Fanfics Brasil - 4ª FASE Capítulo 7: MOMENTÂNEA DESORDEM Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação

Fanfic: Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação | Tema: Vondy / Ponny / Meio chaverroni


Capítulo: 4ª FASE Capítulo 7: MOMENTÂNEA DESORDEM

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4ª FASE


Capítulo 7: MOMENTÂNEA DESORDEM


Dulce PDV


Os minutos que correram a seguir foram confusos para todos. Liguei diversas vezes para o meu pai e, infelizmente, ele não atendeu nenhuma das chamadas. Christopher conversou com a mosca morta e a convenceu de nos explicar o acontecido. Ele pôs o celular no viva-voz e, tanto os irmãos Uckermanns como as meninas, me rodearam.


– Christopher...– A voz de Ale tremia. – ...prefiro não contar-lhes.


– Mãe, é necessário, para sabermos por onde começar as buscas. – Insistiu, fitando-me.


Minha paciência foi pelos ares! Agarrei o telefone e quase gritei:


– O que você fez para ele? – Lá se foi a mulher chorar. Revirei os olhos, sendo fuzilada pelos olhares de todos. Que criatura mais frouxa! Porém, não deixei de perceber que aquilo não era típico de minha inimiga. – Anda, fala logo! – Pressionei, aflita.


– Não fiz nada. Só me recuso a me casar com ele, pois... – Fez uma breve e irritante pausa. – ...Victor já é casado.


Christopher PDV


Ótimo! Era só o que faltava! Dulce virou uma estátua. Seu rosto empalideceu e nem suas pálpebras se mexiam. O pessoal começou a tagarelar com a novidade, enlouquecidos.


– Ale, tem certeza disso? Estranhei, puxando o celular das mãos da Saviñón, que continuou com a mão erguida, como se ele ainda estivesse lá.


– Tenho, vi a certidão de casamento. – Pude ouvir o choramingar vindo do outro lado da linha. Tentei raciocinar, mas estava difícil. Tudo era estranho demais. Victor casado? Minha mãe tendo crises de choro? O mundo estava de cabeça para baixo!


– Sempre desconfiei que o Doc-dilícia era sonso. Existe, com certeza, um mistériogrande e latejante por debaixo daquele jaleco. Agora sim, ele é interessante! HU... OHOHOHOHO! – A bixona comentou e logo recebeu um cutucão de Any.


Tentei evitar que Ale ouvisse aquilo, mas, foi inevitável. Sua reação foi compreensível: desligou o telefone na nossa cara. Encaramos Marius, chateados.


– O que foi? – Arregalou os olhos. Depois, empinou o nariz, jogando-se no sofá. – Só falei a verdade!


Christian passou pelo pavão, chutando seus pés e veio até mim.


– Quer dizer que voltamos a ser pobres? Droga! Não quero ser pobre!


– Como se essa mundiça tivesse sido outra coisa na vida. – Murmurou o viado.


– O que você disse? – Esbravejou meu mano mais velho.


– EU? – Ele pôs a mão no peito, se fingindo de surpreso. – Não disse nada... imagina se eu ia ofender os TPMs! – Zipou a boca.


– E agora? Como vamos fazer para ajudar nossa mãe? – Perguntou Poncho.


– Devíamos nos preocupar primeiro com a Dulce. – Interveio Any, cutucando a testa da pirralha, a qual continuou, assustadoramente, imóvel. – Acho que ela entrou em estado de choque.


– Pudera! – May aproximou-se. – Ficou um tempão tentando evitar o casório do papai e agora, de uma hora para outra, descobre o que ele já é casado!


– CASTIGO! – A afirmação saiu em coro, pois todos tínhamos a mesma opinião.


– Tudo bem, hora de acordar, meu frango! – Bati palmas rente a seu rosto, esperando que reagisse. E tudo que ganhei foram risadinhas sarcásticas dos demais, por eu ter usado o termo meu frango. Pigarreei e fingi não ser comigo.


– Esperem! – O bisonhento ergueu as mãos no ar, extremamente sério. – Vamos fazer o teste definitivo para saber se ela não está só fazendo drama.


Ergui uma sobrancelha, curioso.


Christian rodeou Saviñón. Depois, surpreendendo a todos, lhe abraçou forte. Foi aí que entendi onde ele queria chegar. A pirralha nunca permitiria aquilo, se estivesse em seu juízo normal. Quando ele lhe beijou o rosto, confesso que fiquei apavorado. O cérebro dela teria parado?


– É...– Meu irmão desistiu. – Enterrem! Essa não tem mais jeito.


– Afasta todo mundo! – Marius ordenou, levantado-se. – Já sei o que fazer para trazê-la de volta. Nunca falha! Ressuscita até defunto. – Dobrou as mangas da camisa.


– Não vai espancá-la! – Intervi, pondo-me entre os dois.


– Por que bofe bonito tem sempre que ser burro? – Reclamou.


– Nem me fale... – Murmurou May.


A bichona se colocou atrás de Dulce, sorriu malicioso e, então...


– AAAAAAAIIIIIIIIIIIIIÊÊÊÊ! – Saviñón berrou assustada, voltando ao normal. Sim, o lunático tinha lhe aplicado uma dedada! – CARA, TU VAI APANHAR! – Ameaçou furiosa. Imobilizei-a com meus braços, tentando evitar mais confusão.


– Sua draga mal agradecida! – Marius iniciou seu típico drama. – Doeu mais em mim do que em você!


Ela esperneou como sempre, tentando se soltar.


– Foco, pessoal! Esqueceram que Victor sumiu? – O apelo de Any fez meu frango recuperar o controle e eu lutei com meus braços para soltá-la.


– Eu acabo com você depois... – Apontou ameaçadoramente para a bichona. – ...seu filho da...


– Não fale isso, a Geléia pode ouvir lá do apartamento. – Any a interrompeu, tampando-lhe a boca.


– Ouvir o que? – Perguntou a menina encostada na soleira da porta, ainda fedida. – Que ela ia falar filho da...


– Shhh! –Iinterrompemos em coro. Ao menos, tínhamos um pouco de bom senso.


Nesse momento, o celular de Dulce tocou. Em um átimo, ela o atendeu.


– Victor! – Falou, com a voz estrangulada.


Apreensivos, esperamos.


Dulce PDV


– Acalme-se, Dulce, estou bem! – Sua voz estava meio morta.


– Onde está?


– Não se preocupe. Estou apenas tentando fazer a coisa certa.


– Victor, não seja tolo, volte para Forks!


– Preciso desligar. Logo darei notícias.


– O que? Não! Por favor, me diga onde está. – a angústia em minha voz tornou-se indisfarçável.


– Hããã... em New York.


– Vou buscá-lo. Não saia daí!


– Não, Dulce Maria, não faça isso!


– Quando chegar, te ligo! Cuide-se! – Eu bem sabia que, se eu fosse, mesmo contra a vontade dele, Victor não me deixaria perambulando por N.Y. Acabaria cedendo e indicando sua localização.


– Ordeno que não venha!


– Até mais! – Desliguei, sabendo que não tinha jeito, ia ter de buscá-lo. Se fosse preciso, à força. Nem tentei persuadi-lo a me contar a história sobre o casamento. Qualquer coisa que me falasse ia parecer surreal, se não pudesse ver, em seus olhos, a verdade.


– Vou buscá-lo em N.Y.! – Informei aos outros, pegando as chaves da minha moto na mesinha de centro.


– Não vai, não! – Christopher se intrometeu onde não foi chamado.


– MISSÃO F.O.D.A! – gritou Marius, jogando as mãos para cima, animado.


– NÃO! – falamos juntos, o Uckermann e eu. A bicha jogou-se no sofá, derrotada.


– Isso não é brincadeira, é algo sério. Não vamos complicar o que já é complicado. Eu e Christian vamos buscar o Carlisle. O restante de vocês tem que ficar e cuidar da mini-Dulce!


Bufei alto, não gostando do “mini-Dulce” .


– Vou com vocês. – Disse o suposto maconheiro.


– Precisa ficar ao telefone com Ale, para garantir que ela ficará bem. – Pediu UCKERZINHU.


Sério, não é irritante? Quem o nomeou líder? Fingi que nem ouvi a parte em que me excluiu de seu débil plano.


– Geléia, vou passar o dia fora. – Christopher virou-se para a garota. – Você vai tomar banho e tirar essas roupas sujas. Quando eu voltar, vamos resolver seu problema.


Ela se aproximou de mim e disse:


– Eu odeio ele!


– Mini-mim...– Ironizei, fitando o Uckermann. – ...Bem vinda ao clube.


– Gente, precisamos arrumar um vestido para essa criança. – A sebosa já estava cheia de frescurinha. Tanto eu como a Geléia, fizemos careta.


(...)


Preciso dizer que mandei a idéia do UCKERZINHU me tirar da viagem à merda? Não, né?! No início, ele resmungou feito um velho gagá. Depois, aceitou o fato.


Afinal, era MEU PAI que tinha sumido.


Ele planejou a rota que seguiríamos. Segundo suas previsões, estaríamos de volta na manhã seguinte. Ainda estávamos cansados da calourada, por isso, decidimos que cada um dirigiria um pouco, a fim de não perdermos tempo. Christian dormiu no banco de trás do jipe e eu me aconcheguei no banco do passageiro, enquanto Christopher dirigia.


Era uma linda manhã de domingo. O vento tocava de forma agradável meu rosto e acariciava meus cabelos. Fiquei calada, apreciando a paisagem passar por nós, totalmente calma, livre e despreocupada.


MENTIRA!


Eu estava uma pilha de nervos! A ansiedade era quase incontrolável. Odiava o vento bagunçando meu cabelo, a paisagem me dava ânsia de vômito e até o maldito Sol me incomodava! Tudo indicava que, a qualquer momento, eu perderia o controle. O cansaço, pensamentos desconexos, mau humor, frustração e, principalmente, preocupação, dilaceravam lentamente o que restava do meu juízo. A frase “Victor casado” piscava freneticamente em minha mente, como um letreiro luminoso.


Bati a cabeça no encosto do banco de forma alta e descompassada, enquanto um zumbido impaciente escapava de meus lábios. De repente, senti uma mão em minha testa, prendendo minha cabeça contra o encosto.


– Pára com isso! – Ordenou o Christopher, sem tirar os olhos da estrada.


Pronto! Aquela ação foi o suficiente para os vestígios de minha compostura caírem por terra. Arranquei sua mão da testa e a levei direto à boca, mordendo forte.


– Aaaaíííííí! – Grunhiu ele, sacudindo a palma machucada.


– Não! Toque! Em! Mim! – Estreitei os olhos, ameaçadoramente.


O idiota finalmente me encarou, carrancudo. Suspirou, depois, me desafiando, pressionou o indicador contra minha testa. Rosnei irada, tentei mordê-lo outra vez, mas o cretino retirou a mão, a tempo de se salvar.


– Pára o carro! – Falei, vendo um posto de gasolina passar por nós. O imbecil fingiu não ouvir. – PÁRA O CARRO! – Gritei. Não compreendia bem meu estado de espírito. UCKERZINHU assobiou uma canção, despreocupado. – Volte ao posto! – Disse, olhando para trás e vendo o local se distanciar.


– Não! – Falou decidido.


Em um impulso, avancei para cima do volante. Nossa briga por ele fez o carro andar em ziguezague pela pista. A sorte é que estava vazia.


– VAMOS CAPOTAR, SUA LOUCA! – Christopher reclamou, em sintonia com meu humor negro e mortal.


Larguei o volante, pronta para tomar medidas mais radicais.


– Nós vamos voltar ao posto e depois, eu vou dirigir.


– Rá-rá! – Zombou.


– Preciso ir ao banheiro! – Menti descarada. Queria era comprar algo pra beber, porque, encarar aquela situação, sóbria, não dava.


– Faz aí. – Respondeu indiferente.


Bufei, enquanto a ira queimava minhas veias.


– Você quem pediu. – Abri o botão da calça, torcendo para ele acreditar no blefe.


– Tudo bem. – O idiota disse entre dentes, dando a volta.


Sorri vitoriosa. O carro mal parou no posto e fui logo dizendo:


– Me passa seu cartão de crédito. – Pedi, estendendo a mão. É claro que eu não tinha um tostão furado. Tive uma vontade louca de passar na cara do ensebado o motivo, porém, me contive.


Ele ergueu uma sobrancelha, desconfiado.


– Vai precisar dele no banheiro?


– Eu te pago! – Garanti. Lógico que não ia pagar porra nenhuma, ele já tinha me causado bastante prejuízo. Cruzei os braços, esperando.


Pensou por um momento, puxou a carteira do porta-luvas e me entregou o cartão. Corri para a loja de conveniência, me perguntando o porquê de estarmos tão azedos. Era como se fôssemos as mesmas pessoas do início do verão, na Itália. Dois gênios incompatíveis destinados a se odiarem. A idéia me perturbou um pouco e me esforcei para me concentrar nas compras.


Christopher PDV


Bati a cabeça contra o volante, enquanto esperava. Eu fervia por dentro. Não parava de pensar no sofrimento de Ale, no segredo de Victor, nas mudanças recentemente trazidas à minha vida, que, aparentemente, não deveria estar ligada ao relacionamento deles. Dulce estava incrivelmente irritante. No entanto, eu sabia que também estava e não conseguia evitar isso. Tinha vontade de xingar e socar algo, a cada cinco segundos. Torcia para guardar o resto de paciência que ainda tinha. Quando discutimos, só consegui lembrar de nossos dias em Verona. Tive a leve impressão de que essa viagem desencadearia uma reprise bizarra de nossos piores momentos.


Fitei Christian e ele dormia feito uma pedra, roncando e balbuciando palavras inteligíveis. A única palavra que consegui decifrar foi “Toicinho”. Ri baixinho, imaginando que, à essa altura, Poncho já teria dado fim ao animal. Meu único momento descontraído em horas foi interrompido pela porta do jipe batendo, quando Saviñón entrou com uma sacola nas mãos.


– Vai, motorista! – Falou debochada.


Tentei ignorar e dei a partida, acelerando mais do que era conveniente. Revezei olhares entre a estrada e a pirralha, que abria uma garrafa de vodca.


– Sua chance de dirigir hoje acabou de descer pelo ralo.


Ela apenas exibiu o dedo médio, ainda irritada.


– Típico! – Soltei, com desdém.


Puxei os óculos escuros, presos em minha camisa e os coloquei no rosto, numa tentativa de ignorar as atitudes de Dulce.


Se eu consegui? NÃO!


Ela despejou as coisas que trazia na sacola em seu colo e não pude deixar de olhar. Muitos chicletes, pirulitos, um saco grande de batata e... cigarro?


– Desde quando fuma? – Interroguei, desaprovando.


– Desde agora. – Respondeu, enfiando alguns chicletes na boca. Ela estava, sem dúvida, muito ansiosa, o que também me deixou.


Estendi a mão em direção ao seu colo, na intenção de pegar o maço, mantendo os olhos na estrada. Sem querer, apalpei algo que não deveria. Saviñón reagiu, me dando um tapa na nuca.


– Como se eu já não tivesse feito isso antes. – Murmurei chateado e agarrei o maço de cigarro.


– Ei, me devolve! – A pirralha esbravejou.


– Não vai fumar essa porcaria perto de mim. – Ergui o cigarro acima de nossas cabeças, mas a chata tentou tirá-lo de mim. Estiquei o braço ao máximo. Sem que eu esperasse, Dulce fez cócegas em minhas costelas e, em reflexo, baixei o braço, soltando o maço, que caiu no meu joelho e derrapou para o chão.


– PERFEITO! – Chateou-se.


– Olha a minha cara de preocupação. – Não movi um único músculo facial.


A garota ficou vermelha de imediato. Sorri só para provocá-la mais. Então, ela inclinou-se em minha direção. Como eu não podia me dar ao luxo de tirar a mãos do volante, me esquivei um pouco, achando que me daria um soco ou algo assim. No entanto, Saviñón me surpreendeu. Passou parte do corpo por debaixo dos meus braços, pressionando o peito em minhas coxas e provavelmente esticando o braço, à procura do maldito maço de cigarro.


– Pára com isso. – Pedi, revirando os olhos.


– Não! – A resposta veio meio abafada. – Seu pé está atrapalhando a visão.


– Não vou movê-lo.


Imediatamente, senti o beliscão em minha panturrilha.


– Faça isso novamente e te deixarei presa aí à viagem toda! – Ameacei sério.


Dulce PDV


IMBECIL!


Não conseguia ver muito bem, as pernas de Christopher atrapalhavam a busca. Eu precisava daquele cigarro ou de qualquer coisa que diminuísse meu estresse. Mesmo nunca tendo fumado, tinha esperança que aquilo fosse tão relaxante quanto os fumantes afirmavam ser. Tateei o chão e nada encontrei. Começava a acreditar que o maço houvesse ido parar embaixo do banco.


O Uckermann pisou lentamente no freio, fazendo o carro parar. Fiquei feliz, talvez o babaca estivesse disposto a sair do veículo e me ajudar. Infelizmente, não foi isso que aconteceu. Ergueu um pouco o quadril, metendo a mão no bolso.


– QUE MERDA VOCÊ TÁ FAZENDO? – Berrei.


Como ele não respondeu, ergui a cabeça, apoiando as mãos em suas coxas.


– Não dificulte... – Pedi, fitando-o – ... lembre-se que falta pouco para eu acabar... – Era para eu ter dito com sua raça, mas seu pigarro me impediu de continuar. Pisquei os olhos confusa, até ele sinalizar com a cabeça. Olhei na direção indicada, à minha frente, e podia jurar que meu rosto ficou branco como papel. Estávamos em pedágio e a funcionária, dentro da cabine, nos encarava de boca aberta. Óbvio que a última coisa que ela pensaria, era que eu estava procurando um maço de cigarro ali.


Christopher e eu sorrimos constrangidos, ele puxou o ticket das mãos dela, tentando sair logo da situação embaraçosa. Sem muitas alternativas, dei uma risadinha e voltei a baixar a cabeça, me esticando mais, sem querer desistir do meu objetivo.


Senti o carro voltar a se movimentar e respirei aliviada.


– DIGAM X! – Reconheci a voz de Christian, abruptamente me ergui. Uma coisa era ser flagrada por uma estranha, outra, pelo bisonhento, que nunca me deixaria esquecer aquele momento.


Tirei os cabelos do rosto a tempo de ver Christopher dando um tapa na câmera digital do irmão. Infelizmente, ele a pegou antes que caísse.


– Eita! Essa foto vai direto pro site da Dulce.


– Hein? – Esqueci de respirar por um momento, tamanha foi a minha surpresa.


– Que site? – Questionou Christopher.


O serial killer lhe deu um tapa na nuca.


– PAREM DE FAZER ISSO! – O ensebadão explodiu.


– O nosso clube: Eu odeio Dulce Maria! Não se lembra?


Encarei meu definitivamente EX-NAMORADO,deixando-o sentir o ardor da minha revolta.


– Não sei do que ele está falando. – Defendeu-se inutilmente.


O bisonho grunhiu, depois disse:


– Não sabe? Você concordou! É o fundador e eu, o co-fundador. Naquela noite que roubamos a guitarra da Dulce, combinamos isso. Tomei a liberdade de jogar na rede, já temos centenas de adeptos.


– Centenas? – Fiquei tão bestificada, que cheguei a me esquecer de tudo.


Ele assentiu, orgulhoso.


– Tem tudo lá, vídeos, fotos, seus momentos emo...TUDO! O vídeo mais assistido é aquele em que vocês fizeram as tatuagens, virou até remix. Quer que eu cante uma parte? – Gargalhou o maníaco. – A maioria lá é gente de Forks, o povo te odeia mesmo, você é famosa!


– Respire! – Falou o fundador, vendo o sangue me subir à cabeça.


Pulei para o banco de trás, com as mãos fincadas no pescoço do bisonho. O maldito ficou mais preocupado em tirar fotos do meu rosto raivoso e descontrolado. Não havia como negar. Lá estava a essência da antiga Dulce, com força total e eu mal entendia por quê.


Marius PDV


– VENHAM, É TUDO BARATINHO! – Berrei no mega-fone.


As raxas atrás de mim tentavam me dar apoio, chacoalhando algumas peças da nossa grife, estocadas no porta-malas do carro da May. A porcaria da rua era pouco movimentada aos domingos, por isso, soltei o verbo para chamar a atenção.


– ESTÁ CANSADA DE SER FEIA? ESTÁ CANSADA DE SER POBRE? TRANFORME-SE, VESTINDO UM DOS LINDOS MODELITOS DA MAIS ESTOURADA GRIFE Bem doida!, EU PISCO, VOCÊ PISCA, NÓS PISCAMOS NA GALÁXIA! HU...OHOHOHOHO! NA MINHA MÃO É MAIS BARATO, HEIN?! – Gritei, zombando da bicha-cafona-ladra que nos fuzilava com olhares agoureiros na entrada de sua loja.


– Marius...– A sebosa murmurou pelo canto da boca. – ...não grite tanto. Isso aqui já é constrangedor o suficiente.


Estreitei os olhos, ultrajado. Depois, coloquei o mega-fone próximo ao seu ouvido e, então, berrei:


– Quieta! Você quer ser pobre para sempre?


Ela cambaleou para trás, esfregando as orelhas e eu sorri.


– MAIS ANIMAÇÃO, SUA MOLENGAS. TRABALHEM, TRABALHEM! – Exigi.


– Isso não está dando certo. – Comentou a draga irritante tamanho PP, Any.


– Não está dando certo porque estão muito desanimadas. Precisamos brilhar, saltar, espalhar alegria. Isso vende!


– Vou brilhar, saltar e espalhar alegria na minha próxima vida quando nascer gay. – Resmungou a loura.


– Não podemos deixar Max... – Cuspi no chão, em repulsa ao nome. – ...vencer! Olhem ele, ali, usando aquela blusa Gucci, todo se achando, com os seguranças gostosos ao lado. Precisamos vencer! É questão de honra gay! – Choraminguei.


– Não podemos fazer nada, Marius. Ninguém sequer ousou chegar perto para olhar nossas peças. – May devia estar querendo levar na cara.


– Argh! – Fiz careta. – Precisamos arrumar um jeito de chamar a atenção das raxas, principalmente, as que estão dentro da boutique. – Apontei.


– Espera! – A tamanho PP paralisou, com as mãos nas têmporas. – Você disse chamar a atenção da mulherada, certo? – Encarou a sebosa, e nem era ela quem tinha falado aquilo. Magoei. – O que mais nos chama a atenção além de moda?


– Homens! – May respondeu de imediato e a PP assentiu.


Vi um brilho estranho atravessar o olhar dela, no momento em que me fitou.


– May, fique aqui. Eu e Marius já voltamos!


Ela me puxou e saiu em disparada. Atordoado, joguei uma mão pra cima gritando:


– PARAAAAA, SUA RAXA uÓ! EU NÃO QUERO CORRER!


Ela ignorou. Pendi a cabeça para trás e choraminguei, sendo obrigada a segui-la.


Anahí PDV


Chegamos ao apartamento dos rapazes e rompemos porta adentro. Estaquei ao ver a Geléia correndo pela sala com o Toicinho em seu encalço, enquanto Poncho os seguia com um vidro de álcool em uma mão e uma espoja em outra, limpando tudo que podia. Ele parou, suado, e me encarou, dizendo entre arfadas:


– Nada suja mais que uma criança e um porco. Estou no meu inferno pessoal.


Prendi o riso. Fui até ele e lhe dei um beijo leve nos lábios. Logo em seguida, corri para o quarto dele, rebocando Marius comigo.


– Vou precisar de umas coisas emprestadas! – Avisei, já dentro do cômodo e bati a porta. Era melhor nem imaginar a cara que ele devia estar fazendo.


Minutos depois...


– Você está um gato!


– Eu te odeio! Te odeio! – Bateu o pé no chão, ranzinza.


– Entenda, Marius, se você estiver lá como um bofe sexy vai atrair o mulheril, o que, traduzindo, vai nos dar a chance de vender as roupas.


– Chama o pinoquinho, então.


– Alguém de juízo precisa ficar cuidando da Geléia. Não enrole, eu sei que vai conseguir.


Ele encarou seu reflexo no espelho do guarda-roupa, com um semblante torturado. Não me arrependia, o doidinho podia superar. Ri baixinho ao vê-lo analisar as roupas que lhe obriguei a vestir. Uma calça jeans descolada, camisa de botões preta, tênis, o cabelo impecavelmente penteado para trás, fixado com o gel de Christopher e extremamente perfumado, exalando masculinidade. Marius tentou mexer nos cabelos e o impedi.


– Eu quero os meus cachinhos de volta! – Reclamou.


– Por favor, né? Cachinho caindo na testa é coisa de viado!


– Dããã... – Perplexo, apontou para si mesmo.


– Eu sei, eu sei. Mas hoje você será homem! – Ordenei.


Ele arregalou os olhos e não pude deixar de notar que tinha um olho maior que o outro. Duas grandes bolas-de-gude azuis.


Não corremos, voamos de volta à avenida onde May nos esperava. Assim que ela nos avistou, sua boca se escancarou, pois percebeu a transformação radical do nosso sócio.


– Marius, você está tão... assim até eu te traço!


– Acho que vou vomitar! – Chacoalhou as mãos, visivelmente nervoso.


– Toma! – Lhe estendi o mega-fone. – Agora, chame suas raxas feito homem.


Ele fez uma enorme careta, colocando a língua para fora, enojado.


– Não quero ser homem! – Esbravejou.


– É preciso! – Falei firme para que ele não desistisse. – Ande! Faça o que eu disse!


– Não! Levei muitos anos para adquirir dignidade gay, não vou me rebaixar. – Empinou o nariz, metido.


– O que prefere? Ser pobre ou guardar sua quase inexistente dignidade gay? – Indagou minha prima, o empurrando em direção ao capô do carro.


– OK. OK. OK! – Berrou no mega-fone. – Eu criei monstras!


Nós o ajudamos a subir no capô e ele tremia, como se estivesse sendo eletrocutado.


– Vá com tudo, Mário!


– É Marius! – Me corrigiu irritado, enquanto desmunhecava.


– É que Mário soa mais hétero! – Sorri.


Ele tentou me espancar com o mega-fone e eu desviei.


– Seja homem! – Incentivou May. – Seja homem!


– Está falando como minha avó! Pare com isso! Sou uma bicha sofrida, vão pagar minha terapia. – Mordeu o dedo mindinho.


Perdi a paciência. Precisávamos agir antes que fosse tarde demais. O puxei pela manga da camisa e ele se baixou, trêmulo.


– Marius, é a nossa chance. Não estrague tudo! Só precisamos vender essas roupas e pagar a reforma da loja, depois disso... KABOOM! Entraremos para a indústria da moda. Visualize comigo... – Estendi o braço teatralmente, como se lhe mostrasse o futuro. – Imagina seu rosto nas capas das revistas, todas as roupas de oncinha que poderá comprar, um bofe malhado só de sunguinha lhe trazendo champanhe... – Ele suspirou sorrindo ao imaginar. O agarrei pela gola da camisa, tentando passar-lhe confiança. – Agora vá lá e conquiste tudo isso para nós. SEJA UM BOFE ESCÂNDALO! – Minhas palavras saíram firmes e fortes.


Ele entendeu o recado, ficou de pé em um átimo, respirou fundo e falou no mega-fone:


– Mulheres de Hanover, estamos lançando uma maravilhosa promoção... – Falou com a voz máscula e com leve sotaque italiano. – Compre uma de nossas peças e concorra a um maravilhoso jantar em minha companhia...


May e eu colocamos as mãos na boca, surpresas.


– Desabotoe alguns botões da camisa! – Pediu minha prima e o bofe obedeceu.


As palavras dele chamaram a atenção das garotas na boutique do Max. Elas ficaram curiosas para saber quem estava se pondo como prêmio. Até eu ficaria. Aquilo, sem dúvida, estava atraindo as pessoas. Marius continuou repetindo a oferta e o pessoal começou a se aproximar timidamente, para analisá-lo. Ele estava mesmo lindão e as moças de Dartmouth riam e cochichavam entre si. Devia estar sendo um esforço sobre-humano para o coitado, não desmunhecar. No entanto, não desmunhecou. As peças e o preço baixo causaram um impacto positivo nas futuras clientes. A quantidade de gente crescia, tanto homens como mulheres, e Marius continuou a anunciar a promoção que inventara. Percebi que algumas pessoas já estavam agarradas ao celular, avisando a outras sobre aquele evento incomum.


Cerca de vinte minutos depois, o alvoroço em torno de nós era grande, estávamos vendendo tudo. As roupas passavam por cima da minha cabeça, enquanto eu tentava passar trocos e aceitar pagamentos. As peças que desenhamos eram bem recebidas, as pessoas adoravam nosso estilo misturado e louco. As peças estavam acabando e sabíamos que, se tivéssemos mais, teríamos vendido.


Dulce PDV


Christian e eu ficamos cerca de uma hora batendo boca. Christopher, “o fundador” do meu clube, não falou uma só palavra. Isso só me deixou mais brava.


Após alguns torturantes minutos, o bisonho decidiu fazer uma brincadeira idiota, bem no estilo o que é o que é....


Tentei ignorá-lo, porém, ele continuou divertindo-se.


– O que é, o que é... tem a cabeça grande e o corpo fino?


– Christopher! – Respondi de imediato.


– Na verdade, a resposta é um palito de fósforo, mas essa sua resposta aí também vale.


– Não tenho a cabeça grande. – UCKERZINHU me fitou, com seu olho esquerdo tremendo.


– Tem sim! – Respondemos Christian e eu, ao mesmo tempo.


O imbecil resmungou algo que nem me dei o trabalho de decifrar.


– Esquenta não, Dulce, o cabeçudo hoje deve estar com aquele tal de SAD. – O grandão sorriu descontraído, já o Uckermann, fitou-o de olhos arregalados, como se o irmão tivesse deixado escapar algo que não deveria. Logo me interessei.


– SAD? O que é isso?


Christopher, com o olhar duro, parecia alertar Christian.


– Relaxa! Você acha que eu sou burro, mano? Claro que não vou contar para ela aquela viadagem que o voador inventou só pra explicar que você está com SADades!


– SADades? Hum... saudades! – Sorri, brincalhona.


– É mentira! – Meu EX ficou meio pálido, fitando a estrada.


O bisonho e eu rimos.


– O cabeçudo está com SADades... O cabeçudo está com SADades – Cantarolei zombando, mesmo não acreditando que aquilo fosse, de fato, verdade. – O cabeçudo está com SADades... O cabeçudo está com SADades... –Christian passou a me acompanhar e já éramos dois cantando alegremente, até rolou uma pequena coreografia de braços. – O cabeçudo está com SADades... O cabeçudo está com SADades...


De repente, Christopher freou abruptamente. Sobressaltei com o barulho produzido. Encolhi-me um pouco, vendo-o sair do carro e batendo a porta fortemente. Ficamos parados no acostamento, enquanto ele se distanciava, adentrando o campo de vegetação baixa e seca. Parou há uns vinte metros de distância, socando e chutando o ar e grunhindo algo. Fiquei observando o maluco desestressar, me dando conta de que não era a única pirando com aquela situação de momentânea desordem.


O Uckermann parou com os movimentos estranhos. Pareceu dar um tempo a si mesmo e depois, voltou para o carro, com uma expressão tão séria que assustava. Christian e eu esperamos calados, fitando-o como se ele fosse um E.T.


– Quem vai querer ouvir primeiro? – Perguntou rude.


Apontei para o bisonhento e ele, ao mesmo tempo, apontou para mim.


– Você! – Quase enfiou o dedo na cara do irmão. – É uma anta de boca grande! Desfaça a porra do site! – Em seguida, virou o dedo na minha direção. – Dulce, você me tira do sério desde o primeiro segundo que te vi. Então, faça o favor de manter essa boca fechada. Fique quieta, pelo amor de Deus! Estou tentando pensar aqui, droga! – Havia tanta autoridade e raiva em sua entoação que, por instinto, quase avancei sobre ele. No entanto, engoli seco e trinquei os dentes, me prendendo à declaração hostil que cutucou minhas feridas não cicatrizadas.


Christopher voltou para a estrada e, dessa vez, aumentou bastante a velocidade, como se quisesse terminar logo com aquilo. Me perguntei se ele realmente já não suportava ficar ao meu lado.


– Deus me livre... – Murmurou Christian, melancólico. – ...não precisa de tudo isso, imagina se eu tivesse falado que você tem alucinações.


O Uckermann apenas gemeu, contendo-se.


Ignorei os dois, presa em meus próprios pensamentos e chateação.


Marius PDV


A multidão tinha se dispersado. Coloquei o nome da catiroba que tinha ganhado a promoção no bolso. Então, a PP finalmente disse as palavras que me libertaram:


– Tudo bem Marius, pode cair na viadagem! – Relaxei os braços e pernas revirando os olhos. Voltar a ser eu mesmo era como respirar.


– HU!...OHOHOHOHOOH ESTAMOS RICAS! – Comemorei dançando, rebolando, sacudindo, descendo até em baixo.


Então, uma mão bateu em meu ombro. Virei-me surpreso.


– Vaaalaa! Que aparição é essa? – Pus a mão no peito. – Parou com tudo! É a espanta! – Disse ao me deparar com a bicha uÓ, Max.


– Espanta? – Perguntou confuso.


– Sim, espanta tudo! Bofe, cliente, moda... Mas o quê tu quer aqui hein, baitola?


– Mais respeito sua pistoleira. – Jogou o cabelo de palha de milho pro lado. – Vim dar a vocês uma advertência. Se voltarem a vender suas roupas de brechó em frente a minha loja chamarei a policia, ou melhor... – Virou-se para olhar os seguranças armários atrás de si. – ...meus empregados darão um jeito nas fracassadas.


– BEM DOIDA! – Eu e as raxas falamos em coro.


– Aqui é via publica. Podemos fazer o que quisermos. – Sebosa nos defendeu.


– Eu comando a vida fashion nessa cidade, e lhe garanto que estão pisando em terreno perigoso. – Rebateu azeda.


– Ô meu Deus... tenho tanta pena de ti amigããã. HU!...OHOHOHOHOHO! Espanta, tu vai falir mulher! Se eu fosse você começava a juntar meus paninhos de bunda e me mandava do estado. – Alertei contente e sarcástica.


A rainha da mundiça ficou vermelha de raiva.


– Isso não vai ficar assim... vai lhe custar muito caro! – Ameaçou com olhos estufados para fora. Girou com força e o cabelo falso chicoteou minha cara delicada. A bisca foi embora andando toda empinada.


– Vai, vai embora espanta! Não volte mais cafuçú! HU!...OHOHOHOHOHO! Vencemos! – Disse para as garotas. – Bate aqui! – Erguia as palmas.


Dulce PDV


Após algumas horas chegamos a New York. Já passavam das 20:00h, e minha ansiedade atingia o nível mais alto enquanto procurávamos o endereço que meu pai informou pelo telefone.Victor tentou me passar uma bronca quando lhe telefonei, porém, ele não parecia ter ânimo nem para isso.


– Tem certeza que é aqui? – Questionou o meu ex, confuso.


– Sim! – Confirmei olhando o endereço anotado em minha mão.


– Eita! O Doc está aproveitando a vida, hein?! Bar de stripers? – Comentou Christian saltando para fora do jipe incrivelmente animado.


Horrorizada entramos no Crazy Girls. Meu ex-cunhado ridículo quicava de felicidade de olho em tudo.


SECÃO!


Eu nunca havia ido a um lugar como aquele. A iluminação era fraca em tons de vermelho e amarelo. Alguns homens perambulavam, outros permaneciam em pequenas mesas próximas ao palco e, lógico, tinham bastantes mulheres semi-nuas.


– Tragam minhas coisas, vou morar aqui! – Anunciou Christian em voz alta.


Uma loira peituda passou por nós e piscou. Argh! Fiquei enojada. Preferi nem prestar atenção em Christopher. Fiquei repetindo mentalmente: EX-NAMORADOS! EX-NAMORADOS! EX-NAMORADOS!


Estava na hora de começar a lidar com aquilo porque, depois de nossas brigas no carro, passei a aceitar o fato de que talvez nosso relacionamento não tivesse mais volta. Provavelmente, o tempo trouxe de volta nossas personalidades que foram distorcidas pela paixão que partilhamos por um breve tempo.


– Ali está ele! – Disse o Uckermann apontando para um das mesas mais distantes, em um canto pouco movimentado.


Marchei até lá empurrando as pessoas a minha frente.


– Que droga, que fazendo aqui? ECA! Não tem vergonha? – Não pude deixar de expressar minha revolta.


A princípio ele ficou calado, seu rosto estava meio abatido, olheiras denunciavam a exaustão. Com o terno amarrotado e cabelos desgrenhados, segurava um copo de água. Suspirei me arrependendo de ter chegado a ele de forma tão rude.


Joguei-me na cadeira ao seu lado procurando palavras para iniciar o interrogatório.


– Você está bem Victor? – Indagou Christopher.


Só quando meu EX falou foi que me dei conta que o bisonho tinha sumido. Fixei meus olhos em meu pai à espera de que ele respondesse, infelizmente só assentiu fracamente.


O Uckermann ficou calado alguns segundo como se também não soubesse o que dizer.


Estudei o ambiente despudorado e as palavras presas na garganta simplesmente explodiram em forma de acusação.


– Você é casado! Como pode fazer isso comigo? – Encarei Victor. Senti os olhos de reprovação de Christopher em cima de mim. Continuei. – Como pode casar e não avisar sua filha, ficou maluco? – Gesticulei aborrecida. – E como se o casório já não fosse loucura suficiente, briga com a mosca morta e vem parar aqui? Está fugindo ou o quê? Eu não acredito! – A última frase precisou ser pronunciada com mais vigor.


– Dulce, pare com isso, não é certo! – Falou o Christopher com ferocidade.


Me pus diante dele e respondi exatamente o que deveria ter respondido no carro:


– Você também me irrita desde a primeira vez que te vi! Não precisava dar um chilique na estrada, eu sei que me odeia. Acredite que o sentimento é recíproco. Ficou todo estressadinho como se fossemos um fardo que é obrigado a carregar, acha que me divirto com isso? Claro que não! Estragamos seu domingo? Paciência! Também não gostaria de estar aqui, e sim estar pintando e arrumando o sótão que chamarei de quarto. Ou pensa mesmo que gosto de dormir no sofá? Ao contrario de você eu tenho motivos verdadeiros para estar nesse bar! – Senti um espasmo violento em meu peito, um vacilo do meu coração, mas continuei firme. – É você quem tem de ficar calado e quieto aqui, essa é a minha vida e a do meu pai, então, não se meta onde não é chamado. Perdeu seu direito de opinar quando deixou de ser meu namorado e me abandonou! – As palavras saíram carregadas de rancor e veneno.


Ele me olhou sem piscar por cerca de três segundos, em seguida, inclinou a cabeça para frente a fim de falar exclusivamente com meu pai. Permaneci a sua frente como uma parede, engolindo o leve e imperceptível choro.


– Estarei te esperando lá fora quando estiver pronto para ir.


Christopher foi embora antes de receber qualquer resposta. Fechei os olhos para não ver aquilo. Odiava vê-lo se distanciar de mim, pois sempre me lembrava o momento em que me deixou para trás como se eu não fosse nada.


Voltei a sentar-me e não consegui falar mais nada. Cerca de trinta segundos depois, Victor finalmente se pronunciou:


– Tudo aconteceu há uns 3 anos. Carmen era a jovem mãe de um dos meus pacientes. Um garotinho chamado Rodrigo, na época, ele tinha 6 anos. Eles eram mexicanos, pessoas simples tentando ganhar a vida na América. A imigração começou a caçá-los, pois estavam ilegais no país. Carmen tinha muito medo de interromper o tratamento do filho, não pude deixar de me sensibilizar com a situação deles, pois os via todos os dias no hospital. Passaram a fazer parte da minha rotina e circulo de amizade. Então, um dia eles não tiveram mais como fugir da situação. Não tive muito tempo para pensar, algo tinha que ser feito de imediato. Rodrigo dependia do tratamento que nosso hospital oferecia. O jeito mais rápido de conseguirem o green card era através do casamento com um cidadão americano. – Meu pai contava a história de forma automática, sem muito sentimento, como se sua mente não estivesse ali. Mal conseguia acreditar no que me falava. – Meses depois o garoto melhorou muito, já podia levar uma vida normal. Dei andamento ao divorcio, e Carmen aceitou minha decisão muito grata, pois mesmo divorciada podia ser considerada uma cidadã americana. Infelizmente, não sei por quais motivos, ela sumiu. Tentei achá-la por um tempo e não consegui. Com o tempo foi fácil deixar um pouco de lado. Só que conheci ale, me apaixonei por ela e quando decidi pedi-la em casamento contratei detetives para localizar Carmem. – Jogou os papéis retirados do bolso do blazer em cima da mesa. Expirei absorta na história. – Dias atrás os detetives localizaram a moça, desenterrei a certidão de casamento de uma pasta e a coloquei sobre a escrivaninha. Foi assim que Esme achou o motivo de nossa separação. Tentei lhe contar a verdade, mas ela mal me deixou falar. Ficou alterada como nunca vi antes. – Ele passou as mãos no rosto, confuso. – Ela esta diferente, não é a mulher racional e compreensiva que conheço... Não sei... é como se estivesse sensível a ponto de se magoar com qualquer coisa que eu lhe faça ou diga.


– Entendi tudo até agora, acho, mas não entendi é porque está nesse bar.


– Como te disse, os detetives me falaram que Carmen estava morando em N.Y. e trabalhando neste bar. Uma das funcionarias me garantiu que logo ela chegará para seu expediente. Só preciso de uns dois minutos com ela. Por isso não achei necessário envolver toda a família ou te fazer vir aqui, Dulce.


Senti-me um pouco constrangida por chegar acusando-lhe sem saber seus motivos ou escutar suas explicações. Me encolhi na cadeira, realinhando meus pensamentos.


Meu pai soltou um longo e cansado suspiro, depois falou:


– Talvez, depois que essa pendência estiver resolvida, Ale reconsidere e possamos reatar.


Reatar?


Minha reação automática foi fazer uma careta em protesto a suas expectativas. Depois, expirei, analisando meu tão solidário Victor.


Seu rosto era vazio, sem sentimentos ou entusiasmos. Lábios comprimidos, olhos cansados, mas em um deles cintilava uma faísca de esperança. A testa enrugada de preocupação e os punhos continuavam cerrados, como se tentasse sobreviver a uma dor torturante que não queria partilhar.


Fiquei por um longo tempo o estudando, até que uma estranha sensação começou a surgir. Era como estar olhando para o meu reflexo no espelho. Eu me vi ali, em cada piscar de olhos, em cada respiração pesada. Foi como me assistir nas três semanas que passei desolada em Forks.


Quis consolar Victor, mas não soube como. De repente a dor dele se misturou a minha, e uma lágrima escorreu em minha face. Enxuguei antes que ele notasse e ficasse ainda mais triste, se é que isso era possível.


Eu odiava Alexandra Uckermann. Isso era um fato irremediável. Porém, ver meu pai sofrendo uma dor semelhante a minha me fez ver que eu passaria por cima de qualquer preconceito, ódio ou repugnância só para tirá-lo de sua tortura pessoal. Aquela mulher não o merecia, mas ainda assim ele a queria. Era difícil entender, mas quem disse que o amor é racional?


Estendi a mão afagando-lhe o rosto. Ele fechou os olhos ao meu toque, sentindo que eu estava disposta a fazer qualquer coisa para amenizar a chama que lhe queimava por dentro.


– Pai... – Minha voz saiu em um murmúrio doloroso. – ...vai ficar tudo bem. – As lágrimas escorreram ignorando minhas tentativas de conte-las.


Pela primeira vez desde que o vira naquela noite, Victor reagiu com emoção. Olhou-me com um brilho diferente. Talvez uma secreta satisfação por chamá-lo de pai.


– Você nunca me chama assim. – Comentou com um leve sorriso.


– Me desculpe. – Disse-lhe com a voz embargada.


Ele então, me abraçou. Me senti novamente uma criança. Envolvi meus braços em torno dele e fechei os olhos. Meu pai me aninhou como se tentasse me proteger, tirar a minha dor mesmo não conseguindo administrar a própria.


– Vai ficar tudo bem. – Repetiu as mesmas palavras que eu.


– Me desculpe... – Pedi mais uma vez. – ...por tornar sua vida tão difícil. – Eu queria pedir desculpas por tanta coisa que nem sabia por onde começar.


– Shhh... – Riu baixinho. – Eu sei Dulce, eu sei.


Dessa vez foi impossível conter o choro. Victor me conhecia tão bem que palavras eram desnecessárias. Passei muitos anos me julgando incompreendida, e lá estava eu, percebendo pela primeira vez que só porque ele não concordava com minhas loucuras não significava que não as entendia. Pena que precisei passar por tanta coisa ruim para entender aquilo.


Ficamos abraçados, consolando um ao outro até que a tal Carmen chegou. Ela ficou surpresa com nossa presença, no entanto, mostrou uma gratidão, quase veneração por meu pai. Eles conversaram por um curto tempo e ela finalmente assinou os papeis que os liberariam para que ele se casasse com Ale.


Antes que saíssemos do bar encarei Victor e falei, sabendo que provavelmente nunca mais repetiria aquelas palavras.


– Pai...


– Sim?


– Seja feliz independente do que eu queira ou pense. – Sussurrei consciente.


Ele beijou-me a testa e murmurou:


– Não há nada nesse mundo que eu ame mais do que você e sua irmã. Lembre-se disso! Nenhum outro sentimento que eu tenha ou possa vir a ter anula esse fato.


Apertei-lhe a mão assentindo, então, o tirei daquele lugar.


Tive um dos momentos mais importantes e tocantes da minha vida em um dos locais mais estranhos e improváveis. Como diria Marius: minha vida é BEM DOIDA!


Victor decidiu voltar a Forks em um vôo comercial. O coloquei em um táxi e pude tirar um peso esmagador de preocupação dos meus ombros. Infelizmente existiam outros. Christopher, com muito esforço, conseguiu convencer o irmão a sair do Clube. O danado já estava amicíssimo das biscates. O mais ridículo foi vê-lo super triste, o biquinho que fazia era semelhante ao de uma criança quando lhe tiram o doce da boca.


It Only Hurts When I'm Breathing Lyrics


 


Desafiando a lógica, me acomodei no banco de trás, procurando ficar o mais longe possível do Uckermann. O clima entre nós era tenso e desconcertante. Ele dirigiu por algumas horas em total silêncio. Christian logo pegou no sono, babando ao meu lado, e eu fiquei observando a estrada. Minha cabeça girava em muitos ângulos. Em alguns momentos, me arrependi de ter dito tantas coisas a Christopher, em outros, consegui achar frases novas que poderiam ter sido incluídas no meu desabafo. De um jeito ou de outro, ele ainda permanecia longe de meus braços.


Não é que eu não quisesse lutar por ele, só não tinha certeza se ainda valia a pena. A paisagem passava por mim distorcendo minhas visões de um futuro não muito distante onde ele seguiria seu curso de vida e as lembranças de nossos momentos na Itália já não lhe importariam. Christopher viveria outras romances, se apaixonaria outra vez. Se eu continuasse em Hanover, certamente assistiria sua vida se moldando como se eu nunca tivesse de fato feito parte dela de forma significativa. Machucava muito me imaginar como mais uma página na história de sua vida, e não parte importante e insubstituível de quase todos os capítulos.


Insubstituível. Aquela palavra me fez suspirar pesarosamente. Eu com certeza era substituível para ele. Logo surgiria uma garota qualquer que lhe chamaria a atenção e eu ficaria para trás presa a um passado do qual só eu lembrava. Christopher estava se enchendo de me ter por perto, sua atitude na estrada era prova concreta disso.


Pus as mãos no rosto tentando esconder o quanto aquele pensamento me flagelava. Após alguns segundos, pendi a cabeça para trás. Talvez eu não devesse mais forçar a convivência, talvez fosse hora de abandonar meus planos. O sermão que Ale me dera antes de eu ir para Hanover parecia borrado e sem sentido agora. Eu não tinha conseguido fazer nada do que planejei. As coisas sempre davam errado ou saiam dos trilhos. Simplesmente não achava um modo de colocar em pratica as coisas certas nos momentos certos. Sentia-me nadando contra a correnteza.


Por que lutar? Pense Dulce! Por que lutar?


Busquei por um motivo forte suficiente que me mantivesse dentro do jogo. Enquanto pensava, minhas pálpebras ficavam pesadas até que se fecharam por completo.


– Dulce...Dulce...


– Humm! – Empurrei para longe a mão que mexia em meu rosto.


– Dulce, acorde! – Disse Anahí. ESPERA!ANAHÍ?


Abri os olhos, espantada, sentei-me tão rápido que a vertigem me atingiu. Ofegando, olhei à minha volta e embasbaquei ao perceber que estava na cama da minha prima, em nosso apartamento.


– Caramba garota, como você dorme, hein?! – Riu sentando ao meu lado.


– Durmo? – Pisquei os olhos. – Quando chegamos? Há quanto tempo estou dormindo? Onde estão os outros? Que dia é hoje?


– Calma! – A fofolete me empurrou de volta a cama e eu cedi, caindo sobre o colchão macio. – Vocês chegaram hoje, por volta das 6h. Christopher a trouxe pra cá. Como dormiu o dia inteiro, achei melhor checar pra ver se não estava morta.


– Dormi o dia todo? – Fiquei chocada. – Que hora é?


– 18:45h.


– Não acredito... – Pus a mão na testa. – Me deixou perder aula? – Não que eu me importasse muito, mas estava bastante atrasada comparada ao resto da turma.


– Relaxa, você não foi a única a matar aula.


– Não?


– Bem... é melhor você ver. Não vou conseguir explicar. – Falou puxando-me pelo braço, toda animadinha.


Cambaleei para fora do quarto, bocejei algumas vezes recuperando as forças nas minhas pernas. A fofolete se irritou com minha demora e passou a literalmente me empurrar em direção ao sótão. Confusa, subi os degraus e empurrei a porta de madeira.


– O que você quer, sua maluca? Aqui não tem fantasma! –Resmunguei.


Ela bufou, passou por mim e puxou a cordinha acendendo a lâmpada. Foi aí que vi com meus olhos arregalados o sótão, antes imundo, transformado em um quarto lindo.


– Co-como... o que é... – Não consegui formular a pergunta.


– Gostou? – Abriu os braços com um sorriso de orelha a orelha.


As paredes encardidas e nojentas agora estavam pintadas de marfim com detalhes em creme. O chão de madeira reluziu impecavelmente envernizado. Reconheci os moveis que eu comprara, achei que eles demorariam a ser entregues. A cama de casal e os dois criados mudos ocupavam um espaço razoável, mas arrumados de uma forma que enriqueceu o cômodo e liberou espaço para a cômoda antiga que já existia ali, só que agora ela estava totalmente restaurada. O teto baixo em forma de V invertido, era uma das coisas mais incríveis ali, pintando de um agradável azul escuro e pequenas estrelas brancas o adornavam.


Any percebeu que eu não tirava os olhos do teto e se adiantou nas explicações.


– Ah, esse teto é incrível! Olha só! – Ela apagou a luz e entendi seu comentário.


As estrelas reluziam no escuro, iluminando levemente o quarto. Simplesmente encantador! Sorri maravilhada. O local era pequeno, porém lindo e aconchegante. Não lembrava em nada meus antigos quartos. Tinham mais energia, personalidade e uma certa magia.


– Any... – Toquei nas paredes e nos móveis procurando palavras para agradecer o presente. – ...está tudo perfeito, não sei nem o que te dizer...


– Calma, calma! – Voltou uma risadinha maliciosa. – Ajudei só um pouco, roubando de suas coisas a nota fiscal dos móveis pra agilizar a entrega. Ah! E também dei um jeito na roupa de cama. O resto, bem... o resto foi obra do Christopher.


– O que? – Bestifiquei sentando atônita, na cama. – O Christopher?


– Sim, senhora! Ele trabalhou nesse sótão sozinho o dia todo. Fez tudo. Pintou, restaurou, envernizou, montou os móveis. Tudo aqui tem o dedo dele, o cara não comeu nem descansou até terminar.


Pus a mão no peito, assimilando. Não conseguia acreditar que aquele quarto fantástico era um presente dele para mim. Um presente suado, pelo que Anahí
me contara.


– Por que ele fez isso? – Minha voz saiu trêmula enquanto eu tentava conter a euforia dentro de mim.


– Não é difícil adivinhar. – Ela sorriu. – Mas, talvez o bilhete em cima do criado mudo explique. – Apontou para o móvel.


Debrucei-me por cima da cama e peguei o bilhete. Engoli seco antes de abrir o papel que estava dobrado ao meio.


[Dulce, não te odeio. Desculpe por ter sido um idiota ontem, só estava com medo. Nem você, nem sua família, que um dia espero chamar de minha, são um fardo. Muito pelo contrário, me preocupo com todo o universo que te cerca. Existem muitas coisas que eu queria te dizer, mas nenhuma delas conseguiria expressar como me sinto com relação a nós. Mas, no final das contas, talvez nada disso importe, o que importa é que esteja bem e sorrindo. Espero que o quarto ajude nessa questão.


Um abraço do seu...


Quase meio-irmão.]


Passei a mão pela folha sentindo-me a pior pessoa do mundo. A culpa pelas palavras ásperas no bar veio com força total. Eu tinha feito um julgamento precipitado. Após o remorso, fui atingida por um novo sentimento: felicidade.


Talvez eu não fosse descartável para Christopher como imaginara. Do contrário, ele não teria se dado ao trabalho de me fazer aquela surpresa. Podia estar ficando louca, só que sentia em seu bilhete frases com significados mais profundos do que aparentavam. Palavras não ditas embutidas em um simples pedido de desculpas. Havia significados ocultos em seus esforços para me dar aquele presente tão perfeito e em sua estranha mania de se meter na minha vida. O que isso significava? Eu vou te dizer: EU AINDA ESTAVA DENTRO DO JOGO!


Fiquei de pé em um pulo e disparei escada a baixo. Minha prima tagarelou algo que ignorei e fui correndo em direção ao apartamento dos rapazes a fim de também me desculpar. Entrei abruptamente e logo avistei Poncho e Christian na sala vendo um jogo. Fingi que eles não estavam ali e fui direto para o quarto do Uckermann, mesmo sem saber se ele estava lá.


A porta estava só encostada, eu a empurrei devagar e meu coração acelerou ao vê-lo na cama. Aproximei-me sorrateira, meu namorado (sim, namorado! Ele só não sabia disso ainda) estava esparramado com as costas provavelmente doloridas fixadas no colchão. Dava para perceber que se jogou ali exausto e adormeceu. Em suas roupas havia manchas de tinta, o cabelo estava mais bagunçado do que nunca e as mãos tinham marcas vermelhas. No entanto, sua expressão era suave, satisfeita, quase feliz. Devia estar se sentindo orgulhoso de seu feito. E não era para menos, ele consegui fazer tudo sozinho, em um período curto de tempo. Aquela visão só aumentou minha culpa.


Afaguei-lhe o rosto sutilmente e ele suspirou inconsciente. Tive vontade de acordá-lo para me desculpar, mas chegava a ser maldade fazer aquilo. Ele tinha dirigido por horas e passado o dia trabalhando, merecia dormir por dias.


Olhei para o criado mudo e vi em cima de uma pilha de livros uma caneta. Estiquei o braço e a peguei de olho no Uckermann, temendo que acordasse. Sentei-me com cuidado pertinho dele. Peguei sua mão e a depositei em meu colo com a palma virada para cima, escrevi:


[Só te desculpo se me desculpar. Sou uma imbecil, você já sabe disso! Não sou boa com palavras, por isso espero que entenda minha atitude de quase meia-irmã.]


Coloquei sua mão junto a seu corpo. Então, dei inicio a minha missão: limpa-lo e deixá-lo a vontade para que dormisse mais confortável. Comecei tirando-lhe os sapatos, foi difícil arrancar o tênis do pé esquerdo, forcei usando o peso do meu corpo puxando com força. De repente o tênis deslizou do pé e eu cai sentada. Joguei o sapato para longe e esfreguei as mãos sorrindo na expectativa de lhe tirar a camiseta. Cutuquei o peito de Edward para ter certeza de que ele estava realmente apagado. O cara nem se moveu, talvez estivesse em coma. Refleti por um segundo sobre como faria aquilo, até chegar à conclusão de que empurrar a camisa para cima seria melhor do que tentar faze-lo erguer o tronco.


Sentei em cima do seu quadril, uma perna de cada lado, apoiando quase todo peso em meus joelhos. Agarrei a barra da camiseta e forcei para cima, lutando para que passasse por seus braços. No início achei que não conseguiria, ficou presa nas costas, só que para a felicidade geral da nação, inconscientemente Christopher moveu-se facilitando meu trabalho. Joguei a camisa suja contra a parede. Tudo bem, tenho que confessar: alisei só um pouquinho o peito dele. Eu não sou de ferro, poxa!


Afastei-me um pouco, mas permaneci em cima dele. Estudei como lhe tiraria as calças. Comecei pelo item mais fácil, abrindo o botão e o zíper do jeans. Quero deixar bem claro que minhas mãos não tremeram!


OK, OK, tremeram! Me condene por isso!


No momento que eu vi a cueca branca pensei:


MINHA NOSSA, QUE HOMEM GOSTOSO!


Que esse comentário fique só entre nós! Adverti para meu corpo.


Foi justamente nesse momento que ouvi:


– Dulce?


Congelei do dedão do pé ao último fio de cabelo. Sabe aquela risadinha envergonhada que se dá quando não se sabe o que dizer? Bem, foi exatamente essa que soltei quando encarei Christopher.


Ele olhou para sua calça aberta, depois para mim e franziu a testa pensando Deus lá sabe o que.


Só uma perguntinha: isso pode ser considerado assédio sexual?


(Continua...)


***








SEi que hj nao é sabado mas eu nao pude postar pois a tia de vcs nao deixou mas tai <3


 



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Autor(a): Anna Uckermann

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Dulce e christopher Durante as ferias o casal fujão passou uma semana inteira sumido! Só victor e ale sabiam o paradeiro deles e se recusaram a nós contar. uÒ Total! Bem depois foi que soubermos que se esconderam em Paris. O caçador já é um estagiário,ele fica sexy de jaleco.FATO! Vira e mexe participa de alguns racha ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 247



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  • loucas Postado em 14/12/2016 - 23:05:23

    Essa fanfic é perfeita demais pra ficar abandonada então por favor postaaaa mais

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 11:13:34

    posta por favor

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:22

    posta amore

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:10

    ENTÃO VE SE POSTA LOGOOOOOOOOOOOOO

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:56

    chantagem? BEM DOIDA, não seria capaz ^_^ MENTIRA! SIM! É UMA CHANTAGEM!

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:08

    se postar de novo deixo você com 280 coments ^_^

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:41

    comentei bastante linda agr pode postar hehuheuheuheuheuehuehe

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:14

    possta

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:05

    postta

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:34:56

    postaa


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