Acho que ele não tinha me visto como uma garota que transava só por transar, e, embora eu pudesse ter descido na opinião moral dele, tinha subido na lista de seu interesse. Se tivesse oportunidade, acho que ele teria dobrado os esforços para falar comigo, agora que havia provas de que eu era fácil.

— Tudo bem. Vou ficar por aqui.

Eu não.

Sem nem olhar para Anahi, saí da pista de dança, fui direto para a frente do bar e peguei meu casaco na chapelaria. Eu precisava de ar puro. Precisava não perder a cabeça completamente. Sabendo que Ucker normalmente ficava entediado no trabalho e ia me responder, peguei o celular na bolsa e digitei uma mensagem.

D - PODE ME PEGAR NO REPUBLIC QUANDO SAIR DO TRABALHO?

Ele saía à meia-noite, e eu não via a hora de ir embora.
A resposta veio em seguida.

U - CLARO, OQ ACONTECEU COM NOITE DAS MENINAS?

D - UM DESASTRE. OBG. TE VEJO MAIS TARDE.

Anahi saiu de repente da boate atrás de mim.

— Dulce! Dulce, o que foi? O que aconteceu?

Virei e gritei com ela.

— O que aconteceu? O que aconteceu é que você acha perfeitamente normal falar pra um cara em quem eu não estava nem um pouco interessada que eu tenho um PA! E, para sua informação, eu não tenho. Eu ainda sou virgem!

Maite saiu a tempo de ouvir essa declaração.

— O quê? Você disse que tinha transado com o Ucker!

— Eu não? disse isso. Vocês concluíram. Sim, a gente ficou, mas não teve penetração. — O porteiro me lançou um olhar estranho. Baixei a voz, estremecendo de frio, mas furiosa demais para voltar para a boate lotada e fingir que nada estava errado. — Isso é mais do que sexo. A gente está se conhecendo.

Elas trocaram um olhar nervoso, e eu sabia o que estavam pensando. Que a proposta não era essa, e que raios Ucker estava fazendo, afinal