Sinceramente, eu era quem menos sabia o que estava acontecendo. Todos eles estavam no Esquema para Fazer a Dulce Trepar. Bom, eu não sabia se Christian sabia, mas parecia provável, já que Maite era próxima dele.

— Tenho que ir pra aula. — Eu me levantei e peguei meu prato com a quesadilla que quase não comi.

— Dulce — começou Maite, mas Anahi balançou a cabeça para ela, num sinal para me deixar ir embora. E eu fui, com um aceno e um meio-sorriso. Ucker me mandou mensagem na quarta e eu não respondi. Mandou de novo na quinta e eu não respondi. Quando ele me mandou mensagem na sexta, senti minha pele tensa, e minhas pernas não paravam de mexer sempre que eu me sentava. Meus dedos pareciam frios o tempo todo, e eu estava com olheiras profundas de insônia. Tudo que eu ouvi a Maite e a Anahi dizerem e tudo que o Ucker tinha me falado ficavam rodando e rodando e rodando na minha cabeça como um redemoinho violento. Passei mais horas que o necessário no laboratório, com o rosto coberto por óculos de proteção, afogada no jaleco. Na sexta, fui ao abrigo de animais, apesar de não estar escalada para trabalhar. Eles sempre precisavam de ajuda extra, e eu não queria ficar no meu quarto nem no refeitório com todo mundo. O que eu não esperava era que Ucker fosse aparecer no abrigo. Eu estava agachada brincando com uns filhotes de beagle quando ouvi a Joanne:

— Dulce? Seu amigo está aqui.

Olhei para cima e as sobrancelhas dela estavam levantadas de um jeito interrogativo. Ela parecia preocupada. Atrás dela estava o Ucker, com as mãos enfiadas nos bolsos da frente. Perdi o equilíbrio e caí sentada. Os cachorrinhos pularam na minha frente e tentei controlá-los, bloqueando com as mãos as pequenas línguas determinadas a lamber meu rosto.