Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.
Dulce narrando...
Empurrei as portas do hospital com os meus passos apertados, o meu coração batia aceleradamente e minha cabeça estava um pouco tonta com a informação que eu tinha recebido.
Como assim?
Eu não conseguia compreender. Também não conseguia entender como ela pode esconder isso de mim, de todos nós por tanto tempo! Estava esperando que alguém me dissesse que era uma pegadinha de muito mau gosto, porém, quando alcancei o corredor, os olhares chorosos dos meus amigos e também da minha filha que estava abraçada á Lana. Junto á ela, estava Poncho e Anthony, Audrey, Maite e Marichelo que tinham chegado um dia anterior para o batizado de nossos filhos que estava marcado para amanhã.
“Onde ela está?”. Perguntei com um fio de voz, não querendo chorar. Sendo forte. Isso tudo iria passar, era apenas um contratempo. Uma pegadinha da vida.
Aisha apontou para uma porta meio afastada. Rapidamente fui até ela. Abri, e encontrei a Anahí deitada no leito com o aparelho de frequência cardíaca, um soro com medicação ligada á ela e uma cânula nasal. Tive uma sensação de dèjá vu. A diferença agora era que a Anahí estava bem acordada.
Assim que me viu, os seus olhos marejaram e os meus também. Engoli as lágrimas, não tinha porque chorar, disse a mim mesma. Tudo ficaria bem e voltaríamos para a nossa casa.
“Hey...”. Cumprimentei baixinho, me aproximando do seu leito e sentando-me nele. Minha mão buscou a sua e ficamos de mãos dadas.
Anahí me olhou com carinho e amor, mas também tinha um quê de contrariedade nos seus lindos olhos azuis que agora pareciam tempestuosos.
“Eu não queria que você me visse assim...”. Ela disse baixinho, resignada. Passou a língua nos lábios ressecados. O seu rosto estava puro, sem nenhuma maquiagem.
Sorrir suavemente, e apertei o seu nariz mais suavemente ainda. “Como se eu não tivesse á visto assim por tantas vezes... Ao natural”. Brinquei, o que a fez sorrir.
“Não estou falando de ao natural... Estou falando assim: doente numa cama de hospital”. Sua voz estava mais rouca do que o normal, o seu peito subia e descia um pouco mais rápido mesmo recebendo oxigênio pela cânula, ela parecia com dificuldade em respirar.
Olhei bem para o seu rosto, para cada linha... Ela estava abatida, a palidez acentuada. Como eu não tinha percebido antes? Estava convivendo todos os dias com ela ao meu lado, mas mesmo assim, fui incapaz de ler o que acontecia com a minha mulher. Eu nunca iria me perdoar por não perceber que ela estava doente todo esse tempo.
“Tudo bem. Acontece. Somos de carne, esqueceu?”. Sorrimos suavemente. “Devemos nos concentrar agora em sua recuperação”. Falei suavemente, acariciando o seu braço. “Temos o nosso netinho ou nossa netinha que estar por vir”.
Algumas lágrimas pesadas caíram dos seus lindos olhos e deslizaram pelas suas bochechas, marcando-as. Ela olhou para um ponto morto na parede e parecia pensativa. O meu coração se apertou com o seu pensamento, eu não sabia, mas foi o suficiente para deixa-la melancólica, demorou uma fração de segundos para ela me olhar. Ela ergueu uma mão e tocou o meu rosto, fechei os olhos ao sentir o seu toque e minhas lágrimas presas escapuliram. Ela as limpou.
“Shh... Não. Não chores”. Ela pediu suavemente, sua voz parecendo fraca demais de repente. “Você tem que ser forte, Dulce”. Abrir os meus olhos com as suas palavras. “Pela Aisha, pelos meninos e nosso netinho.”.
A confusão atingiu o meu rosto e franzi o meu sonho. “Do que está falando, meu amor? Você vai ficar bem, iremos para casa e seremos felizes com nos últimos tempos”.
Ela me olhou com encantamento, com admiração e muito amor. Os seus olhos pareciam registrar na memória o meu rosto. Fui invadida por um medo, um pressentimento que deixou gélida por dentro.
“Eu preciso que você... Você me prometa que será forte. Que não irá desistir nunca, você me promete isso? Promete que não vai chorar se algo acontecer comigo?”. O tom foi suave, mas a sua mão apertou a minha.
Inclinei-me sobre ela. “Claro que sim, meu amor. Eu prometo que serei forte sempre e que não chorarei, até porque nada irá acontecer com você.”. Acariciei o seu rosto, sentindo a sua pele quentinha na minha mão.
Anahí sorriu satisfeita, embora que as lágrimas continuassem a cair. “Você sabe que eu te amo, não é? E que seu amor é que me manteve bem e feliz? E sempre vai ser assim, até a minha última respiração, até a existência da minha alma, que a nossa família foi tudo para mim”.
“Sim... Eu sei, assim como eu te amo e sempre te amarei, por toda eternidade. Ainda seremos muito felizes juntas com o nosso caminho que devemos trilhar”. Falei convicta, e me inclinei mais para os meus lábios tocarem os dela.
Um selinho demorado foi apenas isso. Mas foi o suficiente para causar a sensação de borboletas constante em meu estômago. Incrível que em quase vinte anos de casamento, a Anahí era capaz de me fazer uma adolescente apaixonada.
Afastei com um sorriso, mas antes beijei todo o meu rosto, senti as suas lágrimas salgadas em meus lábios. Suspirei e limpei o resto das minhas lágrimas. Sem choro. Logo menos a teria em casa novamente. Pensei com otimismo.
“Está todo mundo aí fora querendo te ver”. Eu disse. “Posso manda-los entrar?”.
“Sim”. Ela balançou a cabeça em positivo. “Mas antes, você poderia me maquiar? Eu não quero que me veja assim, com a cara lavada. Uma modelo não pode aparecer assim”. Falou brincando.
“Onde está a sua maquiagem?”. Perguntei ao me levantar.
“No armário dentro da minha bolsa”.
Abri o pequeno armário com duas portas que tinha duas prateleiras, a de cima tinha a bolsa de Anahí. Levei para o leito e sentei-me novamente, abri a bolsa e retirei a nécessaire que tinha várias maquiagens.
“Como vai querer, amor?”. Perguntei baixinho, abrindo a nécessaire e vasculhando dentro.
“Natural... Sombra, um pouco de blush nas bochechas e batom rosa claro”. Ela me disse com os olhos fixos em mim.
“Ah... Deixa-me ver aqui... A sombra, o blush e o batom... Vamos primeiro com o blush. Faz biquinho”. Disse á ela que fez um biquinho que me fez rir. Passei o pincel do blush nas bochechas, apertei os meus olhos. “Assim está bom...”. Guardei o blush e peguei o batom. “Vamos pintar esses lábios que eu tanto amo”.
Anahí sorriu, mas depois abriu a boca para que eu passasse os lábios nos contornos dos seus lábios. “Faz assim...”. Esfreguei os meus lábios e ela seguiu o meu movimento. Sorrir. “Isso linda... Agora o último, a sombra... Feche os olhos”. Ela fechou, e eu peguei o estojo de sombras. “Que cor você quer amor? Cor pastel? Vai ficar bem natural em você. O que acha?”.
Ela respondeu apenas um “Hum-hum”. E eu continuei passando a sombra em sua pálpebra. “Sabe que eu estava pensando? Que depois que você sair do hospital, poderíamos fazer uma viagem romântica para comemorar o nosso aniversário de casamento em Veneza, o que achas? Sempre quisemos ir para lá, mas formos protelando...”. Terminei uma pálpebra e comecei a outra. “Podemos deixar as crianças com Aisha e a babá, acho que elas dão conta de uma semana. O que acha?”. Terminei de passar a sombra em seus olhos. “Abre os olhos, amor, que eu vou esfumaçar embaixo”. Pedi olhando para os seus olhos fechados.
Nada. Um frio percorreu em minha espinha e um nó se fechou em minha garganta ao não vê-la abrir os olhos. Um peso foi surgindo dentro do meu peito parecendo que estava massacrando-me. Engolindo a bola em minha garganta, retornei a falar, com a minha voz grossa por conta do choro que iria explodir a qualquer momento. “Abra os olhos, Anahí”. Pedi mais uma vez e não houve resultado.
O aparelho de monitoramento cardíaco disparou. Olhei para o aparelho e depois para Anahí, os meus olhos embaçaram-se com as lágrimas. Toquei em Anahí, balancei-a quase em desespero. “Anahí? Meu amor? Minha vida? Não faça isso comigo!”. Pedi num fio de voz.
Nada. Levantei-me bruscamente sem poder suportar mais ficar na sala e cumprir a minha palavra de não chorar. O mundo parecia que tinha desabado em minhas costas e todos os meus músculos ficaram doloridos. Meu cérebro não queria me obedecer de primeira, mas conseguir sair do quarto rapidamente, chamando atenção de todos os que estavam presentes.
Eles me olharam em dúvida e ao ver o meu semblante se romperam em desespero. Aisha gritou alguma coisa e entrou no quarto, sendo seguida pelos outros, enquanto, eu caminhava para bem longe daquele quarto, e desse hospital. A dor rompendo qualquer racionalidade dentro de mim.
Não chore. Ela tinha pedido. Passei como um furacão pelas pessoas sentia a bile em minha garganta o tempo todo. O tempo parecia lento. Um minuto, uma eternidade. As batidas do meu coração também estavam lentas. Cada batida, uma dor. As pessoas eram vultos em meus olhos. Desci as escadas rapidamente, cheguei ao estacionamento e entrei no meu carro.
Explodi no choro angustiante, deixando que a dor psíquica me arrasasse. Bati as mãos no volante, gritando diversas vezes que me fazia engasgar e um soluço compulsivo. O desespero fazia todo o meu corpo tremer.
Eu tinha perdido o amor da minha vida.
Autor(a): ThamyPortinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 789
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tryciarg89 Postado em 27/10/2023 - 12:11:12
Eu não tenho palavras pra descrever como esse final acabou com meu emocional,estou desidratada e muito triste.Essa fic foi simplesmente apaixonante,passei muito nervoso durante os períodos que elas não estavam juntas,mas em compensação o restante foi de tanto amor, foi linda essa história,muito linda mesmo, parabéns por essa história tão comovente!
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flowersportinon Postado em 25/03/2022 - 23:05:20
Eu poderia adaptar sua fanfic no wattpad? Os créditos seriam dados devidamente e se você quiser que eu apague eu apago :)
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Furacao Maite Postado em 05/12/2021 - 09:13:44
Thamyyy posso adaptar a sua fanfic com os devidos créditos, pleaseeeee??
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beedle Postado em 18/06/2017 - 20:59:14
Acabei de ler essa fanfic e que história incrível em todos os detalhes. Tentei não chorar, mas não pude evitar um lágrima escorrer pelo meu rosto. Você é incrível Thamy, parabéns por esse teu dom da escrita. Palmas pra ti, muitas palmas pra ti
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lika_ Postado em 17/11/2016 - 13:23:53
essa é a unica fic que eu li que me faz chorar toda vez que eu releio ela parabens Thamy portinon voce é uma grande escritora
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duda_kakimoto Postado em 29/05/2016 - 12:05:07
Que SDDS VEIII :(
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lua_portinon Postado em 17/05/2016 - 22:02:50
Fic perfeitaaaaaa <3
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ThayLosA Postado em 23/04/2016 - 23:19:54
chorei muito... simplesmente amei o final, mais estou um pouco triste. vc escreve muito bem. vou espera vc começa a posta na nova fanfic com muita ansiedade.
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Julia Klaus Postado em 23/04/2016 - 21:14:27
Amei a história. Parabéns :)
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Furacao Maite Postado em 23/04/2016 - 18:28:33
genteeeeeeeee que fic maravilhosa!!!! amei, amei, amei!!! triste , mas amei! gente! você escreve muito bem! estou maravilhada!! com certea vou ler a nova fic!!!! parabens