Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Não fazia muitas horas que eu tinha chegado em casa, mas estava prostrada no sofá, com um enorme travesseiro e um edredom por cima de mim. Eu ainda estava cansada, o meu corpo estava todo dolorido pelas horas tórridas de amor. Mantinha os meus olhos fechados, embora que a televisão estivesse ligada. Cochilava vez ou outra, mas sempre acordava com o Breno mexendo em algo na cozinha. O garoto não parava de comer!

Os meus pais tinha saído para almoçar fora, então, tive um tempo só para mim. O tempo tinha caído bastante, e eu sabia que iria ficar assim por um bom tempo. Dezembro era sinônimo de muito frio em Rosewood, e consequentemente neve também. O aquecedor estava ligado, mas mesmo assim, ainda tremia levemente.

Escutei a porta se abrir e as vozes dos meus pais que pararam de falar ao me verem no sofá.

“Filha!” chamou Enrique, me fazendo abrir os olhos “Faz muito tempo que chegou?”.

“Não muito tempo” respondi preguiçosamente, ainda me mantendo deitada no sofá que não tinha nenhuma pretensão de me levantar.

“Divertiu-se ontem?” perguntei Marichelo, tirando o seu casaco e pendurando atrás da porta.

“Sim. Bastante. Ainda me sinto cansada. E vocês foram almoçar ainda?”.

“No Sayzen”. Respondeu o meu pai com um meio sorriso. Ele sentou-se no outro sofá com um sorriso triunfante nos lábios. “Convenci a sua mãe comer niguiri de polvo”.

“O que é horrível. Aquele gosto emborrachado! Vou te contar, nem o molho shoyu salvou, fiquei toda arrepiada. Quero nem lembrar”. Reclamou Marichelo, sentando-se ao lado do meu pai que ria.

“Eu gosto de niguiri de polvo”. Eu disse, recebendo um olhar de nojo da minha mãe.

“Eu e Anahí conhecemos o lado bom da vida e ainda temos um ótimo gosto para tudo”. Falou o meu pai orgulhoso.

Eu sorrir. Marichelo revirou os olhos e tratou de mudar de assunto. “O natal está chegando e temos que organizar a ceia. Aviso de antemão que não quero saber de saída para casa de amigos. É uma noite em família e quero a minha família unida. Ouviu bem, Anahí?”.

Fiz uma careta. Eu não tinha planejado o meu natal, mas queria passar ao lado de Dulce, senti-me entristecida por não poder ter essa proeza.

“Iremos convidar algumas pessoas para participar da nossa ceia. A sua mãe está planejando algo um pouco grande”. Disse papai, chamando a minha atenção.

“Quem, por exemplo? Sra. Donavan?” perguntei, fazendo uma cara afetada, essa velha era a nossa vizinha e era uma chata!

“Não” dessa vez quem respondeu foi minha mãe “Alguns colegas de trabalho do seu pai. Estou pensando em chamar Joanna também, soube que a filha dela, a Maite está chegando e será muito bom juntar as famílias, principalmente porque você e Poncho são colados, pode chama-lo de antecedência”.

“O Poncho está namorando. Provavelmente passará com o namorado”. Resmunguei, sentindo inveja do meu amigo.

“Pode chamar também. Eu quero a minha casa cheia! Ah, e estou pensando em chamar a Dulce, o que acha meu bem?”. Disse Marichelo olhando para o meu pai, deixando-me em alerta.

“Perfeito. Será um prazer receber a Dulce em nossa casa! O que você organizar para mim está ótimo, querida”. Respondeu Enrique, acariciando a bochecha da minha mãe que sorriu, e eu também sorrir, nem estava acreditando, cara!

O meu sorriso chamou atenção de Marichelo. “O que foi, filha?” indagou.

“Nada. Estava apenas observando-os. São tão fofos!” respondi, gesticulando de um para o outro.

O meu pai deu uma risadinha. “Nunca imaginei que com meus cinquenta anos ainda seria considerado fofo!”.

Marichelo estava com a face corada, mas ainda sorria, porém, seus olhos pararam em minha mão direita. “E esse anel? Não me recordo de tê-la visto com ele”.

“Ah... É... É apenas um anel”. Respondi, dando de ombros, mas ficando sem graça.

“Ele é lindo. Parece coisa de namorada com esses corações entrelaçados”. Disse Marichelo, olhando para o meu rosto com expressão desconfiada.

Enrique agora estava em alerta. “Você está namorando, Anahí?”.

Respirei fundo. “Claro que não! Vi esse anel e achei muito bonito. Então, comprei. Nada demais”.

“Mas esse anel é de ouro e diamante!” exclamou Marichelo ainda implicando com o anel “De onde tirou dinheiro para comprar?”.

Agora eu estava impaciente. Olhei para o meu pai que interveio. “Anahí está trabalhando, Marichelo. E está se mostrando muito responsável com os seus gastos, acho que ela não excederia os limites. Se o anel fosse muito caro, tenho certeza que ela não compraria. Certo, filha?”.

“Sim papai. Está tudo sob controle. Não tem que se preocupar, mamãe”. Falei já me sentando e arrastando o edredom do meu corpo.

“Eu espero que isso seja verdade, Anahí. Odiaria se estivesse mantendo segredos de mim”. Falou Marichelo desconfiada.

“Oh meu Deus! É apenas um anel. Qual é o problema de um anel? Não sabia que comprar um anel significava segredo. Por Deus”. Bufei, levantando-me e arrastando o edredom comigo, minha mãe tinha razão e eu me sentia acuada sempre que ela me questionava. “Vou para o meu quarto. Com licença”.

Passei pro eles, e fui subindo as escadas quando escutei o Enrique. “O que deu em você, Marichelo? Não precisava disso! Deixou a menina nervosa”.

“Você pode ser bobo, Enrique, mas eu sei que tem alguma coisa acontecendo com Anahí. Ela está me escondendo alguma coisa!”. Disse Marichelo convicta.

“É coisa de sua cabeça. Você tem que parar com isso. Anahí está em uma fase de descoberta. Está descobrindo o mundo e adquirindo responsabilidades. Você que está visualizando a mudança dela com desconfiança. Ela sempre se manteve debaixo de suas asas e agora ela está começando a criar as suas próprias asas e voando. Eu fico preocupado com ela, mas estou deixando-a viver. Você deveria fazer o mesmo”. Disse Enrique tranquilo.

“Não se trata disso, Enrique! Conheço a minha filha. Ela saiu das minhas entranhas e sei que atrás dessa mudança dela existe uma pessoa responsável! Só basta saber quem”. Respondeu Marichelo.

Enrique olhou para minha mãe com expressão preocupada. Ótimo! Era só o que me faltava, tudo que menos preciso são os meus pais no meu pé. Terminei de subir as escadas e fui para o meu quarto, sentindo-me chateada pela súbita intromissão na minha vida.

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