— Desculpa, Dulce, não era assim que eu achava que as coisas iam acontecer — lamentou Anahi. — Achei que você ia ser... você sabe... tipo, iniciada pelo Ucker, depois ia se sentir mais confiante e ia encontrar um cara legal.

— O Ucker é um cara legal. — Respirei fundo algumas vezes e tentei me controlar. Maite secou os olhos, o rímel escorrendo pelo rosto.

— É? — Anahi parecia em dúvida com essa declaração. — Eu imaginava você com um nerd. Tipo um cara que vai ser o próximo Bill Gates.

Consegui interromper o fluxo de lágrimas e me abracei para parar de tremer.

— Fico feliz por vocês se importarem tanto, mas, sinceramente, eu quero sair com o Ucker. Está tudo bem, tá bom? Eu não sou burra. E estou me divertindo.

— A gente só não quer que você sofra.

— Eu sei. Mas talvez vocês possam me deixar fazer minhas próprias escolhas e, se eu fizer besteira, vocês podem me comprar sorvete e me dar conselhos, tá? Eu prefiro escolher os caras. Chega de vocês me arrumarem alguém. — Especialmente se envolvesse dinheiro trocando de mãos.

— Bom, não posso argumentar com isso — disse Anahi. — Tenho que admitir que eu não ia gostar se vocês tentassem me arrumar alguém.

Maite fez sinal de positivo com a cabeça.

— Eu te amo tanto. Você é minha melhor amiga, e eu só quero te ver feliz.

Isso fez meus olhos se encherem de lágrimas de novo. O que a fez começar a chorar outra vez. Anahi secou os olhos.

— Ai, meu Deus, parem. Vocês duas estão me matando. E acho que eu preciso de um abraço em grupo.

Eu também precisava. Não fiz nenhuma objeção quando elas me envolveram num abraço, e todas nós fungamos no frio, meus dentes batendo, os braços nus da Maite cobertos de pelos arrepiados.

— Que raios está acontecendo aqui? — perguntou Zora. Nós nos separamos e a vimos parada na entrada da boate, toda desgrenhada.