Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Foi um pouco complicado fazer o Alfonso ir embora. Aparentemente, ele estava muito interessado no loiro. Mas depois de argumentar, e pegar o telefone do rapaz, conseguimos sair do recinto. Era quase meia-noite. O meu pai estava em casa, então, não podia falhar no horário.

Alfonso resmungou o caminho todo. Hora resmungava. Hora falava do loiro, então, voltava a resmungar. Dei-lhe um beijo na bochecha e me despedi assim que ele parou em frente da minha casa.

Abri a porta e entrei. Americanos e o péssimo hábito de não trancar as portas. Encontrei o meu pai com uma xícara de café na mão, vários donuts de vários sabores. O meu estomago roncou, aliás, eu não tinha comido nada.

“Boa noite, filha. Se divertiu?” perguntou meu pai, tomando um gole de café.

“Sim, papai. Bastante”. Dei um leve sorriso.

“Quer um pouco?” perguntou, referindo as rosquinhas “Tem de brigadeiro, o seu favorito”.

“Quero. Vou pegar um pouco de leite”.

Fui até a cozinha, peguei uma xícara, enchi de leite e coloquei no micro-ondas. Enquanto esperava esquentar, tirei as minhas botas e coloquei no cantinho da parede. Adorava saltos, porém, tinha hora que os pés precisavam descansar. O micro-ondas acionou, então, peguei a minha xícara e voltei para sala. Sentando-me ao lado do Enrique.

“Então. Onde foi?” quis saber ele.

“Ao boliche” menti, pegando uma rosquinha de brigadeiro e dando uma generosa mordida.

“Ganhou do Poncho?” ele perguntou sorrindo, sabendo como Poncho era competitivo.

“Digamos que empatamos”. Respondi, pensando que nem eu e nem Poncho ficamos o tempo suficiente com quem gostaríamos. “Terminou o seu artigo?”.

“Felizmente sim. Mais rápido do que gostaria”. Ele deu mais um gole de café. “A casa fica um pouco vazia sem a presença de sua mãe”.

“Sim. Mas hoje é por uma boa causa: Diversão”. Eu sorrir, comendo o resto da minha rosquinha. “E o Breno?”.

“No quarto. Como sempre. Quer assistir um seriado?” perguntou Enrique, apontando para televisão.

“Sim. Vou faze-lhe companhia até mamãe chegar”.

“Qual seriado de hoje?” Enrique sorriu ao pegar o controle e olhar para mim com expectativa.

“Scream”.

“Ui. Esse deu medo!”. Brincou papai.

Eu dei uma risada alta, divertida. Como nossa Netflix era acessada também na televisão, não demorou muito para assistimos, acompanhada de rosquinhas. Sim, era um bom fim de noite!

**

Acordei um pouco tarde no domingo, aproveitei para relaxar o máximo que pude. Minha cama estava deliciosamente confortável, o bom do domingo era poder abusar da preguiça. Por volta, de dez horas da manhã, levantei-me... Deixei a janela aberta na noite anterior, e um friozinho entrava por ela, me fazendo ter pequenos calafrios. Bocejei, e fui para o banheiro. Tomei um banho de água quente, e lavei os meus cabelos.

Após o banho, enrolei meus cabelos em uma toalha e coloquei um roupão, enquanto fui para o quarto procurar alguma roupa para vestir.

O meu celular vibrou, tirando a minha concentração, então, o peguei em cima da cama. Era o Poncho, informando que passaria pra me pegar para passear. Conhecendo o meu amigo, certamente seria o shopping ou algo parecido.

Como o tempo estava frio... Escolhi um vestido de lã listrado de mangas compridas, meia calça e botas UGG. Tirei o excesso da água do meu cabelo, mas não sequei completamente. Fiz uma leve maquiagem, peguei o meu sobretudo, e minha bolsa.

Chegou outro SMS do Poncho, informando que já estava na frente da minha casa. Apareci na janela do meu quarto e acenei. Então, sai do meu quarto e bati na porta do quarto dos meus pais. Abrir a porta lentamente, e estava apenas Marichelo na cama com uma mão nos olhos. Entrei.

“Mãe?” chamei Marichelo que deu um gemido e tirou a mão dos olhos, estavam inchados e vermelhos. “Você está bem?” perguntei, me aproximando da cama.

“Ressaca. Eu não deveria ter exagerado no Cosmopolitan. Tão doce, saborosa, mas o efeito é devastador”. Ela gemeu novamente, apertando os olhos diversas vezes, então, me olhou. “Vai sair?”.

“Sim. Vou andar um pouco com o Poncho. Quer algum analgésico?”.

“Não. O seu pai foi na farmácia comprar, daqui a pouco, ele chega. Obrigada, filha”.

“De nada, mãe. Fica bem. Qualquer coisa me liga, ok?” dei um breve beijo em sua testa e ela sorriu.

“Ok. Divirta-se. Não chegue muito tarde em casa”.

“Pode deixar”. Sorrir e sai do quarto, fechando a porta lentamente para não incomodá-la com o barulho, encontrei o Breno no corredor. “Vai ficar em casa?”.

“Vou. Por quê?” perguntou ele, que segurava um prato com sanduíche e suco de laranja na outra mão.

“Nada. Curiosidade”. Respondi e passei por ele.

Não éramos os melhores irmãos do mundo. Mas, nos gostávamos. Só não sabíamos como demostrar ou no caso, dialogar. Sair de casa, e coloquei o meu sobretudo. Caminhei rapidamente para o carro e entrei, dando um beijo na bochecha do Poncho.

“Aonde vamos?” perguntei a ele.

“Não sei, pensei em irmos almoçar alguma coisa e depois irmos ao parque. Jogar pipoca para os pombos e patos”. Respondeu ele, dando partida no carro.

“Uau. Que programação mais de velhinho” brinquei e ele riu.

“Não tenho culpa se Rosewood é bastante limitada”.

“Por que não vamos ao shopping e ficamos por lá mesmo? Eu preciso pegar minha fantasia, já encomendei na loja”.

Ele olhou para mim e sorriu. “Na realidade, eu tinha pensado em ficar no shopping mesmo. O parque era zoação”.

“Amém. Sinto-me até aliviada agora”. Rimos. “Você já comprou a sua fantasia?”.

“Já. E convidei o Anthony para ir comigo”.

“Quem é Anthony?”. Perguntei, mexendo no meu celular, olhando algumas conversas no whatsapp.

“O carinha de ontem” ele respondeu com um sorriso. “Ele é um príncipe, sabe? Já conversamos hoje de manhã. Acordei com um telefonema dele, não achei que fosse me ligar”. Ele comentou sonhador, parado no sinal e voltando-se para mim. “Acho que estou apaixonado. Amor à primeira vista, você sabe como é isso?” perguntou ele, com os olhos brilhando.

Eu encostei a cabeça no apoio do banco e sorrir ao me lembrar de certa ruivinha.  “Sim, sei. Só vai com calma, tá? Você o conheceu ontem, e pode ser muito precipitado. Promete que terá cuidado?” pedi, olhando para ele.

“Claro que sim”. Poncho balançou a cabeça e voltou a dirigir quando o sinal abriu. “E como foi você com a professora?”.

“Incrível...” suspirei “Ela é sempre incrível quando se permite. Eu irei para o baile com ela”.

Poncho arregalou os olhos. “Vocês ficaram loucas?”.

“Não” respondi “Ninguém saberá que sou eu. Escolhi uma fantasia que não levante suspeita. Não quero problemas para Dulce”.

“E qual será a fantasia, posso saber?”. Perguntou ele, já estacionando o carro.

Eu rir. “Você verá quando eu for pegá-la! Agora só mais uma coisa, Poncho... A Andrew me convidou para ir com ela e eu disse que estarei na casa de uma tia, por favor, não dê com as línguas nos dentes”. Pedi já séria.

“Não se preocupe. Não direi nada a ela!”.

Descemos do carro e formos para o shopping que estava amarrotado de gente, pessoas animadas fazendo as suas compras para o Halloween. Depois de pegamos a minha fantasia, formos almoçar... Escolhemos a MC Donald’s mesmo. E depois, formos andar, se tinha uma coisa que Poncho adorava fazer era entrar de loja em loja para olhar as novidades e ficar antenado com a moda. Só que nesse dia em especial... Ele não estava tão interessado assim, sua atenção se prendia mais para o celular, que o Anthony não parava de mandar mensagem... Cada mensagem era um motivo do sorriso de Poncho.

Eu estava muito feliz por ele, apesar de estar também protetora. Não sabia da índole do Anthony... Aliás, a única coisa que sabia era sua fisionomia sob luzes escuras. Depois, de espiar algumas mensagens, percebi que ele parecia mesmo afim do Poncho. Até fotos estava mandando, o Poncho também entrou no embalo e tirou algumas fotos do que estava fazendo, até eu entrei no bolo. Olhando as fotos do Anthony, percebi que ele não era feio como eu tinha imaginado na noite anterior... Era um loiro bastante bonito com os seus olhos cor de mel, e sorriso largo. Acho que tinha sido o efeito das luzes que distorceu a imagem.

Demoramos um pouco no shopping, depois voltamos para casa. Poncho estava ansioso para ir pra o Skype com o Anthony. Pessoas apaixonadas... Oh, meu Deus! Eu também não podia questionar, já que estava no embalo de paixão que acometia o meu amigo, a diferença era que estava na base da limitação ainda.

Cheguei em casa, e não encontrei ninguém. Tinha um recado na porta da geladeira informando que saíram para jantar, e arrastaram o Breno junto. Peguei um copo de água, e subi para o meu quarto. Soltei minha bolsa na cama, coloquei o copo de água no criado-mudo, retirei o meu sobretudo e sentei-me na cama, puxando o notebook para o colo.

Acessei o meu Facebook. Olhei algumas solicitações, conversei com alguns amigos e fui jogar Kitchen. Estava bastante empenhada para passar de fase quando uma janelinha surgiu, um sorriso espontâneo escapou dos meus lábios ao ver quem era. Rapidamente esqueci-me do jogo.

Dulce Maria

Boa noite, Srta. Portilla. Poderia adicionar-me no Skype? Para assuntos escolares, sabe... Duhmel. Espero-a lá.

Eu rir, sendo invadida por uma felicidade sem tamanho. Enquanto o meu Skype abria, fiquei fuçando o perfil de Dulce. Suas fotos eram maravilhosas, tinha fotos com pessoas que eu não conhecia, mas pela aparência ser parecida, deduzi que era família. Só achei estranha uma mulher que comentava em todas as fotos de Dulce... Com o detalhe que era as que a Dulce estava sozinha. Uma tal de Sandra.

Rapidamente fiquei em alerta... A mulher era bonita, e parecia ter um grau de intimidade com a Dulce, principalmente porque Dulce a respondi carinhosamente.

Meu Skype entrou, então, adicionei Dulce que rapidamente apareceu, e mandou uma conversa de vídeo. Passei a mão no cabelo antes de aceitar, como ele tinha secado ao natural, estava bem rebelde.

Não demorou muito para surgir à imagem de Dulce em minha frente...