Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

20 anos depois...

Dulce narrando...

Vinte anos se passaram... Alguns momentos lentos, outros rápidos demais. Ocupei-me em criar a minha neta e os meus filhos.  O tempo trouxe algumas coisas boas, mas também ruins... Porque a vida era assim, uma caixinha de pandora. Mas, felizmente, conseguimos equilibrar e manter a harmonia da família.

Aisha continuava morando comigo... Ela tinha se tornado uma pintora de renome. Os seus quadros eram considerados como uma obra prima que valia muito dinheiro. Ela tinha se casado com a Lana... A Lana era professora universitária de matemática, tinha ganhado uma medalha de ouro na olimpidia de matemática, que foi perfeito pra sua carreira. Hoje, os gêmeos, Miguel e Gabriel que eram responsáveis também pela minha vinícola que tinha ganhado reconhecimento. O que começou como um passatempo tinha ganhado uma proporção inesperada.

Os meus gêmeos se tornaram lindos homens que deixavam muitas mulheres enlouquecidas, mas nenhum dos dois queriam saber de relacionamento, estava mais empenhados em trabalhar e curtir a vida sem amarrações.

Poncho e Anthony estavam morando também em Toscana, numa casa bem próxima do seu filho, que tinha se casado com Karoline e tinha tido mais três filhos. O Aaron tinha se tornado um grande fotógrafo. Os únicos que continuavam em Nova York era Maite e Audrey, já que Maya estava fazendo faculdade em Barcelona.

O Breno tinha sumido... Ele não era de entrar muito em contato. Depois da morte de sua irmã, ele se isolou. Marichelo e Pablo estavam em um asilo, eles optaram por isto.

Giovanna Maria, minha neta tinha se tornado uma linda mulher que lembrava muito a Anahí. Com o tempo, as suas características estavam mais parecida com a sua avó. Ela poderia ser confundida facilmente com Anahí. Ela estava cursando veterinária e estava apaixonada por uma professora. Como eu sabia disso? Éramos confidentes. A história parece à mesma, não é? Eu sabia que ela teria êxito. Minha neta era apaixonante, e seria questão de tempo para a professora ceder a ela. Torcia fervorosamente pela sua felicidade.

Eu tinha sido uma mulher feliz nesses vinte anos, embora que todos os dias, me lembrasse da minha Anahí. Eu não poderia esquecê-la jamais. A dor tinha se tornado em saudade. Com o tempo fui aceitando a sua perdida. Era melhor que ela tivesse ido, do que sofrido em cima de uma cama.

O meu amor continuava o mesmo, nada mudou. Eu ainda era apaixonada pela adolescente que entrou em minha vida á quase quarenta anos atrás. Eu sonhava com o seu sorriso e com os seus olhos azuis... Nos meus sonhos, ela sempre estava tão plena e tão feliz por nossa família ter crescido dessa forma.

Ela continuava sendo o meu primeiro e último pensamento. Quando as forças me faltavam, bastava imaginar o seu sorriso que eu conseguia seguir em frente. Por muitas vezes, não tinha enlouquecido de saudade, porque sabia que um dia iriamos nos encontrar.

Estava deitada na minha cama, de frente para o quadro de Anahí... Observava o seu sorriso. No fundo, tocava uma música: Pra você guardei o amor. Eu tinha envelhecido, não era mais a mesma de vinte anos atrás. O meu rosto tinha ganhado muitas rugas, como também as minhas mãos. Sessenta e sete anos, bem vividos.

Eu não tinha mais a vitalidade de anos atrás. Na medida em que a velhice ia chegando, as patologias também se apoderavam do nosso corpo. As minhas mãos tremulas eram indícios disso. Mas eu estava feliz. Eu tinha comprido a minha promessa que fiz para a Anahí... Eu tinha sido forte, eu não tinha desisto. Mantive-me fiel a promessa.

Dediquei-me aos meus filhos e a minha neta. Eles estavam bem encaminhadas na vida. A minha missão tinha sido realizada.

“Eu não vejo a hora de estar novamente com você, meu amor...”. Murmurei baixinho, minha respiração um pouco cansada.

Era noite. A lua brilhava por detrás da minha janela. Os meus olhos foram se fechando gradativamente pelo sono que me envolvia...

Senti um vento fresco em meu rosto fazendo com que os meus cabelos voassem e uma claridade me fizesse abrir os olhos. Fiquei desnorteada de início. Já tinha amanhecido? Não. Percebi que não estava na minha cama, em meu quarto. As tremulações que faziam parte do meu corpo e do meu cotidiano não me acometiam mais. Olhei para as minhas mãos e estavam joviais. Passei as mãos em meu rosto e não senti nenhuma ruga, o meu corpo estava novamente perfeito no auge de minha juventude. Os meus pés descalços estavam afundados dentro da água cristalina e firme na areia. Era um lago e a água ia à altura dos meus cotovelos. Usava um vestido longo numa tonalidade creme. O sol brilhava forte na água do lago, e minha imagem estava refletida na água. Tomei um susto ao ver o meu rosto de anos atrás... Eu estava com a mesma fisionomia quando tinha vinte e quatro anos.

Como era possível? Eu estava sonhando?

“Surpresa?”. A voz rouca atrás de mim fez o meu coração bater aceleradamente e meu corpo estremecer.

Virei-me rapidamente com o coração na boca e os olhos lacrimejando. Uma emoção forte explodiu dentro do meu peito quando eu a vi... Ela estava simplesmente maravilhosa num vestido longo branco, os seus cabelos voavam com o vento e exibia um sorriso lindo. O mesmo sorriso que eu guardei dentro do meu coração por tantos anos. Os seus olhos azuis brilhavam como as águas do lago... Azuis e encantadores. Ela não tinha mudado em nada, estava jovial, assim como eu. Diria que a sua aparência estava de dezessete anos novamente... Como no início.

Estávamos em Rosewood... Atrás de Anahí, estava o nosso chalé que compartilhamos tantos momentos inesquecíveis. Tudo estava do mesmo jeito que antes, nada tinha mudado.

“Isso é um sonho?”. Eu perguntei no fio de voz, os olhos de Anahí ficaram marejados, mas a felicidade ainda estava presentes neles.

Ela se aproximou sentir o seu perfume novamente fez com que as lágrimas caíssem em abundância. Anahí parou na minha frente e limpou as minhas lágrimas, solucei ao sentir o seu toque quente e tão suave. Se fosse um sonho, era o melhor da minha vida. “Não. Não é um sonho, é real.”.

“Real?”. Perguntei baixinho, então, levantei o meu braço e toquei o rosto de Anahí com uma mão. Ela fechou os olhos e as lágrimas piscaram. O meu tremor aumentou ao senti-la tão quente e viva! “Você é real!”. Disse chorando.

“Sim. Sou real”. Ela abriu os olhos, o choro fazia parte do momento, estávamos emocionadas. O toque de mão tornou-se abraço e o abraço tornou-se beijo de saudade, de amor, de saudação.

Afastamos nos rostos, mas eu coloquei as minhas mãos em seu rosto, acariciando as suas bochechas, ela mantinha suas mãos em meu pescoço. O choro deu lugar a sorrisos.

“Eu não entendo. Se isso não é um sonho e você é real, então significa que...”.

“Que esse é o nosso paraíso. O paraíso não é nuvens como muitos imaginam, mas o melhor momento de nossas vidas”. Anahí tirou as mãos de mim, e segurou a minha mão, puxando para fora da água. “Aqui, em Rosewood, passamos os melhores momentos de nossas vidas. Esse chalé é a vivência do nosso amor”.

“Paraíso...”. Murmurei, andando ao seu lado e segurando firmemente a sua mão com medo de que ela escapasse de mim. “Se eu estou no paraíso, então, significa que eu...?”. Estávamos em terra firme agora.

Anahí virou-se para mim e me olhou serenamente. “Que você fez a transição... Deixou a vida terrena para viver a espiritual”.

Significa que eu tinha morrido. Eu não tive tempo de me despedi da minha família, mas sabia que elas estavam felizes, e isso me confortava. Eu agora estava ao lado do amor da minha vida e isso me deixava extremamente feliz.

“E a minha vida espiritual é aqui ao seu lado? Ficaremos juntas para toda eternidade?”. Perguntei com um sorriso feliz.

Anahí riu com as minhas perguntas bobas, então, colocou as mãos em meu rosto, ficou de ponta de pé e beijou carinhosamente os meus lábios. Separou os lábios dos meus e disse alegre: “Para toda eternidade”.

FIM.