Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

“O que finalmente você tem com essa garota?” me perguntou Dulce, já no carro, enquanto dirigia irritada. “Ela faz questão de me provocar, e tenho certeza que não é pelo fato de eu ser professora dela. Essa implicância é por causa de você. Eu não me importo com idiotices de alunos, mas é evidente o interesse dela por você!”.

“Eu não tenho nada com ela, Dulce”. Retruquei, cruzando os braços. “Se eu tivesse, não estaria no baile com você, e sim com ela. Já que ela me convidou”. Mordi o lábio inferior depois que falei, não queria inflamar o ciúme de Dulce.

“Ah, então, que dizer que você fica de papinho com ela á ponto de ela lhe chamar para o baile?” esbravejou Dulce.

“Ela é minha amiga. É natural das amigas se falarem”.

“Não as amigas que você beija. Não esqueci do beijo no baile da escola!”.

“Foi apenas um beijo, Dulce.” Respondi, revirando os olhos. “Depois disso, não teve mais nada. Só a vejo como amiga”.

“Mas, ela não ver. E você deveria cortar logo o mal pela raiz! Essa garotinha se acha demais e pressinto que ela será problema”.

“O que quer que eu faça? Que eu corte relação total com a Audrey?” perguntei chateada, até porque ela foi uma grande amiga quando eu precisei.

“Seria um bom começo”. Respondeu ela, com os olhos fixos na estrada.

“Eu não irei parar de falar com a Audrey! O que posso fazer é impor limite, mas parar de falar não. Ela foi muito importante para mim em um momento difícil, e não posso magoá-la”. Falei, retirando a máscara e consequentemente a peruca, deixando os meus cabelos caírem pelos meus ombros.

“Não posso magoá-la” imitou Dulce minha voz, me deixando irritada. “Porcaria!” ela disse, esmurrando o volante, me assustando com a atitude, então, parou bruscamente o carro. Olhou para mim. “Você está afim dela. É isso?”.

Olhei para Dulce incrédula. Eu tinha dito no baile que estava apaixonada por ela. Então, ela tinha uma crise estúpida de ciúme e esquecia o que eu tinha falado hora anterior. Abrir a porta do carro e me pus para fora dele, falando rispidamente. “Para pergunta estúpida, o silêncio é a melhor resposta”. E bati a porta com força.

Não demorou muito para que Dulce me alcançasse. Segurou-me pelo braço e virou-me com agilidade. Nos olhamos. Ambas irritadas. “Quando eu faço uma pergunta, no mínimo que espero, é uma resposta!” disse ela.

Puxei o meu braço, soltando-me dela. E cruzei os meus braços em defensiva. “Comigo pergunta ofensiva não terá resposta. Por que você não para um pouco de bancar a minha dona e pensa um pouco? Eu fui para o baile com quem? Eu disse que estava apaixonada por quem? Se você não consegue ter essas respostas por si só nem merece a minha atenção.” Olhei para a direção da lanchonete. “Eu vou comer”.

Segui em direção do Burger King, Comecei a contestar que Dulce era muito ciumenta. Eu sabia que ela tinha razão em parte com a Audrey, que fazia questão de provoca-la, e que tinha intenção para comigo. Mas eu iria conversar com ela sobre isso, não precisava Dulce surtar daquela maneira. Sempre achei muito fofo ciúme de casal, na teoria... Pois, na prática não era muito agradável.

Adentrei na lanchonete que estava vazia. Olhei no relógio de parede e era quase duas horas da manhã... Em pensar que amanhã teria aula, era meio frustrante. Não demorou muito para que Dulce estivesse do meu lado, nenhum momento ela disse qualquer coisa, mas parecia aqueles cachorros abandonados. Senti vontade de acolhê-la em meus braços, mas ainda estava chateada para isso.

Depois de olhar as opções. Olhei para Dulce e perguntei. “O que vai querer?”.

Ela deu de ombros. Murcha. “O mesmo que você”.

Olhei novamente para as opções. Estranhamente, a atendente parecia ansiosa para que eu fizesse. Como era Halloween, e eu ainda não tinha experimentado o sabor novato. Eu disse a ela. “Dois Whopper Halloween, por favor”.

A garçonete registrou o pedido e de repente, faltou energia. Dei um passo para o lado, minha visão tentou se acostumar com a escuridão, mas era impossível enxergar um palmo a minha frente. “Dulce?” chamei, por ter medo de escuridão total.

“Estou aqui”. Ela respondeu e tocou o meu braço, porém, senti a mão dela muito áspera.

Comecei a ficar nervosa, e uma leve dor de barriga me acometeu. De repente, a luz acendeu, e estava na minha frente um zumbi com uma bandeja que gritou com voz macabra. “Aqui está o seu pedido”.

Cara. Vou te falar! Tanto eu, como a Dulce se assustou. Porém, eu entrei em pânico. Gritei e corri em direção contrária, só que para o meu azar, eu não tinha visto a mesa, e acabei surfando pela mesa, caindo em cima da outra, derrubando tanto a mesa, como as coisas que estava em cima, minha cabeça foi diretamente ao chão, e recebi uma pancada na lateral da minha testa. Escutei um grito de Dulce pelo meu nome, e acho que desmaiei por breves segundos.

“Ai meu Deus! Ajudem!” escutei a voz de Dulce ao longe quando fui recobrando os sentidos, tirando a mesa de cima de mim.

A minha visão estava embasada. Eu não consiga enxergar nada. Mas senti os braços de Dulce me aconchegando, enquanto, os funcionários se desculpavam e Dulce esbravejava. “De muito mau gosto essa brincadeira! Sabia que eu posso processá-los? Quero uma faca, por favor. E rápido!” ela pediu autoritária. Então, suavizou a voz para falar comigo. “Meu amor, você está bem?”.

“Estou cega! Eu não consigo enxergar nada, Dulce. Estou cega!” disse em desespero, levantando os meus braços e tentando encontrar o rosto dela.

“Você não está cega, meu amor”. Ela disse, e eu percebi o riso na voz dela.

“Claro que estou! Não vejo nada e você está rindo?” perguntei, ficando magoada.

“Não. Não estou e você não está. É o guardanapo”. Disse ela, retirando o guardanapo dos meus olhos, então, eu a vi. Ela estava com expressão divertida. Fiquei vermelha feito um pimentão pela minha garfe. O funcionário trouxe uma faca e Dulce pressionou na lateral da minha testa.

“Pra que isso?” perguntei baixinho.

“Pra o galo não crescer muito. Tá meio feia a situação.” Disse ela, pressionando mais a lateral da faca. Minutos depois. Ela perguntou. “Sente-se bem de verdade?”

“Sim. Só minha cabeça dói”. Murmurei.

Dulce se levantou, e me ajudou se levantar. Eu fiquei tonta e tive que me segurar nela. Os funcionários pediram novamente desculpa, e eu apenas meneei a cabeça. Encostada em Dulce, ela me levou até o seu carro e logo entrou no lado do motorista. “Não durma, meu bem. Chegar em casa, irei lhe dar um analgésico. Mas é de suma importância que se mantenha acordada, ok?”.

Apenas balancei a cabeça, sendo invadida por um sono intenso, porém, tentava me manter acordada. Dulce conversava para eu não dormir. Chegamos em seu apartamento, e ela me levou para ele. Deitou-me em sua cama, e me deu um analgésico. Aconcheguei-me em seus travesseiros que tinha o seu perfume.

Dulce pegou o meu telefone, e disse que ligaria para o Poncho... Foi a única coisa que me lembro depois de apagar completamente.