Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Maite sempre foi bonita, agora estava um escândalo! Tinha que admitir que a irmã do meu melhor amigo é daquelas mulheres que você ficaria idolatrando pelo resto da vida e ainda não era o suficiente!

Ela andava como se estivesse em uma passarela, alguns homens viravam os pescoços para olhá-la, recebendo puxões de braço das namoradas. Porém, Maite se mantinha alheia a eles, os seus olhos estavam voltados para mim que acenei timidamente para ela.

Eu não sabia como ela iria reagir a minha presença, até porque não tínhamos intimidade o suficiente, mesmo que sempre tenha sido gentil comigo nos momentos em que encontrávamos. Tentei esboçar um sorriso, porém, sentia-me nervosa com aquele olhar penetrante.

Maite usava um macacão preto curto com uma jaqueta cor creme. O seu belo rosto estava marcado apenas com um batom vermelho. Ela não precisava de maquiagem para se torna bela. Olhando ao longe, parecia estar mais alto, porém, eram apenas os sapatos altos mesmo. Seu cabelo tinha crescido e estava na altura da cintura, totalmente negros e lisos.

Ela segurava sua bolsa no ombro direito, enquanto, puxava uma mala de roda com a mão esquerda. Eu estranhei pela pouca quantidade de mala, até porque, depois de seis anos longe, só tinha isso de mala?

Assim que se aproximou de mim, Maite esboçou um enorme sorrindo, fazendo-me derreter com as covinhas que surgiam graciosamente em suas bochechas. Pelos deuses... Covinhas... Por que ela tinha que ter covinhas?

“Anahí! Meu Deus. Olha só para você!” disse ela, aparentemente surpresa, me abraçando e beijando o meu rosto efusivamente, deixando-me completamente sem graça. Ela se afastou um pouco e me olhou dos pés a cabeça, fazendo com que meu rosto ficasse um pimentão de tão vermelho, principalmente pelo olhar de cobiça. “Sempre soube que você se tornaria uma garota bonita, mas acho que lhe subestimei demais, você está magnifica!”.

Sorrir envergonhada. “Obrigada Maite... Como foi de viagem?” perguntei, não quero aprofundar nesse assunto e querendo que os seus olhos de águias saíssem de mim.

Maite suspirou. “Cansativa, mas finalmente cheguei. Odeio voos com escalas, são terríveis!” então, ela olhou para o lado como se procurasse algo “Onde está o Alfonso?”.

“Ele teve um contratempo...” comecei a falar, mas parei ao receber um olhar meio irritado de Maite, cocei a minha testa e tentei salvar a bu\nda do meu melhor amigo “Ele ficou muito chateado por não pode vir, tinha que ver a carinha de tristeza dele! E como não queria que você voltasse de táxi, então, me ofereci para buscá-la... Se não for nenhum problema para você”. Falei suavemente.

“Contratempo?” Maite riu, balançando a cabeça em negativa, suavizando o seu olhar para o meu alivio “Acho muito difícil o Alfonso ter ficado chateado, mas tudo bem... Foi melhor assim, ao menos, poderei desfrutar da sua companhia”. Disse ela, no tom charmoso.

Eu tossi um pouco desconforto, o que parecia divertir bastante a morena. “Podemos ir?”.

Maite olhou em volta e suspirou. “Eu estou com fome. Por que não procuramos um restaurante para almoçamos? Tenho certeza que você também não almoçou, certo? Dado o horário...” convidou ela, voltando a me olhar e ignorando a minha pergunta.

Almoçar com Maite? Com ela me olhando desse jeito como se eu fosse uma coelha e ela uma loba preste a atacar? Jamais! “Desculpe-me, Maite, mas não posso. Tenho que trabalhar daqui a pouco, na realidade, só vir fazer esse favor para o Poncho e depois correr pra o trabalho”. Claro que a desculpa era verdade, porém, eu tinha namorada e não queria problemas para o meu lado.

Ela me olhou um pouco chateada. Maite era muito transparente e não conseguia disfarçar as emoções que sentia. “Que pena... Pensei que iria apreciar a sua presença... Mas terei calma, já que agora estarei residindo em Rosewood teremos outro momento para almoçamos juntas”. Disse ela, agora sorrindo, revelando seus dentes brancos.

“Sim. Sim”. Respondi rapidamente, apontei na direção da saída para Maite. “Você tem mais alguma mala?” perguntei, enquanto, já caminhava na direção apontada.

“Não. Apenas essa. Sou bastante prática, não gosto de ficar carregando malas para cima e para baixo” respondeu ela, andando lado á lado comigo. “Você está trabalhando? Isso é uma surpresa para mim, achei que você seria como meu irmão; sustentado”.

Respirei fundo, olhando-a de lado. Sentia-me chateada quando falavam mal do Poncho. “Por favor, Maite. Não fale mal do Poncho, não gosto e odeio falar pelas costas.” pedi, recebendo um riso dela, parecia não se importar com isso. “Enfim, estou trabalhando sim, no Coffee Club. Não sei se você se lembra, mas é a livraria café da cidade”. Respondi, entrando no elevador e apertando no botão.

Maite se acomodou junto á parede. “Uma garota responsável... É tão difícil ver isso hoje em dia. Muito encantador, mais uma qualidade para você”. Ela voltou a me olhar com interesse.

Corei. Droga! Por que eu sempre tenho que ficar vermelha? Coloquei as mãos dentro do bolso do casaco. “Tenho os meus defeitos também. Não sou só qualidades”.

“Tenho certeza que os seus defeitos são ofuscados pelas suas qualidades”. Ela respondeu com meio sorriso. “Isso lhe torna muito boa... Em tudo...” completou com certa malícia.

Certo. Eu acho que Maite estava se insinuando para mim e isso era oficialmente. Não a respondi, apenas dei um sorriso amarelo. Estava completamente sem graça com essa situação, acho que eu deveria dizer que tinha namorada, certo? Mas fiquei insegura sobre a minha interpretação... Que dizer, se eu indagasse que tinha namorada de repente e Maite não tivesse maliciando comigo? Eu passaria vergonha. Então, decidi não contar. Caso ela fizesse algo mais explicito ou fosse direta, contaria!

Felizmente o elevador chegou rapidamente no térreo. Infelizmente, agora estava trancafiada dentro de um carro com o espaço pequeno com a Maite que vez ou outra, me lançava alguns olhares que me fazia tremer um pouco. O perfume dela se instalou no carro, me fazendo suspirar inconscientemente. Tinha que admitir, ela era cheirosa, porém, a minha Dulce era mais!

“Faz muito tempo que está trabalhando?” perguntou Maite, acomodada como se fosse uma rainha no banco de carona, suas pernas estavam cruzadas, o meu cérebro registrou rapidamente que ela tinha umas pernas bonitas.

“Três meses” respondi, aumentando um pouco a velocidade para chegar rapidamente no destino de Maite, eu ainda precisava almoçar antes mesmo de ir trabalhar! “Você deve está muito feliz com o seu diploma em mãos, hum?” pergunta muito idiota, mas eu não tinha muito bem o que falar.

“Sim. Sempre sonhei com o momento da minha conclusão. Universitário tem duas alegrias na vida: O momento que inicia e conclui o curso”. Ela disse e nos rimos, não era difícil conversar com Maite quando ela não bancava a conquistadora. “Estou muito ansiosa para abrir o meu consultório”.

“Soube que Joanna estava preste a mudar pra um consultório mais amplo, para você atender junto com ela” comentei, desviando de uma moto e entrando na cidade.

“Sim. Minha mãe tem tudo programado, embora que eu gostaria de um lugar só meu, mas não serei egoísta”. Maite sorriu, tirando a franja dos olhos “E você, já sabe o que irá cursar?”.

“Não. Estou decidindo ainda, mas tenho tempo para pensar. Mas provavelmente literatura inglesa, gosto muito de ler e seria um curso que combinaria muito comigo”. Respondi, lembrando-me da minha namorada.

“Uma das minhas namoradas cursava esse curso. Ela era um pouco sonhadora demais”. Comentou Maite, olhando para janela, já estávamos próximas de sua casa.

“Uma das? Teve muitas namoradas?” perguntei apenas por curiosidade.

“Sim. Quando se é bonita, a universidade é uma porta de entrada para envolvimentos”. Respondeu ela, sem nenhuma modéstia. Depois olhou para mim. “Você arrasará muitos corações na universidade... Se é que não arrasa no ensino médio...”.

Parei o carro na frente de sua casa. Dei de ombros com o seu comentário, não me interessava arrasar nenhum coração, até porque o único coração em que me despertava, era totalmente meu. “Entregue”. Falei, olhando-a tranquilamente.

Maite continuou me olhando, o seu semblante por um momento ficou perdida, mas, ela sorriu sedutoramente, aproximou-se de mim e antes que eu pudesse fazer alguma coisa, depositou um beijo próximo à minha boca o que me deixou muito envergonhada. “Obrigada...” murmurou, o seu sorriso transformou-se em divertido ao ver o meu acanhamento. Sem mais uma palavra, saiu do carro, abriu a porta de trás e puxou a sua mala, fechando a porta em seguida.

Eu fiquei um pouco assombrada com o comportamento de Maite. Cara, a vida é engraçada... Se fossem anos atrás, acho que eu morreria por receber atenção demais da morena, hoje em dia, não me fazia diferença, apesar de me deixar sem graça. Respirei fundo e dei partida no meu carro. Precisava trabalhar!

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