Fanfic: Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação | Tema: Vondy / Ponny / Meio chaverroni
4ª FASE
Capítulo 10: ACERTO DE CONTAS
Dulce PDV
Quando chegamos ao pequeno hospital local, Poncho já havia sido internado. Ficamos à espera de notícias por cerca de uma hora. O clima tenso me manteve alerta na sala de espera. Tentei focar minha atenção na chuva densa que batia contra as janelas de vidro próximo à minha cabeça, mas infelizmente o choro baixo de Any agarrada a Marius fez-me ficar encolhida sem conseguir tirar meus olhos dela ou de Christopher, que permaneceu quieto, cabisbaixo e extremamente pensativo. Ao lado dele, Christian sentava e levantava a cada dois minutos. Já May ficou encarregada de cuidar de Nessie no apartamento.
Os ponteiros do relógio de parede moviam-se lentamente marcando 1:20h. Não tínhamos muitas informações sobre o estado de saúde do suposto maconheiro e isso nos impelia a pensar o pior.
Foi então que o som de passos em meio ao mórbido silêncio hospitalar chamou nossa atenção. Um homem de jaleco se aproximou de olho na prancheta em sua mão.
– Vocês são os familiares do Sr. Alfonso Uckermann?
Nós nos levantamos, apreensivos.
– Sim. – Respondeu Christopher .
– Como ele está? – Minha prima tomou a frente segurando o braço do médico.
– Sou o Dr. Blauner. O paciente passa bem, teve fraturados o braço esquerdo e duas costelas. As outras escoriações são leves. Segundo o relato do próprio Sr. Alfonso, ele foi espancado por alguns vândalos. Não se preocupem, nós o tratamos e medicamos. Quando o dia amanhecer poderão vê-lo.
– Obrigado! – Meu Uckermann apertou a mão do médico, grato.
Embora as notícias fossem um tanto tranquilizadoras, notei que Christopher não relaxara. O Dr. respondeu mais algumas perguntas de Any e se retirou.
O Uckermann insistiu para que fôssemos embora, só que nenhum de nós estava disposto a sair do hospital. Ele e Christian discutiram em voz baixa se deveriam ou não avisar Ale sobre o incidente. Depois de um tempo, Christopher se opôs severamente à idéia. Me perguntei por que ele privaria a própria mãe de um fato tão importante e não encontrei uma resposta satisfatória. Fiquei ainda mais intrigada.
Desde que encontrei meu pai em N.Y evitei contato com Forks. Não queria saber detalhes de sua reconciliação com a futura esposa. Só porque decidi não interferir mais em sua vida amorosa não significava que desejava assistir de camarote a vitória de Ale. Ainda era difícil e doloroso aceitá-la como um membro de minha família, no entanto, algo estava afetando Christopher e talvez ela pudesse me ajudar a solucionar a questão. Seria esse o momento certo de ligar para Forks?
Meu raciocínio foi interrompido pela mudança abrupta no semblante do Uckermann que passou de preocupação e angústia para um notável ódio. Girei a cabeça em direção ao local que seus olhos fitavam e avistei Jake se aproximando, molhado da chuva. Surpreendendo a todos, Christopher levantou-se encurtando rapidamente a distância entre ele e Black, o qual foi jogado contra uma parede, totalmente aturdido. Chrisgayzinho, fora de controle, pressionou a garganta do amigo, impedindo-o de falar.
– EI, EI! – Corri até eles, confusa e ignorada.
Jacob não se moveu mesmo sendo sufocado pelas mãos trêmulas e fortes de seu agressor. Os olhares trocados eram de acusação e defesa. Black, compassivo, esperou como se não acreditasse que o amigo fosse muito além daquilo. Assim como os demais, assisti a cena sem entender completamente o que estava se passando ali.
Christopher continuou sufocando Jake por mais alguns segundos, até que este pôs uma mão em seu ombro. Para o alívio de todos, ele recuperou a razão, se afastando.
Assim que o motoqueiro solitário pôde respirar, falou pausadamente:
– Não fui eu!
Ao ouvir a declaração, a ficha caiu. Christopher estava culpando Black pelo incidente com o irmão. Supus que só havia um motivo para Jacob querer machucar Poncho: Any!
Lembrei-me da recente e estranha amizade dela com o homem por quem um dia achei que estava apaixonada. Talvez não fosse só eu quem estivesse chegando àquela conclusão naquele momento, pois todos permaneceram calados com um misto de confusão e perplexidade.
– Não fui eu! – Ele repetiu com mais convicção em sua voz, encarando a fofolete.
Minha prima se sentou escondendo o rosto entre as mãos. Fitei ela, Jake e, por fim, Christopher. Então, disse-lhes:
– Vincent?
– Provavelmente. – Alegou Black.
– Onde estão as motos? – Eu precisava saber.
– Não consegui recuperá-las. – Ele suspirou em desgosto. – O cara pra que vendi passou elas pra frente.
O Uckermann gemeu, chateado. O silêncio dele diante da situação me deixou apavorada, já que raramente se mantinha tão introspectivo.
– O que faremos? – Questionou Christian.
– Nada! – Christopher caminhou a passos largos em direção a saída. Tentei acompanhá-lo. No estacionamento corri na chuva tentando chegar a Suzuki antes dele.
Coloquei-me entre ele e a moto.
– Aonde vai? – Perguntei.
– Não te interessa!
O encarei determinada e disposta a ignorar a cortina de água que se punha entre nós.
– Não faça isso! – Pedi, sabendo que ele iria atrás de Vincent e as consequências poderiam ser desastrosas.
Christopher PDV
– Dulce, por favor, sai da minha frente. Não quero brigar agora!
O peso da culpa me esmagava, não havia defesa contra aquilo. Uma mistura de ira e remorso fazia a adrenalina queimar em mim. Eu queria Vincent Carter!
O maldito covarde certamente tinha despejado sua fúria em Poncho, que nada tinha a ver com a situação criada por Black e eu. A princípio tive vontade de matar Jake, mas isso não aplacaria minha dor. Machucou-me questionar se meu amigo teria sido capaz de um ato tão inescrupuloso. Tomado pela incerteza e revolta, quase o estrangulei. Quando a razão circulou por meu cérebro, dei-me conta de que Jake tinha muitos defeitos e era com certeza um idiota, porém ele nunca fora um covarde. Ainda assim, isso não anulava sua parcela de culpa naquela droga de confusão. Cuidaria do cara depois. No momento, só conseguia visualizar meu mano mais novo sendo espancado pela gangue de Vincent, levando os socos e chutes destinados a mim e que, infelizmente, foram voltados para ele. Como? Como poderia voltar a encarar Poncho? O tormento é que me impelia a desejar ter Vincent em minhas mãos, acertar as contas do jeito dele, com muito sangue e violência.
– Christopher! – Saviñón me chamou em voz alta em uma tentativa inútil de me fazer parar de pensar em Carter. – Eu sei que está aborrecido, mas vamos pensar em uma solução juntos!
Balancei a cabeça, me recusando a ser persuadido.
– Você não entende! – Disse-lhe por entre os dentes enquanto rajadas de vento chocavam-se contra nós.
– Não importa! Não sairá daqui! – Informou simplesmente.
Precisei me concentrar em Vincent para não cometer a injustiça de explodir com Dulce.
– Essa conversa está encerrada!
Com o braço esquerdo, empurrei Saviñón para o lado, ela não se deu por vencida e puxou-me de volta, me fazendo cambalear para trás.
– Droga, me solta! – Gritei perdendo a quase inexistente paciência.
– Merda Christopher, quer acabar machucado como Poncho? – Berrou alterada.
– Isso não acontecerá! – Puxei o braço com força.
– Vamos à delegacia, podemos registrar uma queixa por agressão!
A fitei incrédulo e sarcástico.
– Mesmo? Você tem provas para sustentar a acusação contra Vincent? Porque se eu bem conheço o cretino, Poncho não deve ter visto nada além de homens encapuzados!
Dulce calou-se diante dos fatos que lhe expus. Dei-lhe as costa caminhando até a moto lentamente, preparando-me para o que estava por vir. Meu celular tocou e fui obrigado a pegá-lo no bolso achando que era minha mãe. Quando vi o nome Lucy, no visor, parei e atendi imediatamente.
– Onde está? – Perguntei altivo.
– Olá, querido. Soube o que aconteceu com seu irmão. Sinto muito!
– Sente mesmo? – Ironizei. – Será que você não sabia o que ia acontecer?
– Lógico que não! Querido, eu estava fora da cidade com os rapazes, chegamos esta noite!
– Onde está agora? – Indaguei mais uma vez, interrompendo-a.
– No bar Hippy Shake. Amor, queria muito...
– Estou a caminho! – Encerrei a ligação.
Sabia que onde Vincent estivesse Lucy também estaria e no momento essa era a única informação que eu precisava.
– Iremos com você! – Reconheci a voz de Jake.
Vire-me e dei de cara com ele, Dulce e Christian, que segurava o braço de Marius, o impedindo de fugir. Respirei fundo enquanto a chuva caia ainda mais forte sobre nós.
– Se for sozinho, será suicídio! Todos juntos será uma briga justa! – O bisonho sorriu animado e Saviñón assentiu, concordando.
Fui até eles. Formamos um círculo fechado, então, declarei pesaroso:
– Não precisam entrar nessa por mim!
– Não é por você... – Christian soltou Marius – ...é pelo Poncho!
Eu já devia ter adivinhado que o carinha enfrentaria qualquer parada comigo.
– Que seja! – Falou Black, demonstrando sua estranha e questionável fidelidade a nós.
Dulce PDV
Enquanto os rapazes se uniam diante de mim, a bichona, sorrateira, tentava escapar.
– O viado vai fugir! – Alertei.
– Êpa! – O serial killer correu uns dois metros atrás dele. – Hora de virar homem, sem pregas!
– BEM DOIDO! – Se encolheu, sendo puxado pela parte de trás do colarinho. Seus pés quase saíram do chão enquanto o bisonhento o rebocava de volta. – Não quero brigar! Sou muito delicada!
– O pessoal do Vincent está em maior número. Não podemos ficar em desvantagem! Ou você vai ou apanha! – O babaca ameaçou o coitado do pavão, que o olho horrorizado. Seu lábio inferior até tremeu.
– Oh minha nossa senhora das bichas desesperadas e desamparadas... – Colocou as mãos na cabeça invocando a Madonna. – Eu apanho aqui ou apanho lá? – Choramingou.
Prendi o riso e dei um tapa nas costas do Uckermann, mostrando que eu não ficaria de fora. Ele me lançou um olhar de reprovação.
– Tente me tirar dessa e vai saber o que é uma verdadeira surra! – Falei usando meu jeitinho grosso de resolver as coisas.
– Porque será que não estou surpreso? – Quase sorriu.
Vi expectativa e raiva estampada em sua face ao falar: – Essa richa acabará hoje! Não voltaremos a fazer isso! – Fez uma pausa. - Pelo o Poncho!
Observei todos e percebi um entusiasmo contido, mas que transbordava em seus olhos.
– É isso! – Meu Uckermann suspirou. – Pessoal, debandar! – Comandou em alta voz.
Fomos para nossos respectivos veículos. Dei uma carona a Marius, que não parou de murmurar coisas pessimistas. Isso não influenciou o ânimo dos rapazes. Christopher, tendo Christian como passageiro, partiu à frente em sua Suzuki, Jake e eu o seguimos. Fora do estacionamento, posicionei-me do lado direito de UCKERZINHU e Black do lado esquerdo.
Distantes do hospital, os motores roncaram alto ao aceleramos. Torrentes atingiam Hanover e o som produzido pelas motos atravessando a cidade confundia-se com o estrondo dos trovões acima de nós.
Minha Ducati atingiu os 140km/h ao dobrarmos a esquina. Esta nos levou a avenida principal, onde estava localizado o Bar Hippy Shake. O que não esperávamos era a muralha de motos em frente ao bar, criando uma barreira no meio da pista. Vincent e sua corja já nos esperavam, ignorando a chuva.
Maldita Lucy!
Murmurei. Ela não só os alertou como também eliminou nossas chances de pegá-los de surpresa. Estacionamos a uns 10 metros de distância deles. Retirei o capacete, estudando a avenida totalmente vazia. A madrugada conturbada prometia emoções fortes.
Descemos das motos ao mesmo tempo. Nós nos distanciamos delas só um pouco, nos alinhando um ao lado do outro.
– Procurando por mim? – Gritou Vincent, descendo de sua moto e se pondo à frente dela, acompanhado por seus motoqueiros.
– Vejo que recuperaram seus veículos! – Christopher se pronunciou alto o suficiente para que ouvissem.
– É, fomos buscá-las em Los Angeles! – Um grandalhão com penteado moicano respondeu cheio de ira em sua entonação.
Percebi a troca de olhares entre meu Uckermann e Black.
– Fui eu que roubei as motos ... – Jake deu um passo à frente. – Por que não vieram acertar comigo? – Provocou abrindo os braços.
Ouvimos murmúrios ininteligíveis vindo dos motoqueiros. Lucy, que estava do lado direito do play boy, cochichou algo em seu ouvido e em seguida caminhou sozinha em nossa direção parando no meio do caminho. Christopher moveu-se para ir até ela e eu o impedi pondo um braço à sua frente. Ele me olhou confuso e por isso falei:
– Deixa comigo!
Caminhei até a biscalinha, que não gostou nadinha de minha atitude.
Alguns metros atrás de mim, os rapazes esperaram atentos e alguns metros à frente os motoqueiros sorriram, prepotentes.
– Christopher, é com você que quero falar! – A cretina avisou alto.
Ergui a mão sinalizando para que ele não se movesse.
– Ué, fala comigo, biscalinha! – Provoquei.
– Querido... – A nojentinha insistiu falando por cima do meu ombro. – ...não somos seus inimigos, basta nos dar a grana que receberam pela venda das motos e fica tudo bem!
– Viu só? Paz e amor mundiças! Marius tentou se safar. – Vamos dar as mãos e cantar: We are the world, we are the children... – Me diz se isso é hora do maldito viado cantar? – ...We are the ones who make a brighter day…– (Nós somos o mundo, nós somos as crianças...Nós somos os únicos que fazem o dia brilhante...)
– Juro que vou bater nele! – Jake grunhiu.
O viado se calou, provavelmente se escondendo atrás de Christopher.
– Deveriam ter pensado nisso antes de agredir covardemente meu irmão! – Ele gritou.
– Foi um infeliz incidente, querido... – Sério, se ela o chamar de querido novamente, vai engolir os próprios dentes! – Venha aqui vamos conversar!
– Ô criatura, não tem papinho que resolva isso! Acha que eu não conheço esse teu tipinho de biscalinha duas caras? – Insultei irritada. – Fica fazendo joguinho aqui e lá?! Você poderia ter salvado a pele do Poncho se quisesse! Agora vem aqui fazer papel de amiguinha de todo mundo? Vai tomar no ...
– Christopher, me recuso a falar com essa pessoinha desclassificada aqui. Por favor, venha! – Pediu me interrompendo.
Ergui novamente a mão o impedido de agir.
– Você me chamou de quê? – Meu gênio ruim ameaçou explodir.
– Quem você pensa que é garota? – Retrucou.
Seether - Remedy
Olhei para trás sorrindo e falei:
– Ela quer saber quem eu sou... – Destilei sarcasmos. – ...isso tem que começar de alguma forma, certo? Então me deixem fazer as honras!
– A Samara sorriu. – Christian alertou.
– Oh-ouh! – Christopher sabia o que estava por vir.
Virei-me para Lucy já com o punho cerrado e lhe dei um merecido soco no rosto. Ri quando ela caiu sentada.
– É agora! – Sussurrei.
E era mesmo!
Minha atitude desencadeou ações dos dois lados.
Vi os motoqueiros bravos correrem em minha direção, já os rapazes dispararam ao meu encontro. Os grupos se chocariam em segundos. Dei alguns passos para o lado saindo da zona de confronto e foi ai que o inevitável aconteceu: colidiram violentamente. Como eu esperava, Christopher partiu para cima de Vincent, derrubando-o no chão. Jacob chutou um cara e outro tentou imobilizá-lo. Christian deu uma cotovelada federal em um sujeito que o socou. Eram quatro motoqueiros contra os três rapazes, injusto, eu sei! Lucy mantinha-se afastada em cima da calçada com o nariz sangrando.
QUE PORRA! ONDE ESTAVA O MARIUS?
– AIIIIIII! – Berrou Christian quando foi atingido por uma pedra.
Espera! Uma pedra?
Estreitei os olhos para ver além da chuva e avistei a droga da bicha jogando pedras no povo.
– Seu viado covarde, vê se ao menos acerta os cara certos! – Vociferei.
– MORRAM BOFES UÓ! MORRAM MUNDIÇAS! – Gritou achando que estava ajudando. Revirei os olhos.
O cabeçudo e o play boy rolaram na pista. Não tive certeza de quem estava apanhando ou batendo ali, até que vi Christopher usar o cotovelo para atingir a face de Vincent. Meus olhos correram para Jake que caíra sentado em uma luta injusta com dois caras. Respirei fundo e fui ajudá-lo.
Corri pegando impulso para saltar nas costas do grandalhão com cabelo moicano. O envolvi com minhas pernas e tentei sufocá-lo com os braços. Infelizmente, senti alguém me puxando pelo cabelo. Com dor soltei o cara e cai de costas no chão. Despreparada, fiquei sem ação ao ser chutada na barriga por Lucy. Encolhi-me, sentido os músculos abdominais se contraírem, sem ar. Tentei me levantar e fui novamente chutada. No terceiro golpe, desabei totalmente, achando que vomitaria.
– Isso é para aprender a não se meter comigo, sua vadia! Não sabe com quem está lidando!
Marius PDV
– ÊPA! BEM DOIDA! – Exclamei ao ver a chapeuzinho masoquista ser chutada feito latinha velha por uma draga uÓ.
Vocês sabem que eu sou uma pessoa culta, de boa índole e que não gosta nadinha de barraco, mas aquela cena eu não podia aturar.Não! Não! Não!
Soltei as pedrinhas, joguei o cabelo pro lado e sai gritando:
– Eu te salvo raxa, eu te salvo!
Corri feito bicha pobre em liquidação de shopping. Cheguei foi na voadora! A draga caiu no ato... E eu? Também!
– Morri! – Gemi com as costas doloridas. Mal vi quando meu bonequinho caiu em cima de mim, provavelmente atingido por algum malfeitor. – Ao menos fui pro céu! HU!...OHOHOHOHOH – O abracei com força.
– PORRA! – Resmungou se levantando. Depois foi embora correndo feito um touro bravo.
Engatinhei, quase me afogando nas poças. Dulce ficou de pé com as mãos na barriga.
Dulce PDV
Ergui-me com dificuldade. Trinquei os dentes ao encarar a biscalinha. Caminhei a passos firmes na direção dela e no meio do caminho um motoqueiro tentou me agredir. Desviei facilmente e o soquei sem tirar os olhos do meu alvo: Lucy.
– Ei! – Gritei. – É melhor saber fazer mais que aquilo! – Abri os braços.
Esperei que se levantasse, então, corri até ela. Tentei lhe dar um murro, mas a vaca segurou meu pulso com as duas mãos. Sorri ao agarrar seu cabelo, Lucy gritou, inclinando-se para trás tamanha a força que usei. Pisei em seu pé direito e ela largou minha mão, a qual foi direto pro seu rosto.
Christopher PDV
Vicente tentou se erguer e o impedi, segurando-o pela perna. Tombou de bruços no chão. Enxuguei rapidamente o sangue que escorria da minha boca. Coloquei um joelho nas costas dele e sem piedade agarrei sua cabeça com as duas mãos disposto a enfiar o rosto dele no asfalto, mas, para meu ódio, puxaram-me para trás. Eu estava praticamente cego, só via Carter à minha frente. A cólera me impedia de assimilar o que acontecia ao meu redor.
Um dos homens de Vincent prendeu meu braço em minhas costas. A dor me deixou quase sem defesa. Curvei-me, sem conseguir me desvencilhar.
Carter aproveitou a desvantagem e atingiu meu maxilar. Prendi o gemido. Por sorte, Jake apareceu e chutou a parte de trás das pernas dele. O idiota caiu de joelhos imediatamente. Respirei fundo, cerrei o punho e apliquei um gancho no sujeito que tentava me imobilizar. Livre, procurei me recuperar.
Há um metro e meio de distância, Black e Carter brigavam. Ele não viu que eu me aproximava por trás e puxou um canivete no bolso. No momento em que se preparou para usá-lo contra meu amigo, me apressei e chutei a mão dele. A arma voou para longe.
– Ele é meu! – Avisei para Jake, que devia ter lido em meus olhos o quanto desejava aquilo.
Vincent correu em minha direção e eu na dele. Nós chocamos pela segunda vez.
Dulce PDV
Escutei os gritos de Marius e o procurei no tumulto. O idiota engatinhava no meio da confusão desviando como podia.
– Sai daí viado! – Gritei ao vê-lo entre dois sujeitos da gangue e Christian.
Soltei o cabeço de Lucy e fui socorrer o pavão antes que os três o depenassem. Por mais ridículo que pareça, escorreguei e cai numa poça, mesmo assim berrei:
– SAI DAÍ MALUCO!
– O QUE DISSE? – Se levantou sem entender.
Foi nesse exato momento que um motoqueiro o socou. A bicha rodou e, em seguida, caiu feito fruta podre. Como se já não bastasse o corpo estendido no chão, ainda fizeram o favor de rolar em cima. Explico! Black, que estava brigando próximo a ele, caiu, agarrado a um sujeito que devia ter uns dois metros de altura. Marius chacoalhou a mãozinha pedindo por socorro embaixo dos grandalhões. Fui socorrê-lo e o puxei com muito esforço para longe da muvuca.
– E agora? – Questionou, parecendo um pinto molhado.
– Eu sei lá?!
– Acho que meus poucos por cento de homem vão reagir! – Se tremeu todinho.
– Fala como se isso fosse possível. – Zombei.
– Você vai ver! – Virou-se para o lado onde a confusão era maior e gritou: – Saí da frente ralé, que vai voar bifa, bordoada, solá, vou dar uns sacodes em todo mundo! – Chacoalhou os punhos parecendo gente.
Meu queixo caiu ao notar que pessoal da gangue correu em direção a suas motos.
– TOU BESTA! – Mal consegui acreditar Marius os intimidou.
– RÁ! COPIA TÁ, MEU AMOR! – Deu pulinhos aplaudindo a si mesmo.
A luz de faróis me fez olhar para trás. Um carro preto estacionou e de lá sairam cinco rapazes. Eu os reconheci logo, eram os homens de Jake. Bem, isso explicava a fuga repentina dos motoqueiros. Marius nem se tocou de que ele não fora a causa do fim da confusão e continuou se auto-elogiando.
As motos se distanciaram e notei que a biscalinha estava em uma delas. Tive dificuldade em avistar Christopher por causa da chuva. Corri até ele e me surpreendi ao vê-lo ainda brigando com o play boy.
Carter estirado no chão era esmurrado por meu Uckermann, que rosnava extremamente irado. O resto do pessoal apenas assistiu assim como eu.
– NÃO MEXA... – Continuou a socar. – ...COM A MINHA FAMÍLIA! – Percebi sua exaustão. Vincent mal se movia.
Nunca vi Christopher daquele jeito, tão alterado e violento. Engoli seco dando um passo à frente. Pousei minha mão trêmula em seu ombro dizendo:
– Já chega, o cara entendeu!
Ele ergueu o punho mais uma vez hesitando, por fim, largou Vincent, que com dificuldade se levantou e cambaleou até sua moto. Impressionante como nenhum de seus companheiros ficou para socorrê-lo.
Christopher permaneceu de joelhos, cabisbaixo. Fiz sinal para que o pessoal dispersasse e eles entenderam o recado. Ajoelhei-me na frente dele, ergui sua cabeça para checar a gravidade dos ferimentos. Fiquei feliz ao constatar que nenhum era grave.
Ouvi o falatório dos rapazes contentes com a vitória e me preocupei por não ver o mesmo contentamento na expressão do meu Uckermann.
– Você está bem? – Perguntei segurando seu rosto entre minhas mãos. Ele apenas assentiu debilmente. – Acabou! – Murmurei. – Foi uma loucura, mas acabou!
– Temo que esse seja o início e não o fim. – Rouco e exausto, argumentou.
– Não pense nisso, ficará tudo bem! – Tentei consolar sem muito sucesso.
Suspirei e tentei algo totalmente inusitado. O abracei com força, encostando minha cabeça em seu peito. Tive uma estranha vontade de protegê-lo. Eu não costumava ser assim!
– Aiiii... – Gemeu.
– Opa! – Constrangida percebi que ele estava bastante dolorido. – Como se sente agora? – Fui incapaz de conter minha curiosidade ou esconder meus anseios.
– Não muito bem! – Admitiu sério.
– Ah... – Afastei minhas mãos dele me odiando por ter sido tão precipitada.
Agora viria o momento em que ele diria que todos os acontecimentos daquela noite, incluído nosso momento no terraço, haviam sido erros?
Encolhi-me de frio e abaixei a cabeça.
– Por que não tenta novamente?
Franzi o cenho sem entender.
– Como?
Christopher pegou meus braços e pôs em volta de seu pescoço, depois me abraçou carinhosamente. Entendi que daquela forma não doía tanto para ele e sorri feito uma boba.
– Agora sim, estou bem melhor! – Afirmou.
A luz de um flash quase me cegou.
– EITA PORRA! ESSA VAI PRO SITE! – Christian riu com o celular em mãos.
– Se eu conseguisse erguer meu dedo mindinho te bateria com ele. – Reclamei.
A anta saiu correndo, morrendo de felicidade.
– Levantar daqui vai ser difícil! – Christopher murmurou.
– Tem algum lugar onde não dói?
– Hum... tem certeza que quer ouvir a resposta?
Estreitei os olhos, entendo sua resposta maliciosa.
– VAMOS PESSOAL, AS BEBIDAS SÃO POR MINHA CONTA! – Gritou Jake.
– Chama um reboque! – Berrei. – Nós dois aqui vamos precisar! – Rimos.
Any PDV
As 4:30h não consegui mais ficar dentro do hospital. Sai do prédio em busca de ar fresco e Jake me acompanhou em silêncio. A chuva havia cessado um pouco e as nuvens escuras dissipavam-se lentamente. Encostei-me em uma parede fitando o estacionamento quase vazio.
Mesmo sabendo que Poncho não corria risco de morte, continuava imensamente preocupada. Queria vê-lo e constatar por mim mesma que estava bem.
– Como está? – Jake perguntou receoso.
Sinalizei com a mão um “Mais ou menos”.
– Sabe que não fui eu, certo? – Repetiu pela quinta vez aquela madrugada.
– Eu sei! – Sussurrei sincera.
Em nenhum momento cheguei a pensar que ele tinha sido o responsável pelo bárbaro ataque ao meu namorado.
– Então por que não está falando comigo? Você é sempre tão tagarela. – Havia uma pequena dose de humor em sua voz.
– Não há clima para falatórios.
– Sei que fui eu que roubei as motos, mas juro que nunca imaginei que Poncho se machucaria. O lance era entre mim e Carter. Nunca tive a intenção de incluir mais ninguém nessa disputa. – Colocou-se a minha frente. Sua face cheia de traços sérios e sofridos parecia angustiada ao se defender.
– Não vou acusá-lo. – Não era típico de mim fazer tal coisa.
Jake tocou minha bochecha, seus dedos quentes acariciaram o local confortando-me.
– Sempre irei me defender de qualquer acusação, só que não consigo esconder de você que me sinto culpado. Não por Poncho, porque ele é forte e irá se recuperar logo, mas pelo sofrimento que estou vendo em seus olhos.
– Está tudo bem! – Balancei a cabeça esperando que o céu dissesse amém.
– Isso afetará nossa... amizade?
Seus olhos negros estavam cheio de perguntas silenciosas às quais eu temia responder. Então, sinalizei com a cabeça um não.
– Gostaria de ter o talento de animar as pessoas como você tem. Só para poder dizer algo agora que a fizesse sorrir.
Sorri. Frases doces não combinavam com a aparência selvagem e intimidadora dele, um contraste interessante entre o bem e o mal, egoísmo e altruísmo. Poderiam essas características coexistir num individuo?
– Ficarei bem assim que todos nós sairmos desse hospital. – Garanti para que relaxasse.
Jake se calou e meus olhos estudaram os ferimentos em seu rosto. Senti um aperto grande no peito, vê-lo assim fazia minhas pernas vacilarem.
– Sinto muito por ter se machucado. – Sussurrei.
– Isso não foi nada!
Fiquei na ponta dos pés e o abracei. Senti-me grata por ele estar ao meu lado. Jake retribuiu o abraço me envolvendo em seus braços musculosos. Senti-me pequenina contra o peito largo, no entanto me pareceu um lugar muito seguro no momento. Estava abalada e cansada, por isso me aconcheguei ali, na intenção de logo voltar para dentro do prédio onde o clima continuava tenso demais para mim.
Christopher PDV
Os dois dias após a briga foram tranquilos. Poncho já estava em casa, enfaixado na região do tórax e cintura. Ele pareceu se adaptar bem ao gesso no braço. Em Darthmouth, todos fincaram sabendo da pancadaria, mas ninguém ousou comentar em nossa frente. Vincent, humilhado pela derrota, me evitou e eu fiz o mesmo. Sabia intimamente que ele não aceitaria aquela situação por muito tempo.
Mantive as noticias ruins longe de Forks, só que isso não evitou as perguntas desconfiadas de Ale. Garanti-lhe que estava tudo bem e me concentrei em manter as aparências. Era necessário!
Na sexta-feira à noite, as lembranças de minha conversa com Jake deixaram-me inquieto. Precisava saber se meu mano desconfiava da relação peculiar de sua namorada com Black, no entanto não estava disposto a abordar o assunto na lata. Talvez fosse necessário investigar antes, descobrir se eles estavam com problemas no relacionamento.
Sai de meu quarto e encontrei meus manos na sala vendo TV.
– Ei, pessoal sabe o que não fazemos há algum tempo? – Perguntei fingindo empolgação.
– Sexo? – Christian riu enchendo a boca de salgadinhos.
– Muito obrigado por nos lembrar disso! – Jasper reclamou.
Sentei-me revirando os olhos.
– Não temos uma noite dos caras desde que fomos para Itália. Porque essa noite nós não...
– O que estão fazendo? – Perguntou May entrando no apartamento acompanhada por Dul, Any e Marius.
– O cabeçudo quer ter uma noite com uns caras! – Meu irmão mais velho riu.
Joguei uma almofada nele. Fez-me parecer gay!
– É uma noite DOS CARAS – Corrigi.
– O que isso significa? – Saviñón inquiriu.
– É uma noite em que nos reunimos para beber, conversar, jogar cartas...
– Já não fazem isso todas as noites? – Any interrompeu.
– É diferente! – Expliquei levantando-me. Não estava disposto a largar mão de meu plano.
– Legal, podemos participar? – May se empolgou.
– ÊBA! – O viado deu um pulinho. – Vamos jogar batalha naval! Bonequinho podemos trocar, você brinca com o meu que eu brinco com o seu! HU!...OHOHOHOHOHOH!
– Ninguém vai brincar com o de ninguém aqui! – Bufei. – É NOITE DOS CARAS! – Pronunciei cada palavra lentamente na esperança de que elas entendessem e se retirassem.
– Para de repetir essa besteira! – Dulce murmurou. – Eu digo que podemos ficar!
– Apoiada companheira. – A anãzinha pôs uma mão no ombro da pirralha.
Joguei as mãos pro alto, impaciente. Porque ninguém me entendia?
– Deixem eles com a noitezinha dos garotos... – A loira fez pouco caso. – ...nós também podemos ter uma noite das garotas! – Sorriu.
– Boa, sebosa! – Minha Saviñón cruzou os braços. – Vai ser muito melhor que a reunião do Clube do Bolinha! Vão implorar para entrarem em nossa festinha particular!
Ótimo, quando isso virou uma competição?
– Noite de mulherzinha? Coisa mais gay! – Christian zombou.
– Os Ignorem meninas, vamos para a nossa noitada! – May botou mais lenha na fogueira.
– Ainn... estou tão dividida! – O pavão veio para meu lado. – ...não sei se fico aqui onde tem bofe... – Depois voltou para perto de May. – ... ou se fico lá aonde a noite vai bombar!
– Marius! – Any chamou-lhe atenção, irritada. – Fique do nosso lado!
– É que aqui dá para limpar a vista! – Mordeu o dedo mindinho de olho no bisonho.
– Sr. Marius Pintolar, se ficar não deixarei mais provar os meus sapatos! – A loira ameaçou.
– Oh céus! Lá vem a chantagem da bruxa do mar! – Se arrastou porta fora.
Uma hora depois...
# NOITE DOS GAROTOS #
Christopher PDV
Meus irmãos e eu trouxemos a mesa da cozinha para sala. Armamos o carteado e, enquanto estávamos envolvidos no jogo, procurei por uma brecha para tocar no assunto que me motivou a armar a situação.
– Então...er... – Suei frio. – ...Poncho, como está a sua vida?
– Hein? – Não entendeu.
– É mesmo um voador! – Christian deu-lhe um tapa nas costas.
– AIIII! – O coitado quase todo enfaixado, gemeu. – Está bem, eu acho... – Respondeu receoso. Respirei aliviado. Dei um gole grande em minha bebida. – Desconfio que Any esteja me traindo! – Espirrei cerveja por todo lado.
– Desculpem! – Enxuguei a boca. – Como assim?
– TOICINHO VEM AQUI! – O estranho filhote veio correndo ao chamado de seu dono.
O mais absurdo é que tinha um isopor médio preso nas costas. O animal parou próximo a nós. Christian retirou do isopor uma cerveja e o fechou.
– O que é isso? – O voador fez careta. – Um porco-freezer?
– Eu patenteei a invenção! Não é o máximo?
– O máximo da babaquice? – Torci a boca. – Sim, é! – Confirmei.
– Ele é um porco de mil e uma utilidades, oras! – Comentou com um sorriso de orelha a orelha. – Estou ensinando uns truques bacanas para ele.
– Que truques? – Para ser sincero, temi.
Christian retirou o isopor das costas do filhote e ordenou:
– Toicinho, rola!
MEU DEUS! O animal o obedeceu dando uma roladinha no carpete. Poncho e eu trocamos olhares, incrédulos.
– Ele entende? – Bestifiquei.
– É lógico que ele entende, é um animal racional.
– Faz todo sentido já que o irracional está sentado à mesa. – Poncho brincou.
– Olha essa... – Esfregou as mãos, ansioso. – Toicinho, finge de morto!
O porco, que já estava deitado, pendeu a cabeça no chão e fechou os olhos. Rimos diante da cena inacreditável. Cutuquei o suíno com o pé e ele nem se mexeu.
– Boa amigão! – Christopher afagou-lhe a cabeça. – Viu só? Mostramos pros manés que você é o tal!
Poderia existir um porco com complexo de cachorro?
De repente Ge...Nessie adentrou o apartamento batendo a porta atrás de si.
– O que os bobalhões estão fazendo?
– Chatices! – Poncho bocejou.
– O que as meninas estão aprontando lá no Ap.? – O bisonho ficou logo curioso.
– Não lembro... – Ela sentou na cadeira vaga, sorrindo. – ...mas posso lembrar por cinco pratas!
– Isso é extorsão! – Indignei-me. – Christian... Pague!
– O QUÊ? – Ele foi pego de surpresa.
A mini-delinquente estendeu a mãozinha esperando a grana dele. Contra sua vontade e intimidado pelo meu olhar mandão, obedeceu.
– Agora fala! – Poncho se inclinou na direção dela.
– Elas estão rindo muito lá na sala. De vez em quando cochicham. May falou alguma coisa sobre o cabeça-oca aí... – Apontou para o mano mais velho. – Não entendi direito! Acho que ela disse a palavra pequeno!
Olhamos para Christian e rimos.
– BANDIDA! – Insultou ranzinza.
Gargalhei.
– Dulce disse que o Cabeçudo é menor ainda! – Nessie fitou-me.
Ok, com essa o riso se foi. Fechei a cara.
– Vai lá e tenta escutar mais alguma coisa! – Poncho pediu interessado.
Confesso que também estava. Como podiam falar de nós pelas costas?
– Isso vai custar mais cinco dólares. – A Mini-Dulce tamborilou os dedos na mesa.
# NOITE DAS GAROTAS #
Dulce PDV
Mal Nessie entrou em casa e corremos até ela.
– Você disse exatamente o que mandamos? – A sebosa riu.
– Sim! Agora me dê meu dinheiro! – A pequenina estendeu a mão e Any pagou os cinco dólares prometidos.
– O que eles disseram mini-mundiça? – Marius chacoalhou o ombro da coitada.
– Não ligaram muito. – Deu de ombros. – Falaram que vocês são bandidas!
O som de choque escapou de todas nós.
– Filhos da P... – Tive que tapar a boca do viado antes que o palavrão ecoasse pelo prédio.
– Eles acham que dependemos da companhia deles. – Me revoltei batendo o pé no chão.
– Isso mesmo! – Any apoiou. – Quem eles pensam que são nos excluindo desse jeito?
– Quem precisa de homens afinal?! – Minha irmã empinou o nariz.
Pela minha visão periférica notei que Marius ergueu a mão como se aquilo fosse uma pergunta não uma afirmação. Nós o fuzilamos com o olhar.
– Já vou ser metralhada? Que raxas uÓ... me poupem, me economizem me coloquem numa poupança! Que é isso meninas, alegria, disposição tirem do útero! – Jogou as mãos pro alto.
– Nessie, volta lá! – Fofolete apontou para a porta. – Diz disfarçadamente que estamos nos divertindo, comendo muito chocolate...
– Não! Diz que estamos enchendo a cara! – May a interrompeu.
– Melhor ainda, fala que estamos peladas! HU!...HOHOHOHOHO!
– Nada disso! – Entreguei cinco pratas à garota. – Fala só que estamos dançando. – Sorri. Sabia que Christopher curtia dançar.
#NOITE GAROTOS#
Christopher PDV
Nessie saltitou até nós e sentou na cadeira.
– Fala logo, tampinha! O que elas estão fazendo? – Christian se corria de curiosidade.
– Estão comendo chocolate, bebendo e dançando peladas!
– O QUÊ? – Perguntamos em coro.
– Essa eu quero ver! – O bisonho tentou se levantar. Lancei-lhe um olhar sombrio. Ele percebeu que eu ia matá-lo e por isso voltou a sentar derrotado. – É... parece que eu não quero não. – Se entristeceu.
– Tem certeza disso? – Poncho duvidou.
– Absoluta!
– Tudo culpa desse Zé Ruela! – Meu mano mais velho se irritou. – Estamos largadões aqui enquanto do outro lado rola a maior... – Tapou os ouvido de Ge...Nessie que não gostou nadinha. – SACANAGEM! – Completou.
– Como é que eu podia adivinhar que elas iam enlouquecer? – Me defendi.
– Vamos até lá? – O voador estava colocando as unhas de fora.
– Somos homens, caramba! Temos orgulho! – Esbravejei sério.
– Verdade! Não vamos dar o braço a torcer! – Christian se pôs de pé. – Vamos ligar para umas totosas!
– Podíamos só fingir. – Poncho não estava querendo entrar na do bisonho e eu também não.
– Mini-delinquente, diz que você veio brincar com o porco-de-mil-e-uma-utilidades e nos viu ligando para umas garotas. Ok? En...ten...deu? – Falei pausadamente para ela assimilar.
– CIN....CO...PRA....TAS! – Respondeu no mesmo tom, tirando uma com a minha cara.
– Desse jeito essa criança vai nos deixar lisos! – Comentou o voador.
# NOITE DAS GAROTAS #
Dulce PDV
Esperamos a mini-mim terminar de devorar o sanduíche, parte de seu suborno injusto. Quando ela engoliu o último pedaço falamos angustiadas:
– O QUE ACONTECEU?
– O grandalhão burro tapou meus ouvidos, mas ouvi alguém dizer que ia ter totosas e sacanagem!
– O QUÊ? – Gritamos em coro.
– Eu vou lá! Não acredito que Poncho fará isso! – Any estava magoada e confesso que eu também.
– Vamos nos vingar desses bofes escândalo, ta legal?! – Marius correu para o telefone.
– O que vai fazer? – Questionei franzindo o cenho.
# NOITE DOS GAROTOS #
Christopher PDV
– Chamaram Stripers! – Nessie afirmou.
Christian e eu nos levantamos ao mesmo tempo. Poncho quase todo enfaixado, tentou fazer o mesmo e o máximo que conseguiu foi cair pra trás na cadeira. Mal percebi seu grito de dor, pois estava estupefato.
– Tem certeza? – Estreitei os olhos.
– O que é stripers? – Perguntou ela guardando nosso dinheiro no bolso.
Engoli seco sem saber o que dizer. Não estava preparado para aquele tipo de situação.
– Poncho? – Pedi por ajuda, nervoso.
– Me levem pro hospital! – Murmurou entre gemidos.
Caramba, esqueci do coitado no chão. O ajudei a se recompor. De pé, me fitou também constrangido com a pergunta da mini-delinquente e agora rainha da extorsão.
– Deixa que eu respondo! – Christian sorriu.
– NÃO! – Gritamos, assustados.
Imagina só as barbaridades que ele diria a criança.
– Que foi? – O imbecil arregalou os olhos.
– Não abra essa boca! – Ergui o punho fechado.
– Estou esperando... – Mini-Dulce insistiu.
– Striper...é... – Suspirei. – ...pessoas que animam festas! – Sorri amarelo.
– Tipo palhaços?
Assenti sem alternativas.
– Nossa... eu nunca tinha pensado por esse lado! – O bisonho coçou o queixo refletindo.
– Porque não chamam apenas de palhaços? – Dá pra acreditar que ela ainda estava interessada no assunto?
– Porque eles não gostam! – Poncho tentou encerrar a conversa.
– Por quê?
– Porque sim! – Me impus.
– Por quê? – Ela nem ligou.
Revirei os olhos.
– Eu queria tanto chamar umas stripers também? – Os olhos de Christian brilharam. – Posso?
– Preciso responder? – Pela minha cara dava para ver que a resposta era NÃO.
# NOITE DAS GAROTAS #
Dulce PDV
– Lá vai ter palhaços também! – Disse Nessie.
– Como assim? – May arregalou os olhos.
– Eu não sei... – A pequenina bocejou. – ...ah, estou com sono! – Esfregou os olhos.
– Tudo bem querida, venha! – Fofolete arrastou a mini-mim para seu quarto.
Any demorou uns dois minutos e depois de encostar a porta voltou dizendo:
– O que faremos?
– Essa história de palhaços é muito estranha! – Comentei.
– A menos que... – Minha irmã estreitou os olhos. – Sejam mulheres fantasiadas de palhaças. Vocês sabem, stripers!
Não fui a única a ficar de queixo caído.
– Seja o que for, não vamos trazer homens estranhos para cá! – Tentei convencê-las. – Marius, cancele os serviços que contratou!
– BEM DOIDA! – Se jogou no sofá indiferente. – Eles vêm de uma agência nova de Manchester, ou seja, nem passando por cima do meu cadáver fashion!
– Posso providenciar isso! – Trinquei os dentes.
– Fica na sua, catiroba mal vestida! Pedi um policial durão e um bombeiro fogo puro! Essa noite vai ser quente! HU...OHOHOHOHOH!
Dá para ter paciência com um encosto desses em minha vida?
– Não estou brincando. Nessie está aqui e nem temos dinheiro para essa loucura!
– Na verdade... – A sebosa interveio. – ...temos grana sim, vendemos muito aquele dia na rua, então, que venham os gostosões! – Gargalhou.
– É por isso... – Marius saltitou até May. – ...que essa raxa é minha alma gêmea! Eu me casaria com ela se eu não tivesse aversão a uma perseguida!
– Não vou falar pela terceira vez! Cancelem os stripers! – Apontei para os dois sem vergonhas. – Irei de mansinho colar meu ouvido na porta do apartamento dos rapazes e averiguar se tem mulheres lá.
Sai fechando a porta devagar. Investiguei o corredor, cautelosa, tentando não ser flagrada. Encostei meu ouvido na madeira e me forcei a ouvir algo. Infelizmente escutei apenas zumbidos incompreensíveis. Olhei através da fechadura e pude ver Christopher gesticulando como se estivesse dando explicações.
– Eu vou lá! – Pude ouvir nitidamente a voz dele.
Lá onde?
Cocei a cabeça. Só quando o vi se aproximando foi que entendi.
PUTA MERDA!
Entrei no apartamento da Barbie na velocidade da luz. Fechei rapidamente a porta usando meu corpo como escora.
– Christopher está vindo! – Sussurrei desesperada.
Eu é que não queria passar pela humilhação de ser chamada de mentirosa. E sem falar que eles imaginariam que estávamos nos mordendo de ciúmes e inveja para inventar todas aquelas histórias que a mini-mim foi contar.
As doidas, sem saber o que fazer, correram de um lado para outro feito baratas tontas. Tínhamos dito hipocritamente que íamos – Fazer e acontecer – E, no entanto, nos limitamos a provocá-los. Como eu disse antes: HUMILHAÇÃO!
– Pelo amor de nosso orgulho, finjam que estão enlouquecendo de tanta diversão! – Grunhi.
# NOITE DOS GAROTOS #
Christopher PDV
Não podíamos confiar em tudo que a Geléia disse. Era só uma criança! Decidimos que um de nós, discretamente, iria dar uma espiadinha no apartamento das garotas e ver se as suspeitas tinham fundamento. Poncho sugeriu que Christian fosse o enviado. Na mesma hora precisei argumentar:
– Cara, o bisonho é tão discreto quanto uma bala de canhão! Eu vou lá!
Fui até a porta e a abri vagarosamente. Bastou uns três passos largos para chegar ao meu destino.
Deveria bater? Apertar a campaninha?
Não, vou abrir logo de uma vez!
E foi exatamente o que fiz.
Primeiramente, não soube o que pensar diante da cena. Elas dançavam no meio da sala. May segurava um chicotinho masoquista, Marius tinha uma calcinha vermelha enfiada na cabeça, Any segurava várias notas de 1 dólar e Dulce... Bem, esta estava abraçada a dois litros de vodca.
– O-o que estão fazendo? – Merda, eu gaguejei?
– Esperando uns stripers! – O viado sorriu.
As fitei por uns três segundos, depois sai aborrecido.
Empurrei abruptamente a porta do meu do meu apartamento e ouvi um baque em seguida, um grito sofrido. Olhei para baixo e lá estava o coitado do Poncho estendido no chão.
– Por que não me matam...LOGO?! – Berrou a última palavra.
– Como eu ia adivinhar que estava aí? – O ergui do chão pela segunda vez aquela noite. – Você está bem? – O olhar raivoso dele me fez preferir não ter perguntado.
– Tenho uma notícia boa e outra má. Qual querem ouvir primeiro?
– Odeio quando falam isso! – O voador de mal-humor, resmungou.
– As garotas piraram de vez! A mini-rainha-da-extorsão estava certa, contrataram stripers! – Anunciei.
Não entendia como meu plano de ter uma conversa relaxada com meus irmãos se tornou nossa coroação como os novos cornos do pedaço. PERFEITO!
# NOITE DAS GAROTAS #
Dulce PDV
– E as raxas galácticas vencem outra vez! – A bichona nos abraçou.
– Vocês viram a cara do Christopher? – Gargalhei. – Impagável!
– Devem está soltando fumaça pelo nariz! – Fofolete brincou.
– Acabamos com a reunião do Clube do Bolinha! – May riu tanto que roncou.
– Será que devo dar outra espiada lá no território inimigo?
– Com certeza! – O pavão praticamente me chutou para fora.
No corredor, baixei-me na expectativa de espiar pela fechadura da porta e foi nesse exato momento que ela foi aberta.
CACETETE ALADO!
Ao ser pega em flagrante, fechei os olhos, derrotada. Ergui-me lentamente fazendo uma careta daquelas. Abri um olho só e vi meu Uckermann fitando-me com um semblante surpreso e sarcástico.
– Perdeu alguma coisa aqui pirralha?
Sim, a vergonha na cara!
– Não tenho certeza. – Dei um passo atrás, desejando que o teto desabasse em minha cabeça.
Christopher fechou a porta atrás de si, pois o suposto maconheiro e Christian mantinham os olhos vidrados em mim.
– Noite quente hein?! – Ri sem humor. – Será que vai chover? – Desejei ter uma agulha e linha para costurar a boca.
Vai falar merda assim na casa do...Uckermann?
– Contrataram uns stripers? – Cruzou os braços, todo estranho.
– Humpf! – Dei de ombros.
DICA DE DULCE MARIA: NA FALTA DO QUE FALAR USE UM “HUMPF”!
– Estava bisbilhotando? – Acusou.
– Eu? – Me fingi de ofendida. – HUMPF!
VIU? FUNCIONA!
– Hum...
– E você? – Virei o jogo. – Onde está indo?
Christopher mordeu o lábio inferior pensativo.
– Em...um...lugar.
Christopher PDV
Realmente eu não sabia o que falar. Não queria admitir que estava indo bisbilhotá-la outra vez.
De repente, do nada, Dulce começou a gargalhar.
– O que foi? – Questionei aturdido.
– Sua expressão... – Tentou controlar o riso. – ...lembrou-me a expressão que usava na Itália quando brigávamos sem parar. Para ser mais exata, me recordei agora daquela noite em que sua mãe teve a idéia maluca de nos fazer trocar de papéis por 24h. Lembra do que disse todo machão? – Imitou ridiculamente minha voz. – Eu não transaria com você nem que fosse a última mulher do mundo!
– Engraçado... – Cocei a cabeça envergonho. – ...não me lembro disso!
Saviñón não caiu na mentira e riu ainda mais da minha cara. Inevitavelmente recordei aquele momento.
# FLASHBACK CHRISTOPHER #
(N/A: Esse é um o trecho do capítulo – Inversão de papéis – O qual foi narrado por Dulce. Me deu saudades dessa época, por isso escrevi essa parte.)
Desci as escadas chateado por não ter saído para jantar com o pessoal. O mais irritante era ter que ficar vestido como a filha encrenqueira do Victor. No último degrau avistei a criatura. Parei e a estudei enquanto ela assistia TV. A garota era tão chatinha que não pude resistir à tentação de zombar dela.
Corri me jogando em cima de seu esguio corpo. Apertei-lhe em meus braços e isso nos fez cair no chão. Dulce totalmente assustada petrificou, ficou mais branca que papel. Não me contive e gargalhei muito satisfeito comigo mesmo.
Embora não contivesse as risadas não deixei de notar que nunca tínhamos ficado tão próximos. Era estranho não conseguir tirar os olhos dos lábios rosados ou não prestar atenção na maciez de sua pele. A sujeitinha nem era meu típico! Nossa, eu devia estar na seca!
– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? – Ela gritou em protesto.
Meu sorriso voltou à tona ao debochar dela:
– Você deveria perguntar o que a Dulce está fazendo.
– Sai de cima de mim, imbecil! – Tentou me empurrar toda bravinha.
– Christopher, estou fazendo exatamente o que eu sempre quis fazer, mas nunca tive coragem. Você é tão irresistível, lindo e sexy. – Adorei ver a expressão de choque no rosto dela. De fato, não duvidava que ela me achasse sexy, afinal, muitas acham.
– Ei! Eu nunca faria isso, você está quebrando as regras, eu não sou assim, e nunca falaria isso! – Se contorceu, mas não permiti que a dona encrenca fugisse de minhas piadas.
– Christopher, por favor, acabe com minha carência sexual. Quem sabe eu finalmente viro uma garota normal. – Pisquei o olho. Sabia que minha brincadeira estava indo longe demais, só que não conseguia resistir. Queria mantê-la ali até que ficasse vermelhinha de raiva.
– Eu não posso, Dulce, sou gay! – Sorriu revidando.
Fechei a cara.
Que idiota!
Ofendi-me ainda revoltado por ela ter dito isso para minha mãe me tornando motivo de chacota.
– Eu não sou gay! – Esbravejei. – Para o seu azar, você não faz nem um pouco meu tipo, porque se fizesse, te mostraria quem é o gay aqui e agora, de um jeito que você jamais esqueceria. – Por mais bizarro que fosse visualizei a cena em minha cabeça. Nossos corpos conectados intimamente, minhas mãos deslizando pelas curvas da garota problemática.
MINHA NOSSA! CHRISTOPHER VOCÊ É DOENTE!
Reprimi o pensamento e qualquer vestígio de desejo. Ao fazer isso cai em mim. De onde já se viu um homem como eu traçar um pirralha birrenta que mal saiu das fraldas? Repugnante e ilegal!
Me imaginei sendo acusado de pedofilia. Isso me fez gargalhar como louco.
– O que foi? – Ela perguntou baixinho.
– Eu não transaria com você nem que você fosse a última mulher do mundo. – A soltei sentando-me no chão tentando controlar as risadas.
Já pensou a cara que minha mãe faria se me visse envolvido com uma adolescente mimada e totalmente sem noção?
Se me virem agarrado com essa esquisitona aí, podem separar que é briga!
Saviñón se levantou bufando. Devia estar toda ofendida com as insinuações que eu lhe fiz. Para ser sincero, nem liguei!
– Lógico que eu não faço seu tipo, não sou nenhuma loira promíscua sem personalidade e sem cérebro. Eu é que jamais transaria com você! – Bradou agressiva, depois saiu correndo.
QUE MALUCA!
Ri alto.
Enquanto eu gargalhava, novamente a imagem proibida de nós dois em um momento íntimo atravessou meus pensamentos. Balancei a cabeça fortemente para que a imagem se dissipasse.
Dulce e eu? Jamais! Eu hein!
# FIM FLASHBACK CHRISTOPHER #
Lifehouse - Take Me Away
– É... talvez eu me lembre de uma coisa ou duas. – Sorri sem jeito.
Até parecia que estava estampado na minha cara o quanto me recordava daquela noite, pois meu frango olhou-me meiga. Seu típico olhar firme, decidido, porém, inteiramente amável.
Dei um passo encurtando a distância entre nós.
– Então... – Ela pigarreou. – ... eu não faço seu tipo, né? – Debochou.
Tínhamos uma relação muito louca. Alguns momentos parecia que Saviñón simplesmente não me entendia, outros eu podia fingir o quanto quisesse que ela saberia ler cada linha de minhas expressões e as mudanças sutis de meu humor.
– Nem um pouco! – Fiz um careta, brincalhão.
– Sério? – Deu um passo atrás, mordendo o lábio sedutoramente.
– Sim! – Meu corpo se projetou automaticamente para frente, como se fossemos feitos de ímãs.
– Você também não faz meu tipo! – Falou se afastando ainda mais. Eu a segui me concentrado eu seus olhos.
– Eu sei.
– É nauseante a idéia de nos envolvermos em qualquer tipo de contato físico! – Encostou-se na parede, não tendo mais para onde fugir.
– Totalmente nauseante! – Concordei pondo as mãos na mesma parede. Um braço de cada lado. A deixei vulnerável a mim.
– Não me toque. – Murmurou umedecendo os lábios.
– Jamais, pirralha. – Respondi salivando de vontade.
Trocamos sorrisos provocativos.
Ofegante, ela agarrou meu cabelo próximo à nuca, então, sussurrou:
– Eu te odeio, UCKERZINHU!
Excitado, pressionei meu corpo ainda mais ao dela murmurando contra sua boca:
– Também te odeio, franguinha!
Nossos lábios ansiosos se encontraram. Não existia beijo como o daquela garota problemática. Era tão cheio de vida e paixão. Só ela me fazia perder totalmente a cabeça. O mundo exterior desaparecia quando nos permitíamos aqueles momentos, pouco importava as conseqüências. Era sempre assim, impensado, arriscado e completo. Não havia como pensar nos detalhes de nossas vidas diante de sensações tão complexamente perfeitas.
A maciez da língua dela contra a minha era com certeza minha perdição. Como um viciado, não conseguia parar. Não existe um basta quando o desejo e a necessidade te comandam.
Minhas mãos deslizaram pelas costas do meu frango, por dentro da blusa. Não tive como impedir que elas chegassem até ali. Sorri intimamente ao sentir sua pele arrepiada. Revezamos entre beijos sensuais e selinhos carinhosos. A boca de Bella derrapou de meu queixo até a curva do meu pescoço. Tive dificuldades de manter a respiração. Ao fazer o trajeto de volta mordeu-me. Sorri. Ela estava tão mudada, menos tímida.
Incrível como demorei tanto tempo para perceber o quão fortalecido me senti ao lado de Saviñón. Por mais que os problemas me afligissem, quando ela estava por perto eu acreditava que podia ser forte o suficiente para peitar o mundo. Ah, se ela soubesse disso... Será que entenderia que eu tinha problemas, mas ela era minha solução? Minha luz no fim do túnel. Talvez ela nem percebesse que me atraía para caminhos tortuosos e confusos, mas que no final eram sempre certos.
Meu frango beijou os machucados não totalmente sarados do meu rosto, maxilar, supercílio, boca. Cuidadosa e sexy. Quem diria que Dulce Maria se tornaria a mulher que secretamente sempre desejei ter só para mim.
Isso me encheu de esperança. Poderia, a final, o plano de Ale dar tão certo?
– CHRISTOPHER! – Ouvi ao longe Jasper me chamar.
– CABEÇUDO! – Agora era Christian quem atrapalhava. Ambos esperando na sala, alheios ao que acontecia no corredor.
Busquei a língua da pirralha, ignorando meus irmãos.
Infelizmente eles persistiram gritando meu nome.
SACO!
Saviñón se afastou um pouco. Suspiramos ao mesmo tempo.
– Mate-os! – Pediu.
– Com certeza! – Murmurei muitíssimo aborrecido.
Dulce entrou no apartamento das garotas e eu tratei de invadir o meu na intenção de cometer um duplo homicídio.
– QUAL É A DE VOCÊS?! – Vociferei.
– Por que me perguntou mais cedo como estava minha vida? – O voador finalmente entendeu a parada. Eu já nem estava tão a fim de ter aquela conversa.
– Pra começar, o que te faz acreditar que Anahí está te traindo? – Me obriguei a falar.
A campainha tocou.
Poxa! Quantas vezes mais iam nos interromper?
Christian foi correndo atender a porta e eu nem me dei o trabalho de virar para checar quem era. Encarei Poncho que me encheu de perguntas silenciosas.
– Fue daqui que pediram dos stripers? – Estranhei a voz masculina com sotaque.
– HERMANOS! – O bisonho alarmou.
Perplexo, me virei. Ao ver os narcotraficantes colombianos, gritei sem querer:
– COMO É POSSÍVEL?
(Continua...)
***
GENTE FOI MAL PELO CAP REPITIDO MAS EU ACHEI QUE NAO TINHA POSTASDO ELE
E ESSE É O ULTIMO DE HJ E COMENTEM QUE ESTAMOS NA RETA FINAL
AH SE TIVER MAS DE 200 COMENTS EU POSTO MAS LA PELAS 7 DA NOITE OK
BJS ANNA SAVIÑÓN UCKERMANN <3
Autor(a): Anna Uckermann
Este autor(a) escreve mais 26 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Bom gente sei que faz tempo que eu não pposto nadinha pois é meu cell bugou e eu mandei.pro conserto e quando voltou tava sem nada sem nenhum app nem o que eu tinha os caps adaptados mas eu promento que eu vou terminar a fic no sabado que vem. E não tenho postado tbm estou tristre pois daqui a alguns dias perderemos.uma leitora de ouro aqui no F ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 247
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loucas Postado em 14/12/2016 - 23:05:23
Essa fanfic é perfeita demais pra ficar abandonada então por favor postaaaa mais
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 11:13:34
posta por favor
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:22
posta amore
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:10
ENTÃO VE SE POSTA LOGOOOOOOOOOOOOO
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:56
chantagem? BEM DOIDA, não seria capaz ^_^ MENTIRA! SIM! É UMA CHANTAGEM!
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:08
se postar de novo deixo você com 280 coments ^_^
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:41
comentei bastante linda agr pode postar hehuheuheuheuheuehuehe
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:14
possta
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:05
postta
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lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:34:56
postaa