Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

As aulas se enceraram. Eu estava cansada. A única coisa que queria naquele momento é ir para casa e assistir Prison Break. Porém, ao mexer em minha bolsa, percebi que a minha carteira não estava, provavelmente tinha deixado na sala de aula. Percebi também que o envelope rosa e o peguei.

Abri o envelope e tinha um cartão branco com uma linda escrita acompanhada de uma frase:

Você é a medida exata de tudo o que um dia eu sonhei pra mim. D.

O meu sorriso apaixonado foi instantâneo. O meu coração batia freneticamente, apertei o cartão contra o peito e suspirei. Tinha que ser a minha Dulce para me causar uma felicidade tão grande! Guardei o cartão com cuidado e carinho na bolsa. Então, me lembrei da minha carteira.

Como Poncho se prontificou em me levar pra casa, já que o clima com Marichelo estava complicado. Toquei no braço dele e informei. “Vou pegar a minha carteira que deixei na sala e já volto”.

“Ok, lindinha. Não demore.” disse ele ao abrir a porta do carro.

Voltei correndo praticamente nos corredores. Fiquei com medo de que alguém tivesse pegado a minha carteira. Tinha a minha mesada dentro dela, e como eu estava sem cartão de crédito, precisava economizar bastante, a única coisa que me faltava era que alguém pegasse.

Entrei na sala, e encontrei com Dulce que estava com minha carteira na mão. Ela estava cariciando a carteira com o dedo polegar e parecia distraída com seus pensamentos, tanto que não notou a minha presença até eu falar. “Você achou a minha carteira. Eu estava tão preocupada!”.

“Estava em cima da cadeira. Eu iria entregar a sua mãe”. Respondeu Dulce, aproximando-se de mim e entregando-me a carteira, nossos olhos se encontraram, mas não por muito tempo, já que ela olhou para os meus lábios.

Umedeci os meus lábios automaticamente, fazendo Dulce respirar fundo. “É... Obrigada”. Eu disse um pouco tímida. “E obrigada pelo cartão também... Eu amei”.

“De nada... Fico feliz que tenha gostado!” ela disse, voltando a olhar para meus olhos “Eu acho melhor você ir embora... Estou com uma imensa vontade de beijá-la e acho que já nos arriscamos demais por hoje”.

Fiquei vermelha por recordar de mais cedo, da minha ousadia. Eu deveria deixar disso, era natural de um casal se tornar íntimos, mas eu não conseguia controlar a vergonha. “Sim... É... Sobre amanhã, estou bastante ansiosa para que conheça o meu pai”.

“É mesmo? Eu estou um pouco nervosa” falou Dulce, sentando-se em uma carteira.

“Nervosa? Por quê?” perguntei, me aproximando dela.

“Porque irei conhecer o pai da menina que estou loucamente apaixonada e não sei se ele vai gostar de mim”. Ela disse, com um sorriso suave nos lábios.

O meu sorriso foi imenso, o meu coração saltitou com as suas palavras. Olhei para a porta e voltei a olhar para ela. Segurei em sua mão e fiz um carinho suavemente. “Claro que ele vai gostar de ti. Ele vai te adorar! Você é adorável, apaixonante, perfeita. Impossível não gostar de você”.

“Está falando de suas próprias qualidades?” perguntou Dulce, segurou a minha mão e dando um beijo na minha mão.

Eu rir, minha vontade era de beija-lhe. Então, voltei a olhar para porta e me aproximei rápido, dando-lhe um selinho em seus lábios. “Tenho que ir, nos falamos depois?”.

“Pode acreditar que sim”. Dulce piscou os olhos.

Dei outro selinho nela e sai correndo, ainda escutando a risada de Dulce...

**

Assim que cheguei em casa, tomei um banho rápido, vesti o meu pijama favorito, e fui na cozinha fazer um sanduba. Comecei a me questionar sobre o que preparar para Dulce amanhã... Não sei, mas de repente a ideia de fazer um miojo não me parecia legal. Então, com esse pensamento, que peguei um copo de suco e o sanduíche e subi para o meu quarto.

Eu não era boa na cozinha, por que nunca tinha buscado fazer alguma coisa. Coloquei o suco no criado-mudo, sentei-me. Peguei o meu tablet e acessei num site de receitas. Enquanto, abocanhava o meu sanduba, procurava algumas receitas.

A receita mais fácil para mim foi: Macarronada. Tirei um print da página, em seguida, acessei a minha amada Netflix. Depois que comecei a me relacionar com a Dulce, nunca mais tinha dado a atenção devida. Estava com saudade de Prison Break, tinha parada na segunda temporada.

Eu amava essa série, não importava se era velha, mas me deixava muito fissurada.

E foi presa nessa fissura que fui dormir tarde da noite, acordei cedo demais e fiquei rabugenta pelo resto do dia. As aulas foram um saco para mim, o meu humor melhorou um pouco na aula de Dulce, mas fora isso, estava um limão bastante azedo.

Durante a aula, peguei o meu caderno e fui até a mesa de Dulce fingindo que era uma dúvida no exercício. As atenções dos alunos estavam em seus próprios cadernos, mas mantive a minha voz baixa. “Que horas vai terminar o plantão pedagógico?”.

“Não sei ao certo, acho que no máximo vinte e uma horas”. Respondeu Dulce, olhando para o meu caderno, fingindo que estava corrigindo-o.

“Um pouco tarde. Como irei fazer a sua janta? Se eu for fazer na hora de você chegar... Ficará muito tarde”. Lastimei, infelizmente, eu tinha hora para voltar pra casa.

Dulce me olhou, colocou o cabelo atrás da orelha. Ela abriu a sua bolsa, e disfarçadamente colocou uma chave no caderno. “Mais alguma dúvida, Anahí?”.

“Não, Srta. Saviñón, obrigada”. Respondi, e dei uma piscadinha para ela. Fechei o meu caderno e voltei para minha carteira. Assim que sentei, peguei a chave e guardei na minha bolsa.

Assim que fui liberada das aulas, precisei novamente da carona do Poncho para me deixar no supermercado. Ele já tinha feito as pazes com o Anthony e estava muito feliz. Iriam sair juntos hoje. Ele riu um pouco quando eu disse que iria cozinhar, mas ignorei.

Já no mercado, depois de me despedi do Poncho, procurei os ingredientes para macarronada, aproveitei e também peguei uma garrafa de vinho. Eu não tinha nenhuma noção de vinho, então, peguei um barato que não tivesse um designer vagabundo, se é que me entendem.

A conta deu um pouquinho cara, mas paciência. Tive que ir andando até o apartamento de Dulce. Estava sendo um saco isso. Em casa, tínhamos dois carros, e como Marichelo resolvera trabalhar novamente, sempre estava usando o carro, já que o outro era do meu pai. Acho que estava na hora de comprar um carro para mim, de segunda mão mesmo.

Eu tinha uma poupança que sempre guardava uns trocados no mês, desde que eu tinha começado a receber mesada, isso há um bom tempo. Então, com minha idade atual, tinha uma boa quantia. Acho que era a hora de comprar.

Enrolei-me um pouco para abrir a porta do apartamento de Dulce por estar com as sacolas na mão, tive que coloca-las no chão para conseguir enfiar a chave na fechadura. Depois que consegui a proeza de abrir a porta, peguei as sacolas e entrei, fechei a porta com a bunda.

Coloquei as compras em cima da mesa e sorrir por estar no apartamento de Dulce... Sozinha... Tinha o seu cheiro. Dulce era tão organizada, um pouco perfeccionista. Eu achava muito lindo a decoração retro do seu apartamento. A decoração era inspirada em cinema, então, tinha alguns objetos antigos. O que me deixava um pouco com medo de tocar, até porque deveria ter custado uma fortuna.

Deitei-me na sua cama, e abracei o seu travesseiro, cheirando o mesmo. Fiquei uns minutos assim suprindo minha carência com o travesseiro, depois me levantei e fui para a cozinha.

A hora era agora! Cruzei os dedos, fiz uma pequena promessa ao seu Longuinho que se tudo desse certo iria dar uns dez pulinhos e coloquei a mão na massa!