Fanfic: Adorável Cinderela *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

- Até que enfim! Achei que não viria hoje! - disse Martin, entrando na sala junto com a copeira.

- Lá vem você de novo com os exageros. Atrasei meia hora. Resolvi nadar um pouco antes de vir.

- Nadar? Você? Na sua casa? - as perguntas foram pausadas.

- É. Por que está espantado? Afinal, tenho uma piscina lá!

- É que você nunca a usou...

O rapaz não respondeu. Sabia que algo estava diferente, mas não queria pensar nisso.

- Agora me conte tudo sobre Little Spring.

Alfonso fez um relato completo ao advogado, que ouvia tudo com olhos ambiciosos. Ou melhor, quase completo. Por algum motivo, novamente omitiu o fato de Anahí estar hospedada em sua casa e tudo o que se referisse a ela.

- Deixe ver se entendi. A velhota que herdou as terras vai doá-las a uma protegida.

- Mais ou menos isso. Ela pretende fazer a doação, mas a moça ainda não sabe.

- E essa tal moça? Você a conheceu, acredita que ela vai vender?

- Provavelmente sim.

- Ótimo! - os olhos de Martin brilharam mais.

Alfonso sorriu. É, era ótimo. Mas o que ia acontecer depois? Anahí voltaria para casa e eles nunca mais se veriam? E o que importava isso, afinal? Eram apenas negócios, certo?

Algo dentro dele disse que não, mas Alfonso desconsiderou a voz em sua cabeça.

- Agora quero saber sobre o empreendimento na Pensilvânia. Você encontrou o erro? - perguntou, mudando de assunto.

- Encontrei. Vou buscar os papéis e já volto.

Alfonso recostou-se novamente na cadeira e pensou em seu avô. "Dar moradia à gente decente", ele dizia. Quem sabe esta não era uma boa oportunidade?

Então lembrou que Anahí havia dito a mesma coisa.

Anahí, toda molhada na piscina, a calça grudada no corpo, a blusa colada, marcando os seios, a cintura fina.

Anahí, de mãos calejadas e ao mesmo tempo tão suaves.

Anahí, que comia pizza sentada no chão e lia Shakespeare. Tão linda tão atraente... E resistia à sua aproximação.

Olhou Martin que entrava, carregando a papelada, e concentrou-se no trabalho. Minutos depois já havia se esquecido das casas populares. Mas a imagem de Anahí com a roupa colada no corpo ainda dançava em seu pensamento.

Anahí andava pela rua, olhando as vitrines das lojas sofisticadas que Scarllet indicou, sem conseguir se decidir em qual entrar.

Alfonso tinha deixado com ela um bocado de dinheiro e esperava que ela soubesse exatamente onde e o que comprar. Usando seu melhor jeans, camiseta e tênis, ela sabia que não combinava com aquele lugar e isso só piorava sua situação.

Daria tudo para ter Scarllet com ela, porém teria de se virar sozinha. Respirando fundo, entrou em uma das lojas.

Havia algumas clientes elegantemente vestidas escolhendo suas roupas e Anahí passeou pelo lugar, olhando os vestidos de noite, sem encontrar nada que gostasse.

Foi então que notou a carteira caída no chão. Com certeza uma das clientes havia deixado cair sem perceber. Aproximou-se e, quando se abaixou para pegá-la, ouviu os gritos da mulher.

- Tire as mãos daí agora!

Ela olhou assustada.

- Está falando comigo? - perguntou surpresa.

- Não, com o fantasma atrás de você! Claro que é com você! Pensou que ninguém ia ver, não é?

Anahí levantou-se e encarou a mulher:

- Eu vi a carteira caída e fui pegar pra devolver!

- Viu foi uma boa oportunidade de roubar, isso sim!

O sangue da moça subiu. Ela, roubar? Justo ela, que nunca havia pegado um alfinete velho de ninguém, que dava um duro danado entre carros velhos e bêbados inveterados? Aquilo era demais!

- Com quem pensa que está falando, moça? - perguntou Anahí, colocando as mãos na cintura em atitude ameaçadora.

- Com você mesma e, se não sair daqui agora, vou chamar a polícia.

- Vim aqui comprar um vestido! Não vim roubar ninguém!

As pessoas da loja começaram a se aproximar e a gerente quis saber o que estava acontecendo.

- Essa aí estava tentando roubar a carteira da senhora Peterson que caiu no chão.

- Se falar de novo que eu queria roubar alguém afundo seus dentes. - rosnou Anahí, fechando a mão.

- E ainda inventou que veio comprar um vestido! Pelo amor de Deus, você não tem dinheiro nem pra comprar um cachorro-quente na esquina!

Anahí sentiu o alerta de perigo acender em sua cabeça e virou-se para sair, ainda com os punhos cerrados.

- Ladra! - gritou a mulher.

Foi o suficiente. Dois segundos depois, a mulher estava no chão, com o olho marcado pelo soco que recebeu da moça enfurecida.

- Levanta daí e me chama de ladra de novo! - berrou completamente transtornada. - Lido com marmanjos três vezes maiores quer você. Vem!