Fanfics Brasil - Fase 4° Capítulo 11: UM SÁBADO DIFERENTE EM FORKS Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação

Fanfic: Dulce Problema X Christopher Solução - Adaptação | Tema: Vondy / Ponny / Meio chaverroni


Capítulo: Fase 4° Capítulo 11: UM SÁBADO DIFERENTE EM FORKS

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Fase 4°


Capítulo 11: UM SÁBADO DIFERENTE EM FORKS


Dulce PDV


Dentro do apartamento, fiquei por cerca de um minuto petrificada, suspirando, ainda perdida no beijo que troquei com Christopher. As garotas tagarelavam à minha volta, confusas demais para perceber meu estado de espírito. No momento em que enchi os pulmões de ar, o viado dos infernos jogou a bebida que segurava, na minha cara.


– ACORDA, SUA DRAGA ZUMBI! – Vociferou, contente demais.


O líquido adentrou minhas narinas e boca. Juro que minhas mãos tremeram, querendo voar no pescoço do pavão. Marius, percebendo meu olhar irado, escondeu-se atrás de Maite, covarde e prepotente.


– Nada de briga! – Any interferiu, antes de a chapa esquentar. – Nós, garotas, temos que ficar unidas!


Tentei enxugar o rosto com as mãos. Não tirei os olhos da bicha e lhe ameacei, através de gestos.


– O que aconteceu com sua boca? – A sebosa me olhou estranho. – Está avermelhada.


– Minha boca? – Murmurei aturdida.


– Você beijou alguém? – Fofolete arregalou os olhos.


– Humpf! – Dei de ombros. – Não! Eu... caí!


– E depois beijou o chão? – Minha irmã ironizou.


Obviamente, eu havia esquecido que ninguém tinha privacidade ali. Marius estreitou os olhos, me estudando. Em seguida, falou alto:


– Beijou o inimigo! Mundiça traidora! – Me censurou.


Rosnei irritada.


– Não é da conta de ninguém, tá legal?! – Fiquei emburrada.


– Conta para nós como foi. – Minha prima deu um sorriso romântico e sonhador.


Eu tinha cara de quem saía contando minhas conquistas? SIM, EU TINHA!


Joguei as mãos pro alto, confessando:


– Foi incrível! Nós estávamos... – Interrompi o relatório ao ouvir uma música alta, vinda do apartamento dos Uckermann. – Ouviram isso?


– Música? – Fofolete murmurou.


– Palhaças! – Maite supôs, estreitando os olhos.


– Stripers! – Marius cuspiu, em tom de acusação. Todas nós passamos a acreditar no que Nessie havia falado.


Fomos atingidas por um ciúme incontrolável e lutamos para sair de casa, todas ao mesmo tempo. No corredor, trocamos olhares antes de eu mesma empurrar a porta do apartamento dos rapazes. Do mesmo jeito que abri, a fechei logo em seguida.


– Ainda estamos na América? – Murmurei. Eu tinha mesmo visto os narcotraficantes?


A maçaneta chacoalhou. As meninas e eu demos um passo atrás. Então, Christian abriu a porta, gritando:


– Arriba! Agora é uma festa! – Com força, puxou-me para dentro.


Sem equilíbrio, cambaleei, indo parar nos braços do colombiano. Fiz careta quando ele piscou para mim.


Eu ainda estava perplexa. O que costumava usar lencinho (o mais falante) estava fantasiado de policial e o outro, que um dia vi deitado com Marius, fantasiado de bombeiro. O policial, o qual segurava um rádio portátil, parou a música e falou, em uma mistura de nossa língua com um espanhol fajuto:


– Con más personas assistindo, vai sair máscaro!


De todas as perguntas que podia fazer, fiz justamente a mais estranha:


– Aqui virou uma boca de fumo?


– Ora, ora, ora... olhem só o que os ventos ilegais nos trouxeram. – Marius sorriu para o bombeiro.


A dupla de cucarachos não fazia nada o estilo de stripers gostosões.


– Gente, que saudade! – Any foi abraçá-los. Só ela mesmo!


– O que fazem aqui? – Mandei na lata.


– Trabajo, muchacha!


– Ok... – Gesticulei chateada. – ...quem foi o idiota que pediu la danadita a domicílio? – Lógico que fitei Poncho, o suposto maconheiro.


– Não tá vendo que ela não está aqui? – Christian cutucou o bombeiro, rindo de mim. – Um dia, ainda vou conhecer essa danada, ah, se vou! – Gargalhou.


– É, e eu não vou querer estar perto! – Christopher falou baixinho.


– Nosotros no trabalhamos más con la danadita. – Os hermanos trocaram olhares, pesarosos. – Dejamos esta vida... – Tiraram os chapéus e os colocaram junto ao peito, em respeito e luto.


– Como assim, deixaram? – Poncho perguntou, incrédulo.


– Es una vida muy dura. – Fizeram uma cara de sofrimento. – Cruzamos la frontera com unos hermanos mexicanos em busca de un nuevo começo en Estados Unidos. Ahora, somos dançarinos y vendemos produtos de buena qualidade vindos do Japão. – O bombeiro abriu o casaco e nele estavam pendurados em exposição, óculos escuros, relógios e celulares.


– Espera, espera, espera! – Eu tive que interromper. – Estão me dizendo que largaram o tráfico para viverem de prostituição e contrabando?


Assentiram, orgulhosos.


– Quanta evolução! – Sarcástica, aplaudi. E tinha como não zoar aquilo?


– Muito bem... – Christopher se pronunciou. – ...já entendi que as garotas contrataram os serviços da agência para qual trabalham e vocês se enganaram de endereço, vindo parar aqui... misteriosamente. – Ele teve dificuldades em acreditar na coincidência. – Foi tudo um mal entendido. Podem ir embora!


– EPA! – O bisonho irritou-se.


– No podemos, necesitamos do dinero do servicio.


– Não vou pagar! – Maite cruzou os braços. – Pedimos gostosões e não, esses latinos feiosos.


Os narcos trocaram olhares e, para nosso pesadelo, deram o play no rádio e o reggaeton começou a tocar. Visão dos infernos! Garanto!


– De novo, não! – O suposto maconheiro resmungou.


A definição de sexy passava longe deles enquanto rebolavam. O pavão foi o único a gostar, até alisou o braço do seu bandidão. Devo ressaltar seu péssimo gosto para homens?


– Christian sabe que eles vão tirar a roupa? – Perguntei para Christopher, assistindo seu irmão dançar com los cucarachos.


– Creio que não!


Ri. No momento que o policial-contrabandista-striper tirou a camisa, Christopher e Poncho não agüentaram!


– Chega, chega, chega! – Uckerzinhu tratou de empurrar os trastes para fora. – Desculpa aí, compadres, mas vocês atraem muita confusão e eu já estou atolado nelas. Boa sorte em suas vidas criminosas. Hasta la vista! – Bateu a porta na cara deles.


– NÃOOOOOOOOOO! – Christian gritou. – Vou com eles! Se eu não voltar até amanhã, me procurem num cabaré no México! – Riu. – Arriba, arriba!


O otário saiu correndo.


Christopher PDV


Na sexta, pela primeira vez, tive vontade de matar aula. O clima na universidade estava pesado. Os alunos ainda comentavam sobre minha briga com Vincent e eu desejava intensamente esquecer o acontecido. Lógico que eu não devia ser o único, já que Carter estava se sentindo humilhado. Com certeza, ele não ia deixar barato.


Quando saí de Dartmouth, foi que tive a idéia de tirar Poncho da cidade. Longe da pressão acadêmica, conversaria com ele sobre suas suspeitas relacionadas à Anahí. O melhor lugar para se estar naquele momento era Forks. Seria ótimo rever minha mãe e desabafar com ela.


Partilhei a idéia com os demais e todos se animaram para curtir o fim de semana fora. No apartamento das garotas, chegamos a um impasse.


– Como fica a Nessie? – Perguntou Dulce.


– Desculpem, esqueci que não podemos levá-la. – Confessei.


– Não vou ficar aqui! – A mini-delinquente bateu o pé no chão.


– Vamos viajar, vamos viajar... – Christian cantarolou, correndo para nosso apartamento. Aposto que ia preparar a bagagem de seu porco. Era capaz de esquecer a própria!


– Bem... – Anahi fitou Maite. – ...nós não podemos viajar agora. Nesse final de semana, vamos encontrar as costureiras e fazer os últimos ajustes nas roupas da grife.


– Bem doida! – Marius, que estava sentado, levantou-se, revoltado. – Não vou deixar de piscar em Forks, para ficar trabalhando que nem uma escrava! Tire seu pocotó da chuva!


– Marius! – Maite o repreendeu. – Temos que ralar, o desfile de inauguração será em breve. Esqueça a farra, ficará aqui comigo, Any e Nessie! – A loira se impôs.


– Merda! – O viado e a mini-Dulce xingaram juntos.


Dulce PDV


PERFEITO!


Ir até Forks era exatamente o que eu precisava. Apressamo-nos para pegar a estrada antes das 17:00h. Christian foi em seu jipe, acompanhado por Jasper. O cabeça-oca jogou o Toicinho, que tinha uma faixa vermelha na testa, todo aventureiro, no banco de trás. Preferi não perguntar por que o animal precisava de um cobertor gigante. Vindo do bisonho, podíamos esperar tudo.


Christopher saiu na frente, em sua Suzuki. Depois, seus irmãos o seguiram e eu fiquei para trás. Dei uma última olhada nos pneus da Ducati, a fim de saber se eles suportariam a viagem.


No momento em que subi na moto, vi a bichona sair do prédio correndo. Segurava uma grande bolsa rosa, tinha um lenço estampado em volta do pescoço e seus óculos escuros eram tão grandes que o faziam parecer um mosquitão da Dengue. Sem permissão, subiu em minha moto, apertando fortemente minha cintura.


– O que você pensa que está fazendo? – Esbravejei.


– Corra, raxa, corra! Sou um foragido!


– MARIUUUUUUUUUUUUUUUS! – O grito que ecoou pela rua era de Maite, se esgoelando na janela do apartamento.


– Vamos, antes que a bruxa do mar nos pegue! – Pediu aflito.


Respirei fundo antes de acelerar. Com o viado mais louco do mundo em minha garupa, a viagem ia ser infernal. O ponteiro do velocímetro disparou, conforme eu aumentava a velocidade. O som do vento batendo no capacete confundia-se com os gritos desesperados de um Marius amedrontado.


Ao pegarmos a auto-estrada, longe dos limites de Hanover, girei o acelerador, ultrapassando o carro de Christian. Alcancei rapidamente Christopher, que não pareceu gostar de ser ultrapassado por mim. Como eu esperava, ele reagiu, até que ambos atingimos os 180 km/h. A bicha estava para enfartar, atrás de mim. Com certeza, nunca mais iria inventar de pegar carona comigo. Não tinha dúvidas de que ele estava berrando coisas como ‘vamos morrer’.


Chegamos à pequena e chuvosa Forks, no sábado de manhã. Victor e a mosca morta já nos aguardavam na entrada da casa. Os Uckermann nem guardaram os veículos na garagem. Estacionaram em frente à casa, pois Alexa gritava:


– Meus meninos!


Rindo, eles se amontoaram em frente à ela, quase desintegrando-a com tantos abraços apertados. Meu pai deu alguns passos vindo até mim. Sinalizei, impedindo-o. Eu não era boa com manifestações de afeto em público, sentia-me perdida com aquilo.


– Já volto! – Falei para Victor.


Fui deixar a moto na garagem. Marius estava tão petrificado que quase esqueci dele.


– Pode me soltar agora! – Ordenei e o imbecil nem se moveu.


Com força, me livrei das mãos dele, presas em volta de minha cintura, como se fossem feitas de aço. Ao fazer isso, ele despencou no chão.


– Estou assado! – Murmurou, rastejando no chão. Para quem não tinha costume de viajar de moto, o excesso de tempo na mesma posição, causava dores das articulações e, no caso dele, assadura entre as pernas.


Senti remorso por ter feito poucas paradas na estrada.


MENTIRA!


Gargalhei.


Roxette - You Don't Understand Me


Fui para meu antigo quarto, tomei um banho bem demorado e me preparei para o almoço. Enquanto penteava o cabelo em frente ao grande espelho, senti arrepios percorrerem meu corpo. Ao invés do quarto me trazer lembranças de minha infância e adolescência, só me trouxeram recordações das semanas que passei ali, depois de ter voltado da Itália. Foi uma época em que tentei fugir da realidade e da dor que me oprimia e dilacerava. Girei o corpo e meus olhos percorreram todos os lugares do cômodo. Era como se eu conseguisse me assistir ali. Via uma Dulce fragilizada, rolando na cama sem conseguir ter uma única noite tranqüila de sono. Via a garota sem rumo chorar pelos cantos, se perguntando como pôde acreditar nas palavras de um homem falso, o qual levara consigo todas as suas forças. Perto da janela, as notas do violão enchiam o quarto com uma melodia tão triste quanto o semblante de sua compositora. Vi Dulce socar a parede, tentando lutar contra o que sentia. Querendo esmagar as lembranças de um passado que estava marcado na sua pele, em forma de tatuagem.


Obriguei-me a fechar os olhos, procurando escapar das lembranças. Não queria mais me ver tão despedaçada. Os espasmos em meu peito fizeram meus joelhos fraquejarem. Apoiei-me na parede, tentando unir as duas partes de mim que, naquele momento, se confrontavam. Uma sofria pelo abandono sem justificativas. Essa parte sangrava, incapaz de perdoar ou seguir em frente. A outra tinha um objetivo específico: reconquistar Christopher. Era ela quem me comandava em Hanover, permitia que eu fizesse as maiores loucuras e se deleitava a cada recaída minha.


Era difícil conviver com elas. Querer Christopher perto de mim não significava que eu tinha esquecido o que ele me fizera. Às vezes, achava que podia ser nobre e perdoá-lo sem ele nunca ter me pedido perdão, mas quando as lembranças me circundavam, percebia que era impossível. A dor estava ali, acompanhada por uma revolta, raiva e amargura. No entanto, existia um sentimento que se sobrepunha a todos os outros. Ele era tão grande que não o entendia. Muitas vezes, me entreguei cegamente a esse sentimento, como aconteceu no terraço em Hanover. E nesses momentos, eu era feliz. O mais triste é que nunca durava tempo suficiente, as circunstâncias voltavam a me rachar ao meio, me dividindo constantemente.


Desejava poder viver apenas com uma parte de mim, a parte que lutaria por Christopher até o fim. Ah, se eu tivesse forças suficientes para matar a parte que me dizia: fique longe dele! Ela sempre zombava de mim, declarando que eu não era nada para Christopher. Mantinha-me alerta, esperando por um novo abandono. Jogava-me na cara mil razões para odiá-lo.


Balancei a cabeça e saí do quarto rapidamente, antes que sucumbisse. Enquanto descia as escadas, doces notas musicais ecoavam pela sala. Em um canto do cômodo, Christopher brincava com as teclas do piano, absorto. O fitei por alguns segundos. Depois, me arrastei até a sala de jantar.


Os outros ainda não haviam descido para o almoço. Somente Christian estava à mesa, olhando algo debaixo dela.


– O que você está aprontando, serial killer?


Ele sobressaltou assustado, batendo a cabeça contra a madeira. Esperei o idiota tirar a cabeça de debaixo da mesa e o fitei, cheia de suspeitas.


– Não estou fazendo nada, Samara. – Tamborilou os dedos na mesa, olhando disfarçadamente para o teto.


– Vai à merda! – Xinguei, levantando a toalha. Enfiei minha cabeça lá embaixo. Quando vi o que Christian escondia, quase perdi o controle. – TOU FODI... deixa pra lá!


– Oi! – Falou Nessie, agarrada ao porco.


– O que ela está fazendo aqui? – Sussurrei irritada.


– Tive que trazê-la! O Toicinho ia sentir falta da mini-samara. – Ele respondeu, também aos sussurros.


PUTA MERDA, PUTA MERDA!


Victor ia me matar, parecia até que conseguia ouvi-lo esbravejar: o que estava pensando, Dulce Maria? É uma criança, não um animal de estimação!


Meu pai certinho ia surtar quando ficasse sabendo que eu estava cuidando de uma menina. Ele me considera uma irresponsável problemática. Certamente, chamaria o serviço social.


– Como ela chegou aqui? – Questionei preocupada.


– Vim escondida no banco de trás do Jipe. – Mini-mim explicou entusiasmada.


– Alguém mais sabe disso?


– Não. – Christian garantiu.


– Ok, escute... – Apontei para a anta. – ...ninguém pode sonhar que Nessie está nessa casa, entendeu?


Os dois assentiram e, por incrível que pareça, o porco roncou.


Christian PDV ( Preciso dizer que amo os pdv do pollis é acho que nuam)


Dulce puxou a rainha da extorsão (como diria o cabeçudo) pela mão, tirando-a do esconderijo. Levantei-me para pegar o Toicinho, mas, ao ouvir passos do povo se aproximando, empurrei os três, com força, para debaixo da mesa. A Winezinha devia ter caído de cara, pois gemeu alto. Ajeitei a toalha e me sentei à ponta da mesa.


– Estou tão feliz de estarem aqui. – Disse minha mãe, acompanhada pelo resto da rural.


Sorri, tentando disfarçar, enquanto empurrava com a mão a cabeça de Dulce. Ela tentava sair por entre minhas pernas.


– Fica aí! – Murmurei por entre dentes. A burra estava prestes a estragar tudo.


Victor sentou na outra extremidade da enorme mesa de jantar e a galera se espalhou pelas cadeiras laterais.


– Ainda não acredito que Poncho foi atropelado. – Minha mãe comentou tristonha, desdobrando o guardanapo.


– Sim. – O Zé Ruela falou sem jeito.


– Vocês não disseram que tipo de veículo o atropelou. – O comedor de mães tinha que investigar.


– Bem... – O cabeçudo baixou a cabeça. – ...ele foi atropelado por...


– Uma carroça! – Completei, ajudando.


O voador e Christopher me encararam com os olhos esbugalhados.


– Uma carroça? – Minha mãe estranhou.


– Nunca conheci ninguém que tenha sido atropelado por uma carroça. – Meu futuro papi era um lesado.


– Acontece todo dia! – Estiquei o braço, pegando o pãozinho no cesto à minha frente.


– É... – O olho esquerdo do cabeçudo tremeu. – ...acontece todo dia! – Confirmou.


– Onde está Dulce? – Victor sentiu falta da louca do poço. – DULCEEEEEE! – Chamou em voz alta.


– Ela esteve aqui... – Interrompi. – Mas... – Senti a Samara puxando a perna da minha calça. – ...disse que estava com uma dor de barriga desgraçada e saiu correndo. – Sorri. Foi nesse momento que... – AAAAAAAAAAHHHHHH! – Ela mordeu minha panturrilha. Todos pararam para me encarar. – Aaaaaiii! – Estiquei os braços, fingindo me espreguiçar.


– Então, vamos comer. – Disse minha mami.


Dulce PDV


Eu queria estraçalhar aquele jumento. Nessie riu de meu desespero. O suíno roncou, fuçando o chão. Tratei de tapar-lhe a boca e quase desmaiei de nojo.


Assim que a futura lingüiça se aquietou, posicionei minha cabeça entre os joelhos de serial killer e levantei a toalha, erguendo-me um pouco. Pude vê-lo se entupir de comida, enquanto eu estava faminta. O ódio que me deu não tinha tamanho. Controlei-me, pois, se o pessoal resolvesse dar uma espiada em nosso esconderijo, eu estava frita.


Belisquei com força a coxa dele e o imbecil se engasgou com a comida.


Christian PDV


Tossi, mas engoli a comida com ajuda de muita água.


– Você está bem, meu bonequinho Ken? – Marius questionou. – Qualquer coisa, a sua Barbie está aqui, viu? – Mordeu o dedo mindinho.


– Vai tomar no olho do seu...


– Que cheiro é esse? – Poncho interrompeu, tapando o nariz.


– Será que a comida estragou? – Minha mãe cheirou seu prato.


Olhei para baixo e a Samara estava mudando de cor. Empurrei a cabeça dela novamente.


Dulce PDV


Puta que pariu! Que pesadelo! O porco estava soltando umas bombas. Às vezes, me esquecia que o bicho tinha necessidades básicas, ele era tão bizarro que não me surpreenderia se o visse usando o banheiro. Nem Nessie quis ficar perto dele. Coloquei as mãos no nariz, passando mal. Fedia demais!


– Não entendo, a comida parecia estar tão boa. – Disse a mosca morta.


Não dava para agüentar, eu tinha que respirar. Me enfiei novamente entre as pernas de Christian, puxando a toalha para cima. Quando ele me fitou, sussurrei lentamente, para que lesse meus lábios.


– EU... VOU... TE... MATAR!


– Vai me montar?


Mordi o punho, querendo gritar.


Christian PDV


– O que disse? – O comedor de mães enrugou a testa.


– Eu disse que... – Engoli seco, então encarei o sem pregas. – O viado está roubando os talheres! – Apontei, mentindo.


– BEM DOIDO! – Berrou desmunhecando. – Eu tenho cara de bicha bandida?


– Para ser sincero, tem. – Christopher riu.


– Isso era uma pergunta retórica! – Bateu a mão na mesa. – Eu tô é loucaaaaa! Nunca fui tão ofendida... – Começou a choramingar, chacoalhando os braços.


– Não fique assim, Marius. – Minha mãe tentou acalmá-lo.


– Isso é o uÓ total! Estou morrendo de ódio, tá legal?! – Choroso, puxou o lenço do bolso do paletó e, com ele, vieram três talheres de prata, que caíram sobre a mesa.


Se eu fiquei surpreso com o elemento, imagine só o resto da rural. Viu? Eu adivinhei. UAU! Sou paranormal!


– Que vergonha... – Soltou uma risadinha safada. – ... entendam-me, vida de pobre é mais dura que pau... sem duplo sentido. HU!...OHOHOHOHOHO!


– Esse cheiro está insuportável! – Poncho reclamou.


EITA PORRA!


– Parece vir de debaixo da mesa. – Christopher puxou a toalha.


– FUI EU! – Levantei gritando, antes que ele visse algo. Fui alvo de todos os olhares. – Estou me sentido mal como a Dulce, acho que passamos pra dentro um rango estragado na estrada.


– Argh! – Poncho levantou-se, todo cheio de nojinho afrescalhado.


A rural em peso fez careta, pegaram os pratos e ralaram peito, indo para cozinha.


Ergui a toalha e vi Dulce e sua miniatura passando mal, sem conseguir respirar.


Então, eu disse:


– Sebo nas canelas, meu povo!


E elas fugiram rapidíssimo.


Olhei para o Toicinho e ele estava deitado, tipo nem aí, sacou?


– Rapaz... – Sorri. – Tu é perigoso!


Dulce PDV


Escondi Nessie no meu quarto até que tivesse uma idéia melhor. Almoçamos juntas e ela me contou como se divertiu na viagem em que embarcou clandestinamente.


Por voltas das 14:00h, a deixei vendo TV e fui iniciar minha investigação. Hesitei diante do quarto que agora, era de Victor e Alexa. Como ela era uma das poucas pessoas que podia esclarecer minhas dúvidas, bati à sua porta, constrangida. Alexa respondeu imediatamente:


– Entre!


Empurrei a porta e, ao vê-la, desejei não ter ido até lá. A mosca morta terminava de arrumar seu vestido de noiva no manequim.


– Volto depois! – Dei as costas para sair.


– Não! Por favor, fique! Preciso falar com você.


Evitei olhar para o vestido, fechei a porta e me aproximei da usurpadora. Não sabia como iniciar aquela conversa.


– Ele não é lindo? – Indagou, mostrando-me o vestido como se fosse uma vendedora. Apenas assenti. – É o modelo criado por Anahí e Maite. Mandaram por Poncho.


Querendo fugir de assuntos relacionados à casamento, pigarreei.


– Er... gostaria de falar sobre o... .


– Christopher, imagino. – Completou.


– Sim.


– Conte-me tudo! O plano tem dado certo? Tem feito ele comer na sua mão? – Riu.


– Bem... eu não faço idéia. Nos metemos em muitas confusões e tivemos várias recaídas. – Admiti, envergonhada.


– Hum... – Me analisou. – ...me parece preocupada.


– Ele está tão estranho! Não sei o que se passa com o cara. É como se Christopher estivesse fugindo de mim, isso me confunde toda. – Curiosamente, o semblante de Alexa modificou-se, parecia triste. Continuei mesmo assim. – Há essa altura, depois de tantos momentos de... – Pigarreei novamente. – ...intimidade, imaginei que me pediria em namoro, e, no entanto, ele está me cozinhando em banho-maria, me enrolando como se não se interessasse totalmente.


– Tenha paciência. Talvez, ele esteja esperando por... – Pôs a mão na testa, suspirando.


– Por? – Impaciente, bufei. – Não está esperando por nada. Christopher não gosta de mim tanto assim. Ele fica comigo quando lhe é conveniente, apenas isso. – Eu tinha que começar a aceitar a verdade.


– Não! – Se alterou. Gesticulou irritada, só que não comigo. Não entendi foi nada. – Nem repita um absurdo desses! Vamos resolver essa questão!


– De forma alguma. Se ele não quis reatar o namoro, não vou forçá-lo. – Meu orgulho predominou.


De repente, a mosca morta parecia que ia, de fato, morrer. Ficou pálida e cabisbaixa.


– Tudo bem? – Estranhei.


– Sim, só ando um pouco adoentada. Me dê um minuto, vou lavar o rosto.


Antes que eu pudesse falar alguma coisa, trancou-se no banheiro.


Sozinha, me permiti olhar melhor para o vestido. Ele era realmente maravilhoso. A seda branca fazia um lindo contraste com o bordado bem trabalhado no busto e cintura, adornados por pequenos cristais reluzentes. A calda era pequena e as alças eram de uma renda muito delicada. Passei os dedos pelo tecido e, por um momento, fiquei totalmente hipnotizada.


– Quer prová-lo?


– O quê? – Sobressaltei, surpresa por Alexa já estar de volta.


– Perguntei se você quer provar o vestido.


– Não! – Respondi de imediato.


– Por favor, ia me ajudar muito, pois ele, no manequim, fica meio sem vida e se eu o vestir, não vou conseguir admirá-lo de todos os ângulos. Prove-o, Dulce, eu faço questão. – Sorriu. – É o sonho de quase toda mulher vestir algo assim. Irá se divertir, eu garanto!


Sacudi a cabeça, me recusando. Infelizmente, Esme continuou insistindo e, por fim, muito curiosa, cedi.


O reflexo da mulher no espelho confundia-me totalmente. Sabia que era eu, mas, definitivamente, não parecia. Até meus cabelos caídos sobre os ombros ficaram mais bonitos. A seriedade daquele traje devia estar me fazendo parecer alguns anos mais velha, porém, isso não era ruim, pois a beleza que ele transmitia enchia a vista.


Senti um frio na barriga, minhas mãos suaram. Senti-me tão nervosa quanto uma noiva de verdade. Era uma sensação tão estranha que chegava a ser engraçada.


– Está extraordinária! – Alexa elogiou, emocionada. – Gire, quero te ver melhor.


Girei delicadamente, maravilhada com todos os detalhes da peça e com todos os sentimentos que romperam dentro de mim. Fechei os olhos e me senti com 6 anos, vendo minha mãe sorrir ao me girar para se deliciar com o esvoaçar do meu vestido, cheio de laços e babados. Então, voltei a ter 17, na Itália, girando, enquanto Christopher me ensinava a dançar. Até que de repente, eu tinha 21 anos. A brisa que tocava minha face, até podia vir da janela aberta no quarto, mas em minha visão, ela vinha de uma praia paradisíaca, no horário do crepúsculo. Eu girava embaixo de um grande arco, adornado por centenas de lírios brancos. Estava tão feliz que a emoção de meu devaneio inundou meu coração. Não conseguia ver muitos detalhes além do arco, porém, de uma coisa tinha certeza: era meu casamento. Eu usava aquele mesmo vestido de Alexa e foi nesse momento que parei. Suspirei. Ao abrir os olhos lentamente, uma lágrima escorreu em meu rosto.


Alexa não falou nada, apenas abraçou-me. Inicialmente, permaneci quieta e indiferente, mas, depois, a emoção peculiar fez-me retribuir o abraço. Para minha surpresa, me senti segura e feliz.


Desafiando minha sanidade, sem sarcasmos, raiva ou preconceito, ri. Minha futura madrasta acompanhou minha risada e se afastou, arrumando meu cabelo. Me mexi um pouco, divertindo-me com o balançar da barra do vestido.


– Esse vestido é mesmo maravilhoso. Ficará linda nele. – Fui sincera.


– Sim, ficarei. – Sorriu delicada. – Mas... se um dia o quiser... – Afagou o topo da minha cabeça. – ...será seu!


Assenti, sem saber o que lhe dizer.


Christopher PDV


Finalmente, finalmente mesmo, eu estava a sós com Poncho em meu quarto para conversarmos. Fiquei sentado na cama e ele, numa cadeira à minha frente. Consertava uma peça da filmadora de Christian, que havia quebrado durante a viagem.


– Então, Christopher, pode começar a falar.


Respirei fundo.


– Sabe, eu sei o quanto você é apaixonado pela Anahí e eu, como seu irmão, estou preocupado!


– Também estou. Ando tão chateado comigo mesmo... – Fitou-me. Depois, voltou os olhos para a filmadora. – Me passa a super cola. – Pediu, apontando para a sacola plástica próxima a mim.


Refletindo sobre as palavras que deveria usar, enfiei a mão na sacola, totalmente distraído. Ao sentir minha mão totalmente lambuzada, grunhi:


– Droga! – Sacudi a palma. – A porcaria da cola vazou dentro do saco! – Olhei para os lados, sem saber onde limpar aquilo.


Dulce PDV


Alexa e eu ainda admirávamos o vestido. Já havia passado por aquela experiência o suficiente. Então, decidi tirá-lo. Quando eu menos esperava, ouvi o grito:


– DULCEEEE MARIIIIIAA ESPINÕSSSSSAAAA SAVIÑÓNN!


– DROGA! DROGA! DROGA! – Disparei porta afora.


Só existia um motivo para meu pai surtar, a ponto de berrar daquele jeito: Nessie!


Como uma louca, corri de um lado para outro no corredor, sem saber o que fazer. Victor ia me arrancar o couro. Há essa altura, devia estar supondo que eu tinha seqüestrado a garota, ou pior, dado a luz aos onze anos. Os gritos autoritários vinham da cozinha e eu não estava nem um pouco a fim de enfrentar aquilo sozinha. Corri até o quarto onde o Uckermann estava instalado, bati na porta, quase derrubando-a. Ele abriu imediatamente. Fui logo dizendo:


– Preciso de você! – Ofeguei.


Ele me fitou dos pés à cabeça, espantado.


– Pra... – Franziu o cenho – ...se casar? – Lógico que estranhou meus trajes. Sua expressão aturdida até seria engraçada se eu não estivesse tão aflita.


– DULCEEEEEEE! – Victor berrou novamente e ele nunca agia assim. Isso é que me amedrontava.


– Rápido! – Puxei Christopher pela mão e saí correndo.


– Espera, espera, espera! – Gritou e eu ignorei, o puxando com toda minha força pelas escadas.


Nos últimos degraus, tropecei na barra do vestido, desabando com tudo no chão e, claro, levando o UCKERZINHU comigo. Não sabia o que doía mais, a queda ou ser esmagada pelo cabeçudo. Puxei minha mão e ele não a soltou.


– Larga! – Pedi.


– Bem que eu queria. – Revirou os olhos. – Estamos colados.


– COMO? – Perplexa, puxei minha palma e percebi que estava mesmo grudada. – O QUE VOCÊ FEZ?


– Eu? Nada! Quem fez foi a super cola e sua afobação!


Rosnei, tentando levantar e foi aquele auê! Com o longo vestido e colada ao Uckermann, quase não saímos do lugar. Foi preciso sincronizarmos os movimentos para finalmente conseguirmos ficar de pé. Caminhamos de mãos dadas até a cozinha e me preparei para a bronca. O pior não era isso e, sim, o fato de que Victor iria chamar a assistência social, talvez até a polícia.


Ao entrar no cômodo, vi Nessie sentada em cima da mesa, comendo um sanduíche tranquilamente e meu pai a olhava, bestificado.


– Pai. – Murmurei.


Ele se voltou para nós e pude ver o choque lhe atingir.


– Casaram? – Sentou-se com a mão no peito. – Ainda não estou preparado para isso.


– Não! – Me justifiquei. – Esse vestido nem é meu... e bem... não conseguimos ficar separados.


– Literalmente. – Christopher ergueu nossas mãos. – Sem querer, nos colamos.


Meu pai balançou a cabeça, confuso. Poncho, Christian, Alexa e até Marius, se aproximaram para saber o motivo do alvoroço.


– Até a draga uÓ consegue casar e eu não?! Deprimi! – O viado puxou o lenço do bolso do paletó e, de lá, caíram no chão, alguns chaveiros de ouro do Victor. – Merda! Por que isso não para de acontecer?! – Nem se preocupou em ficar envergonhado. Pegou os chaveiros do chão, dizendo. – Considerem isso uma doação para a ONG: ajude uma bichinha pobre.


– Quem é essa menina? – Questionou a mosca não tão morta.


– Não faço a menor idéia! – Christian tirou o corpo fora. Quis estrangulá-lo.


– Meu nome é Nessie. – Ela sorriu, olhando para todos, sem desconfiar que a situação ia ficar preta.


– Dulce, fui até seu quarto e encontrei essa criança lá. Ela veio correndo para a cozinha, faminta. O que está havendo?


– Nessie é uma órfã que encontramos em meu apartamento em Hanover. – Confessei. – Estou cuidando dela.


– O que estava pensando, Dulce Maria? – Vociferou. – Ela é uma criança, não um animal de estimação!


Eu não disse que ele falaria assim?


– Eu sei disso. – Me defendi.


– Não parece saber, não! Se quer, procurou descobrir se é mesmo uma órfã? Pode ser uma criança perdida, talvez seqüestrada! Sabe ao menos o nome dela?


Sem argumentos, balancei a cabeça, sinalizando onão que ele já esperava.


Victor se acalmou. Então, disse suavemente para a mini-mim.


– Tudo bem, chamarei o serviço social e descobriremos quem você é. Não tenha medo.


– NÃO! – Gritou, vindo se esconder atrás de mim. – Não vou voltar para o orfanato! Eu fujo, fujo de novo!


– É preciso, pequenina, é para seu bem. Não pode ficar em Hanover. – Meu pai tentou convencê-la. – Precisa ter a vida de uma criança normal, necessita de pais que cuidem bem de você.


– NÃO QUERO! NÃO PRECISO DE NADA! – Soluçou, agarrando minha cintura como se eu pudesse protegê-la, mas eu não podia. Victor estava certo, Nessie merecia uma vida melhor do que morar com um bando de loucos.


– Desculpa, mini-mim. – Tentei não olhar pro rostinho dela. – Você tem que ir... – Não consegui terminar a frase devido o aperto no peito.


– Não quero, por favor. – Pediu chorando. – Eu me comporto, prometo me comportar! Até devolvo o dinheiro de vocês.


Passei a mão no rosto, tentando não chorar também. Com a voz embargada, disse-lhe:


– Vai dar tudo certo!


A senti apertar ainda mais os bracinhos à minha volta.


– Não quero ficar longe de você, nem do cabeçudo, ou do voador, da fofolete, sebosa, bisonho, Toicinho... nem mesmo da bichona!


Fiz um esforço sobre-humano para não chorar. Não porque eu me envergonhasse, mas porque sabia que isso tornaria a situação ainda mais dolorosa para nós duas.


– Quem foram os pais dela? – Comentou Alexa, intrigada.


Ficamos em silêncio, até Christopher se pronunciar:


– Eu sou o pai da menina – O fitamos, confusos. – Não sou o pai biológico, mas cuidarei dela como se fosse.


– Eu também sou o pai dela. – Disse Poncho, pondo uma mão no ombro do irmão.


– É, eu também. – Christian se aproximou.


Entendi o que estavam fazendo ao se declararem pais de Nessie. Nenhum deles estava disposto a deixá-la sair de nossas vidas. Não só porque se apegaram à garota, como eu, mas, também, porque já estiveram no lugar dela. Se eles achavam que conseguiríamos cuidar da mini-mim juntos, eu não iria duvidar. Falei:


– Eu sou a mãe dela!


Nós quatro encaramos Marius, que se acabava de chorar, num canto da cozinha.


– Ah, que se dane... – Jogou as mãos pro alto. – ...eu também sou a mãe. – Juntou-se a nós.


– Então é isso? – Victor cruzou os braços. Entendia porque ele estava sendo tão duro conosco. Afinal, se tratava de uma vida, do futuro de uma garotinha. Ele jamais brincaria com coisas desse tipo. – Todos vocês acham que podem cuidar dessa criança?


Assentimos.


– Sei que parece fácil, mas não é! Ela precisa de educação, afeto, atenção... é muita responsabilidade. – Ele mostrou-se irredutível. – Vocês ainda não têm maturidade para tal coisa. Além disso... – Fez uma pequena pausa. – ...as autoridades nunca darão a guarda dessa menina para quatro estudantes e um... homossexual.


Nisso, ele estava totalmente correto. Olhei para Alexa, que assistia a tudo calada. Vi nela, uma luz no fim do túnel. Engoli todo meu orgulho e lhe pedi:


– Então, faça alguma coisa, Alexa, por favor!


Percebi que ela foi pega de surpresa. Meio atordoada, gaguejou...


– Dulce... eu... – Olhou para meu pai. – ...estou passando por um momento... – hesitou. – ...delicado... isso me pegou desprevenida. Não sei se consigo dar a Nessie tudo que ela merece.


Fui até a mulher que sempre considerei uma inimiga. Arrastei Christopher comigo e a mini-mim não largou minha cintura. Parei à sua frente, fitei-a intensamente e disse:


– Eu sei que a maltratei desde o primeiro momento em que te vi, sei que nunca te aceitei e, principalmente, sei que não mereço nada de bom vindo de você, mas... por favor, por favor, adote Nessie. – Novamente, o choro ficou preso em minha garganta. Ninguém ousou romper o silêncio que pairou na cozinha. A vi relutante, por isso, repeti baixinho: – Por favor! Alexa, por favor!


Ela olhou para a mini-mim. Depois, para seu filho e, por fim, me encarou.


– Que assim seja. Adotarei a Nessie!


Não consegui me conter de felicidade. E nem os rapazes. Trocamos olhares de cumplicidade. Depois, falei:


– Alexa, você tem minha gratidão.


– Meu amor, você... – Calisle, no meio da frase, cerrou os lábios, reprimindo algo que fez sua futura esposa chamar-lhe em um canto.


Me pareceu que ele ficou preocupado com ela e não com a situação pendente. Esperamos eles trocarem breves palavras em sussurros ininteligíveis.


De repente, vi o semblante de ambos se iluminar. Sorriam vitoriosos, como se tivessem tirado um peso de suas costas ou ganhado uma batalha árdua. Mesmo há metros de distância, senti a empolgação que emanava deles. Cheios de uma esperança quase gritante, vieram até nós. Fitei Christopher e fiquei surpresa ao notar o mesmo brilho no rosto dele. O que estava acontecendo? Não parecia que estavam felizes apenas por eu ter tido um momento de humildade diante de Alexa.


– O que foi? – Sussurrei para ele.


Meu Uckermann abriu um sorriso esplendoroso.


– Nada. – Afagou minha bochecha.


– Muito bem, ligarei para meu advogado e tratarei da adoção da menina. – Minha madrasta mostrou-se bem disposta e animada.


– Vamos pensar em um jeito de Nessie ficar um pouco com vocês e um pouco conosco, lógico, sem atrapalhar os estudos dela. – Informou Victor.


– Ai, caramba... – Ela fez careta. – ... vou estudar?


– Sim. – Meu Uckermann riu. – Quem sabe, não ensina alguma coisa pro Christian.


– O que você quis dizer com isso? – O bisonho ergueu uma sobrancelha.


– Chega, eu quero tirar essa roupa. – Gemi.


– Não vai dar para passar a alça do vestido por seu braço, já que sua mão está colada. – Explicou Alexa.


– E agora? – Me apavorei. – Vamos ficar colados?


 


(...)


Dez minutos depois, Uckerzinhu e eu estávamos sentados no sofá da sala, quietos, esperando o retorno de Victor e Alexa. Eles tinham ido até a cidade comprar um produto que dissolveria a cola, pois água não resolveu e, usar a força, muito menos.


Nessie seguia Marius pelos cômodos, o vigiando, para saber o que mais o lunático roubaria. Já Christian e o maníaco por limpeza... bom, esses eu não fazia idéia de onde estavam.


Christopher respirou fundo, então, avisou:


– Preciso tirar a água do joelho!


– O quê? Nem pense nisso! – Vociferei, alarmada.


– Não verá nada que já não tenha visto antes, garanto! – Se levantou, puxando-me.


– Não, não, não! – Implorei, enquanto ele me arrastava escada acima.


Ao entrarmos no banheiro, percebi a porra da ironia do destino. Era o mesmo banheiro que me escondi tempos atrás, antes de viajarmos para a Europa. Ao vê-lo levantar a tampa do vaso, quase gritei. Por que tinha de ser eu ali? Dei as costas e tapei só um ouvido. Como se adiantasse alguma coisa.


– Acabe logo com isso! – Pedi.


Alguns segundos passaram-se até ele dizer:


– Não consigo fazer com você aqui.


– Graças a Deus!


– Isso é um saco! – Chateou-se.


– Ah, por favor, até parece que é a primeira vez que te ouço urinar.


– Do que está falando? – Arregalou os olhos.


– Nunca vai saber. – Gargalhei.


– O que faremos?


De tanto ele enrolar, quem estava ficando com vontade de fazer xixi era eu. Aí sim, eu ia preferir morrer.


– Vamos sair daqui, pelo amor de Deus! – Implorei.


– Vamos até a cozinha, beberei muita água e depois mandarei ver. – Piscou o olho, divertindo-se às minhas custas.


Por que será que não me animei?


Na cozinha, foi uma luta para abrir a garrafa, eu a segurei e ele girou a tampa. Quando o idiota fechou a porta da geladeira, parte do vestido ficou presa.


– Tá louco? – Me preocupei. – Quer acabar com o casamento da sua mãe?


Ele riu. Eu sei, a frase soou esquisita, vindo de mim.


– Continuem! – Christian apareceu com sua maldita filmadora. – Finjam que não estou aqui.


Até parece que aquilo era possível.


Chateada, reboquei o cabeçudo até a sala. Lá estavam Marius e Nessie, com camisetas similares, escrito: VOTE NO TOICINHO! Até o porco estava metido numa. Somente Poncho mantinha-se distante, armado com um borrifador de álcool.


– Que porra é essa? – Questionei.


– São as camisetas da campanha eleitoral do Toicinho! – Marius explicou.


– Olha que maneiro. – Nessie se virou e li em suas costas: Patrocínio de O Romance do Poço.


– Seu filho da... – Me irritei. Christian nem ligou, procurando nosso melhor ângulo. Tentei dar um tapa na câmera e não consegui.


– Colaborem, esse vídeo vai bombar no site. Eu Odeio Dulce Maria é a web mais visitada em Dartmouth.


Respirei fundo, tentando me acalmar.


– A mundiça está pronta? – Marius me estendeu o leitão.


– Credo! Por que acha que eu pegaria nesse animal? – Fiquei enojada.


O serial killer resmungou:


– Vamos trabalhar, meu povo... – Puxou do bolso um papel e estendeu para seu irmão. – Preciso que façam uma propaganda pedindo para o povão votar no meu camarada e, de quebra, falem que as camisetas já estão à venda, on-line.


– Está nos usando em uma jogada de marketing? – Christopher nem acreditou no irmão.


– Não, seu idiota! – Esbravejei. – Ele está nos usando para ganhar dinheiro! – Encarei Christian, o reprovando. – Nunca vi coisa tão baixa, ambiciosa, repugnante, egoísta...


– Divido a grana com vocês.


– Eu falo o texto e Christopher segura o porco! – Mandei na lata. Meu Uckermann se surpreendeu com minha atitude. – Tá olhando o quê? Eu preciso de dinheiro!


– Eita, agora é que vai ser um papoco! – O viado saltitou.


Nos organizamos. Uckerzinhu segurou o suíno. Fiquei ao lado dele, ainda colada, de olho no texto dado por Christian. Marius e a mini-mim jogavam confetes no ar.


O QUE EU NÃO FAÇO POR DINHEIRO?


– Se preparem. Vou gravar! – O bisonhento alertou. – Luz, câmera, ação!


Comecei a ler:


– Olá, sou Samara-winezinha... – Parei e me concentrei em não matar ninguém na sala. Depois, continuei. – ...esse aqui ao meu lado é o Cabeçudo Cullen. – Prendi o riso, pois ele gemeu contrariado. – Estamos aqui por que amamos o Toicinho... – Poncho gargalhou. – ...por isso, esqueçam os cachorros, gatos, ovelhas, papagaios e tamanduás... – Nossa, esses eram os concorrentes? – ...a onda do momento é o porco mais estourado do pedaço! Porque ele é o único que promete...


– Realmente... – O suposto maconheiro interrompeu. – ...ele é o único, porque animal nenhum no mundo consegue prometer nada.


– Shhh! – Christian o mandou calar a boca. – Continue, Samara.


Era o jeito.


– Porque ele é o único que promete festas após os jogos, barris de cerveja na concentração do Umaas, farra todo final de semana e muito, muito mais!


– VIVA O TOICINHO! – Gritaram a bichona e a mini-mim, jogando confete na minha cara.


Revirei os olhos e comecei a ler o verso da página.


– Queridos eleitores, acabem com o autoritarismo da dinâmica exterior da sociedade impetuosa articuladamente... parei confusa. – O que é isso? – Ninguém ali entendeu nada.


– Quis encerrar com umas palavras bonitas que achei no dicionário. – Christian riu, julgando-se esperto. Passe o papel para Christopher. É a vez dele!


Assim o fiz. O porco se remexeu quando o peguei com uma mão só.


– Vou pular essa parte sem nexo do discurso. – Meu Uckermann avisou mal humorado. – Se votarem no super porco, eu, Christopher Alexander Luiz Cassillas Von Cabeçudo Uckermann, juro que irei deixar de ser... – Ele tirou os olhos do papel e irritado vociferou. – Não vou ler isso!


– Vai, cara! – Poncho incentivou, porque não era ele pagando mico.


– Ah, qualé? Leia logo! – Pedi, querendo encerrar o show de horrores. – Anda, homem!


– Ok, foi você quem pediu! – Fez cara feia para mim. – Juro que vou deixar de ser um molenga e vou arrepiar no poço com a Samara, ao vivo para todo mundo ver!


– O QUÊ? – Gritei.


Marius tomou minha frente, berrando:


– VOTE ANIMAL...


– VOTE RADICAL... – Nessie completou.


– VOTE DIREITINHO... – Falei por entre os dentes, muito fula da vida.


– VOTE NO TOICINHO! – Edward encerrou, jogando o papel amassado na câmera.


Lembrei-me de última hora e gritei:


– COMPREM AS CAMISETAS!


– Eeee....CORTA! – Gritou Christian. – Essa eleição está no papo!


– Bravo! Bravo! – Poncho bateu palmas, zombando.


– Ei, cara... – UCKERZINHU sorriu. – Tem sujeira atrás de você!


– ONDE? – Apavorado, borrifou álcool por todo lado.


Meia hora depois, eu já não suportava estar colada à Christopher. Era muito desconfortável.


– Então, o que ele disse? – Perguntei ansiosa.


– Seu pai falou que existe um dissolvente comercializado pela mesma marca da super cola, só que ele não achou o produto em Forks, por isso, teve que ir até Portland.


– Ah, não! – Gemi.


À nossa frente, observei a chuva cair através da parede de vidro. Como tínhamos passado a madrugada na estrada, me sentia exausta.


Quando eu menos esperava, Christopher falou:


– Certamente, eu não deveria estar dizendo isso, mas... está linda nesse vestido.


Pisquei os olhos, confusa, não esperava aquele elogio. Baixei a cabeça, corando.


– É bonito mesmo. – Comentei baixinho.


Ele girou o corpo, ficando de frente para mim. Meu nervosismo aumentou.


– Estou orgulhoso de você.


– Por quê?


– Pelo que fez pela Ge...Nessie.


Balancei a cabeça, não querendo abordar aquele assunto.


– Você não pára de me surpreender. – Sorriu.


– Pare de me elogiar.


– Por quê?


– Não estou acostumada. Sinto-me deslocada. – Admiti, cabisbaixa.


Meu cabelo cobria minha face rubra, o que eu não esperava é que Christopher soprasse suavemente mandando algumas mechas para longe. Ele parecia estar se divertindo, me vendo tão desconcertada e tímida.


– É melhor você se acostumar com elogios. – Provocou.


– Por que diz isso? – Desconfiei aturdida.


– Sabe aquela música que tocou e cantou para mim na Itália?


– A que mandei pelo celular? – Fiz careta, constrangida.


– Essa mesma! Mostrei para um pessoal que conheço no bar Hippy Shake e eles gostaram muito. Marcaram um teste para você na Quarta. Querem ver como se entrosa com o resto da banda.


Eu devia ter gritado: O QUÊ?


Fiquei imóvel, incapaz de esboçar qualquer reação. Fui atingida por um pavor inexplicável.


– Você está bem? – Christopher finalmente percebeu que eu ia ter um derrame.


– Diz...que...é...brincadeira! – Estremeci.


– É brincadeira!


– Mesmo?


– Não! – Deu um meio sorriso.


Coloquei a mão no peito, ofegando.


– Se acalma, eles me passaram uma lista de músicas que você precisa ensaiar antes da apresentação.


– Músicas? – Nunca um plural me meteu tanto medo. – Eu não sei! Eu não vou! – Me agitei.


– Irá tirar de letra. Relaxa, às Quartas-feiras, o bar não é tão cheio.


Minhas pernas fraquearam e o Uckermann me impediu de cair.


– Você disse que eu ia tocar só para a banda! – Vociferei.


– Acho que entendeu errado. – Não se importou com minha desgraça. – Fica fria, eu te ajudo se quiser.


– Me mata... – Fechei os olhos, me imaginando tocando em público. – ...sério, me mata agora!


– Canalize metade da coragem que tem para brigar e use-a ao tocar, e dará tudo certo.


– Você! – Enfiei o dedo na cara dele, brava. – Não tinha o direito de fazer isso!


O idiota nem ligou e mordeu levemente meu dedo. Respirei fundo sem saber o que fazer, eu não estava preparada para aquilo. Uma vez, cogitei a possibilidade, porém, saber que tinha data e hora marcada, fez minha cabeça girar.


– Shhh... – Christopher roçou o dedo em meus lábios. – Nós formamos uma dupla bizarra, mas muito eficaz. Conseguiremos dar um fim nesse seu medo de palco. – Aproximou a boca de meu ouvido. – Confie em mim! Eu sou bom nisso, até te fiz perder o medo de trovões. – Sussurrou.


– A SALVAÇÃO CHEGOU! – Meu pai atravessou a porta, brincalhão.


Mesmo na presença de Victor, meu Uckermann e eu nos mantivemos concentrados um no outro.


 


(...)


À noite, antes do jantar, fui tomar um banho para me tranqüilizar. Enquanto sentia a água escorrer por meu corpo, pensava no que faria na Quarta. Tinha calafrios só de me imaginar tocando para estranhos. Como alguém tão apaixonada por música como eu podia ser azarada ao ponto de quase enfartar ao ouvir a palavra: palco?


Coragem, Dulce, coragem!


Shania Twain - Don't Be Stupid


Brincando com a ducha, comecei a cantarolar baixinho, tentando me acostumar com a idéia de tocar profissionalmente. O country não era minha praia, por isso me esforçava tanto para gostar do ritmo. Fiquei aliviada por lembrar, ao menos, do refrão de uma canção do gênero.


– Don't be stupid, you know i love you (Não seja estúpido, você sabe que eu te amo)


Don't be ridiculous, you know i need you (Não seja ridículo, você sabe que eu preciso de você)


Don't be absurd, you know i want you (Não seja absurdo, você sabe que eu quero você)


Don't be impossible (Não seja impossível...)


Quando dei por mim, não só estava cantando alto, como também, dançando. Quem diria, hein? Esse era o tipo de coisa que nunca sairia daquele banheiro. Eu podia me soltar um pouco, afinal, eu precisava de um momento a sós comigo mesma. Dancei despreocupada, usando a ducha como microfone. Ri muito de mim mesma.


– I'm mad about you (Eu sou louca por você)


Can't live without you (Não posso viver sem você)


I'm crazy 'bout you (Eu sou louca por você)


So don't be stupid, you know i love you (Não seja estúpido, você sabe que eu te amo...)


Joguei as mãos para o alto. Era bom chutar o balde sem ter que me preocupar com nada, só para variar.


Inesperadamente, ouvi uma gargalhada estrondosa. Como o boxe estava fechado, não tive certeza se o som vinha mesmo do banheiro. Torci para que não. Então, a gargalhada se repetiu.


Engoli em seco antes de abrir um pouquinho o boxe. O que vi, me fez arregalar os olhos. Christopher estava sentado na ponta da pia de mármore, fazendo malabarismo com minhas escovas. Fechei o boxe tão rápido que ele chacoalhou audivelmente.


– O que está fazendo aqui? – Esbravejei.


– Cumprindo minha promessa de te ajudar. – Respondeu simplesmente.


Arfei.


– Onde está a privacidade dessa casa? – Me revoltei. – Estou tomando banho, caramba!


– Percebi. – Riu alto. – Não estou vendo nada, mas ouvi tudo!


Fechei os olhos, socando o ar de tanta vergonha.


– Vá embora!


– Não está cantando mal. – Zombou. – Nem sabia que você cantava no chuveiro.


O pior é que eu não cantava, no dia que abri uma exceção fui flagrada. Cara, cadê a minha sorte?


– Continue.


Abri novamente parte do boxe, me escondendo como podia. Então, gritei:


– Sai daqui!


– Quanta preocupação, pirralha... – Quando foi que ele ficou mais sarcástico que eu? – ...já conheço seu corpo como a palma da minha mão. – O idiota falou como se aquilo anulasse minha timidez.


Certo que ele já me vira nua, mas ali no banheiro me senti exposta. Se ao menos, ele também estivesse...


CALA A BOCA!


Gritei mentalmente para a parte de mim que era absolutamente louca por aquele babaca.


Chateada, peguei o vidro de shampoo que estava perto de mim e o joguei com força contra o sujeito. Infelizmente, ele desviou facilmente.


– Me passa a toalha! – Estendi o braço.


– Essa? – Pegou a toalha que eu havia deixado em cima da pia. Estreitei os olhos e ele considerou isso um sim.


Edzinhu a estendeu para mim, tentei agarrá-la, mas ele a puxou de volta.


– Puta merda! Sério, você passa horas planejando como me enlouquecer?


Gargalhou altíssimo.


– Às vezes, sim! Quero dizer, é divertido quando brigamos por coisas bobas. Poucas pessoas me fazem rir tanto.


Revirei os olhos. Eu tinha vocação para palhaça?


– Me dá aqui a toalha! – Fiz cara feia e ele riu outra vez.


Que estranho bom humor atingiu o Uckermann? Nem parecia o mesmo de Hanover. Lembrei-me do semblante dele, Alexa e Victor mais cedo. Era como se, de repente, ele transbordasse confiança e esperança.


Ok, ok, não sou burra. Sei que o cara ficou contente por presenciar as palavras que troquei com a mosca não tão morta, porém, eu não tinha dito nada que modificasse permanentemente nossa situação. Ou tinha?


– Vem buscar! – Chacoalhou a toalha. – Te desafio!


Bufei. O que deveria fazer?


– Vou te partir em dois! – Ameacei.


– Te desafio... – Cantarolou provocando. – Vem, pirralha, vem!


Aiiii... que ódio! Ele conhecia meus pontos fracos. Óbvio que eu não ia ficar por baixo. Queria aquela porcaria de toalha e iria tê-la.


Armei-me de coragem e abri completamente o boxe. Corando de vergonha até a alma, caminhei na direção dele e arranquei a toalha de sua mão.


– Viu só? – Ele riu triunfante. – Quando você se concentra no objetivo, esquece a timidez. Vai se sair bem na Quarta!


Só aí percebi o que ele fizera. Fiquei pasma ao notar que o cara estava certo. Nossa!


Me enrolei, cobrindo tudo direitinho.


– Então... – Christopher pigarreou. – ...não mereço um prêmio?


A insinuação dele encheu minha cabeça de imagens que fizeram meu coração disparar e minha pele arrepiar-se.


Porra! Concentra, Dulce, concentra! Se ele te quiser agora, vai ter que parar de te enrolar e te pedir em namoro... outra vez!


– Sim, merece! Acaba de ganhar uma passagem só de ida para fora do meu banheiro! – Apontei para a saída.


O Uckermann desceu da pia e foi para a porta. O inacreditável veio depois. Debochado, me imitou ao cantar:


So don't be stupid, you know i love you (Não seja estúpido, você sabe que eu te amo...)


Em seguida, puxou minha toalha e saiu correndo com ela.


– AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHH! – Meu grito de raiva ameaçou rachar todas as vidraças da casa.


Christopher PDV


Ri muito enquanto andava pelo corredor, cheirando a toalha que roubei do meu frango. Não sabia se era Forks, a Dulce de noiva ou ver ela tão madura e altruísta que estava me fazendo parecer um bobão apaixonado.


Era ótimo sentir que o futuro podia não ser tão terrível quanto imaginei. Talvez, no final, desse tudo certo. Será que a pirralha me entenderia quando chegasse a hora decisiva? Entenderia a todos nós?


Totalmente absorto, só notei que Poncho falava comigo quando me arrastou pela camisa até seu quarto. Bateu a porta com força atrás de si e vociferou, irado.


– Já chega, Christopher, para de fugir! Quero a verdade! Não me venha mais com rodeios, me diga o que sabe sobre a Alice agora!


Felicidade de Uckermann dura pouco!


Respirei fundo e dei ao meu irmão o que ele queria:


– Jake está apaixonado por ela. Acho que vai rouba-la de você!


(Continua...)


***


 



Gente so um hoj pois minha net ta uma bosta e sorry se eu nao postei no sabdo mas a net caiu de vez bjs e comenentem bom se quizerem {#emotions_dlg.cry}







 




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Autor(a): Anna Uckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 247



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  • loucas Postado em 14/12/2016 - 23:05:23

    Essa fanfic é perfeita demais pra ficar abandonada então por favor postaaaa mais

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 11:13:34

    posta por favor

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:22

    posta amore

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:37:10

    ENTÃO VE SE POSTA LOGOOOOOOOOOOOOO

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:56

    chantagem? BEM DOIDA, não seria capaz ^_^ MENTIRA! SIM! É UMA CHANTAGEM!

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:36:08

    se postar de novo deixo você com 280 coments ^_^

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:41

    comentei bastante linda agr pode postar hehuheuheuheuheuehuehe

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:14

    possta

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:35:05

    postta

  • lalavdlove Postado em 18/02/2016 - 01:34:56

    postaa


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