Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

No outro dia, depois do meu expediente de trabalho, estava me preparando para ir pra casa. Eu tinha decidido que passaria a noite com a minha família. Já tinha conversado com a Dulce sobre isso e ela concordou. Arrumei as minhas coisas e me despedi do Michael, quando saio do Coffee e sigo na direção do meu carro, me deparo com a Maite encostada no capô do meu carro, com aquele eterno sorriso nos lábios.

Suspirei, não estava muito no clima para as provocações de Maite. Estava fazendo frio, eu estava cansada também, a única coisa que queria era chegar em casa e me aconchegar com os meus pais.

“Maite”. Disse ao parar á sua frente, já desativando o alarme do carro.

“Anahí; Vim busca-la para jantar!”. Falou Maite, com voz agradável.

“Obrigada pelo convite...”. Embora que não tivesse sido um convite, foi uma intimação. “Mas não posso. Estou displicente com a minha família e essa noite ficarei com eles”.

A decepção atingiu a face de Maite que não fez nenhuma questão de esconder. Eu não me senti culpada, não tinha marcado nada com ela e também não tinha a obrigação. Só não sabia por que ela estava atrás de mim. Ela ficou em pé e se aproximou de mim. Bem, isso começou a me deixar nervosa. Fiquei rodando o meu anel de compromisso no dedo com o polegar, enquanto, tentava deixar o meu rosto impassível.

“Você é uma mocinha muito requisitada, Anahí. Nunca está disponível, sempre tem um compromisso. O que faço para ter um momento com você? Tenho que marcar com antecedência?”. Perguntou Maite, parando na minha frente, ficando com o rosto próximo ao meu, que me fez ficar tensa. Não gostei do seu tom de voz e também não estava gostando de sua aproximação.

Maite era uma mulher atraente, não era cega e muito menos era imune a sua beleza. Mas, não me interessava como mulher e eu não queria problemas com a minha namorada.

“Nada, Maite. Eu não estou disponível, desculpe-me”. Indaguei a olhando com o semblante sério.

“Como assim você não está disponível? Por que conversei com a sua mãe e ela me afirmou que você não tinha nenhuma namorada”. Jogou Maite com os olhos desconfiados. “Está usando uma mentira para me dispensar?”.

Suspirei. “Você falou com a minha mãe?”. Minha cabeça começou a doer, passei a mão em meu franjão e olhei para os lados.

“Falei. Ela ligou para minha casa, convidando a minha família para ceia do Natal, aproveitei para perguntar sobre você, quando estou interessada busco qualquer informação que possa me ajudar”. Respondeu Maite, sem tirar os olhos de mim nenhum momento. “Então, não minta para mim!”.

Voltei a olhar para ela. “Minha mãe não sabe que estou me relacionando, ainda estou conhecendo... Essa pessoa. Não é o exato momento para apresentar a família e espero que você não comente nada com a minha mãe sobre isso. Não quero a Marichelo não meu pé”. Falei sem titubear.

A expressão de Maite se endureceu um pouco, mas depois se transformou em maliciosa, o que me deixou desconfiada. “Eu posso manter segredo sobre esse seu relacionamento...”. Ótimo! Sorrir, porém, parei quando ela continuou. “... Porém, tudo tem o seu preço”.

“Que preço?”. Perguntei um pouco ríspida.

“Esse preço...”. Antes que eu pudesse questionar. Ela me beijou!

Sim... Maite me beijou! Fiquei uns segundos em estado de choque, apenas sentindo os seus lábios macios tocarem nos meus como se eu fosse um cristal á ponto de quebrar. Qual era o problema dessas mulheres? Primeiro foi a minha ex-babá, agora é a Maite. Não que eu estivesse achando ruim ser desejada pelas mulheres, principalmente ás mais bonitas, o problema era que eu não estava disponível. Se eu estivesse disponível, tenho certeza que nenhuma delas iria adquirir interesse a mim.

Parece que a coisa mais certa é isso: Quando estamos comprometidos, achamos atenção até do vento! Sai do choque quando senti a língua de Maite querendo ultrapassar a barreira imposta pelos meus lábios. Eu não podia beijar a Maite! Se fizesse isso, seria como uma traição e eu não era infiel. Então, gentilmente, me afastei, balançando a cabeça em negativa.

“Por favor, Maite, não faça isso. Como eu disse antes, eu estou comprometida e estou muito apaixonada. Não faça com os outros, aquilo que você não quer para si mesmo. Eu não vou traí-la com você e muito menos essa sua atitude vai me deixar balançada. Eu sei o que quero e quem quero. Então, me respeite... E se puder, não conte nada a Marichelo. E se contar, será você e sua consciência, eu estou confiando em você. Boa noite, Maite”.

Assim que terminei de falar, fui em direção do meu carro, deixando a Maite surpresa na calçada. Acho que ela não imaginaria isso. Maite era o tipo de mulher femme fatale, então, se achava irresistível. Deveria ser uma pancada para o seu ego receber um não. Só espero que ela não encare isso como um desafio.

Entrei no meu carro, soltei a minha bolsa no carona e dei partida, pensando sobre o acontecimento anterior. Não sabia se contaria a Dulce.  Lembro-me da última crise de ciúme dela no baile de Halloween, não queria aguçar o lado obscuro da minha namorada e também não queria descartar o nosso relacionamento com essas coisinhas. Então, decidi ficar calada.

Estacionei o carro na garagem da minha casa e desci. Entrei pela porta da garagem mesmo que dava para cozinha, encontrando Marichelo bebendo água.

“Oi mãe”. Cumprimentei e dei um beijo em sua bochecha.

Marichelo sorriu. “Oi minha filha! Não sabia que você estaria em casa hoje!”.

“Surpresinha”. Sorrir. “Cadê o papai e Breno?”.

“Foram comprar comida chinesa”.

“Oba! Tudo que eu mais queria era um frango chinês hoje”.

“É o seu dia de sorte, porque mandei o seu pai trazer também”. Ela riu com a minha expressão animada. “Como foi o trabalho?”.

“Tudo bem, mãe. A mesma coisa de sempre... Café, livros, clientes, limpeza... Michael”. Eu e Marichelo rimos ao tocar o nome do meu chefe.

“Ele continua o mesmo inconveniente de sempre?”.

“Sim. Aquele ali não tem solução mesmo! Mas gosto dele, apesar de sua maneira meio invasiva de ser”.

O meu pai e meu irmão chegaram com a comida. Enrique sorriu quando me viu e Breno meneou a cabeça.

“Família completa hoje! Que maravilha. Então, hoje será a noite da família”. Disse o meu pai, colocando os pacotes em cima da mesa. Balançou uma garrafa para Marichelo. “Trouxe saquê”.

“Eu quero!”. Eu sorrir, recebendo olhares de advertência dos meus pais.

“Não”. Disse Marichelo, abrindo a porta da geladeira e colocando uma garrafa de refrigerante em cima da mesa. “Pra você e seu irmão: Refrigerante”.

Eu e Breno reclamamos. Um pouco de saquê não faria mal a ninguém, porém, os meus pais não concordavam com isso. E Enrique disse. “Sua mãe tem razão. Refrigerante é o mais indicado para vocês e sem reclamações. Vamos comer que eu estou morrendo de fome”.

Bufamos. Era um saco! Mas acatamos a ordem. Sentamos e começamos a atacar a comida chinesa que estava uma delícia, enquanto, colocamos o papo em dia. Depois de um tempo, terminamos. Os meus pais continuaram a tomar o saquê, ficando animados. Não demorou muito para que eu e Breno sorrateiramente pegássemos um pouco de saquê. Eu e meu irmão nos dermos um sorriso cumplice.

“Vamos jogar Twister!”. Gritou Marichelo, levantando os seus braços e nos assustando. “Vou pegar o jogo”. Ela se levantou e saiu da cozinha.

“Marichelo esquece que não tenho mais idade para isso”. Disse o Enrique, balançando a cabeça negativamente.

Deu um beijo na bochecha do meu pai. “Você é um meninão. Não é, Breno?”.

“Sim. Tá mais novo que eu, pai”. Caçou o Breno, recebendo uma bola de papel do meu pai.

Rimos. Eu fiz uma careta. “Você vai ser sempre o meu meninão! Não se importe com esse Breno, ele é um chato!”.

Breno fez uma careta. O Enrique continuou rindo e Marichelo entrou na cozinha toda eufórica. “Vamos. Vamos!”.

Olhamos um pouco desanimados para Marichelo. Depois de comer um monte... Jogar Twister parecia meio forte. Mas com tanta animação, era impossível em dizer não. Tomei a iniciativa e me levantei. “Vamos lá”.

O meu pai e Breno se levantaram e fomos para sala... Isso seria um pouco complicado, principalmente pelo estado dos meus pais, mas... Força na peruca...

UM TEMPO DEPOIS... Eu sabia que não daria muito certo! Enrique caiu, derrubando o Breno e arrastando a Marichelo, que caiu por cima de mim. Foi maior confusão. O resultado foi que magoou a coluna do Enrique, que resmungou em bom tom a dor que estava sentindo. Marichelo pegou um remédio para ele, e agora estávamos todos assistindo televisão e atacando uma caixa de chocolate.

Essa minha família... Vou te contar!