Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

O filme era realmente muito bom, mas assim que terminou, saímos praticamente correndo da sala. Dulce segurava em minha mão e caminhava apressada entre os frequentadores. Eu tentava não tropeçar em meus pés.

“Ei, Dul... Calma! Por que essa pressa toda?”. Perguntei, ao esbarrar em uma pessoa e pedi desculpa.

“Ainda são dez horas. Você pode chegar em casa até meia-noite, então, temos duas horas livres e eu quero aproveitar esse tempo como merecemos”. Respondeu ela, driblando as pessoas.

Eu rir. “Mas vai com calma! Está quase atropelando as pessoas. E outra, eu quero sorvete”. Falei, olhando para uma sorveteria.

Dulce parou. “Certo!” ela colocou a mão na bolsa e tirou a sua carteira, me dando uma cédula alta. “Compre o que quiser, só não demore, por favor,”. Disse ela impaciente.

Franzi o cenho. “Não preciso do dinheiro. Eu mesma compro”. Falei, me dirigindo para a sorveteira, mas ela segurou o meu braço.

“Não seja boba! Se estou oferecendo o dinheiro porque quero pagar pra você. Pegue a cédula”. Mandou ela, colocando o dinheiro em minha mão.

“Certo. Obrigada!”. Disse com meio sorriso e fui para a sorveteria.

Eu não gostava de pegar o dinheiro de Dulce, mas nos últimos tempos tínhamos brigado demais por conta disso. Ela sempre quer me bancar e eu sempre reclamo, então, para evitar brigas desnecessárias, aceito o dinheiro, mesmo me sentindo um pouco mal. Sabia que Dulce gastava boa parte do seu salário em me mimar e isso não era legal. Sentia-me sem graça, mesmo ela me garantindo que não se importava.

Comprei o sorvete que realmente foi caro, como tudo naquele shopping e voltei-me para Dulce. Estranhei ao ver que tinha uma mulher elegante falando com a Dulce e a cara dela não estava das melhores. Aproximei-me lentamente, com medo de ser invasiva. Mas bem... Dulce era minha namorada agora, seus assuntos eram meus assuntos.

A mulher vestia-se com roupas caras e exibia joias em seu corpo. Acho que todo o seu conjunto, joias e bolsa era o preço da minha casa ou mais. O seu rosto estava contrariado e ela falava alguma coisa baixinho com a Dulce, quando me viu parar do lado de Dulce, lambendo o sorvete que derretia na minha mão, me lançou um olhar tão fuzilador que eu quase derrubei o sorvete.

“Quem é você?”. Perguntou ela, diretamente para mim. O seu tom era de puro desprezo.

“Eu... Eu... Sou...”. Gaguejei, sentindo-me afetada por aquele tom.

“Minha namorada, Anahí. Já lhe falei dela”. Intercedeu Dulce com um tom frio. “Anahí, essa é a minha mãe, Yvonne”.

Fiquei totalmente sem graça ao saber que aquela mulher era a mãe de Dulce. Estendi a minha mão e ofereci um sorriso para cumprimenta-la, mas logo baixei a minha mão ao receber um olhar indiferente. Yvonne voltou à atenção para Dulce.

“A adolescente que pode lhe colocar na cadeia a qualquer momento?”. O seu tom era ácido, em uma frase, ela demonstrou toda a sua insatisfação pelo nosso relacionamento.

“Eu não tenho intenção de colocar a Dulce atrás das grades”. Falei, me sentindo ofendida, de repente, o sorvete não era mais saboroso.

“Calada, menina! Não estou falando com você. Tenha educação e dirija-se a mim quando eu estiver falando com você!”. Yvonne falou raivosa. Arregalei os olhos de surpresa e também vergonha.

“Yvonne...” chamou Dulce com uma voz baixa, mas quase mortal o que atraiu a atenção de sua mãe, olhando direito para mais velha, suas feições eram parecidas com a de Dulce. “Reveja o modo como fala com a minha namorada. Ela não é qualquer uma para ser tratada assim. Que tal, começar novamente e mostrar um pouco de simpatia?”.

Os olhos castanhos de Yvonne saíram de Dulce para mim que parecia um bicho acuado atrás da minha namorada. O meu sorvete derretia e melava a minha mão, mas eu me sentia paralisada para fazer alguma coisa. O clima estava tenso e eu estava muito desconfortável com aquela situação.

“Não tenho medo do seu tom de voz, Dulce Maria!”. Retrucou Yvonne, voltando a me ignorar e passou a mão em seu cabelo que estava preso em um coque perfeito.

“Deveria. Lembre-se que não é muito sadio me contrariar. Aliás, você sofreria muito se não tivesse a sua pequena fortuna depositada todos os meses.”. Ameaçou Dulce e eu franzi o cenho. Que história era aquela?

O semblante severo de Yvonne se desfez quando ela arregalou os olhos. Então, voltou-se para mim com um sorriso falso nos lábios. “Anahí, minha querida eu...”. Começou ela, mas Dulce a interrompeu.

“Não precisamos de sua falsidade. Até mais ver, Yvonne”. Disse Dulce, segurando-me pelo braço e me arrastando para longe daquela mulher.

Eu ainda olhei para trás e recebi um olhar odioso de Yvonne que fez o meu coração acelerar de medo. Acho que o encontro com a mãe de Dulce foi o suficiente para gelar o nosso desejo.