Fanfic: Adorável Cinderela *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Ele olhou nos seus olhos e viu que ela estava sendo sincera.

- Casas maiores dão mais retorno... Você é comerciante, entende o que estou dizendo.

- Nunca pensou que há um limite para as coisas? Quero dizer, vai passar a vida inteira só pensando em ganhar mais e mais dinheiro, sem sentir vontade de fazer alguma coisa útil com ele?

Alfonso sentou-se.

- O que faço é útil.

- Não, você constrói casas para quem já tem meia dúzia delas! Não acha isso meio indecente?

Ele espantou-se.

- Indecente? Não, não acho. E, quanto a não ter limites para se ganhar dinheiro não vejo o que há de mal nisso. Dinheiro é bom, Anahí, deixa as pessoas mais felizes!

- Você é mais feliz por ser rico?

- Sou... Quero dizer, vivo melhor, tenho uma bela casa, conforto, essas coisas...

Anahí não respondeu. Olhou para ele sentindo o peito apertado.

Eles eram muito diferentes mesmo...

- Bem, acho que já vou. Você precisa trabalhar. - disse, com um sorriso sem graça.

- Estava pensando que podíamos sair para jantar esta noite, o que acha?

- Acho que gostaria de ficar em casa. Tive um dia e tanto...

Ele a acompanhou até o elevador, mas percebeu que ela não sentia a mínima vontade de conversar.

- A gente se vê à noite, então.

Ela sorriu e entrou no elevador. Por um instante, antes da porta se fechar, seus olhares se cruzaram e Alfonso teve a sensação de ver uma sombra de decepção nos olhos dela.

Durante o resto do dia, aquilo o incomodou.

Mas que diabos, o que ela esperava dele? Que virasse monge franciscano e abrisse mão da fortuna ou que se sentisse envergonhado por ser rico? E por que aquilo o incomodava, afinal?

Olhou a foto do avô na parede e desviou o olhar. Voltou para o trabalho, mas não conseguia se concentrar.

Pela primeira vez, Alfonso estava pensando em sua vida e, embora não quisesse admitir, não estava gostando muito do que via.

"Você é mais feliz por ser rico?", ela havia perguntado. Claro que era! Não era?

"Eu sou feliz!", disse para si mesmo. Mas alguma dentro de sua cabeça e de seu coração dizia que não.

Chamou Martin e pediu que levantasse todos os dados referentes ao déficit de casas populares na região de Little Spring e juntasse tudo em um relatório.

- Quero isso até o final do dia. Vou dar uma estudada hoje à noite.

Martin não estava entendendo nem gostando daquela conversa:

- E para que quer isso? Não trabalhamos com quem tem pouco dinheiro.

- Martin, peça o estudo para mim. Tenho meus motivos.

- Está bem... Só não entendo por quê.

Alfonso não disse mais nada. Também não entendia muito bem por que tinha pedido aquilo.

Martin sentiu um sinal de alerta acender em sua mente.

Alfonso desligou o celular no final de semana, nadou antes de ir trabalhar, chegou atrasado e agora aquilo. Alguma coisa estava acontecendo. E ele precisava descobrir rapidamente o que era.