Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Sabe o estado de paz espiritual plena? Era o que eu estava sentindo nesse momento. Eu estava em paz e feliz. Acho que nada nesse mundo poderia retirar a tranquilidade que me acometia. Suspirei alto, relaxando no lugar quente e fofo em que eu estava deitada. Então, as memórias foram voltando... Eu não estava deitada na escrivaninha e Dulce estava me fazendo gozar?

Abrir os meus olhos e me deparei com Dulce em minha frente. A sua expressão estava preocupada e o alivio foi evidente. Tive uma sensação de dèjá vu, quando ocorreu na lanchonete. Eu estava deitada no sofá do seu escritório. Gemi. “Oh não... Não me diga que eu desmaiei novamente?”.

Dulce acariciou o meu rosto. “Sim... Você desmaiou. Como se sente?”. Perguntou ela, sem parar com o seu carinho.

“Maravilhosamente bem. Todo o meu corpo está relaxado, acho que posso voar se for permitido”. Brinquei, dando-lhe um sorriso. Então, percebi que a blusa e os cabelos de Dulce estavam molhados. “Por que está toda molhada?”.

“Você não se lembra?”. Perguntou-me Dulce surpresa.

“Não. O que aconteceu?”. Perguntei, me sentando e ajeitando a minha saia. Passei as mãos nos meus cabelos que provavelmente estavam desalinhados. Senti o meu sexo dolorido, então, fiquei meio de ladinho.

“Você teve uma ejaculação”. Disse Dulce com um sorriso exibido nos lábios. “Eu achei que você nunca mais iria parar de gozar”. Fiquei muito vermelha com essa informação. Como assim ejaculação? “Gozei várias vezes só de vê-la ejacular daquele jeito, acho que você passou uns dez minutos jorrando em cima de mim”.

“Ai amor...”. As minhas bochechas ficaram quentes, o que fez a Dulce rir.

“Não precisa ficar com vergonha, meu amor”. Ela sentou-se ao meu lado no sofá e me abraçou, dando um beijo carinhoso em meus lábios. “Só fiquei preocupada quando você desmaiou, mas graças a Deus você retornou logo. Espero que haja outras ejaculações, por que eu gostei demais”. Seus olhos brilharam como se fosse uma criança que tivesse acabado de ganhar um presente.

Eu rir. “Você é uma boba mesmo. Agora me beija novamente que estou com saudade desses lábios”. Pedi, piscando os olhos.

Dulce colocou uma mão em minha nuca e puxou o meu rosto para próximo do seu, encaixando os nossos lábios. Suspirei ao sentir a boca macia e comecei a beijá-la lentamente, saboreando a sua boca e sua língua que depois de um tempo começou a me causar suspiros. Coloquei a mão entre os seus cabelos, e puxei levemente, fazendo-a virar um pouco a cabeça e então, aprofundei o nosso beijo.

Eu amo beijá-la! Era o melhor beijo do universo, não tinha como comparar. Depois de alguns minutos, nos afastamos para puxar o ar, mas ficamos entre selinhos e carícias, até que alguém bateu em sua porta. Dulce se levantou. “Entre”. Eu continuei sentada no sofá.

“Com licença, Dulce!”. Falou uma mulher ao entrar.

A mulher olhou para mim e depois para Dulce. Então, me descartou com o olhar e sua atenção ficou totalmente focada em Dulce. Dava para perceber a quilômetros de distância a paixonite idiota que ela nutria por minha namorada e aquilo me deixou enciumada.

“Oi Maya. Em que posso ajuda-la?”. Perguntou Dulce, formalmente.

“Tomei a liberdade de comprar uma lembrancinha para você, de Natal...”. Disse ela ao se aproximar e entregar um pacote para Dulce que parecia tão surpresa quanto eu.

“Obrigada Maya. Mas não precisa se incomodar”. Falou Dulce com um sorriso sem graça.

“O que isso, não foi incomodo! Um pequeno presentinho para a melhor professora do mundo. Foi de coração”. Maya acariciou sugestivamente o braço de Dulce, me fazendo criar uma carranca e deixou a minha namorada mais sem graça ainda.

Dulce afastou-se gentilmente do seu contato para o desapontamento de Maya. Olhei bem para assanhada que arrastava asas para minha namorada. Era uma loira dos olhos esverdeados de estrutura mediana, parecia até como uma modelo profissional.

“Não vai abrir?”. Insistiu Maya, chamando atenção de Dulce que parecia me examinar.

“Oh, sim”. Dulce abriu o envelope e era um perfume. Necessariamente Chanel nº5. Que presente mais modesto! “Chanel... Obrigada, Maya!”.

“É para você se lembrar de mim sempre que coloca-lo. Não posso estar sempre ao seu lado, mas ao colocar o perfume vai ter um pouquinho de mim em você”. Disse ela, oferecida.

Cara! Eu senti vontade de voar em cima da oferecida e quebrar aquele perfume na cara dela. E eu achando que ninguém iria conseguir tirar a minha paz de espírito! Que mero engano o meu. Dulce colocou o perfume em cima de sua escrivaninha que por ventura estava organizada já. Deve ter arrumado quando eu estava desmaiada com o meu orgasmo poderoso.

“Maya, quero apresenta-la a Anahí, minha namorada”. Começou Dulce me oferecendo a sua mão. Eu a peguei e me levantei, ficando de frente para oferecida. Dulce entrelaçou os nossos dedos. Olhei para o seu pulso e ela usava a pulseira que eu a tinha presenteado assim como eu usava o anel. “Anahí, essa é Maya, uma das minhas melhores alunas”.

“Olá Maya”. Cumprimentei com um sorriso falso, porém, não ofereci a minha mão e ela muito menos o fez, estava mais preocupada em olhar para nossas mãos entrelaçadas.

“Oi Anahí”. Respondeu Maya sem disfarçar o seu ciúme. Engraçado, quem deveria estar dando pit aqui era eu! “Com licença”. Deu as costas e saiu sem olhar para trás.

Virei-me para Dulce com a cara feia. “Por que não me disse que tinha admiradas aqui na faculdade? Nem ouse usar o perfume dessa aí! Dê pra alguma pessoa, mas se eu sonhar ou sentir o cheiro dessa fragrância em você... Ai Dulce. Ai de ti!”.

Dulce riu e me puxou para os seus braços. “Que namorada mais ciumenta que eu tenho!”. Ela me deu um selinho. “Não contei porque não dou ênfase para paixonites de alunas. Só existiu uma exceção na minha vida e essa exceção está aqui bem na minha frente. E não a trocaria por nada e nem ninguém”.

“Eu acho bom mesmo”. Retruquei. “Não gostei de ver essa assanhada em cima de você!”.

“Calma amor. Acontece, esqueceu que alunos sempre tem uma paixonite pelos professores? Mas não se preocupe, eu não dou moral. Sou profissional e acima de tudo fiel ao meu amor e as minhas convicções”. Disse ela, segurando o meu rosto com uma mão, me olhando no fundo dos olhos. “Eu nunca trairia você, não faz parte da minha índole. Se eu quisesse ficar com uma pessoa, terminaria com você, mas trair não”.

Esbocei um sorriso e beijei os seus lábios. Afastei-me e olhei o meu relógio de pulso. “Tenho que ir. Marichelo pediu para eu comprar o leite e eu estou ainda aqui”.

“Então, é melhor você ir mesmo. Não queremos a Marichelo nervosa”. Dulce sorriu me dando outro beijo.

“Não mesmo. Até mais, amor”. Dei mais um beijo.

Sai de sua sala, já estava escurecendo. Fui para o estacionamento e vi o Enrique no campus. Droga! Todo o meu corpo gelou com a possibilidade de ele me ver. Olhei para o lado e não tinha onde escapar, ao não ser o arbusto. E foi isso que eu fiz. Joguei-me no arbusto, chamando atenção de algumas pessoas que passavam. Acabei me arranhando, praguejei baixinho e fiquei atenta ao Enrique que demorou um pouco, mas finalmente entrou no prédio. Levantei-me e corri para o meu carro, sem me importar com as folhas presas em meu corpo e em meu cabelo.

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