Fanfics Brasil - Pronto para Guerra Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação

Fanfic: Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação | Tema: Vondy / Ponny / Meio chaverroni


Capítulo: Pronto para Guerra

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Capítulo 8 - Pronto para Guerra


 


Dulce’s POV


 


Houveram risinhos, mas ninguém se acusou. Depois dizem que eu é que sou infantil.


 


– MUUUUAHAHAHAHAHA – Riu Christian como se fosse um monstro (o que ele realmente era para mim).


 


– Não faz isso! Eu tenho medo de escuro. – Reclamou Anahí com a voz trêmula.


 


– MUUUUUAHAHAHAHAHAHAHAHAHA – A gargalhada patética e tenebrosa agora veio de Christopher. Quanta imbecilidade.


 


Bem, eu não ia ficar parada ali a noite inteira. Dei alguns passos lentamente para frente sem enxergar nada, tentando apalpar alguma coisa.


 


Christopher’s POV


 


Eu ainda continha a risada por ter passado a mão na bun/da de Maitê. Lógico que eu não ia perder aquela oportunidade, além disso, foi muito engraçado vê-la gritar.


 


Mas eu não estava satisfeito. Eu queria beijá-la e, aquele momento seria perfeito para isso. No escuro, eu a agarrarei com força, ela não irá resistir, e ninguém ficará sabendo. Me aproximei de onde ela estava a poucos segundos atrás, quando lhe toquei a bunda.


 


Christian’s POV


 


Eu tinha certeza que o viadão do Christopher tinha passado a mão na bun/da de Maitê, só podia ser ele, pois eu nem me mexi e Poncho jamais faria isso.


 


Ah caraca, ele pode se divertir e eu não? Eu quero dar uma dedada em alguém, e minha vítima vai ser a Maitê, ela é mesmo gostosa.


 


Quero dar dedada, quero dar dedada!


 


Maitê’s POV


 


Temi que a mão que passaram na minha bunda, há poucos segundos atrás, fosse a de Christian, porque eu desejava com todas as forças que ela fosse do gostosão do Christopher. Eu estou no maior atraso e ver ele todos os dias tem me deixado louca. Eu o queria para mim, mas as coisas entre nós estavam indo muito devagar. Tudo bem que ele seria meu futuro irmão, mas eu estou realmente caidinha por ele.


 


A palavra ”namorar” não faz parte do meu dicionário, mas se ela viesse da boca de Ucker seria perfeito. Já que ele não havia tomado a iniciativa de me beijar desde o episódio no Pazzo Club, eu iria. Eu vou beijá-lo agora, enquanto todos estão distraídos, e ele não resistirá.


 


Então me aproximei do local onde ele estava antes do apagão.


 


Anahí’s POV


 


Ai, como eu odeio escuro! É tão estranho, eu tenho certeza que tem um fantasma aqui. Se eu ver um vulto branco, vou enfartar e ninguém vai perceber nessa escuridão. Mas, e se eu abraçasse Poncho? Será que ele me abraçaria de volta? Será que ele me protegeria?


 


Só vou saber tentando, afinal está escuro, ele não poderá ver minha cara ruborizada.


 


Caminhei, trêmula, em direção ao local onde Poncho estava antes da luz sumir.


 


Alfonso’s POV


 


Estou com pena da Annie, ela realmente parecia assustada com as gargalhadas dos meus irmãos. Por que eles são tão idiotas?


 


Quando eles vão crescer?


 


Ainda estou com o copo de cerveja que Ucker me pediu para segurar antes de ele começar a imitar Dulce. Estou morrendo de sede, mas não vou beber no mesmo copo que ele. Sabe quantas bactérias tem aqui, se proliferando tão perto das minhas mãos?


 


Nojo!


 


Foco, Alfonso, foco! Eu preciso me aproximar de Anahí e lhe dizer para não temer, que logo a luz retornará.


 


Dei um passo para frente, tentando achá-la.


 


Victor’s POV


 


Ale e eu já estávamos voltando para a sala. Encontrei apenas uma lanterna, mas ela estava falhando, talvez bateria fraca, não sei. Quando chegamos na sala, ela apagou novamente. Tinha sido a quarta vez que ela apagava desde que a encontrei. Ouvi risos e gemidos na sala. Logo me apressei, chacoalhando a lanterna pra ela voltar a funcionar. Queria poder ver o motivo da barulheira.


 


A lanterna finalmente acendeu, e apontei para o meio da sala.


 


– Oh meu Deus! – Gritou Ale ao meu lado.


 


Meus olhos quase saltaram para fora ao ver Christian dando uma dedada no traseiro de Anahí que gritou assustada e lhe deu um tapa. Poncho parecia horrorizado, enquanto Maitê prendia as mãos dele contra seus seios lhe tentando beijar, e, para completar,


 


Christopher estava... estava... beijando Bella?


 


A luz voltou de repente,e tudo ficou mais claro.


 


Dulce’s POV


 


Tudo agora ficou claro. Só aí eu vi que o tarado que me segurava, quase quebrando meus ossos, era Christopher Babacão Uckermann, que ainda mantinha os olhos fechados.


 


AI, MEU DEUS, EU QUERO MORRER!


 


Ele tentava invadir a minha boca com aquela língua nojenta, e eu não permiti, cerrando os lábios fortemente. Eu queria gritar, mas só saía um gemido abafado, já que minha boca estava tapada com os lábios imundos dele, com tanta força, que chegava a doer.


 


As risadas altas à nossa volta fizeram o tarado do Uckermann abrir os olhos e, ao me ver, pulou para trás com o rosto pálido, como se tivesse visto um fantasma.


 


Christopher’s POV


 


Eu ia ter um AVC a qualquer momento, ainda não podia acreditar no que os meus olhos viam. Eu estava beijando a pirralha da Dulce?


 


Pulei para trás, ofegando e querendo que o chão se abrisse embaixo de mim.


 


– AAAAAAAAAAHHHH A MINHA BOCA! ECA, ECA, ECAAAAAAAA! – Ela gritou furiosa, correndo para a cozinha.


 


Todos a seguiram, ainda rindo de sua reação. Eu não fiquei para trás. Me arrastei, acompanhado-os. Estava imensamente constrangido e não sabia como iria explicar aquele beijo. Se é que se pode chamar assim, pois nem mesmo consegui colocar a língua dentro da boca dela.


 


Ufa, graças ao bom Deus!


 


Quando cheguei na cozinha, ela já lavava a boca na pia com muita água e detergente de louça. Que exagerada! Certo que eu também não havia gostado de beijar a pirralha, mas também não era motivo para tanto escândalo. Me senti um pouco ofendido, não entendi aquilo. Afinal eu não tinha nenhuma doença.


 


Dul virou-se para nós com a camisa molhada, e seu rosto estava mais vermelho do que de costume. Só aí percebi que não era raiva, e sim, vergonha.


 


Nos encaramos por um segundo, então ela começou...


 


– Victor, bate nele! Ele me agarrou a força! – Esbravejou Saviñón apontando para mim.


 


– Foi um acidente e tecnicamente, foi você quem me agarrou, pois ainda sou você, lembra? – Me defendi zombando.


 


– Ele tem um pouco de razão. – Respondeu Victor segurando o riso.


 


Dulce bufou inconformada com a resposta de seu pai. Sinceramente, fiquei confuso quando a vi enchendo um copo com água da torneira, mas me mantive apenas observando.


 


– Já que é assim, nunca mais faça aquilo, Dul! – Falou ela, jogando a água na minha cara.


 


PERFEITO.


 


Agora eu também estava encharcado e pronto para outra discussão, quando Victor interrompeu, com a pergunta mais constrangedora da noite.


 


– O que foi aquilo que todos vocês estavam fazendo na sala?


 


Eu, meus irmãos e as garotas Saviñón começamos a berrar, todos ao mesmo tempo, nem mesmo eu conseguia me ouvir, quem dirá Victor, que ficou impaciente.


 


– Parem!


 


Todos se calaram, mas a última frase ecoou no ar:


 


– ...porque eu só queria dar uma dedada! – Aquilo só poderia ter saído da boca de Christian.


 


– Meu filho, que coisa feia de se dizer na frente das meninas! Eu não lhe eduquei assim!– Disse nossa mãe séria.


 


– Desculpe! – Falou Christian num fio de voz, tirando seu fiel boné branco da cabeça e colocando-o no rosto.


 


Poncho e eu rimos.


 


– Sinceramente, se as explicações vão ser desse tipo, eu prefiro nem ouvir, ou não vou conseguir dormir. Só, por favor, não aprontem mais. – Pediu Victor, com uma mão na testa. Coitado, acho que ele estava pensando que havíamos iniciado uma suruba no escuro.


 


(...)


 


No dia seguinte me sentia ótimo, não precisava ser mais Dulce Saviñón e já podia vestir minhas próprias roupas. A ideia de terapia da minha mãe foi um verdadeiro fiasco, provavelmente não haveria nada no mundo que fizesse eu e Dul convivermos juntos, sem brigas e catástrofes. Mesmo Ale, tendo que admitir que seu plano foi uma má ideia, estava animadíssima. Ela passou a manhã inteira na cozinha, preparando um almoço especial para Victor, mas não só um almoço, seria seu primeiro almoço. Ela me falou que prepararia uma macarronada. Uma receita antiga que aprendeu com sua mãe, ela sempre fazia para nós, mas Victor nunca havia provado. Era bom ver Ale tão feliz.


 


Quase todos nós já estávamos à mesa esperando o almoço ser servido, o sorriso estampado no rosto de Victor era de pura paixão. Ao poucos, eu estava percebendo o quanto aquele casal se amava. Minha mãe ainda se arrumava em seu quarto. Ela deveria estar muito nervosa, pois nunca demorou tanto para se produzir.


 


Uma coisa me incomodava, mas eu não queria deixar transparecer: a ausência de Dulce. Não que eu me importasse com a pirralha, mas temia que ela estivesse aprontando alguma por aí.


 


Para o meu alívio, Dul chegou correndo na sala de jantar, sentou-se ofegante na mesa e não me encarou.


 


– Muito bem, quem está com fome? – Perguntou Ale adentrando o cômodo contente.


 


– Eu! – Gritaram Christian e Dulce ao mesmo tempo. Hum, que estranho.


 


Ale fitou Dul com um enorme sorriso. Quase gritei: “mãe, não se iluda”, porém me mantive apenas analisando.


 


Minha mãe adotiva logo voltou da cozinha com uma enorme travessa de macarronada. O sorriso de orelha a orelha iluminou a sala de jantar. Ela fez questão de servir cada um de nós. Christian praticamente salivava em frente ao prato.


 


– Não comam ainda. Deixem Victor provar primeiro. – Pediu ela.


 


Consentimos, vendo Victor pegar o garfo e enrolar o espaguete.


 


Dul me pareceu apreensiva demais, fitando seu pai. Ela nem mesmo piscou os olhos.


 


Victor colocou o espaguete na boca, sorriu e começou a degustar. Por um segundo, ele parou de mastigar e colocou um guardanapo na frente da boca. Podia jurar que seus olhos começavam a lacrimejar.


 


– Hum, delicioso.


 


– Comam. – Incentivou minha mãe.


 


Assim como os outros, logo coloquei um garfo cheio na boca. A sensação foi horrível! Todos nós praticamente cuspimos a comida ao mesmo tempo. Não dava para engolir, o molho do espaguete tinha gosto de esgoto. Mesmo bebendo muita água, o gosto terrível não saía da boca. Podia jurar que ali havia boldo, leite estragado, pimenta e creme dental. Como consegui sentir? Não sei, apenas senti e fiquei enjoado.


 


– O que foi? Não gostaram? – Perguntou Ale assustada.


 


– Espera! Deixa eu provar! – Falou Dulce risonha. Ela colocou uma quantidade minúscula na boca e logo depois também cuspiu o espaguete, dizendo: – MEU DEUS, NÃO ACREDITO QUE ME DEIXOU COLOCAR ISSO NA BOCA! A MORTE DEVE TER ESSE GOSTO. QUER ENVENENAR MEU PAI, SUA PIRADA?


 


– Dul, não fale assim com Ale! – Respondeu Victor alterando-se.


 


Ale nos olhou já com lágrimas nos olhos, saiu correndo e Victor a seguiu.


 


A maldita Dulce sorriu satisfeita para mim. Eu nunca bati em uma mulher, mas realmente tive vontade de socar Dulce Maria. Era claro como o dia que Dulce havia estragado o almoço de minha mãe, pois ale nunca errou ao fazer aquela receita.


 


Anahí e Alfonso olhavam para a garota chocados. Maitê, indiferente, saiu da sala de jantar e Christian... continuou comendo. Não sei como.


 


Lancei para a filha do capeta meu olhar mais raivoso, a ponto do meu olho esquerdo tremer. Ela ignorou e saiu saltitando para fora da sala de jantar.


 


– Fica frio Christopher, não vale a pena se estressar. – Interviu Poncho, colocando uma mão no meu ombro na tentativa de me acalmar. Mas não ia adiantar; a garota Saviñón havia passado dos limites.


 


Uma coisa era aprontar comigo e meus irmãos, outra era fazer Ale chorar.


 


Levantei-me, quase virando a mesa, e subi para o meu quarto. Bati a porta com força e soquei uma parede.


 


Eu já sabia o que fazer, sabia que não ia ter como fugir. Eu iria ser tão insensível e estúpido quanto Dulce. Se ela queria alguém para confrontar, esse alguém seria eu e não Ale.


 


Desci as escadas em uma velocidade que não sabia ser possível, fui até um dos armários de limpeza, peguei um balde e fui para o jardim. Enchi o balde com água da piscina e marchei em direção à varanda onde Dulce estava sentada, de costas para mim, com sua estúpida guitarra. Provavelmente saboreando seu recente feito.


 


(N/A: ESSE FOI O MOMENTO EM QUE DULCE INICIOU A NARRAÇÃO DE NOSSA FANFIC.)


 


Dulce virou-se para me encarar confusa. Não podia esperar nem mais um segundo, eu tinha que por a raiva que eu sentia,para fora.


 


–Dulce Saviñón, sua pirralha mimada! Você não sabe com quem se meteu. Só porque você é filha do Victor, eu não vou permitir que você apronte por aí com todo mundo, se é guerra que você quer, é guerra que você vai ter! – Minha voz saiu grave e em um tom de fúria que eu raramente usava.


 


– Ha, ha, ha! Que foi, Luizinho? Tá com raivinha é? Você é grande, mas não é dois, eu encaro!


 


– Encara isso! – Falei jogando toda a água na pirralha dos infernos. Ela ficou chocada e engasgando, enquanto eu me afastava.


 


Aquilo havia sido apenas um aviso de que eu estava PRONTO PARA A GUERRA. Dulce Maria Saviñón havia comprado uma briga que nunca iria vencer.


 


Só depois que soube que minha mãe estava melhor, eu finalmente me acalmei. Minha explosão havia passado e eu estava pronto para começar a colocar os planos, que demorei duas horas bolando, em prática.


 


(...)


 


Christian e eu carregávamos pelo jardim escuro uma escada. Nosso objetivo? Invadir o quarto de Dul e sequestrar sua estúpida guitarra Fender. Eu já tinha bons planos para ela.


 


– Christopher, tem certeza que ela não está ai? – Perguntou Christian, segurando a escada enquanto eu subia alguns degraus.


 


– Sim, ela está implicando com Anahí na cozinha. Não se preocupe, vai dar certo. – Afirmei sorrindo.


 


Adentrei o quarto pela janela que estava aberta. Quando coloquei os pés no cômodo, me perguntei se havia entrado no quarto certo. O quarto da Saviñón mais parecia o quarto de um garoto rebelde. Pôsteres de bandas de rock na parede, revistas de motociclismo espalhadas pelo chão e uma cama bagunçada. Me surpreendi por não ver nenhum revista de mulher pelada, afinal, a garota tinha tudo para ser lésbica.


 


Logo avistei a guitarra da minha inimiga, encostada em um canto de parede. Estava prestes a me mover para pegá-la, quando ouvi um barulho atrás de mim. Virei-me só para constatar que era Christian entrando pela janela. Revirei os olhos.


 


– Não era para você ficar vigiando lá embaixo? – Perguntei, já bufando.


 


– Era? Você não falou nada! – Falou ele com cara de paspalhão.


 


– Não precisava, estava implícito!


 


– Ei, ei... tive uma ideia, vamos roubar todas as calcinhas dela! – Disse o animado Christian, sentindo-se inteligente enquanto sorria.


 


– Aquela coisa provavelmente usa cueca. Vamos pegar logo a guitarra e dar o fora daqui. – Caminhei em direção ao instrumento. Peguei a Fender pronto para sair dali rapidinho. – Anda Christian, vamos sair daqui!


 


– Então pula você primeiro!


 


– Pular? Desce pela escada, cara! – Indiquei a janela.


 


–Que escada?


 


– Droga Christian, a escada que você estava segurando!


 


– Ah, essa escada? Eu empurrei ela com o pé quando subi na janela. Você sabe, para não deixar rastro. – Ele piscou sorridente.


 


– VOCÊ... O QUE?


 


Christopher’s POV


 


Corri para a janela, coloquei a cabeça para fora e lá estava a escada no chão do jardim. Precisei contar de 1 até 10 para não jogar CHRISTIAN janela afora.


 


– Muito bem, seu bizonho! E agora, o que a gente vai fazer? – Quase gritei.


 


– Como eu ia saber que ainda íamos precisar dela? – Murmurou, cruzando os braços.


 


Arregalei os olhos na mais pura descrença. Como ele podia fazer uma pergunta daquelas?


 


– Você tem razão Christian, não precisamos da escada. AFINAL, A GENTE VOA! – Aumentei a voz nas últimas palavras, chegando ao meu limite.


 


Meu irmão burro deu de ombros e jogou-se na cama de Dulce, enquanto eu me forçava a pensar em um jeito de sairmos dali, já que a janela era muito alta para pular.


 


– Calminha Christopher, ou você pode ter um derrame do coração.


 


Mesmo amando meu irmão, tinha horas que eu queria simplesmente matá-lo lentamente. Eu estava uma pilha. O dia tinha sido estressante e agora estávamos presos no quarto da pior garota do mundo. O que mais poderia acontecer de desastroso na minha noite?


 


Passaram-se 33 minutos contados no relógio, e eu não havia tido nenhuma ideia para nos tirar daquele quarto. Eu temia que Dul entrasse no quarto a qualquer momento, fizesse um escândalo e Victor pensasse ainda mais que éramos pervertidos, pois ficamos em maus lençóis com a história do apagão.


 


– Ah cara, estou ficando com fome, será que Dul não guarda nem um chocolatezinho aqui? – Perguntou Christian entediado abrindo a gaveta do criado mudo.


 


Mesmo estando distante, notei uma caixinha rosa dentro da gaveta. Aquilo me chamou a atenção, pois não havia nada no quarto de Dulce que não fosse preto ou azul escuro.


 


Tomei a frente de Christian, ignorando seus protestos e peguei a caixinha rosa. Era incomum, do tamanho de uma caixa de sapatos e o nome de Dul estava escrito na tampa com purpurina. Tive vontade de rir, aquilo não era nada a cara dela, era feminino demais para alguém como a Saviñón. Não resisti e abri, sentando-me na cama. Me surpreendi ao ver fotos antigas, um cordão de prata com pingente em formato de estrela, mas o fecho estava quebrado como se houvesse sido rompido. E, no fundo da caixa uma carta.


 


Ergui uma sobrancelha ao ver uma foto de Dul bem mais jovem, deveria ter uns 12 anos. Ao seu lado uma mulher muito bonita que logo deduzi ser sua falecida mãe. Ale havia me dito, semanas atrás, que a mãe de Dul morreu muito cedo, mas ela não me contou o motivo de sua morte. Dul tinha um sorriso estampado em seu rosto tão verdadeiro, diferente dos sorrisos sarcásticos que eu estava acostumado a ver. Sua aparência também era diferente, cabelos mais curtos, óculos de grau e, pasmem, usava um vestido. Ela até que parecia uma criança bem normal. Tentei imaginar quando foi que ela virou a encapetada que é atualmente. Larguei a foto dentro da caixa e peguei a carta, quase me queimando de curiosidade. Seria algo que eu poderia usar contra ela?


 


Logo nas primeiras palavras, notei que era uma carta de sua mãe:


 


Para minha querida Dulls:


 


Eu prometi que estaria com você no seu 13º aniversário, mas os dias têm sido tirados de mim como grãos de areia levados pelo vento, por isso não poderei cumprir minha promessa. Eu sei que ainda é uma menina e tem muitas coisas para aprender, mas te peço que seja forte todos os dias de sua vida. Não permita que nada te abale, que nada te faça perder o rumo e principalmente, não derrame suas preciosas lágrimas. As coisas sempre irão melhorar de um jeito ou de outro. Gostaria de ter mais tempo para te dar vários conselhos, para lhe ajudar em todas as suas fases da vida, mas só posso me dar o luxo de lhe dizer que o mundo real, o mundo que não espera, é duro e difícil. Nem sempre a coisas acontecem como queremos e nem sempre o final é feliz. Por isso mesmo, precisa ser uma guerreira pronta para enfrentar um leão por dia, pronta para resistir a tudo, principalmente a esta fase que está prestes a iniciar em sua vida. A fase em que serão somente você, Victor e sua irmã May. Minha Dulls, não se preocupe comigo, não se preocupe com os problemas. Apenas guarde em seu coração essa frase:


 


Para todo o problema existe uma solução.


 


Te amo profundamente.


 


Para sempre sua mãe...


 


Blanca Savñón.”


 


Fiquei alguns segundos apenas segurando a carta, tentando encaixar a vida de Dul naquelas frases escritas por alguém à beira da morte. Por mais que ela tivesse sofrido com a morte prematura de sua mãe, não justificava as atitudes imaturas e egoístas dela. Dulce com certeza sentia falta de Blanca, mas isso não era motivo para infernizar a vida das outras pessoas. Eu, Christian e Alfonso vivemos grande parte da nossa infância em um orfanato, rejeitados, como as outras crianças que lá estavam, e não usávamos isso como desculpa para sermos rebeldes. Por mais que eu tivesse ficado sensibilizado pela carta, sabia que não poderia ceder na minha guerra contra a Saviñón, afinal ela nunca cederia, nunca pararia, nunca desistiria de tentar acabar com a felicidade de Ale. Eu tinha que continuar minha guerra, que só havia começado e aquela carta em nada mudou minha opinião sobre Dul, ou meus planos.


 


Dulce’s POV


 


Anahí preparava um sanduíche, e eu apenas observava, sentada à mesa da cozinha.


 


– ¨&*%¨%¨$%$)))##&&&%%%**E@#$@#$@#$@#$#$# – Annie murmurou algo que eu não entendi.


 


Eu até queria lhe dar atenção, mas não estava com saco. Essa noite era uma daquelas noites que eu me sentia absolutamente sozinha. Eu até poderia estar no meio de um estádio lotado, ainda assim me sentiria sozinha. Suspirei, lembrando-me de Blanca, do seu sorriso, dos seus olhos, mas a lembrança do calor de seus abraços era algo que parecia ter se dissipado com o tempo.


 


Eu não sei por que me lembrei do meu 13º aniversário, o dia mais triste da minha droga de vida. Eu até poderia ver a cena, eu, Maitê e Victor em volta de um pequeno bolo, à luz das poucas velas, iluminando a sala de nossa casa em Forks e o som de um telefone tocando.


 


Quando o telefone tocou, eu já sabia o que era, eu já sabia que minha vida nunca mais seria a mesma. Observei em silêncio Victor agarrado ao telefone, enquanto suas lágrimas caíam por seu rosto perfeito.


 


A sensação de algo quebrando-se dentro de mim era quase audível, e tudo se apagou à minha volta, como se o mundo tivesse perdido seu brilho. Saí correndo da sala, corri sem direção. Apenas corri e corri, minhas pernas, após algum tempo, foram perdendo a força e eu me encontrava em uma rua deserta da pacata Forks. Finalmente parei sem fôlego, sem vida e caí sobre minhas pernas exaustas. Só aí as lágrimas finalmente vieram e não vieram sozinhas. Os gemidos cortavam-me o peito ao saírem. Chorei como nunca havia chorado antes, chorei a morte da minha mãe, chorei o fim da vida perfeita que tínhamos. Chorei até meus olhos arderem e minha boca ficar totalmente seca. Por um impulso, puxei do meu pescoço o cordão de prata que era de Blanca, o cordão que eu tanto amava. Eu não poderia usá-lo por mais nem um segundo, pois só me fazia lembrar que ela não estava mais comigo. Eu não sei quanto tempo passei ali, pois não conseguia enxergar nada além da minha própria dor.


 


Senti braços frios em minha volta. Braços que eu conhecia, os braços do meu pai. Ele me segurou firme e me ergueu do chão. Coloquei meus braços em volta do seu pescoço e ele começou a caminhar. Eu não queria olhar em seus olhos, temendo que se o fizesse, o veria sofrer pela morte do amor de sua vida. A outra parte de mim não resistiria e também sucumbiria. Ainda assim, eu podia ouvir os soluços vindo dele, soluços que eu jamais esquecerei.


 


Aquela noite eu chorei. E no dia seguinte também, só parei quando li uma carta que minha mãe havia me escrito, uma carta de despedida, uma carta de força. Eu li aquela carta como se minha vida dependesse dela, e a força que ela me passou através daquelas linhas trêmulas, me fizeram resistir à dor daquele momento. Eu reli a carta várias e várias vezes seguidas, tentando gravar cada conselho no meu partido coração. Então desde aquele dia, eu nunca mais chorei, nunca mais mostrei fraqueza, nunca mais fui a mesma. Se minha mãe queria que eu fosse uma guerreira, eu seria. Se ela desejava que eu enfrentasse um leão por dia, eu enfrentaria. Do contrário, eu me perderia em tanta dor, morreria lentamente de tristeza. Eu estava pronta para me transformar em uma Dul forte, uma Dul que sobreviveria.


 


Engoli seco, ouvindo Annie murmurar meu nome, mas não dei importância. Saí da cozinha e fui, quase que correndo, até o quarto de Victor. Queria abraçá-lo, queria sentir que ele ainda era o mesmo Victor que me carregou naquela noite triste em Forks. Bati na porta do quarto e ele prontamente abriu. Não pensei, não falei, apenas o abracei. Ele me segurou forte em silêncio, eu podia sentir emoção em seu abraço. Eu podia sentir vestígios do meu Victor, mas a voz irritante de Ale me fez recuar. Ouvi ela me perguntar se eu estava bem, mas eu não queria perguntas, eu não queria Ale, eu apenas queria meu pai. Por isso eu a odiava tanto. Por isso eu a queria longe da minha vida, pois ela estava usurpando o lugar de Blanca, não só na vida de Victor, mas no restante da minha família.


 


Saí correndo, enquanto Victor chamava-me e fui para a sala de música. Lá ninguém me encontraria, lá ficaria sozinha.


Christopher’s POV


 


Peguei outra foto, e nessa Dul estava mesmo engraçada. Usava um vestido estampado, trancinhas no cabelo e um sorriso abobalhado. Eu gargalhei e isso chamou a atenção de Christian, que ainda procurava alguma comida no quarto.


 


– Que foi? – Perguntou ele confuso.


 


– Olha só essa foto, cara! – Mostrei-lhe e ele caiu na gargalhada.


 


– Isso é a Dul? – Perguntou, pegando a foto de minhas mãos.


 


– Bem que podíamos fazer alguma coisa com essa foto aí. – Falei, enquanto colocava a caixa rosa de volta no seu lugar.


 


– Hu-Hu... sabe o que a gente podia fazer? Fundar um clube chamado Eu odeio Dulce Maria.


 


– Cara, de onde você tirou essa ideia? – Perguntei erguendo as sobrancelhas.


 


– Por quê?


 


– Porque é demais! Toca aqui! – Disse, enquanto sentia a mão pesada de Christian bater contra a minha.


 


Nunca pensei que agiria como um pirralho, mas parecia que a situação exigia isso, pois eu estava travando uma guerra com a criatura mais infantil da face da Terra.


 


– Cara, eu vou dar um cochilo. Me acorda quando você tiver uma ideia, o que pode demorar meses. – Falou Christian, deitando-se na cama e envolvendo-se com os cobertores.


 


Quando eu vi um dos lençóis, finalmente tive a ideia que nos tiraria dali.


 


Dez minutos depois a corda que fizemos com os lençóis de Dulce já estava bem presa e eu já podia descer por ela. Verifiquei mais uma vez se todos os nós ao longo da corda estavam firmes e joguei o lençol pela janela. Posicionei-me, passando para fora da janela, agarrado à corda improvisada.


 


– Christian, quando eu chegar lá em baixo, coloco a escada para você descer. – Falei enquanto deslizava lentamente pelo lençol. Meu irmão apenas me fitava entusiasmado.


 


Olhei para o chão, verificando a distância que ainda faltava para chegar ao solo. Foi aí que senti um tremor na corda e, quando percebi o que era, entrei em pânico.


 


– Não Chistian, a corda não aguenta nós dois! Vai... AAAAAAAAAAAHHHHHHHH!


 


Gritei, sentido meu corpo ir de encontro ao chão. A dor em minhas costas foi intensa, mas o que veio a seguir foi ainda pior! Arregalei os olhos vendo o corpo grande de Christian vindo em minha direção. Fiquei cerca de 30 segundos sem conseguir respirar. O impacto foi grande demais e Christian ainda estava deitado em cima de mim.


 


– Posso abrir os olhos? Estamos vivos? – Perguntou ele.


 


Reuni as forças que me sobraram e gritei em plenos pulmões:


 


– SAI DE CIMA DE MIM! – O Idiota riu enquanto levantava-se, coisa que eu não consegui fazer.


 


Sentia como se um trator tivesse passado por cima de mim. Christian me ajudou a levantar, só então minha respiração voltou ao normal.


 


– Deixa de ser mulherzinha Christopher, não foi uma queda tão grande assim, eu não senti quase nada.


 


O encarei sentindo minhas veias frontais latejarem.


 


– ÓBVIO! MEU CORPO AMORTECEU SUA QUEDA, SEU ANIMAL! – Todo meu corpo queria voar em cima de Christian e socá-lo até não me restar forças.


 


– Poxa Christopher, você tem razão. Valeuzão por isso, mano! – Disse o futuro defunto, dando um tapinha no meu ombro.


 


Olhei em minha volta e senti falta do objeto que tinha sido o motivo de tanto desastre.


 


– Christian, cadê a guitarra? – Perguntei suando.


 


– Que guitarra?


 


Meu olho esquerdo tremeu em fúria.


 


– PUTA QUE******UUUU!!! – Christian tinha razão, eu ia ser o primeiro ser humano a ter um derrame do coração.


 


Bufei, colocando as mãos na cabeça, sabendo que quando as férias terminassem, eu precisaria de terapia. Peguei a escada no chão, coloquei ela de volta próximo a janela e subi alguns degraus.


 


– Christian, se você subir novamente nessa escada, considere-se um homem morto! – Falei, lhe lançando um olhar negro, o bizonho apenas sorriu.


 


Dessa vez, sem Christian para atrapalhar, peguei a guitarra rapidamente e desci com ela pela escada, ainda sentido dores no corpo.


 


Dulce’s POV


 


Ouvi um barulho ao longe. Eu não queria abrir os olhos, era muito cedo para alguém levantar da cama. Tudo o que eu queria era dormir mais umas 4 ou 5 horas. Agora, além do barulho, ouvia também uma voz, uma voz bem conhecida e chatinha.


 


– ACORDA, DUL, ABRE A PORTA! – Gritou Annie.


 


– EU QUERO DORMIR FOFOLETE, ME DEIXA EM PAZ! – Berrei de volta, colocando um travesseiro no rosto.


 


– TUDO BEM, ENTÃO VOCÊ NÃO VAI QUERER SABER QUE SUA MOTO CHEGOU!


 


Pulei da cama tão rápido que fiquei tonta, arfei tentando me equilibrar e abri a porta. Nem olhei para a cara de Anahí, saí correndo pela casa só de pijama xadrez e cabelos bagunçadíssimos. Quando adentrei a garagem, avistei minha moto imediatamente, mas uma outra moto ao lado dela ofuscou totalmente a minha. Fiquei deslumbrada, era uma Suzuki Hayabusa 1300 prateada. Eu praticamente babei em cima dela. Alisei a lateral, perguntando-me se Victor havia comprado para mim numa tentativa de suborno, então...


 


– Não rela a mão na minha moto! – A voz atrás de mim era conhecida e irritante. Christopher passou por mim e subiu na moto.


 


Tentei fingir indiferença, mas eu ainda estava hipnotizada pelo veículo.


 


– Gostou? – Perguntou o retardado.


 


– Não! – Menti descaradamente.


 


– Ah pena, porque se tivesse gostado, eu até te deixaria dar uma voltinha! – Falou Christopher sorrindo.


 


Estreitei os olhos, bufando. Ele havia percebido meu fascínio pela moto e agora zombava de mim.


 


– Eu não preciso. Tenho a minha! – Dei de ombros, indo em direção à minha amada moto.


 


O ronco do motor da Suzuki de Christopher me fez sobressaltar. Até parecia música para os meus ouvidos. Eu estava louca para tocar naquela moto novamente, mas nunca iria admitir isso para o Uckermann.


 


– Bem, vou lá para o quarto esperar você! – Disse Christopher sarcástico.


 


– Como é?


 


– Você logo saberá. – Respondeu ele, saindo da garagem. Fiquei intrigada, mas tentei ignorar.


 


Vinte e cinco minutos depois eu já havia trocado de roupa, escovado os dentes e dado um jeito no meu cabelo. Iria descer para tomar café da manhã, mas antes queria tocar uma música na minha guitarra.


 


 


Olhei à minha volta e nem sinal da minha Fender, só a caixa amplificadora estava jogada no canto da parede. Vasculhei o quarto inteiro, até mesmo embaixo da cama, e nem sinal da minha preciosa Fender. Foi aí que vi um DVD no criado mudo escrito com letras vermelhas “DULCE”. Fiquei segurando o DVD mergulhada em um misto de dúvida e curiosidade. Finalmente coloquei o DVD dentro do meu laptop e logo, um vídeo começou a ser exibido.


 


A imagem estava fora de foco, mas podia ver que tinha alguém sentado em uma cadeira. O som que vinha do vídeo era nítido. Revirei os olhos quando percebi de quem eram as vozes.


 


– Christian, tem certeza que isso está gravando agora? Estou de saco cheio, já fizemos isso 6 vezes! – Reclamou Christopher, mas eu só podia ver parte do seu corpo.


 


– Agora vai dar certo. Não se mova que vou colocar a câmera no tripé. – Falou Christian, enquanto a imagem chacoalhava um pouco, provavelmente ele estava largando a câmera no tripé.


 


Agora eu conseguia ver os dois retardados claramente. Christopher sentado e Christian atrás dele de braços cruzados e, por incrível que pareça, um gorro preto estava enfiado em sua cabeça com buracos mal feitos na boca e olhos. Nesse momento Christopher virou-se para analisar o seu irmão bizonhento.


 


– Christian, que merda é essa na sua cara?


 


– É para dar mais veracidade, toma, usa a sua. – Disse a anta do Christian, entregando um gorro preto para Christopher, que, imediatamente, o pegou.


 


– Seu animal, ela já sabe que somos nós! – Afirmou Christopher, jogando o gorro na cara do irmão. – Por favor, não atrapalhe que eu não quero passar a madrugada toda fazendo isso! – Christopher virou-se de frente para a câmera e pude ver ele revirando os olhos.


 


O que aqueles babacas estavam fazendo, afinal? Minha pergunta mental foi respondida quando Christopher começou a falar:


 


– Dulce, estamos com sua guitarra... – Arregalei os olhos incrédula.


 


– POSITIVO! – Disse Christian com uma voz grossa.


 


Fiquei totalmente paralisada, eu não podia acreditar no que havia acabado de ver.


 


– Se você quiser ver sua guitarra novamente, é melhor vir até o meu quarto negociar...


 


– POSITIVO!


 


– Para de falar POSITIVO, Christian! – Esbravejou Christopher.


 


– POSITIVO!


 


– É melhor você não contar para ninguém que sequestramos sua guitarra...


 


– POSITIVO!


 


–...ou nunca mais verá sua preciosa Fender!


 


– POSITIVO!


 


– Que foda Christian, não dá pra fazer nem a droga de um vídeo sem você estragar tudo?!– Esbravejou mais uma vez Edward.


 


– POSITIVO!


 


Não aguentei, fechei o laptop com força, respirei fundo, e então...


 


– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHH. – Meu corpo tremeu violentamente, o sangue corria em minhas veias como fogo, eu queria destruir a casa inteira.


 


Saí do quarto, ardendo na mais pura fúria, marchei até o quarto de Christopher e chutei a porta. O barulho que ela fez ao bater contra a parede não pareceu assustar Christopher, que sorria sentado tranquilamente na cama.


 


– Você! – Apontei para o infeliz. – Dê adeus à vida!


 


– Nada de ameaças, por favor, não vai adiantar. A sua guitarra já está em uma loja de instrumentos musicais usados, prontinha pra ser vendida. – Christopher me lançou seu típico sorriso torto de débil mental e eu queria esfaqueá-lo, e jogar álcool por cima.


 


– Você não fez isso! – Falei duvidando, enquanto minhas pernas tremiam levemente.


 


– Fiz sim! Mas você pode tê-la novamente se aceitar um simples acordinho comigo.


 


– Que acordo? – Perguntei arfando pesadamente.


 


– Feche a porta e venha aqui, vamos negociar. – Eu bem sabia que o Uckermann do cabelo ensebado era capaz de tal ato, e acatei, querendo acabar logo com aquele pesadelo.


 


Após fechar a porta, me posicionei a frente dele com as mãos na cintura, para não correr o risco de me jogar em cima dele, estrangulá-lo até a morte e nunca mais saber onde minha Fender foi parar.


 


– Cara, você está suando! – Debochou ele e eu simplesmente ignorei. – O lance é o seguinte, o vendedor da loja ficou muito interessado em sua guitarrazinha, ele já tem dois compradores para ela esperando um telefonema meu autorizando a venda. Tudo que você tem que...


 


– ESPERA AÍ! VENDER A MINHA FENDER? UCKERMANN, VOCÊ ESTÁ DROGADO? VOCÊ SABE QUANTO VALE AQUELA GUITARRA? ELA TEM UM AUTÓGRAFO DO SLASH, AQUELA GUITARRA É ÚNICA!


 


Ah cara, não ia dar certo! Meu coração ia sair pela boca a qualquer momento e eu morreria literalmente de raiva. Eu deveria estar ficando de todas as cores do arco-íris nesse momento.


 


– Me deixe terminar, sim? Eu estava dizendo que tudo que você precisa fazer é ser minha escrava por umas duas ou três semanas. Ainda não decidi. – Christopher falou aquilo com tanta naturalidade, que eu me questionei se estava realmente acordada ou em um pesadelo daqueles de fazer você se borrar nas calças.


 


Calma, Dul. Inspira e expira, inspira e expira...


 


– Tudo bem, eu vou rir agora, digo que foi uma ótima piada e volto para o meu quarto com minha guitarra, ok? – Perguntei, já sorrindo.


 


– Não é piada não, Saviñón, eu estou falando sério, você vai ter que ser minha escrava.


 


Estaquei.


 


– Cadê as câmeras? Cadê a droga das câmeras? – Perguntei alterada, enquanto vasculhava o quarto. – Eu estou num daqueles programas de pegadinha, não estou? Cadê as malditas câmeras?


 


Christopher gargalhou altíssimo.


 


– Eu já tenho minhas primeiras ordens, mas não quero que você enfarte agora e acabe com minha diversão. Então vou pegar leve e te pedir apenas que me dê uma massagem nos pés, porque, cara, eu estou um caco. – Christopher disse já tirando os sapatos. Arregalei os olhos, com um misto de descrença e ódio fumegante.


 


– SEM CHANCE! Eu não vou tocar nesse seu pé nojento! – Fiz uma careta.


 


– Vai sim, e vai fazer a melhor massagem da sua vida. – Falou o********, deitando-se, colocando as mãos atrás da cabeça e balançando os malditos pés.


 


– Christopher, vai se danar! – Xinguei, enquanto me direcionava à porta para dar o fora daquela situação insana.


 


– Tudo bem, vou ligar agora para o vendedor. Eu estou mesmo precisando de dinheiro para comprar uns pneus novos para minha moto. – CHRISTOPHER já pegava o celular, quando eu percebi que estava totalmente ferrada.


 


– Espera... – Disse o mais baixo possível, mas ele ouviu e sorriu torto. – Eu aceito o acordo, mas apenas uma semana, nem duas, nem três, apenas uma e não abuse da sua sorte Christopher. – Eu queria morrer no momento em que proferi aquelas palavras. Tive uma enorme vontade de chorar de raiva, mas nunca cederia a esse tipo de fraqueza, ainda mais na frente do LUIZINHO.


– Ótimo, uma semana então, mas vai ser uma semana do meu jeito. E você pode começar a me chamar de querido amo.


 


– NÃO MESMO! NÃO VOU CHAMAR VOCÊ ASSIM!


 


– Você acha que consigo grana suficiente para comprar um capacete novo também? – Perguntou ele, ajeitando o colarinho da camisa.


 


Esfreguei as mãos no rosto, transpirando. Eu realmente queria saber como foi que morri e fui parar no inferno, cujo o capeta era Christopher Uckermann.


 


– Anda Dul, eu estou esperando!


 


– Tudo bem, LUIZINHO. – Falei me aproximando da cama.


 


– LUIZINHO? Tem certeza que é isso que tem que falar?


 


FILHO DA P***


 


– Tudo bem... querido amo. – Falei entre os dentes, querendo socar a mim mesma.


 


Sentei-me na cama como quem vai para a forca. Fiz a maior cara de nojo quando minhas mãos tocaram os pés grandes de Christopher, ele sorria como se tivesse ganhado na loteria.


 


Ah meu Pai do céu, o que eu estou fazendo aqui? Socorro!


 


– Dul, você não está massageando, está só tocando com a ponta dos dedos. Eu quero uma massagem de verdade. – Respirei fundo e apertei o pé de Christopher com toda a minha força,cravando as unhas.


 


– Aíííííí sua bruta, não faça mais isso ou eu vou vender sua guitarra agora mesmo. – Reclamou, erguendo parte do corpo e me encarando com olhos raivosos, mas logo sua expressão voltou a ser divertida. – Eu tenho certeza que você sabe fazer massagem direitinho, então capriche Saviñón.


 


Eu mordi o lábio com força, queria gritar, queria sair correndo, mas fiquei lá massageando o pé do meu inimigo.


 


– Hum... é isso aí pirralha, eu sabia que você conseguiria, nada mal. – Christopher falou em um tom de mais pura zombaria, enquanto eu continuava a lhe massagear os pés, enojada.


 


Christian’s POV


 


Saí do quarto animado, estava louco para curtir o dia. Meu Jipe havia chegado junto com os automóveis dos Saviñón e não via a hora de sair por aí e pegar umas totosas italianas. Quando passei em frente ao quarto de Christopher, um gemido vindo de lá me chamou a atenção.


 


Que porcaria é essa? O Christopher já está batendo umazinha uma hora dessas?


 


Me aproximei da porta sorrindo, com certeza eu iria zoar ele, mas me surpreendi quando ouvi vozes.


 


– Posso parar agora, Christopher? Eu não quero mais fazer isso, é estranho!


 


Meus olhos quase soltaram para fora quando percebi que a voz era de Dulce. Então colei o ouvido na porta. O que aqueles dois estavam fazendo?


 


– Nem pense em parar, agora que está ficando gostoso, continue dUL... hum...


 


Coloquei as duas mãos na boca o mais rápido que pude, ou todos poderiam ouvir minha risada.


 


CARACA, VÉI! O CHRISTOPHER TÁ PEGANDO A DULCE!


 


Vi Poncho entrar no corredor e logo fiz sinal para ele com os braços. O maluco veio correndo.


 


– Christopher está gemendo! – Sussurrei, apontando para a porta ao meu lado.


 


Poncho revirou os olhos.


 


– Christian, tem gente que gosta de privacidade nessas horas. – Respondeu ele, fazendo pouco caso.


 


– Não é isso, ele está de promiscuidade com a Dulce! – Falei, sacudindo Poncho pelos ombros. Vi o choque passar pelo rosto do meu irmão.


 


– Mentira!


 


– Não, é sério! Vem ouvir!


 


Nós dois colamos o ouvido na porta do quarto.


 


– Há... hum... Dul eu poderia ficar aqui o dia inteiro, tava mesmo precisando disso. Mais pra baixo e com mais força.


 


Eu e Poncho nos encaramos prendendo a risada.


 


– Cara, se o Victor descobrir isso, vai nos expulsar daqui. – Sussurrou meu mano.


 


– O que estão fazendo?


 


Nos viramos assustados em direção à voz, só para nos deparar com a anã da Anahí.


 


– Droga Anahí, fala baixo! – Falei, tapando a boca da anã que me olhou assustada.


 


– Não exagera Christian, solta a menina. – Ordenou Poncho, e eu soltei.


 


– Dulce e Christopher estão de esfrega, esfrega na maior promiscuidade. – Novamente sussurrei.


 


– Mentira! Deixa eu ouvir! – Sorriu a tarada da Anahí, se metendo entre mim e Poncho.


 


Agora já éramos três, ouvindo a sacanagem.


 


– Christopher chega, você ainda não está satisfeito? Já fiz tudo que você queria, poxa.


 


– Como é mesmo que você deve me chamar? Anda Dul, fala, ou você sabe o que eu faço.


 


– Meu querido amo, eu estou cansada, não quero ficar nessa tortura.


 


– Só mais um pouquinho Dul, estou quase satisfeito... hum... aí que bom... acho que vou querer isso todo dia. Mais rápido!


 


– Que coisa mais masoquista. – Disse Anahí entre risadas abafadas. – Eu sabia que aquelas brigas todas eram te/são reprimido.


 


 


 


Dulce’s POV


 


Se Christopher me provocasse mais uma vez, eu iria chutá-lo entre as pernas. O imbecil estava se divertindo enquanto me humilhava. Mas aquilo não ia ficar assim, quando eu recuperasse minha guitarra ele iria se arrepender de ter nascido.


 


Minhas mãos já estavam cansadas de apertar aquele pé branquelo e estranho, eu nunca mais ia conseguir comer nada com a mão.


 


ECA!


 


Bufei pela quinquagésima vez eu acho, esperando o filho da p*** me liberar daquela tortura. Ouvi sussurros e risadas abafadas, Christopher também percebeu e levantou-se sem falar nada. Foi em direção à porta e eu o segui curiosa. Ele abriu-a de uma vez e, para nossa surpresa, Christian, Alfonso e Anahí desabaram sobre nós em meio a gritos, e todos fomos ao chão.


 


– O que vocês estavam fazendo atrás da porta? – Perguntou Christopher altivo.


 


Eles gargalharam.


 


(Continua...)


 


 



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Autor(a): Anna Uckermann

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Desculpa se eu demorei mas ta ai beijos Christopher’s POV   Corri para a janela, coloquei a cabeça para fora e lá estava a escada no chão do jardim. Precisei contar de 1 até 10 para não jogar CHRISTIAN janela afora.   – Muito bem, seu bizonho! E agora, o que a gente vai fazer? – Quase gritei.   &nda ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 247



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  • loucas Postado em 14/12/2016 - 23:05:23

    Essa fanfic é perfeita demais pra ficar abandonada então por favor postaaaa mais

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 11:13:34

    posta por favor

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:22

    posta amore

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:10

    ENTÃO VE SE POSTA LOGOOOOOOOOOOOOO

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:56

    chantagem? BEM DOIDA, não seria capaz ^_^ MENTIRA! SIM! É UMA CHANTAGEM!

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:08

    se postar de novo deixo você com 280 coments ^_^

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:41

    comentei bastante linda agr pode postar hehuheuheuheuheuehuehe

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:14

    possta

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:05

    postta

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:34:56

    postaa


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