçou pela cintura. “Não importa a maneira que foi concebida, não importa quem é o pai e muito menos a nossa idade... Eu sei que filho é uma responsabilidade muito grande e que não temos muita noção sobre o que vai acontecer no futuro, mas de uma coisa eu tenho certeza: Se estivermos juntas... Teremos tudo!”.

“Você me surpreende a cada dia que passa... Você é uma caixinha de surpresas boas, Lana... Te amo...”. Fechei os olhos, e a beijei.

Felicidade era um nome muito simplório para que eu estava sentindo nesse momento... Não importa o sexo, não importa nada quando o sentimento é verdade. Eu acredito em segunda chance e acredito na mudança das pessoas... Acredito na mudança da minha Lana... Minha somente minha.

Furacão, quem diria ein que o Aaron seria assim? Mudei de ideia, vou postar a parte final da maratona no próximo capítulo, e deixo a fic terminar na segunda. Hahaha.