Fanfic: Presos na Neve *AyA*Ponny* | Tema: Ponny,AyA

Anahí começava a ficar nervosa.

- Então, teremos que ficar aqui até que passe alguém, não?

Os dois sabiam que muito pouca gente usava aquela estrada quando fazia mal tempo, sobretudo se estivesse nevando.

- Há uma cabana a meio quilômetro daqui. - disse Poncho, pegando sua jaqueta do assento de trás. - Passamos por ela faz um momento.

- Havia alguém?

- Não. Parecia uma cabana abandonada, mas nos servirá bem.

- Uma cabana abandonada?

Anahí o olhava atônita, enquanto ele fechava o estojo de primeiro socorros.

- Não se mova.

- Como se pudesse ir a alguma parte...

As botas de Alfonso rangiam sobre a neve enquanto ia para o porta-malas. Dali tirou uma manta e nela guardou uma lanterna, o estojo de primeiro socorros, um recipiente térmico e uma bolsa de papel marrom em que Anahí não sabia o que levava.

- Veio preparado, né?

- Tudo vai sair bem. Não se preocupe.

- Isso espero. - murmurou ela.

Se Poncho podia comportar-se como se não acontecesse nada, ela também, pensou inclinando-se para ficar de pé.

Poncho estava ao seu lado antes que pudesse colocar o casaco.

- Sai do carro. Eu te ajudarei.

A porta do jipe estava esmagada contra uma árvore e teve que deslizar-se para o assento do condutor. Poncho colocou o braço e a tirou como se não pesasse nada. Sua força a deixou surpreendida.

Uma vez fora, apertou-a contra seu peito. Podia sentir o calor de seu corpo através do pulôver e isso a turvava, mas ele não parecia dar-se conta.

Depois, colocou o casaco, inclusive fechou os botões como se fosse uma menina. Por último, colocou o gorro, quase até as sobrancelhas.

- Está bem?

Sua atitude dominante a excitava, mas duvidava que se referisse a isso.

- Sim.

- Cuidado. - disse Alfonso, ajudando-a a subir o pequeno barranco até a estrada. - Fique aqui enquanto eu tiro as coisas.

Ela estava indignada. Ou queria estar.

- Posso te ajudar. Não sou uma menina.

Alfonso se deteve, sorrindo meigamente.

- Claro que não. É uma mulher muito independente e muito competente.

- O que quer dizer com isso? - Perguntou Anahí, ligeiramente incômoda.

- Que não tem nada que provar. - respondeu ele, baixando de novo o trinco para fechar o carro.

Surpreendida pelo estranho completo e a mais estranha atitude, observou-o colocar sua bolsa de viagem no ombro e pegar a mala com a outra mão. A neve começava a cobrir o jipe.

O pobre ia carregado até as sobrancelhas, mas se negava a aceitar sua oferta de ajuda.

- Não deveríamos deixar uma nota ou algo? Talvez alguém passe por aqui.

Alfonso começou a caminhar e Anahí o seguiu.

O sol se pôs atrás das montanhas e as sombras começavam a cair sobre o panorama nevado. Estava com o nariz congelado e quase lhe doía respirar.

- Se deixarmos uma nota poderia encontrá-la qualquer um. E estaremos sozinhos na cabana, desprotegidos.

A palavra "a sós" parecia ecoar na solitária paisagem.

Anahí tragou saliva, tentando controlar sua imaginação. Mas sua imaginação parecia decidida a pintar um Poncho sem camisa.