Fanfic: Adorável Cinderela *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

A gerente estava com o telefone na mão, chamando a polícia, quando Walfred, com toda calma do mundo, chamou:

- Baronesa Vanderdorlf?

Anahí virou-se e olhou para o homem, sem entender.

- O barão pediu que viesse buscá-la. Está tudo bem?

O silêncio tomou conta da loja.

- Baronesa? - perguntou a gerente largando o telefone e olhando feio para a vendedora que se levantava, apertando o olho.

- Baronesa Anahí Portilla Vanderdorlf. - disse ele em tom solene. - Está tudo bem, senhora?

- Está sim, Walfred. - respondeu Anahí, sem saber se ria se chorava ou se aproveitava para socar a mulher outra vez. - Confundiu-me com outra pessoa, só isso.

- Baronesa, por favor, perdoe-me a confusão... - disse a gerente, cheia de mesuras e gentilezas. - A vendedora é nova aqui e a senhora sabe como é difícil hoje em dia conseguirmos bons funcionários...

Anahí encarou a mulher e teve vontade de socá-la também.

- Vou gastar os dólares do barão em outra loja. Uma que tenha mais classe nas roupas e mais educação no atendimento. Vamos, Walfred. - e saiu, pisando duro, cabeça erguida e andar altivo, seguida pelo mordomo, que estava se divertindo.

Anahí deu dois passos e se jogou nos braços dele, chorando:

- Me chamaram de ladra! E queriam chamar a polícia... - ela soluçava, num misto de raiva e humilhação

- Calma senhorita, calma... Vamos até o carro.

- Oh, Walfred! Que diabo de idéia maluca eu tive de vir para Nova York?! Nunca devia ter saído de Little Spring!

- Se me permite dizer, a senhorita tem um belo soco de direita. E um bom equilíbrio também.

Anahí riu, mesmo sem querer, ainda abraçada a ele.

- Calma, meu bem, calma. - disse Walfred, entregando-lhe seu lenço. - Já passou... Ao menos para a senhorita. Para a outra moça, já não sei.

Anahí riu novamente.

- O que está fazendo aqui? Como me encontrou? - perguntou, enxugando as lágrimas.

- Liguei para o motorista e pensei que talvez a senhorita pudesse precisar de alguns conselhos... Se me permite a ousadia.

Ela o abraçou com carinho.

- Oh, Walfred! Nem sei o que dizer! Baronesa Vanderdorlf? De onde você tirou esse nome? - perguntou Anahí, acalmando-se.

- De uma peça que assisti há muitos anos. A baronesa da peça não era alguém muito agradável, mas foi o primeiro nome que me veio à cabeça.

- Muito obrigada! - disse, emocionada.

Ele suspirou.

- Trabalho para o senhor Herrera há muitos anos, senhorita. Nunca o vi sorrir nem ser gentil, nadar ou deixar de trabalhar para dar uma volta no jardim. E a senhorita conseguiu isso tudo em um único dia.

Anahí olhou para ele, engolindo em seco.

- O que está tentando dizer, Walfred?

- Que você, Anahí Portilla, tem mais charme e coragem do que qualquer outra mulher que já pisou naquela casa. Isso sem falar no soco de direita.

Ela riu novamente, já bem mais calma.

- Se me permite senhorita, tenho uma amiga que possui um pequeno ateliê não muito longe daqui. Talvez queira, ir até lá e dar uma olhada. Creio que ela pode ajudá-la nesta situação.

Anahí olhou para ele, cheia de gratidão.

- Eu adoraria Walfred.

Meia hora depois, sentada, tomando um suco refrescante, ela explicava à Teresa Ponti, a amiga italiana de Walfred, o que estava procurando.

A mulher, uma bonita morena de meia idade, ouviu tudo com atenção e mostrou-lhe exatamente o que queria. Também a acompanhou ao cabeleireiro e a ajudou a comprar os acessórios de que ia precisar.

Algumas horas depois, de unhas arrumadas, cabelos cortados e hidratados, usando um elegante terninho que lhe ficava perfeito, Anahí cruzou as grandes portas de vidro da Ernest Herrera, rezando para não tropeçar no salto.

Alfonso recebeu-a diante do olhar atento da secretária e fez questão de lhe mostrar a empresa e os novos projetos em que estavam trabalhando.

Ela prestou atenção em tudo que ele dizia e aos seus novos empreendimentos, percebendo que Minerva faria, afinal, um bom negócio com aquelas pessoas.

- Você acredita que consegue a licença para construir em Little Spring?

- Temos um bom plano. - disse, sorrindo, admirado de como ela estava linda.

- E fará mansões, piscinas e quadras de tênis, não é?

- Esse é o plano... - disse, ainda sorrindo.

Ela olhou para ele com uma expressão estranha e o rapaz ficou curioso.

- O que foi?

- Nada, é que eu não entendo. Você já é tão rico e sua empresa é tão sólida! Por que continua fazendo esse tipo de projeto, quando pode fazer casas mais baratas e beneficiar a quem realmente precisa?