Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.
Acordei mais cedo do que o habitual. Isso dava mais tempo para que eu me arrumasse. O tempo estava frio... Eu sabia o que significava, era a iniciação do inverno, não demoraria muito para que a temperatura caísse tanto á ponto de nevar.
Escolhi uma roupa quente. Uma blusa de manga longa, meia-calça, short, botas coturnos e casaco rosa. O que eu gostava de meias, era que deixavam as suas pernas aquecidas. Eu estava com preguiça de fazer algum penteado no cabelo, então, deixei-os naturais, o que era é bom, já que ficavam volumosos. Coloquei um colar com pingente de coruja, brincos, passei blush, rímel, batom-vermelho e perfume. Pronto! Estava pronta para guerra.
Tirei o meu celular do carregador, peguei a minha bolsa e desci. Encontrei apenas o meu pai tomando café. Assim que me viu, ele sorriu, porém, tinha algo em seu semblante que me deixou em alerta.
“Bom dia pai” eu disse, servindo-me de uma xícara de café, em seguida, abri a geladeira e tirei a caixa do leite, colocando um pouco na xícara.
“Bom dia filha” disse Enrique, acompanhando os meus movimentos com o olhar “Sente-se melhor?”.
“Sim, estou nova em folha.” respondi sorrindo.
“Ótimo, porque precisamos conversar” ele disse sério, apontando para a cadeira vazia em seu lado.
Gelei. Diversos pensamentos passaram em minha cabeça. Será que Audrey tinha contado alguma coisa a ele de Dulce? Mas se ele soubesse que eu estava tendo um romance com a minha professora, ele não ficaria tão calmo assim, então, descartei. O meu maio medo era relacionado à Dulce, os outros assuntos, poderiam ser resolvidos sem maiores dramas. Acalmei-me interiormente e sentei-me na cadeira.
“Sim?” perguntei, e tomei um gole do meu café, que desceu amargo demais em minha garganta.
Ele empurrou uma fatura na minha direção. E falou. “Poderia me explicar o que é isso?”.
Coloquei a xícara na mesa, e peguei a fatura. Era do cartão de crédito. Antes mesmo de olhar, já sabia que eu estava ferrada. Tinha abusado do cartão no último mês. Abri a fatura e mordi o meu lábio inferior ao ver o valor que eu tinha gastado... Quase dois mil dólares.
“Então?” insistiu ele com a minha demora.
“Eu tive... Necessidades...”. Falei pausadamente, sem saber o que inventar.
“Necessidades de dois mil dólares? Em que? Eu e sua mãe suprimos as suas necessidades básicas. Você não tem compromisso com as contas domésticas, muito menos com a gasolina, e ainda por fora, damos dinheiro extra para gastar como bem entender com suas saídas. Então, como me explica essa conta de dois mil dólares?” falou o meu pai, batendo com o dedo indicador na conta.
Se essa conversa fosse com a Marichelo, tenho certeza que ela estaria gritando como uma louca. Eu tinha exagerado, tinha que admitir. Suspirei e falei “Me descontrolei um pouco...”.
“Um pouco?” meu pai falou um pouco alto, me assustando, mas logo voltou a falar baixo. “Você foi irresponsável, Anahí! Muito! Eu não trabalho que nem um condenado para destinar um terço do meu salário em seu cartão de crédito. Você tem que entender que não é apenas você que sou responsável, o seu irmão também! Então, por que não coloca a mão na consciência e controla-se? Nem tudo que queremos, podemos ter”.
“Desculpa pai... Não vai mais acontecer”. Eu disse, chateada comigo mesma pela minha displicência.
“Mas não vai mesmo” ele falou e levantou-se “O seu cartão está confiscado até segundo ordem” eu ia começar a protestar, porém, ele me cortou “E sinta-se feliz por essa conversa ter sido comigo, se fosse com a sua mãe, o castigo seria bem maior”. Dito isso, saiu da cozinha, me deixando sozinha.
Oh saco! Dei um murro na mesa por puro estresse. O que eu iria fazer sem o meu cartão de crédito? Eu amava ter o meu cartão, por segurança também, nunca se sabe quando vai precisar. Tirar o meu cartão, era quase a mesma coisa de tirar o meu celular, sentia-me perdida. Eu sei que fui irresponsável, mas não pensei que o castigo seria esse. No máximo, achei que Enrique daria apenas faria um discurso moral e pronto.
“E aí” uma voz preguiçosa me abordou na cozinha, era o meu irmão que se arrastava até a geladeira, e tirava o leite. A diferença é que tomava o mesmo pelo gargalho.
“Se mamãe lhe vê fazendo isso, você terá um grande problema” eu disse, reprovando o seu ato.
“Relaxe.” Disse Breno, limpando com o pulso a boca “Mamãe está conversando com papai. Pelo tom é sério e o seu nome está envolvido”.
“Você ouviu alguma coisa da conversa?” perguntei, dando total atenção ao meu irmão.
“Não muito. Era algo sobre o seu cartão de crédito. Acho que você está bem ferrada” falou Breno, dando um risinho e guardou o leite.
“Pode tirar esse sorriso da cara. Papai já falou comigo”. Resmunguei.
“Mas mamãe, não e...” ele ia continuando falar, mas parou assim que Marichelo entrou na cozinha com o semblante fechado.
“Cinco minutos no carro. E sem demora!” berrou ela ao pegar uma xícara de café e depois saiu da cozinha.
“Começa a rezar, Anahí...” provocou Breno, saindo da cozinha.
Respirei fundo. Tinha o pressentimento que a ida para a escola seria muito longa. Resignada, peguei a minha bolsa e fui para o carro.
**
Estava irritadíssima! Marichelo com o seu sermão era pior do que qualquer outra coisa. Ela tinha ressaltado da minha irresponsabilidade, e o meu desconhecimento de valores, que eu só teria noção quanto custava um dólar, quando eu trabalhasse. Coisa que ela queria que eu fizesse, porém, estudo em tempo integral e não tinha com fazer isso. Trabalhar a noite estava totalmente fora de cogitação!
Descontei a minha raiva no armário, chamando atenção dos alunos ao redor, mas não me importou. Assim que abri, um envelope caiu em meus pés, abaixei-me e o peguei, estranhando aquilo. Fiquei olhando o envelope vermelho, intrigada, não tinha qualquer escrita ao lado de fora. Mordi meu lábio inferior, e me encostei no armário, pensativa se abriria ou não.
Quando pensei em abrir, uma pessoa surgiu em minha frente, perguntando preocupada. “Soube que você passou mal ontem, você sente-se melhor?”.
Desviei a minha atenção do envelope para Audrey. Apertei os meus olhos ao encará-la, os seus olhos estavam preocupados. Mas ao me recordar que ela foi à causadora do meu mal-estar, me deixou arrisca. “Não é da sua conta”. Virei-me e fechei o armário com força.
A cara atônita de Audrey seria engraçada, se eu não tivesse tão irritada e se as coisas não estivessem em jogo. Apesar do risco, não queria ser simpática com ela, seria hipocrisia fingir que não estava chateada com sua atitude de ontem. Comecei a caminhar, mas ela veio atrás de mim e me puxou pelo braço.
“Anahí...” ela começou quando olhei para ela com uma carranca “Se o seu mal-estar foi devido a nossa conversa de ontem, peço-lhe desculpa. Eu... Eu não pensei que você ficaria adoentada. Eu gosto de você, muito e só de pensar que fui causadora, sinto-me muito mal” ela esperou que eu falasse alguma coisa, mas como fiquei calada, ela continuou “Ontem... Eu me excedi”.
Podia ver o arrependimento em seus olhos, porém, não estava nem um pouco a fim de me comover com isso. Puxei o meu braço de sua mão. “Ah é mesmo?” perguntei ironicamente.
“Não precisa usar esse tom comigo” Audrey disse, passando a mão nervosamente no seu topete. “Eu nunca faria nada para te machucar, e se isso implica não contar nada sobre você e a...” ela fez uma pausa, respirou fundo e continuou “... A professora, eu não contarei”.
“Sério?” perguntei aparentemente surpresa, não esperava isso.
“Sim. Apesar de estar com o ego e o coração também ferido, percebi o quanto fui imatura ontem. Prefiro tê-la como amiga, do que não ter nada”.
Olhei dentro dos seus olhos e vi a sinceridade cintilar neles... Desvairou-se tudo... Raiva, medo. Parecia que uma pedra tinha sido tirada dentro de mim. Sorrir para ela, e percebi também o seu alívio. A abracei apertadamente, sentindo-me feliz. Murmurei. “Obrigada... De verdade, você não sabe como é importante para mim saber disso”.
Ela segurou-me firme em seu corpo, então, afastou o rosto para me encarar e disse intensa. “Se por ventura, não dá certo... Eu estarei aqui...”.
Inclinei-me e dei um beijo em sua testa. “Eu sei...”.
Soltei-me dela, e com mais um sorriso, me afastei, indo diretamente para sala. Encontrei-me com o Poncho sentado com os olhos fixos no celular. Estranhei, toquei em seu ombro, que me olhou entristecido.
“Aconteceu alguma coisa?” perguntei preocupada, coloquei minha bolsa na minha carteira e me sentei, de frente para ele.
“Briguei com o Anthony” ele disse triste “Por besteira, sabe? Fiquei com ciúme do carinha do cachorro-quente”.
“Do cachorro-quente?” perguntei, controlando o meu riso, porque realmente tinha sido besteira.
“Sim. Fomos para um jogo de beisebol ontem á noite. Sentimos fome e chamamos o carinha. Ele estava sorridente demais para o Tony. Fechei a cara e fiz o meu show. Moral da história? Não assistimos ao jogo e estamos sem nos falar”. Ele respirou fundo, amuado.
“Eu sempre achei que o carinha do cachorro-quente era simpático com todo mundo. Até porque esse é o intuito dele, ser simpático para vender” comentei, tirando o meu caderno dentro da bolsa e colocando na mesa.
“Foi exatamente isso que Tony disse. Estou me sentindo tão idiota” lastimou-se ele.
“E realmente você foi idiota” recebi um olhar chateado do Poncho, mas segurei em sua mão e sorrir levemente “Não fique assim, vocês ficarão bem. Desculpe-se já que você sabe que passou dos limites. E controle-se, vocês estão recente demais para esses ciúmes exagerados”.
Ele apertou da minha mão e sorriu suavemente. “Eu sei... Mas parece que faz tanto tempo, de uma forma boa, claro. Parece que fomos feitos um para o outro. Nos conhecemos tão bem, apesar do pouco tempo. Eu me sinto tão pleno quando estou com ele...” continuou comentando o Poncho sonhador, no mesmo momento em que Dulce entrou na sala, e nos entreolhamos, baixei a cabeça para esconder o sorriso abobalhado, eu realmente sabia o que Poncho estava falando. Voltei a levantar a cabeça, olhando também sonhadora para Dulce.
“É o amor...” suspirei assim que Poncho parou de falar.
“Sim. É o amor...” ele concordou.
E sorrimos um para o outro, cúmplices.
Autor(a): ThamyPortinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 789
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tryciarg89 Postado em 27/10/2023 - 12:11:12
Eu não tenho palavras pra descrever como esse final acabou com meu emocional,estou desidratada e muito triste.Essa fic foi simplesmente apaixonante,passei muito nervoso durante os períodos que elas não estavam juntas,mas em compensação o restante foi de tanto amor, foi linda essa história,muito linda mesmo, parabéns por essa história tão comovente!
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flowersportinon Postado em 25/03/2022 - 23:05:20
Eu poderia adaptar sua fanfic no wattpad? Os créditos seriam dados devidamente e se você quiser que eu apague eu apago :)
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Furacao Maite Postado em 05/12/2021 - 09:13:44
Thamyyy posso adaptar a sua fanfic com os devidos créditos, pleaseeeee??
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beedle Postado em 18/06/2017 - 20:59:14
Acabei de ler essa fanfic e que história incrível em todos os detalhes. Tentei não chorar, mas não pude evitar um lágrima escorrer pelo meu rosto. Você é incrível Thamy, parabéns por esse teu dom da escrita. Palmas pra ti, muitas palmas pra ti
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lika_ Postado em 17/11/2016 - 13:23:53
essa é a unica fic que eu li que me faz chorar toda vez que eu releio ela parabens Thamy portinon voce é uma grande escritora
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duda_kakimoto Postado em 29/05/2016 - 12:05:07
Que SDDS VEIII :(
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lua_portinon Postado em 17/05/2016 - 22:02:50
Fic perfeitaaaaaa <3
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ThayLosA Postado em 23/04/2016 - 23:19:54
chorei muito... simplesmente amei o final, mais estou um pouco triste. vc escreve muito bem. vou espera vc começa a posta na nova fanfic com muita ansiedade.
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Julia Klaus Postado em 23/04/2016 - 21:14:27
Amei a história. Parabéns :)
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Furacao Maite Postado em 23/04/2016 - 18:28:33
genteeeeeeeee que fic maravilhosa!!!! amei, amei, amei!!! triste , mas amei! gente! você escreve muito bem! estou maravilhada!! com certea vou ler a nova fic!!!! parabens