Fanfic: Adorável Cinderela *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Capítulo I

- Nós o quê? - perguntou o homem de cabelos escuros que usava um smoking caro e elegante.

- Perdemos o negócio, Alfonso. - respondeu Martin, olhando para os próprios pés, mostrando a calvície que se formava no alto de sua cabeleira grisalha.

- Mas não é possível! Estava tudo certo! O que aconteceu?

- Leonard Boylle. Na última hora, ele dobrou a oferta e fechou o negócio.

- Mas que inferno! Investimos tempo e dinheiro nos estudos de viabilidade e ele leva a melhor?

- Lamento muito. Penso até que ninguém lamenta mais do que eu. Você sabe como detesto perder. - havia rancor e raiva em sua voz.

Alfonso olhou curioso o advogado, como se tivesse dificuldade de entender o que ele dizia.

- Você detesta perder? Era o meu dinheiro! Pra você é um jogo, pra mim é negócio!

- Eu sei, não quis dizer isso... - desculpou-se.

- Oh não! Loretta! Esqueci completamente dela! - disse Alfonso, olhando a moça loira que se aproximava, usando um insinuante vestido de festa. Ela acenou sorridente e ele devolveu o gesto, rezando para que ela se afastasse.

- Querido, vamos! Estão todos perguntando por você! - chamou, com voz melosa. - Olá, Martin. - cumprimentou, em tom de desagrado.

- Eu já vou, Loretta, me dê alguns minutos. - pediu Alfonso, com voz suave.

- É sempre assim, não é? "Já vou, querida, não posso, querida..." Tudo porque "ele" não te deixa em paz. - respondeu, com voz sentida, apontando o advogado.

- Loretta, por favor. Acabei de saber que perdi um grande negócio.

- E daí, se perdeu milhões? Você tem muito outros pra compensar. - retrucou, com ar desinteressado de quem também tem muitos milhões.

Alfonso ouviu pensativo o som da orquestra que tocava no salão e a encarou:

- Você não se importa, não é?

Ela espantou-se:

- E por que me importaria? Você tem dinheiro de sobra, Alfonso!

Martin ouvia em silêncio, sabendo muito bem qual seria o desfecho daquela conversa: mais um namoro do rapaz ia azedar.

"Tanto melhor", pensou, "Assim ele mantém a cabeça nos negócios, de onde nunca devia sair".

- Nesse caso, - disse o moço com voz fria. - creio que não haja mais nada para conversarmos.