Maite e Christian estavam aninhados no quarto dele, e Ucker tinha saído para comprar cerveja quando Grant apareceu. Fui atender à porta achando que fosse o Ucker. Alguém devia ter travado a maçaneta sem querer, porque a porta do apartamento quase nunca era trancada. Mas, quando abri, Grant estava ali, desengonçado, o cabelo despenteado caindo nos olhos e as mãos enfiadas nos bolsos da frente. Meu sorriso desapareceu, e um nó de tensão se formou em meu estômago.

— Ah. Oi.

— Oi. — Ele se moveu para entrar no apartamento e, por um segundo, esqueci de sair do caminho, surpresa por ver o cara ali, parado de um jeito tão casual, com um sorriso tímido no rosto.

Quando bloqueei o caminho dele, suas sobrancelhas se ergueram enquanto ele virava de lado, com o corpo mais perto do meu do que eu gostaria.

— Posso entrar?

Isso me tirou da paralisia. Antes eu não tinha me mexido, mas agora me mexi rápido demais e tropecei nos meus pés enquanto saía da frente dele.

— Claro.

Não era o meu apartamento. Eu não tinha o direito de dizer que ele não podia entrar, e achei que o Christian tinha convidado o Grant para ver o jogo de futebol americano com todo mundo. Mas eu não podia perguntar ao Christian, porque ele e Maite estavam em algum tipo de reencontro sexual no quarto. O lábio machucado dela fez com que ele ligasse e implorasse para vê-la, e ela me obrigou a ir junto como apoio moral. Não que eu me importasse, porque eu sabia que Ucker estaria lá.

Mas não Grant. Por essa eu não esperava. Ignorando-o, fechei a porta e voltei para a minúscula cozinha, onde eu estava cortando queijo e esquentando rolinhos de pizza para a hora do jogo. Infelizmente, ele me seguiu até lá.

— Cadê todo mundo?

— O Ucker está no mercado. A Maite e o Christian estão no quarto dele.

Ele fez uma careta.

— A Anahi não veio?

— Não. — Aí eu me lembrei do que ele disse naquela noite sobre passar o beijo para Anahi