Fanfic: Feiticeiros da Lua | Tema: Vondy

◊Versão da Dulce:

  Parecia que eu andava a meia hora, mas provavelmente era apenas 10 minutos e era aquele lugar que confundia a minha cabeça fazendo o tempo parecer mais longo, os muros se estendendo infinitamente para cima e por todos os caminhos visíveis. A cada passo eu sentia que entrava mas naquele labirinto e que ficaria ainda mais difícil de sair uma vez realmente lá dentro.

  Algo se move perto de mim, como um galho se quebrando. Me viro com a faca em punho e com outra mão erguida pronta para incendiar qualquer coisa ou pessoa que tetasse se aproximar a meros 3 metros de mim. Espero paciente por mais alguma movimentação, mas nada acontece e eu relaxo parcialmente.

  Mesmo depois de ninguém aparecer, o que é realmente um alívio, eu vou em direção ao barulho com uma bola de fogo flutuando em minha mão e iluminando aos poucos o caminho. No meio do caminho quando eu já to quase desistindo e me virando pra voltar pelo meu antigo caminho eu paro e observo mais atentamente o chão turvo na minha frente. Por causa da névoa eu tenho que me abaixar para ver melhor e vejo um galho a menos de um metro de mim, quebrado em vários pedaços, como se o tivessem pisoteado várias e várias vezes.

 ‘'Dulce’’

  Me viro assustada pela voz estar tão perto e deixo a chama em minha mão se extinguir e seguro a faca com mais força em minha mão, mesmo estando apavorada tento me acalmar e controlar os meus poderes caso eu precise usá-los rapidamente.

  -Quem tá ai?- grito para o vazio com a voz tremendo, quando ouço barulho só que agora atrás de mim me viro já lançando uma bola flamejante naquela direção e logo em seguida ouço um gemido de dor e o som de algo se arrastando no chão – Aparece logo antes que eu jogue outra – ameaço e ouço os passos se aproximando.

  -Por favor Dulce, me ajude - perco o folego quando Ucker aparece na  minha visão todo machucado, sangrando e com os olhos desesperados e cheios de medo - Por favor - pede de novo e eu corro até ele tentando ajudar de alguma forma, mesmo sabendo que ele estava machucado por minha causa.

  Sua perna estava em carne viva e começando a formar bolhas do tamanho da minha mão fechada em punho, seu corpo e roupas estavam chamuscados e metade do seu rosto preto como carvão de tão queimado, eu tinha lhe acertado em cheio mesmo n querendo.

  -Calma amor, você vai ficar bem- digo lhe arrastando até o muro e lhe fazendo ficar sentado.

  -O que você tá fazendo? - pergunta ao me ver colocar as mãos em sua perna e solta um palavrão ao sentir a dor do contato de nossas peles.

  -No começo do meu treinamento com o Marcos ele me ensinou com ajuda da Helena o poder de cura que ela tem e que eu também tenho- explico e em vez de compreensão em seus olhos só vejo mais confusão e é quando um pensamento repentino me vem a mente e eu me afasto dele aos poucos.

  -Por que você tá se afastando?-indaga confuso e desesperado.

  -Como você veio parar aqui?- ele me encara com uma confusão ainda maior e tenta se levantar, mas cai sentado no meio do processo e eu quase estico para lhe ajudar, mas fico plantada no lugar esperando sua resposta.

  -Você me chamou aqui Dulce- diz com irritação e eu nego- Você me chamou, eu lembro...lembro… eu lembro?- sua voz fica cada vez mais vazia e ele parece desesperado para provar seu ponto, mas n tem nada para provar, ele n é…real.

  -Você n é real- digo tentando manter a voz firme mas meus olhos embaçados me contradizendo.

  ‘’Lembre que nada daquilo que você ver é real.’’

  Prendo a respiração quando lembro o que Marcos disse e que agora fazia sentido, nada daquilo que eu via era real, era apenas uma manipulação daquele lugar e talvez da minha mente, eu precisava sair daquele lugar de uma vez.

  -VOCÊ N É REAL- grito e saio correndo em disparada para o lado oposto em que ele estava sentado, continuo ouvindo seus gritos mesmo depois de vários metros causados pelos ecos do lugar e me concentro em n lhe dar ouvido e voltar, aquele n era o Ucker, aquele n era a pessoa que eu amava e nunca seria, mais mesmo assim doía deixar mesmo que um clone de Ucker sofrendo.

  Continuo correndo até meus pulmões me forçarem a parar em busca de ar, ok pulmões, vocês venceram dessa vez. Bebo água que por sorte n caiu do meu cinto e quase gemo quando ela entra em contato com a minha boca, pra minha má sorte a faca que estava comigo tinha ficado caída ao lado do falso Ucker e eu n tinha me lembrado dela até agora quando precisei parar. Sem a faca eu teria apenas os meus poderes para me protegerem, o que já era grande coisa considerando como eu estava quando cheguei na escola.

  Mesmo contra vontade eu continuei o meu caminho, mesmo n sabendo para onde ir eu seguia em frente e quando tinha alguma curva eu fazia o mais lógico, tirava uni-duni-tê e o ganhador seria o caminho a seguir, estava funcionando muito bem até agora, tomara que continue assim e que esse macete n me leve para um centro de clones malvados que farão de tudo para eu cair na tentação, como se isso fosse possível.