Fanfic: Adorável Cinderela *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Está me dando o fora? Aqui, numa sacada de hotel? - ela parecia inconformada. - Quem pensa que é? Bem que me avisaram que você é tem uma calculadora no lugar do coração!

Ele ergueu as sobrancelhas.

Detestava cenas e pelo jeito a moça estava a meio caminho de fazer uma, o que seria o deleite das colunas de fofocas.

- Loretta, eu não tenho tempo para isso agora...

- Você não tem tempo agora? - a voz dela era sarcástica. - Você não tem tempo nunca, senhor "estou ocupado demais para falar com você".

Martin olhou para a moça em silêncio, com ar impaciente.

- E você, - vociferou ela - ainda vai transformá-lo em alguém seco feito uma uva-passa. - Seu... Seu... Monstro manipulador! Querem saber? Vocês dois se merecem! - virou as costas e voltou ao salão, imaginando onde estava com a cabeça quando acreditou que o famoso Alfonso Herrera, o milionário conhecido por seus numerosos e breves namoros, ia se apaixonar por ela.

Os dois homens se olharam em silêncio.

- Mais uma namorada que se vai... - suspirou o rapaz.

- Não era pra você. Perua demais, mimada demais.

- Parece que ninguém é pra mim. - filosofou Alfonso.

- Deixe de besteiras. Então, como eu estava dizendo, Leonard Boylle...

Alfonso concentrou-se na conversa e se esqueceu de Loretta. Mais uma vez apegou-se ao que sabia fazer de melhor: trabalhar.

A moça olhou para o relógio pendurado na parede do bar e depois para os homens que jogavam sinuca. Pegou um refrigerante e, enquanto observava o gás formando bolhas no copo, pensou nos carros que a esperavam, pela manhã, na oficina.

"Se tivesse alguns dólares sobrando, podia fazer uma reforma aqui", pensou desanimada. Mas não tinha. Mal conseguia pagar as contas do mês.

- Hora de fechar! - gritou para os clientes.

Eles olharam para ela e largaram os tacos. Sabiam que não adiantava reclamar  Anahí os empurraria para fora e, se insistissem em ficar, faria pior: ligaria para as esposas irem buscá-los.

Assim que o último freguês saiu, ela trancou tudo e foi para casa.

"Mais uma noite em Little Spring", pensou. "Mais uma noite em que nada acontece". Olhou para fora da janela do carro e gritou para o céu de verão, cheio de estrelas:

- Dava pra você colocar alguma emoção na minha vida?

Naquele momento, ela não imaginava o quanto os céus atenderiam a seu pedido.