Fanfic: Como tudo aconteceu. — FINALIZADA. | Tema: Portiñon, Dulce e Anahí. AyD.

Mais alguns dias passaram... E era noite de ano novo. Como de costume, estava sentada na varanda da minha casa, de moletom e casaco. Ainda estava nevando e fazia frio. O vento frio soprava em meu rosto, machucando-o, porém, não me sentia capaz de sair daquela posição. O frio combinava com a temperatura do meu coração.

A falta de notícia de Dulce estava me deixando enlouquecida. Eu não sabia como ela estava. Se estava bem, se estava se cuidando, se sentia a minha falta, se estava pensando em alguma maneira de ficarmos juntas ou iria entregar os pontos.

Eu não conseguia encontrar uma solução para o nosso romance. Todas as soluções que encontrava eram apavoradas pelo medo de Enrique cumprir a sua ameaça e coloca-la na prisão.

O que eu iria fazer meu Deus? Eu não poderia ficar longe da mulher que amo, não ao menos, sem lutar por ela! Por nós!

Dei um longo suspiro e olhei para o céu que explodia em fogos. Provavelmente tinha chegado o ano novo e eu não tinha nada para comemorar. Não tinha motivos para sorrir. Apenas para chorar. E eu estava cansada de ficar parada chorando. Mas não podia ser impulsiva. Sabia que se eu sumisse o Enrique não pensaria em duas vezes para acionar a polícia e eles iriam atrás de Dulce.

A porta da frente se abriu. Respirei fundo, achando que seria Marichelo ou Enrique, mas para minha tranquilidade, foi o Breno que se sentou do meu lado e me ofereceu chocolate. Peguei e comi, tentando buscar conforto naquele doce.

Ficamos em silencio por um longo momento, apenas olhando para os fogos. O meu irmão não era muito de ficar próximo a mim, então, no fundo, eu estava surpresa por ele estar do meu lado.

“Pra você saber... Eu não acho certo isso que eles estão fazendo com você”. Ele disse de repente, me deixou mais surpresa ainda.

Olhei para ele com os olhos arregalados. Eu não sabia o que falar. Não esperava essa atitude dele. “Obrigada. Eu acho”.

“Eu sempre achei que quando amamos devemos ficar ao lado de quem nos faz bem. Independente quem seja. Eles deviam ter ficado felizes por ter uma mulher certa como a Dulce afim de você. Que dizer todo mundo arrastava um caminhão por ela na escola e você foi à única contemplada. Você é sortuda”. Continuou falando ele, sem deixar de me surpreender mais. “No fundo, eles sabem que isso é certo, mas o orgulho não permite que enxerguem isso. Eles dizem que é por conta da idade e por ter traído a confiança, mas no fundo é apenas medo de perder a filha deles”.

“Quem é você e o que fez com meu irmão?”. Perguntei assombrada pela maturidade do Breno. Nunca tínhamos conversado assim, na realidade, nossas conversas eram bem limitadas.

“Não seja boba. Continuo sendo o mesmo, só que falando. O fato de eu viver preso em meu quarto não me torna cego. Eu vi as mudanças positivas que você passou nos últimos meses e aprovei. Eles devem também está com ego machucado por não ter sido capazes de lhe proporcionar essa mudança. Quero que saiba que estou ao seu lado. E isso inclui... Isso...”. Disse o Breno, me mostrando o seu celular. “Seja rápida”.

Os meus olhos brilharam com a atitude do meu irmão. “Obrigada! Muito obrigada por isso”. Eu disse com os olhos lacrimejados de emoção.

“Agradeça depois, mas ligue para o seu amor antes que nossos pais apareçam”.

Sem demora, disquei o número de Dulce. Levantei-me e caminhei até a calçada para ter um pouco de privacidade. Cada toque, o meu coração batia acelerado. Parecia um sonho falar com a Dulce depois de amargurar tanto.

“Alô?”. Finalmente ela atendeu a sua voz estava um pouco rouca como se tivesse dormindo. Lágrimas rolaram pelo meu rosto.

“Sou eu. Estou com tanta saudade!”. Eu chorei baixinho, sem conseguir pronunciar mais nada.

“Anahí? Oh meu Deus!”. Dulce agora chorava também. “Também estou com muita saudade. Como você está? Como conseguiu ligar para mim? Tentei conectá-la pelo celular e redes sociais, mas não conseguir. Até que o Anthony ligou para mim e Poncho me contou o que estava acontecendo. Você não sabe a vontade que sentir em ir a sua casa, Anahí. Não estou suportando ficar longe de você!”.

“Não. Não venha”. Olhei para janela da minha casa. Não tinha nenhuma movimentação. “O Enrique não estava brincando na ameaça, só o fato de eu estar ligando, estou colocando a sua vida em risco. Eu não posso suportar o pensamento de você ir pra cadeia e ser por culpa minha. Daremos um jeito... Eu sei que daremos, ainda existe uma esperança acessa em meu coração. Só peço uma coisa, Dulce... Não desista de mim”. Pedi com a voz falhando por conta do choro.

“Jamais irei desistir de você, meu amor... Você é minha vida, o meu tudo. Se desistir de você, é a mesma coisa de estar desistindo de mim mesma”. Ela deu um longo suspiro. “Eu te amo tanto! O meu coração também me diz que ficaremos bem e juntas, mesmo com tudo sendo contra. Não importa os obstáculos, nada é grande o suficiente para quebrar a defesa do amor... Céus. Eu queria tanto te ver!”.

“Eu também queria... E vamos nos ver. Só não sei quando e como. O Enrique está marcando cerrado! Não posso respirar sem que ele fique na minha cola”. Escutei uma movimentação em minha casa, o que me fez olhar para trás. “Escute, tenho que desligar agora. Eu irei manter contato com você novamente. Eu te amo muito, demais, loucamente, lembre-se sempre disso quando tudo parecer impossível”. Eu pedi com o coração acelerado.

“Anahí!”. Chamou Breno pela demora.

“Só mais uma coisa, Dulce... Feliz ano novo”. Desejei com um sorriso. O primeiro sorriso em uma semana.

“Feliz ano novo pra você também, minha vida”. Ela parecia também sorrir.

Desliguei o telefone e corri para junto do Breno, devolvendo o seu celular que guardou rapidamente em seu bolso. O Enrique surgiu em nossa frente e nos olhou seriamente, mas não falou nada, apenas voltou para dentro de casa.

“Obrigada por isso, Breno. Eu nunca vou esquecer!”. Eu disse, dando um beijo na bochecha do meu irmão que sorriu.

Eu também estava sorrindo. Parecia que depois de ter conversado com a Dulce os pensamentos clarearam em minha mente.

“De nada. E o que você está pensando? Tá com um olhar meio maligno”. Ele perguntou.

“Hora de mudar de tática, Breno. Eu estava fazendo tudo errado ficando reclusa dessa forma!”. Breno me olhou com o cenho franzido sem entender. “Vou começar a fingir que estou aceitando essa atitude deles. Eles não irão mudar de ideia sobre a Dulce de qualquer forma. Eu fingindo aceitar, é o caminho para ter a minha liberdade novamente e com essa liberdade, posso ver um modo de encontrar-me com a Dulce. É a única solução”.

Breno riu. “Você é loira, mas é esperta, maninha”.

Dei uma tapa em sua testa e começamos a rir. Vai dar tudo certo! Confirmei para mim mesma com convicção.

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Duda: Pronto... Continuei linda!

Gabriele: Continuei! :)