Fanfic: Adorável Cinderela *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Ela arregalou os olhos:

- Ficou louco?

- Moro numa casa de 18 quartos... E todos têm boas fechaduras nas portas. Ficará em segurança.

- Dezoito quartos? Pra que tantos? - espantou-se ela.

- Já estavam lá quando comprei a casa, o que podia fazer?

- Não sei, não... Preciso do cada tostão que ganho aqui.

- Eu cubro seu prejuízo. Quanto pensa que seria? - ele estava se divertindo com a situação, mas ao mesmo tempo ansioso para que ela aceitasse.

Anahí pensou um instante.

Minerva estava velha. Será que valeria a pena? Mas era uma boa oportunidade para ela ter um pouco de conforto no fim da vida, se, como Alfonso havia dito, continuasse morando no lugar.

- Vou conversar com Mina e Loul. Se eles acharem que a ideia é boa, então veremos...

Ele concordou. Sentia um misto de expectativa e felicidade que não sabia explicar. Ou talvez soubesse, mas não queria...

Anahí conversou com Loul enquanto fechavam o bar. Ele riu ao ouvir a oferta de Alfonso:

- O que quer fazer? - perguntou.

- O que você acha? Eu não sei, mas creio que viajar não seria má ideia. Além do mais, pode ser um bom negócio, afinal.

- Acho que será uma experiência e tanto, Anahí. Se decidir que vai, eu cuido de tudo aqui.

- Eu, sei. Mas ainda quero falar com Minerva.

Loul sorriu e olhou de soslaio para Alfonso, que continuava sentado, esperando pela moça.

Algo lhe dizia que havia muito mais ali do que interesse pelas terras de Minerva.

Durante o caminho de volta, Anahí permaneceu calada, enquanto sentia a brisa da noite que entrava pelas janelas quebradas do caminhão mexer seus cabelos.

A presença de Alfonso não lhe passava totalmente despercebida. Tinha consciência de que uma semana com ele podia virar sua cabeça.

E depois? Depois, nada. Ele era um milionário, ela uma mecânica pobretona do interior.

"Só na minha cabeça, mesmo, que um homem desses se interessaria por mim", - pensou e sorriu.

- O que foi? - perguntou ele, observando a expressão no rosto dela.

- Nada... Estava lembrando de você, enfiado no barro esta manhã.

Ele riu.

- Você não sabe como estava engraçado... Todo arrumadinho... - ela gargalhou alto e ele gargalhou junto.

Por algum motivo misterioso, Alfonso estava feliz e em nenhuma vez se preocupou por não estar lendo relatórios ou trabalhando.

Olhou para ela e novamente pensou em como era bonita e nas curvas sedutoras de seu corpo jovem. Imaginou que, se usasse roupas adequadas e se enfeitasse, seria o delírio de muitos fotógrafos.

- Pensou na minha proposta? - perguntou.

- Vamos ver... Vou conversar com Mina amanhã e então lhe digo.

- Não choveu... - ele comentou, olhando o céu estrelado sobre eles.

Anahí parou o caminhão em frente ao portão.

- Está entregue.

- Não vai descer? A luz está acesa, talvez sua amiga esteja acordada.

Ela duvidava muito. Já era tarde, mas, pelo sim, pelo não, resolveu verificar se estava tudo bem.

Caminharam devagar, sentindo o calor da noite. Anahí não queria olhar para ele, por medo de achá-lo mais atraente ainda, mas Alfonso não parecia preocupado com isso.

Seus braços se tocaram enquanto andavam e ele pegou a mão dela: áspera, cheia de calos e as unhas encardidas. Mas ainda assim uma sensação de aconchego apoderou-se dele.

Nem se lembrava mais de quando tinha sido a última vez que caminhou de mãos dadas com uma garota. Normalmente as levava para a cama logo na primeira noite, para livrar-se delas pouco tempo depois.

A casa estava silenciosa e apenas as luzes tinham ficado acesas esperando por ele. Anahí despediu-se e virou as costas.

- Espere. - disse ele, pegando novamente a mão dela - Levo você até o portão.

Ela riu.

- Vamos ficar igual aos três patetas, indo e voltando? - perguntou.

Ele sorriu e novamente sentiu o aconchego que ela lhe transmitia.

- Bem, então já vou. Espero que durma bem.

- Normalmente durmo pouco... Umas 3 ou 4 horas de sono, não mais. - comentou.

Anahí sorriu virou-se para entrar no caminhão.

- Espere. - disse ele.

- O que foi agora? - perguntou, sorrindo.

Ele a olhou nos olhos e ela sentiu as pernas tremerem.

- Só isso. - respondeu, dando-lhe um beijo no rosto. - Boa noite, Anahí. Dirija com cuidado.

Ela não sabia o que fazer e entrou no caminhão.

Quando fez a curva, Alfonso ainda estava parado no portão, olhando para ela.