Fanfics Brasil - 3ª FASE Capítulo 7: GAROTA DO CHRISTIAN Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação

Fanfic: Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação | Tema: Vondy / Ponny / Meio chaverroni


Capítulo: 3ª FASE Capítulo 7: GAROTA DO CHRISTIAN

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3ª FASE
Capítulo 7: GAROTA DO CHRISTIAN


Dulce PDV


– Não é nada disso que você está pensando! – Enrolada nas cobertas, me pus de joelhos na cama, pronta pra negar o que ele estava vendo até a morte.


– DULCE... E... CHRISTOPHER... – Balbuciou perplexo, como se tivesse olhando para dois alienígenas.


Engoli seco, olhei de relance para o Uckermann, então, falei em pleno desespero.


– É o seguinte: eu desmaiei... e ... o UCKERZINHU se aproveitou de mim! SAFADO! – Bati no ombro de Christopher para dar maior veracidade à minha atuação, enquanto ele me encarava, horrorizado.


– Ah, pelo amor de Deus, pirralha! Ninguém acreditaria nisso! – Resmungou.


– Alôôôô, é o Christian! – Apontei para o bisonhento. Eu precisava mesmo explicar pro tonto que seu irmão burro acreditaria em qualquer coisa?


Foi aí que o inesperado aconteceu...


– UEPAAAAAAAA! – O imbecil puxou do bolso sua câmera digital. – DIGAM X!


– PORRA, FAZ ALGUMA COISA! – Gritei.


Ele enrolou-se rapidamente no lençol e levantou-se, pronto para tomar das mãos do irmão, a câmera.


– O CABEÇUDO COMEU UMA EMO! – Christopher berrou alto, em meio a gargalhadas.


– EI! – Esbravejei, ofendida.


– É O BICHO! É O BICHO! VOCÊS SE ODEIAM, MAS SE COMEM! É O BICHO, CARA! – Pulou ele em cima da cama, assustando-me, e, só pra piorar, tirou uma foto da minha cara de espanto.


Eu queria trucidá-lo, mas não conseguia mover um só dedo, devido o constrangimento.


– Cara, você não pode contar o que viu aqui pra ninguém. – Pediu Christopher, preocupado.


– Por quê? Eu quero! Eu preciso! – Chacoalhou a câmera no ar, o maldito criador de porco.


– Tudo bem, o lance é o seguinte. Dulce e eu estamos juntos, mas ninguém pode saber por quê... por quê... – Meu Uckermann me lançou um olhar como se tivesse esquecido os verdadeiros motivos de nosso segredo.


Pelo amor de Deus, isso era hora dele agir daquela forma?


– Porque não estamos preparados pra contar! É a coisa certa a fazer! – Intervi, irritada.


– PERA AÊ! – Christian ficou de pé em cima da cama. – Você está papando a Dulce e ainda fazendo ela acreditar que manter segredo é a coisa certa? – Gargalhou. – Cabeçudo, bate aqui! Você é meu ídolo!


Não deu pra agüentar. Envolvida nas cobertas, me pus de pé em cima da cama e dei uma travesseirada violenta na cara do infeliz.


– Me passa essa câmera! – Ordenei com a mão estendida.


Ele revezou olhares entre mim e meu Uckermann, com um sorriso que chegava a me causar calafrios.


– Christian! – Insistiu Christopher.


– VAI VIRAR MANCHETE! – Gritou enquanto saía do quarto, correndo.


Apavorada, fiz a única coisa que eu podia, me desesperei.


– PEGA ELEEEEEE! – Ia enfartar a qualquer momento.


Christopher PDV


Contagiado pela histeria de Dulce, saí do quarto correndo, na tentativa de alcançar Christian a qualquer custo. Não me importava tanto com meu segredo, já estava mesmo chegando a hora de contar a todos que a pirralha e eu estávamos namorando. O problema é que não queria, de forma alguma, que a família soubesse através do sensacionalista, pois ele distorceria tudo e me faria parecer um sedutor de menores. Era capaz de Victor me dopar e me matar lentamente quando descobrisse que eu tinha transado com a filha caçula dele.


– PÁRA, CARA! – Pedi, segurando o lençol que me cobria, enquanto perseguia meu irmão anormal pelo corredor.


– JAMAIS! JAMAIS! – Respondeu, divertindo-se.


Ele passou próximo ao elevador, o qual não estava disponível. Então, correu em direção às escadas. Eu sabia que quando colocasse as mãos nele, iria lhe bater até não ter mais forças.


– CHRISTIAN, EU VOU TE MATAR, JURO! – Esbravejei descendo os primeiros degraus.


– NÃO VAI, NÃO, COMEDOR DE PIRRALHAS! – Zombou, indo para o próximo lance de escadas.


Dez minutos depois...


– Quando... eu... pôr... as... mãos... em você... – Falei entre arfadas, beirando a exaustão, devido o excesso de degraus que descemos, desembestados.


Felizmente, já estávamos no térreo.


Christian virou-se pra mim, encarou-me ainda sorrindo e falou...


– Vou colocar tudo na Internet! MUUUUAHAHAHAHAHAHA!


– Você não faria isso... – Cerrei o punho e saltei em cima do pescoço dele, que desvencilhou-se e correu ainda mais. Não sei como ele conseguia ter tanto fôlego!


De repente, ao se aproximar da saída, esbarrou em uma garota que vinha na direção contrária, totalmente distraída. Ela perdeu o equilíbrio, a cabeça bateu violentamente no balcão da recepção, que era de mármore, e, depois, a testa foi rebatida pelo piso. Os envelopes que ela segurava se espalharam no chão.


Christian PDV


Eu já pensava na alegria que eu ia dar ao povão quando espalhasse aquelas fotos na net! Imagina quanta gente ia rir daquilo... ou não!


AH, CAGUEI PRA ISSO!


Eu queria era causar P-O-L-Ê-M-I-C-A! E aí, sem querer, acabei atropelando a garota que surgiu do nada! A mulher bateu a cabeça duas vezes e caiu desacordada. Eu nunca a tinha visto antes, mas, sabe de uma coisa? Era uma totosa daquelas! Se o viado do meu irmão estivesse ouvindo esses pensamentos, com certeza iria me dar um sermão do tipo... “Seu bisonho! A garota se machucou e você fica aí secando!” Ele é um mané mesmo! Mas, por falar nele, Christopher correu para socorrer a gatinha. Só que estava seminu, tentando se cobrir com o lençol, então, não podia fazer muita coisa.


– Christian, ajuda aqui! – Pensei que o cabeçudo ia enfartar.


Nesse momento, a menina deu sinal de vida e, em um espasmo seguido de um gemido de dor, agarrou com força e puxou o lençol que envolvia o babaca! Christopher ficou nú em pêlo bem na entrada do hotel, ao vivo e a cores pra todo mundo ver! E aquela “trosóba” horrível toda de fora! ECA!


Foi hilário, cara! Duas velhinhas que tomavam café na recepção começaram a gritar, mães cobriram os rostos das crianças, as pessoas em volta começavam a rir, foi trilouco! Christopher, na velocidade da luz, tentou recuperar a dignidade, cobrindo-se novamente, totalmente envergonhado, enquanto eu gargalhava. Baixei-me até a garota, que abriu só um pouco os olhos.


– Você tá bem? – Perguntei.


– Eu... eu... – Foi só isso que respondeu. Depois a mulher apagou legal.


– Tá esperando o que? – O Zé Ruela, vermelho, resmungou. – Leva ela até o Dr. Victor!


– Calma, nudista! – Retruquei, já pegando a garota de cabelo engraçado em meus braços.


Anna (Sou eu U.U) PDV


Nossa, como minha cabeça estava doendo! Gemi pondo a mão na testa e, lentamente, abri os olhos. Precisei piscar algumas vezes pra ter certeza de que não estava sonhando.


– Ela acordou! – Disse uma moreninha de cabelos espetados.


– Não assuste ela com sua cara de monstro, Christian! – Zombou um rapaz de cabelos incrivelmente bagunçados.


Haviam rostos desconhecidos demais encarando-me. Temi por minha segurança.


– Onde... – Tentei falar, mas o homem loiro sorridente me impediu, pondo o dedo rente aos meus lábios.


– Não se esforce muito, espere alguns minutos até estar totalmente consciente.


EU ESTAVA CONSCIENTE! EU ACHO...


– A menina parece assustada, Victor, é melhor nos apresentar antes que ela ache que foi seqüestrada. – A mulher de cabelos castanhos disse, acenando para mim.


Ela disse seqüestrada?


– Tem toda razão, meu amor! – Respondeu o tal homem.


– Podíamos seqüestrar mesmo! Será que ela vale alguns euros? – Falou rindo uma garota, cujos trajes denunciavam seu estilo roqueira.


Ao me sentar, notei que estava na cama de um dos quartos do hotel.


– Eu sou Dr. Victor e essa é minha família. – Apontou. – Ale, minha noiva, Dulce, Maite, minhas filhas. Anahí, sobrinha, Christopher, Poncho e Christian, meus futuros enteados.


Por algum motivo, os nomes logo ficaram gravados em minha memória. Sorri educadamente.


– Sou Anna Vitoria. – Balbuciei, tímida.


– Como está sua cabeça? – A noiva questionou.


– Bem... acho. – Tateei o enorme galo em minha testa.


– Eu acho que você está bem, a lesão em sua testa rapidamente desaparecerá com um pouco de gelo. Mas podemos te levar a um hospital, se preferir. – O Dr. mostrou alguma preocupação.


– Tudo bem! Não precisa. – Não queria mesmo passar o dia em um hospital.


Tentei levantar-me, mas fui impedida pela simpática Anahí.


– Fica aí mais um pouco. Não precisa sair correndo.


– O que aconteceu comigo? – Indaguei, confusa.


O lindo rapaz de cabelos acobreados pigarreou, empurrando o grandalhão em minha direção.


– O que? – Questionou Christian, que recebia olhares estranhos de seus familiares. – Ok... Ok... não me olhem assim! – Resmungou, revirando os olhos. – Eu estava correndo do meu irmão cabeçudo, então, você veio na direção contrária e BANG!... Caiu no chão, durinha.


Arregalei os olhos.


– Traduzindo... ele te atropelou. – Disse Dulce, divertindo-se.


– Isso explica o tal BANG! – Não consegui evitar aquelas palavras.


– Isso é seu. – Christopher entregou-me centenas de envelopes.


Só quando olhei para os convites em minhas mãos, foi que me lembrei do porquê de estar tão distraída.


– Oh, meu Deus, não vendi nenhum convite. – Sobressaltei da cama, nervosa.


– Convite? – Perguntou a loira com desdém.


Ri, nervosa e constrangida.


– Um grupo de amigos está organizando um evento beneficente. Fui encarregada de vender a maioria dos convites. É mais um jantar e festa black tié.


– Por acaso, ouvi a palavra festa?


Um homem magro de estatura mediana com roupa engraçada, adentrou o quarto.


– Quem é essa? – Apontou para mim, fazendo careta.


– Essa simpática moça se chama Anna . – Ale passou o braço em volta do meu ombro. – Nós iremos ao baile beneficente que ela ajudou a organizar.


Agora eu estava contente.


– Vamos, é? – Dulce não parecia nada animada.


– É, vai ser legal... eu quero mesmo ir nesse negócio aí deficiente. – Fingi não ouvir a burrice saída da boca de Christian.


– Sendo assim, eu vou só pra dar... – Todos nós encaramos o afeminado. – ...Minha colaboração gente, cruzes! HU... OHOHOHOHOHOHO!


Dulce PDV


Sentei-me largadona na cama. Estava preocupada se Christian contaria sobre mim e Christopher para todos. Felizmente, ele parecia bastante distraído com a garota de cabelo vermelho.


Sinalizei para Christopher com a cabeça, na tentativa de saber se ele havia convencido o irmão a ficar de boca fechada. O tonto se limitou a coçar o cotovelo, que, em nossa linguagem, significa NÃO.


– Er... quantos convites vocês vão querer? – A vermelhão se pronunciou.


– Todos! – Revirei os olhos, vendo a mosca morta querendo agradar a garota.


– Todos? – Ela se surpreendeu.


– Sim... é a nossa forma de tentar ajudar e pedir desculpas. Não é, Christian? – Esme cutucou o filho babacão.


– É sim, totosa! Manda isso pra cá! – O idiota puxou os convites das mãos da garota, bruscamente.


– Eu agradeço a ajuda, mas, se eu vender todos pra vocês, ninguém irá a festa. – A descarada ainda reclamou.


– A Anna tem razão, mas eu tive uma idéia para vender rapidinho esses convites. – A Fofolete tinha que se meter.


Minutos depois, eu, Anahí, Maite e a garota nova, Anna, estávamos na calçada do Holliday Inn onde a movimentação de pessoas era maior.


– Quem vai ser a primeira? – Perguntou a loira sebosa.


– Nem morta que eu vou segurar essa porra! – Joguei o cartaz pra cima da vermelhão.


– É por uma boa causa, Dulce, não reclama! – Minha prima estava precisando de uns tapas.


– Desculpa, Anahi, mas eu também não acho uma boa idéia. – Anna falou, lendo o cartaz pela vigésima vez.


Finalmente, alguém estava me dando razão, pois, ninguém, em sã consciência, ficaria em uma calçada segurando um cartaz escrito em letras garrafais:


“COMPRE UM CONVITE PARA O BAILE BENEFICENTE E GANHE UM BEIJO.”


– Vocês são muito molengas! Me dá isso aqui! – Revoltada, Maite pegou o cartaz, toda se achando a rainha da cocada preta.


Não demorou nem cinco minutos para se formar uma fila. Minha irmã era linda, óbvio que aquilo chamou a atenção dos caras do hotel, principalmente os playboys, que tentaram nos passar a lábia na piscina.


Anna estava animada, contabilizando a grana, enquanto a loira safada distribuía selinhos.


– Gente, preciso ir ao banheiro! – Falou Maite, virando-se para nós. – Anahí, me ajuda, é difícil ficar arrastando esse gesso pra lá e pra cá.


– Ajudo, sim, vamos! – Anahí já estava servindo de muleta, quando Anna e eu perguntamos ao mesmo tempo:


– E a fila?


– SE VIREM! – Gritou minha irmã, já distante.


Engoli seco, vendo que restavam cerca de 10 homens à espera de beijo.


– Hora de pôr a mão na massa, vermelhão! – Empurrei a garota em direção à um homem barbudo com a pança tão grande que mais parecia o Papai Noel.


– NÃO! Vai você! – Disse ela, empurrando a mim.


– Nem morta! – Arregalei os olhos pro Papa Noel beijoqueiro.


Nesse momento, os caras começaram a reclamar, insatisfeitos.


– Anna, os convites são seus! Vai ter que beijar todo mundo! – Esbravejei, com uma certa pena dela.


– PESSOAL, ACABOU, NÃO VAMOS BEIJAR NINGUÉM. POR FAVOR, VÃO EMBORA. – Falou alto para que todos ouvissem e foi fortemente vaiada.


– Eu quero beijo! Já paguei! Exijo o que prometeram! – Papai Noel estava muito assanhado.


– Tome seu dinheiro de volta. – Vermelhão estendeu a mão com a grana, mas o cara se negou a aceitar.


Foi aí que eu percebi que a coisa ia ficar feia.


– NÃO VOU SER ENGANADO! VAI ME BEIJAR NEM QUE SEJA À FORÇA!


Juro que me apavorei quando vi o grandalhão partir pra cima da Anna. Ele agarrou os dois braços dela, a impedindo de se mover, enquanto ela virava o rosto, enojada, resistindo bravamente às investidas do tarado.


Indignada, saltei nas costas do monstro, socando com toda força seu pescoço.


– SOLTA ELA, IDIOTA! – Berrei, me preparando pra arrancar a orelha dele com os dentes. O sujeito chacoalhou o corpo e eu acabei caindo pra trás.


Anna PDV


– SOCORROOOOOOOO! – Gritei no momento em que Dulce caiu.


O repugnante homem se recusava a me largar, fechei os olhos em pânico.


Foi nesse momento que senti as mãos nojentas largando-me abruptamente.


Abri os olhos e pude ver Christian, jogando o homem contra a parede. Christopher e Dulce logo aproximaram-se de mim.


– Você está bem? – Perguntou ela.


Assustada, só consegui sinalizar positivamente com a cabeça.


De olhos arregalados, assisti o sujeito asqueroso partir com tudo pra cima de Christian.


– CUIDADO! – Gritei em reflexo, na tentativa de alertá-lo.


O efeito foi justamente o contrário. O rapaz me encarou distraído e levou um soco bem no meio da cara.


– Faz alguma coisa! – Dulce, tão preocupada quanto eu, pediu a Christopher.


– Tenham calma, o bisonho sabe lidar com esse tipo de situação. – Respondeu sorrindo, totalmente relaxado.


Ele tinha tanta confiança assim no irmão?


Christian reagiu, desviando de outro soco destinado a si, aproveitando para agarrar o braço do adversário e torcê-lo com força. Em seguida, deu uma joelhada merecida no estômago do homem, que gemeu. E não foi só, o bonitão ainda deu um gancho de esquerda no barrigudo, que foi ao chão, nocauteado.


Christian ajustou o boné na cabeça, limpou as mãos e falou:


– Quem é o próximo?


Os caras que assistiam a luta foram embora rapidinho. Inclusive, o homem mau educado que me agarrou.


Por algum motivo, sorri feliz.


– Está tudo bem com você? – Perguntei ansiosa.


– Não... – Ele cambaleou de um lado para outro. Corri para segurá-lo.


– O que você tem? – Falei nervosa.


– Falta de carinho! – Respondeu rindo.


Dei um tapa no braço dele ao perceber que apenas zombava de mim. Inevitavelmente, ri também.


– Anna, o que vai fazer com esses 15 convites que sobraram? – Dulce os exibiu para mim.


– Não sei. – Fui sincera.


Edward apanhou o cartaz bobo do chão. Após lê-lo, disse:


– Por que não vendem para nós?


Estaria ele querendo me beijar também? Confesso que me animei um pouquinho. Mas logo percebi o quão boba estava sendo, já que ele não tirava os olhos de Dulce. Eles eram um casal?


– Eu gostei da idéia, vou ter que quebrar meu cofrinho, mas vai valer a pena. – Christian piscou pra mim, virei o rosto e ri baixinho.


Lindo, mas tão bobinho!


– Sendo assim, acho que vou deixar o bisonho comprar todos os convites! – Christian gargalhou, percebendo o interesse do irmão em mim.


– Quero os meus quinze beijos. – O bonitão fez biquinho pra mim, o que me fez corar absurdamente.


– Só se for na bochecha. – Nunca que eu ia beijar na boca de um quase desconhecido.


Aliás, eu nunca nem beijei. Tudo bem, eu sei que é estranho ter 19 anos e nunca ter beijado na boca. Não sou anormal ou puritana, apenas... excessivamente romântica e responsável. A maioria das pessoas beija por beijar, uma troca de saliva inútil e de pouco significado, não param pra pensar que estão desperdiçando uma linda demonstração de afeto com pessoas que, na maioria das vezes, não retribuem devidamente o sentimento. Ou banalizam, usando o ato para simples diversão. Não me importo com o que as pessoas acham sobre mim. Não me importo em esperar o tempo que for necessário pra encontrar a pessoa que me beije como sempre sonhei. Mesmo querendo muito isso, sei ser paciente, o meu momento vai chegar. Afinal... há tempo pra tudo na terra. Até lá... serei fiel às minhas convicções.


– Só na bochecha? – Christian fez careta.


– Sim!


– É, né... quem não tem cão, casa com gato!


– É caça com gato! – Meu impulso de corrigir falou mais alto.


Ele apenas revirou os olhos.


– Beijo! – Pediu, apontando pro próprio rosto.


Suspirei, me esforçando para ser corajosa.


Beijei-lhe as maçãs do rosto, várias vezes. Pausei antes de dar o último beijo, me perguntando se havia perdido a conta. Ignorei, afinal, só faltava um. Aproximei meus lábios das bochechas já sujas de brilho, então, inesperadamente, Christian virou o rosto e nossos lábios encontraram-se. Meu coração quase explodiu dentro de peito, podia apostar que estava ficando mais vermelha que meu cabelo.


Me afastei sem saber o que falar. Já o bonitão, abriu um largo sorriso. Não podia reclamar, ele havia me salvado. Além disso... eu gostei mais do que esperava.


Christian PDV


Já estava quase na hora da tal festa, quando Christopher finalmente saiu do banheiro.


– Cabeçudo, você parece um pingüim! – Zombei.


– Seu burro, estamos de smoking, é elegante, pingüim é a sua cara! – Respondeu, todo bravinho.


– Nada não, eu nem ligo pra hoje... só pra totosinha da Anna, tá ligado?


– Christian... – Todo estranho, colocou a mão no meu ombro. – Preciso falar com você sobre o que viu essa manhã.


Mais olha só! Fiquei tão distraído com a Annatosinha que até esqueci que o Christopher estava traçando a discípula da Amy Winehouse.


– Mano, o mundo tem que saber! Aceite! Já pensou na cara que vão fazer? Além de um comedor de mães, nossa família agora tem um comedor de irmãs.


Ele bufou, provavelmente imaginando suas fotos passando em um vídeo no youtube, acompanhado da música “ Sexy Machine”.


– Você não pode fazer isso comigo, é meu irmão! – Lá se veio ele com a chantagem emocional barata.


– Tudo bem... – Ele arregalou os olhos, animado. – ...mas vai ter que me ajudar a pegar a Annatosinha!


– Quem?


Revirei os olhos.


– Anna + totosinha = Annatosinha. Depois eu é que sou o burro!


– Você está de onda? – Ele não gostou nadinha da idéia.


– E... tem que me dar aquela sua camisa xadrez de viado!


– Você nem gosta dela.


– Mas o Toicinho gosta. – Ambos olhamos pro meu amigão, dormindo na cama com as patinha pro ar. Havia sido um dia exaustivo pra ele, nadou pra caramba.


– Tudo bem! – O cabeçudo banana cedeu. – A garota parece fazer o tipo séria, então não vai adiantar dizer você me deixa sem eira nem beira. Precisa ser mais sutil e educado.


Christopher PDV


– Eu sou sutil e educado. – Respondeu, coçando o saco.


Fala sério, Dulce ia ter que me pagar de uma forma bem gostosa por me fazer passar por aquilo, em nome de um segredo que já beirava a infantilidade.


– Talvez devesse falar o mínimo possível. Quem sabe, com algumas trocas de olhares, ela se interesse por você?


– Ela vai é ficar apaixonada por mim, quando eu sair dançando rap no meio do salão. – Sorriu orgulhoso.


Passei a mão no rosto, impaciente.


– Christian, é uma festa de gala. Não vai tocar rap.


– O QUE? – Ele ainda conseguiu ficar surpreso.


– Vai tocar valsa, música clássica. Coisas desse tipo.


– Eu não sei dançar essas coisas de viado! – Resmungou.


– Claro que sabe, nossa mãe nos obrigou a aprender, não lembra?


– Lembro... lembro de ficar pensando qual o episódio do pato Donald estaria passando na Tv durante as aulas.


– Vem cá! – O arrastei para o centro do quarto. – Vamos repassar os passos.


– Nem vem, moleque! – Soltou minha mão com violência. – Vai dançar valsinha com o Marius, ele faz mais o seu tipo!


– Porra, Christian, deixa de infantilidade. Acha que eu gosto disso? – Reclamei, perdendo a paciência.


– Tudo bem... tudo bem... mas não rala a mão em mim não, vagabundo! – Advertiu, todo preocupado.


Posicionamos-nos. Então, iniciamos a dança.


– PUTA MERDA! – Xinguei quando o animal pisou forte no meu pé.


– Você é muito delicada.


Bufei furioso, voltando à minha posição original.


– Eu sou a mulher e você o homem, então, me conduza com gentileza. – Pedi, na esperança de ser atendido.


– Você é a mulher? – Gargalhou. – Realizando seu sonho, hein,Christopher?


– Desisto! – Murmurei, pronto pra dar o fora do quarto.


– ESPERA! Eu me comporto, prometo. Vamos dançar! – Pediu ele, estendendo os braços. O encarei receoso mas, resolvi ceder.


Deu um trabalhão fazer o bisonhento lembrar como se dança. Ficamos girando pelo quarto envolvidos no passo e distraídos com a técnica. Então...


– Ah, por favor, me diga que não perdi meu namorado pro Christian. – Dulce, de pé na porta do quarto, nos encarou como se fôssemos anormais. O incrível foi que nem notamos ela entrar.


– Christopher é a mulher. – Meu irmão mais velho apontou pra mim. Juro que meu olho esquerdo ameaçou tremer.


– Só estamos revisando uns passos de valsa. – Tentei sair da situação constrangedora.


– Hum... – Ela se aproximou duvidando. – Convenceu o serial killer a ficar calado?


– Não se preocupe, Dulce, eu sou um tumulto! – Respondeu, fingindo zipar a boca.


– Não seria túmulo? – A pirralha enrugou a testa.


– E o que foi que eu disse?


– Chega! – Puxei meu frango pra junto de mim. Então, lhe analisei. – UAU! – Não contive o suspiro. – Você está linda!


Saviñón me surpreendeu com o longo vestido branco com decote em V exibindo um pouco do busto que eu tanto admirava. Pequenos cristais em forma de estrelas enfeitavam a cintura e a barra do vestido. Os cabelos caíam em cascata sobre os ombros, a deixando ainda mais magnífica. Sorri feito um bobo, ao perceber que usava os brincos de diamante favoritos da minha mãe.


– Você se produziu assim sozinha? – Não resisti à pergunta.


– Alice ajudou... e... – Desviou o olhar do meu.


– E... ?


– Esme. – Sussurrou baixíssimo contra a vontade.


Eu precisava agradecer a minha mãe por deixar meu frango impecável.


Pus minhas mãos delicadamente em seu rosto e me aproximei para beijá-la, almejando sentir os lábios rubros contra os meus.


– EITA, VÃO SE ESFREGAR AQUI MESMO? – Christian risonho, mantinha os olhos arregalados, espionando.


A pirralha, envergonhada, se afastou de mim.


– Como essa safadeza toda aconteceu? – Sério, eu estava perdendo a paciência com o bisonho.


– Oh, por favor, vamos embora. – Empurrei o criador de porco pra fora do quarto.


– Tá bom... tá bom. – Reclamou, mas saiu, achando que nós o seguiríamos.


Para o azar dele, fechei rapidamente a porta, enquanto reclamava do lado de fora.


Antes Saviñón me questionasse, a peguei em meus braços como quem segura um bebê. Ela riu, achando que eu estava brincando. Mal sabia ela das minhas intenções maliciosas. Caminhei em direção à cama, louco para possuí-la, não suportaria passar a festa inteira apenas observando-a.


Quando passamos em frente ao espelho, estagnei diante da imagem à nossa frente. Dulce, de vestido branco, eu de smoking, parecíamos até recém casados. A pirralha encarava o reflexo, percebendo a estranha ironia. Ela não era do tipo que casaria e eu muito menos. Mas, aquela cena era algo que eu tinha certeza que não esqueceria.


– É melhor irmos embora. – Murmurou, ainda focada no espelho.


– Concordo. – Respondi, desejando igualmente sair dali, pois um milhão de dúvidas atravessaram meus pensamentos. A maior delas era: o que aconteceria conosco após o verão? Ambos voltaríamos para nossas vidas como se nada tivesse acontecido?


Suspirei, antes de pô-la no chão.


Anna PDV


Por muita insistência de Ale e Christian, sentei-me à mesa com meus novos amigos. Todos estavam sendo educados e simpáticos, exceto, o afeminado Marius, de quem eu preferia manter distância. A festa estava sendo um verdadeiro sucesso. Fiquei feliz por ter conseguido ajudar o projeto beneficente dos meus amigos e companheiros de viagem. Infelizmente, eles foram os primeiros a se retirar do salão, deviam estar mesmo exaustos após dias de organização. Eu podia apostar que a classe alta e média de Veneza estava em peso naquele salão do Holliday Inn. Os trajes elegantes e a aparência sofisticada dos convidados denunciavam isso.


Logo depois do jantar, conversamos sobre a atitude heróica de Christian, ao me salvar do sujeito que tentou me beijar. Victor e sua noiva se retiraram do recinto mais cedo. Eu os agradeci pela presença e me despedi, alegando que voltaria para o meu país de origem no dia seguinte. Essa informação pareceu surpreender meus novos colegas. Principalmente o bonitão, que resmungou em protesto. Já estávamos partindo para outro tema de conversa, quando o afeminado se pronunciou.


– Bonequinho, eu não acredito que levou um soco por causa dessa olho-de-bola-de-gude. – Esnobou em um ridículo smoking rosa.


Fingi nem ouvir, pois meus olhos verdes são o que mais gosto em mim.


– Está falando do que, viado? Seus olhos são maiores que o dela! – Dulce ria, divertindo-se.


Não me contive e gargalhei.


– Chapeuzinho...


– O que?


– Vai tomar no c...


– EPAAAA! – Maite berrou, não deixando ele terminar a frase. – Gente, aqui não, né? Estamos em um ambiente refinado, sem baixaria, por favor. Ainda quero sair na coluna social hoje.


– É melhor eu ir embora. – Avisei, levantando-me.


– Não, por favor, fica. – Pediu Christian, já de pé.


– Deixa essa tripinha ir embora. HU!... OHOHOHOHOHOH! – O carinha estava mesmo a fim de confusão.


Eu não ia levar desaforo pra casa.


– Olha aqui... – Apontei o dedo pra cara dele. – Você nem me conhece pra falar mal de mim assim. Já percebi que é um mal educado com sérios problemas de rejeição. Se está chateado porque Christian dá atenção a mim e não a você, saiba que desisti de ir embora e vou ficar aqui bem do ladinho dele. – Agarrei o braço do meu herói, que riu.


– Engole essa, bichona! – Christian mostrou o polegar, feliz.


Todos gargalharam, inclusive eu, enquanto o afeminado me encarava, surpreso com minha atitude.


– É AGORA... COMEÇA A REZAR, TRIPINHA QUE TU VAI PARTIR PRO ANDAR DE CIMA, CATIROBA! – Gritou, vindo em minha direção, furioso.


ESSE AÍ NÃO VALE UMA MOEDA!


Na tentativa de me defender, peguei rápido um garfo que estava jogado em cima da mesa e cravei na testa do infeliz.


– AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! – Berrou de dor. Eu realmente não esperava que o garfo ficasse preso na pele dele. Foi um ferimento superficial, mas não tinha dúvidas de que estava doendo.


– MINHA NOSSA! – Anahí assustou-se.


– Ele vai ficar bem. – Disse Poncho, com descaso.


Marius PDV


– TIRA ISSO DE MIM! AAAAAAAAAHHHHHH... TIRA ISSO DE MIM! – Corri em volta da mesa, desesperada. – ODEIO VOCÊS, MUNDIÇA, ODEIO!


– Pára quieto! – Christopher segurou-me pelos braços e arrancou da minha testa perfeita, o maldito garfo. Aí, ainda bem que era de prata!


Uma gota de sangue escorreu e eu desabei nos braços do caçador.


– EU ESTOU MORRENDO! LOGO EU? É MUITO AZAR PRA UMA BICHA SÓ! – Chorei.


Percebi que uma multidão se formou em volta de mim. Me agarrei com todas as forças no bofe escândalo.


– Pára com isso, não vai morrer. – Christopher tentou se afastar, mas não permiti.


– Bofe, não me larga. Se eu morrer, volto do além só pra te assombrar.


– Acredite, você já assombra vivo. – Respondeu, largando-me.


Caí no chão feito uma fruta madura. Mas levantei-me rapidinho, irada.


– XISPAAAA! – Bati palmas pra dispersar a multidão. – SAI DAQUI, BANDO DE URUBU! VÃO PROCURAR OUTRA CARNIÇA!


Meu útero palpitou de tristeza.


Lancei meu olhar matador pra tripinha e meu ex-bonequinho.


– Vocês vão me pagar!


Sacudi a poeira, dei uma rodada recebendo o espírito da Madonna e saí, pronta pra vingança.


Christopher PDV


– Não liga, a bichona só quer chamar atenção. – Falei pra acalmar a Annatosinha.


– Ele é sempre assim?


– Resumindo, é um encosto!


Mirrors - Justin T.


Uma música bem chatinha começou a tocar, os vocalistas pareciam que estavam morrendo, mas era ideal para convidar a Luísa pra dançar.


- Anninha... – Olha eu cheio de intimidade. – ... quer dançar?


Ela corou.


– Amo essa música. Vamos sim.


Dei uma piscadinha de olho pra meu irmão cabeçudo que assistia tudo, antes de arrastar a totosa pro meio do salão.


Ela estava linda no vestido preto, queria abraçá-la ali mesmo. Infelizmente, precisei manter as cabeças no lugar.


Pus uma mão em sua cintura e, com a outra, entrelaçamos os dedos. Esperei três segundos, antes de começar a conduzí-la.


Por alguma razão, não consegui tirar meus olhos dos dela. Havia algo de diferente naquela garota, a forma como ela reagiu diante da bichonha, me fez admirá-la. Giramos pelo salão e, quando a brisa da noite atravessou as janelas, os cabelos avermelhados dela tocaram meu rosto.


Eu dificilmente ficava caidinho por uma mulher. Elas são complicadas demais, não consigo entendê-las. Por isso passo toda a parte da conversa e pulo logo pro essencial. Pimbada. Só que com Anna era diferente, eu realmente queria conversar com ela. Queria muito mesmo que ela gostasse de mim.


Me esforcei pra pensar em algo legal para dizer, mas nada vinha à minha cabeça. Então, me lembrei dela ter comentado que iria embora amanhã.


– Você tem mesmo que ir embora?


– Sim, estou aqui ha quase uma semana com um grupo de amigos. Tenho que voltar pra faculdade antes que acabe me apegando a Veneza.


– Poxa, e eu só te conheci agora. Que azar o meu. – Murmurei, enquanto ela sorria.


– Talvez tenha que ser assim, Christian... Sei lá... considere destino.


A girei, segurando-a pela mão esquerda. Quanto ela voltou a ficar de frente pra mim, meu coração novamente palpitou. Me sentia atraído por ela de uma forma inexplicável.


– Nos veremos outra vez? – Questionei, sério.


– Espero que sim. Vamos trocar e-mails e telefones.


– Tudo bem. – Falei insatisfeito.


Ficamos calados por alguns segundos. Então, ela quebrou o silêncio.


– Obrigada por me socorrer hoje.


– Se quiser, posso ser seu cavaleiro andante. – Brinquei.


– Oh... mesmo? – Ela riu. – Todo cavaleiro tem seu fiel escudeiro, você precisa de um.


– Já tenho, ele se chama Toicinho.


– Como? – Ergueu uma sobrancelha.


– Te conto melhor depois. Agora, queria saber o que devo fazer pra ganhar um beijo.


Anna PDV


Eu realmente não queria tocar naquele assunto. Tive vontade de dar uma desculpa qualquer e ir embora. Mas meu corpo se recusava a partir.


Arriscando ser motivo de piada para ele e a família, resolvi contar-lhe a verdade.


– Eu... não beijo... quer dizer, nunca beijei. – Preferi não encará-lo.


– O que?


– Nunca beijei. – Repeti, totalmente ruborizada.


Parou de dançar e eu me preparei pra gargalhada que ele daria.


– Como é possível? – Questionou, tocando-me a face, totalmente sério.


– Estou esperando a pessoa certa, o momento certo. É, eu sei... as vezes eu também me acho uma idiota. – Virei o rosto, mas logo em seguia, Christian me obrigou a fitá-lo.


– Não é idiota... garotas como você não existem. Quero dizer, não no meu mundo.


As palavras dele me pegaram de surpresa.


Suspiramos, ambos ao mesmo tempo, o que acabou sendo engraçado, e rimos.


A música já estava perto de acabar. Eu sabia que logo voltaríamos à mesa, conversaríamos, nos despediríamos e, no dia seguinte, eu partiria de volta para o Brasil. Provavelmente, nunca mais veria Christian na vida.


– Queria ter te conhecido melhor, aposto que tem muitas qualidades por trás de todos esses músculos... e lógico, por trás das asneiras que fala.


Ele não pareceu ofendido com meu comentário. Pelo contrário, gargalhou.


Ele era lindo, engraçado e até mesmo gentil. Uma súbita vontade de beijá-lo me atingiu. Eu sabia que não deveria, não queria passar por cima das minhas convicções.


Foi nesse momento que olhei para cima e vi o enorme relógio de madeira que adornava o salão. Faltava pouco pra meia noite, o “amanhã” já havia chegado. Dentro de algumas horas, eu voltaria à minha rotina e as férias em Veneza se transformariam em vagas lembranças.


Triste, notei que, se não beijasse o bonitão à minha frente, eu poderia ir embora, seguir minha vida e me arrepender pra sempre de ter perdido aquele momento. Pois era, sim, um momento perfeito. Não importava que eu o conhecesse pouco, não importava que ele fosse bobo. Éramos duas pessoas que não conseguiam tirar os olhos um do outro. Havia uma química estranha entre nós, dois opostos se atraindo... e lutar contra isso era inútil.


Ignorando todos os pensamentos e preconceitos, livre, perguntei:


– Você sente isso?


– Sim!


Era visível que ele sabia do que eu estava me referindo, sem que eu precisasse falar. Essas poucas palavras derrubaram todas as barreiras entre nós.


– Beije-me. – Murmurei, desejando muitíssimo aquilo.


Ele pegou minha mão e, outra vez, me girou. Quando fiquei de frente para ele, aproximou-se, até que minhas pernas tremessem em nervosismo.


Fechei os olhos, tentando me acalmar, e foi aí que senti a boca dele tocar a minha, sutilmente. Já não suportando, me deixei levar pelo impulso e envolvi o pescoço dele com meus braços. Ele reagiu, agarrando firmemente minha cintura. Foi como se tudo sumisse de repente, nada importava além do beijo. Lábios, língua, doces carícias. Era uma sensação muito além do que eu imaginava. Nem me importei se eu beijava bem ou mal. Só queria aproveitar aquele momento o máximo possível, pois jamais esqueceria dele.


Christopher PDV


– ISSO! – Quase gritei, empolgado com a cena do meu irmão beijando Anna.


– O que foi? – Dulce indagou, confusa.


– Está vendo? – Apontei para o casal. – Aquela garota salvou a nossa pele e nem sabe.


Saviñón gargalhou, mesmo sem entender.


Eles pararam de se beijar, riram e começaram a andar em nossa direção de mãos dadas.


– Disfarça. – Falei por entre os dentes.


Eu e minha namorada olhamos na direção contrária.


Marius PDV


– VACAAAAAAAAAAAAA! MÚUUUUUU! VACA! – Xinguei com ódio, na esperança que a safada ouvisse.


Não podia estar mais revoltada! Como meu bofe me troca por uma tripinha como aquela?


Virei-me para a mesa onde estava o ponche, louca pra encher a cara até virar a perna. Peguei um pouco da bebiba e, quando dei o primeiro gole, cuspi tudo fora.


– Eca, que coisa horrível! Água pura! QUE POBREZA! – Berrei para todos ouvirem.


– Não está gostando do ponche, belezura? – Olhei pro lado e dei de cara com o negão que encontrei no elevador, dias atrás.


– UH!...


– Lembra de mim? – O chocolatinho se aproximou todo enxerido.


– Claro, bofe, você é...


– Toddy, michê e gigolô para todos os propósitos. – Já foi logo me estendendo o cartão.


Peguei o cartão e guardei bem. Afinal, uma moça como eu pode precisar de algo assim a qualquer momento.


– Qual o seu nome? – Perguntou, alisando os cabelos.


– É Marius... para os íntimos, Mámá... HU!... OHOHOHOHOHOH.


– Muito bem ... Mámá. – Ele fez beicinho, gente! MORRI!


– Repete – Pedi.


– Mámá!


– Uíííí! – Me derreti.


– Você não teria aí uma bebidinha pra esquentar esse ponche não?


– Tenho algo melhor. – Ele tirou do bolso do paletó um saquinho com uns sete comprimidos coloridos.


– Que é isso? – Perguntei, já pegando o remedinho.


– Eu chamo de TURBILHÃO DO AMOR. – Sorriu malicioso.


– E pra que serve?


– Ele esquenta as coisas, mámá.


– Não entendi... mas pela cara, não é bom! – Olhei pra mesa onde meus inimigos estavam bebendo ponche adoidado, e foi nesse momento que tive uma idéia mirabolante. – Esse memedinho faz as pessoas ficarem doidonas?


– E como! – Ele gargalhou.


– Hum... parece que nosso ponchinho vai ficar turbinado. Quero só ver o que a ladra de bonequinhos vai achar da festinha que organizou.


Christopher PDV


– Essa festa está um saco! – Murmurou Maite.


– O que está matando são essas musiquinhas chatas de elevador tocando. O DJ é horrível. – Dulce reclamou.


– Mais ponche? – Perguntou o garçom, com a bandeja cheia.


Sinalizei que não com a cabeça. Estava muito fraco.


– Eu não quero, obrigada. – Falou Anahí.


– Já bebi o suficiente. – Maite explicou-se.


Poncho, assim como eu, apenas sinalizou negativamente.


– Prefiro whisky. – Christian ergueu o copo.


– Obrigada, eu não quero nada. – Anna recusou.


– Fracotes! – Dulce pegou logo dois copos do ponche. – Pra agüentar essa festa chata, só enchendo a cara!


Ela tomou das mãos do meu irmão o whisky e misturou com o ponche, bebendo quase todo em seguida.


– Bom! – Sorriu, satisfeita.


– Onde estará Marius? – Alice pareceu preocupada.


Meia hora depois...


Eu estava dançando com Maite no salão, mas minha atenção estava voltada inteiramente para Saviñón, que não parecia nada bem, suando e bebendo muito ponche. O mais engraçado era que os demais convidados pareciam igualmente estranhos. Havia algo de errado acontecendo, eu só não sabia o que.


Arregalei os olhos quando vi a pirralha passando as mãos no corpo, sensualmente.


CARA, O QUE ELA TEM?


Sem pensar, larguei Maite na pista de dança e me aproximei da minha namorada.


– Você está bem? – Indaguei curioso.


Nesse momento, o som ambiente cessou.


– Alô... Alô... 1, 2, 3 testando! HU!... OHOHOHOHOHOHOH!


Olhei pra cabine do DJ de onde vinha o barulho e fiquei chocado com Marius, segurando o microfone.


– EU TENHO UMA DECLARAÇÃO A FAZER.


– LÁ VEM MERDA! – Berrou Christian.


– BONEQUINHO NOJENTO! EU ESTOU TERMINANDO COM VOCÊ! ME ESQUEÇA, POKEMON REPRIMIDO, AGORA EU SOU MAIS EU... PURPURINADA, ÚNICA E ESSENCIAL PRA HUMANINADE. AGORA QUE EU ME ARRANJEI GERAL COM O CHOCOLATINHO TOU NEM AÍ PRA VOCÊ... PODE FICAR AÍ COM A VACA TRIPINHA! CHRISTIAN, EU ACHO QUE VOCÊ É MAIS VIADO DO QUE EU, INDO E VOLTANDO! CANSEI... EU QUERO É ME ESBALDAR.


– Gente... ele pirou de vez. – Anahí enfatizou.


– Alguém controle esse rapaz! – Pediu um senhor, revoltado com a papagaiada da bichona.


– AQUI PRA VOCÊS, VELHOTES DA SOCIEDADE! – Ele mostrou o dedo do meio, chocando alguns. – AGORA EU SOU O DJ, VAMOS AGITAR ESSE CABARÉ! IUHHUUUUUUUUUU!


Dava pra ver o verdadeiro DJ batendo na porta da cabine tentando entrar.


– Fazemos o que? – Perguntei para a família.


– Nada! – Respondeu a anãzinha, adorando o tumulto.


Madonna - Open Your Heart (Mad'House Version)


Nem acreditei quando começou a tocar a Open Your Heart, da Madonna. O que aquele viado queria? Matar todos nós com seu extremo mau gosto?


Como se já não bastasse a música inapropriada pra um baile de gala, a maioria dos convidados agia de forma bizarra. As senhoras com as pernas abertas sacudiam os vestidos como se estivessem com um fogo sinistro em suas partes íntimas. Com os homens não era diferente, os distintos senhores afrouxavam os nós das gravatas e corriam pra pista de dança.


– DEU A LOUCA NESSE POVO! - Maite berrou, escandalizada.


– VAMOS NO EMBALO, GENTE! – Anahí, que anima-se com tudo, arrastou o pobre Poncho pra pista de dança.


– Caramba, o que está acontecendo? – Anna pôs a mão na boca, confusa. – Todos parecem... excitados. – Enrugou a testa.


Ela tinha razão. Pareciam excitados como animais no cio.


Dulce levantou-se abruptamente e passou o dedo na sobrancelha, sinalizando que queria falar comigo.


Vi ela ir em direção aos banheiros. Confesso que não entendi muito sua atitude.


Já que todos estavam distraídos com a confusão no salão, segui a pirralha, querendo lhe encher de perguntas.


Quando adentrei o banheiro feminino, não a avistei. O local parecia vazio. Analisei a fileira de cabines, então, perguntei:


– Dulce, cadê você?


A porta de uma delas abriu-se e fui violentamente puxado para dentro. A maluca me empurrou contra a parede do cubículo, tive que ignorar a dor nas costas.


– Está tudo bem? – Investiguei.


Nem sequer obtive resposta, ao invés disso, Swan apertou com força minha bunda, arfando pesadamente. Não consegui disfarçar minha expressão de surpresa. Nossa, meu frango estava tarada!


(Continua...)


***






Mas um hj faltam 4 ou 3 num sei comentem


 



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Autor(a): Anna Uckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 247



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  • loucas Postado em 14/12/2016 - 23:05:23

    Essa fanfic é perfeita demais pra ficar abandonada então por favor postaaaa mais

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 11:13:34

    posta por favor

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:22

    posta amore

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:10

    ENTÃO VE SE POSTA LOGOOOOOOOOOOOOO

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:56

    chantagem? BEM DOIDA, não seria capaz ^_^ MENTIRA! SIM! É UMA CHANTAGEM!

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:08

    se postar de novo deixo você com 280 coments ^_^

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:41

    comentei bastante linda agr pode postar hehuheuheuheuheuehuehe

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:14

    possta

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:05

    postta

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:34:56

    postaa


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