Fanfic: Refém De Um Amor AyA [ Cancelada ] | Tema: AyA | Ponny

Capítulo 20 - Apesar De Tudo Eu Te Perdoo 

Ainda sem saber o que responder, Anahí e eu ficamos um tempo bolando desculpas para a Senhora não perceber que se tratava de nós os tais jovens procurados pela polícia. Até que ela olhou novamente a foto e sem querer acreditar deixou o jornal de lado.

-- Já que vocês não sabem quem são esse dois e pagaram a estadia, é melhor vocês irem embora porque pode aparecer esses jovens da fotografia e podem ser perigosos. Tomem cuidado vocês dois. Terei de ir agora resolver outras coisas. Podem ir e voltem quando quisesserem. -- a Senhora disse e saindo de trás do balcão foi atender as solicitações dos hóspedes.

Olhei para Anahí que estava apreensiva. Quase fomos descobertos. Me certifiquei de que não prestavam atenção em nós e a peguei pelo braço saindo logo daquele hotelzinho. Caminhamos apressados até nos destanciar de forma segura do hotelzinho. Realmente ficar muito tempo ali poderia ser mais do que perigoso, poderiam nos achar, levar para delegacia e claro me jogar na primeira sela que vissem pela frente. Entrar nesse esquema foi de fato a pior coisa. Enquanto caminhava ia pensando em tudo que aconteceu. Com toda certeza não a veria mais depois daquilo tudo. De uma certa forma, fiquei triste mas seria o melhor já que a parti do momento em que Anahí aparecesse todos, inclusive o pai dela, pediriam explicações e ela iria contar e junto me entregar como o principal mentor de tudo.

Percebi Anahí muito calada. Estava com olhar distante e toda hora olhava para trás sempre que um carro passava por nós. O que ela estaria pensando ? Resolvi tentar perguntar.

-- Algo te preocupa ? Acha que estamos sendo seguidos ? -- perguntei caminhando ao lado dela

Demorou alguns segundos até que ela respondesse.

-- Fiquei muito preocupada com aquela Senhora do hotelzinho. Para mim ela reconheceu a gente mas fingiu não ver nada para, caso a polícia ou alguém aparecesse perguntando por nós, ela dissesse simplesmente que não viu nada. O que seria um alívio mas uma hora poderia acabar falando. -- Anahí disse muito tensa. Desde que saímos do galpão ela não ficava tão intimidada.

-- Se ela falar ou não, assim que chegarmos com toda certeza seu pai vai te fazer falar assim como o meu pai me cobrará milhões de explicações. -- falei simplesmente e era a mais pura verdade.

Ficamos em silêncio boa parte do resto do caminho. Chegamos em um dos bairros mais próximos da onde eu morava, mas antes deveria deixar ela em segurança na casa dela. Apenas perguntei qual bairro era e perto da onde ela morava e fomos em silêncio até chegar na esquina da grande mansão onde Anahí mora. Senti o coração apertar, porém não disse nada. Minha culpa já era o suficiente para ela me odiar para sempre. Pelo menos compri a promessa e não a coloquei mais em risco e apesar de ter sofrido uns dias, ela estava viva e inteira. Era chegada a hora da despedida.

-- Espero que fique bem Anahí. Me perdoe por tudo. A ideia não foi minha mas me deixei levar e enfim. Pode me entregar para seu pai e a polícia, porque eu mereço mesmo. Mesmo que você não queira mais me ver... -- fui interrompido e Anahí começou a dizer.

-- Não pense assim Alfonso. Quando você cumpriu nosso acordo eu vi que é inocente. Escutei algumas conversas dos dois comparsas que ficaram lá com você e seus amigos e descobri boa parte da história. Fiquei muito magoada com você no início, porém estava me sentindo tão mal lá dentro e seus cuidados quando eu fiquei doente me fizeram ver que tem um coração bom. Fica tranquilo que os culpados serão punidos. -- ela me falou e aquelas palavras me pegaram de surpresa.

-- Brigado por não ficar com raiva de mim. Melhor eu ir agora. Tenho uma longa história para explicar ao meu pai. -- passei a mão nos cabelos já imaginando a bronca imensa que Seu Eric me daria por tudo que fiz. E a confiança abaixo de zero que passaria a ter dele. -- Vou indo então. Prometo que não apareço mais. -- disse a ela e vi seus olhos azuis se encherem de lágrimas. não poderia fazer mais nada.

Me virei para ir embora e dei alguns passos até a ver correndo em minha direção e por incrível que pareça me deu um abraço bem apertado. Fiquei sem entender mas retribuí. Abraçar ela e estar tão perto já diminuía a culpa que eu estava sentido, porque machucar ela não estava nos meus planos. Teria um acerto de contas com Christian em breve e o faria pagar por cada humilhação que Anahí passou e a traição a minha amizade por parte dele. No momento só sabia sentir aquele frágil corpo entre meus braços e as lágrimas daqueles olhos hipnotizantes molhando a camisa que eu vestia. Afaguei os cabelos dela e fiquei vários minutos acalmando aquele doce ser. No momento seguinte, Anahí levantou um pouco a cabeça e nossos olhares se encontraram. Apesar das lágrimas, que eu gentilmente fui limpando, o olhar dela continuava lindo. Me culpei ainda mais por tudo e a teria soltado para que finalmente ela estivesse livre, senão fosse a forma inesperada que me puxou e só percebi o que houve quando nossos lábios já estavam grudados. Um beijo carinhoso com sabor de medo, misturado ao sabor de "apesar de tudo eu te perdoo".