Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

Acordei com o toque do meu despertador e automaticamente desejei ter dormido um pouco mais cedo na noite passada. Eu morava com meus pais em Boston desde que me entendo por gente. Atualmente tenho 23 anos e a mais ou menos três meses me mudei para Vancouver onde trabalho como secretária em um dos melhores, senão o melhor hospital do país: Empire Swan's Hospital, e coisas como acordar cedo vem no pacote.

Moro sozinha em um apartamento, não muito grande mas confortável. Meus pais tem boas condições de vida mas sempre preferi me virar sozinha, por isso trabalho para pagar a faculdade de medicina na qual é minha paixão, e já de quebra meu atual emprego é em um hospital, ironias do destino.

Levantei e me arrastei até o banheiro do meu quarto. Tomei uma ducha rápida e fui escolher a roupa do dia.

Decidi ir com uma calça jeans preta, um suéter verde escuro e um sapato Oxford cor creme. Prendi meus cabelos (que iam até um pouco a baixo dos ombros) em um 'rabo de cavalo' despojado deixando meu franjão cair pelas laterais do meu rosto. Uma maquiagem básica e já estava pronta.

Ser secretária não exigia muito de mim quando a questão era o look, mas também não iria apegar-me tanto a isso. Precisava estar no mínimo apresentável.

Fui até a cozinha americana, peguei duas torradas, geléia de maçã (minha predileta) e suco de laranja. Tomei meu café da manhã sem pressa, pelo menos até notar que eu estava 10 minutos atrasada. Por sorte, o Dr. Hopper (do qual sou secretária) chega um pouco depois do  horário. Corri para o estacionamento do prédio e entrei no meu carro (um Honda Civic modelo 2010 vermelho) e sai em disparada para o hospital, e como já era de se esperar quase não encontrei vaga no estacionamento dos funcionários, mas pelo menos vi que o carro do Dr. Hopper ainda não estava na sua vaga.

– Senhorita Mills. – o segurança comprimentou-me amigavelmente na entrada do hospital. Fiz um asceno com a cabeça e entrei.

Logo notei uma movimentação estranha no grande hall do hospital, os funcionários pareciam apreensivos enquanto os zeladores tentavam deixar tudo mais impecável do que já estava, se é que era possível. Então avistei Ruby, minha amiga e colega de trabalho conversando com Belle, recepcionista e também minha amiga.

– Qual é a dessa movimentação? – perguntei me juntando a elas.

– Bom dia 'pra você também, Regina. – falou Belle ironicamente.

– Você não 'ta sabendo, Gina? – foi a vez de Ruby perguntar. Tentei lembrar se hoje era algum dia importante ou algo do tipo, mas nada me veio à mente.

– Sabendo do que? – questionei não obtendo resposta. Vi a expressão facial das duas mudarem radicalmente de divertida para tensa enquanto olhavam para um ponto fixo atrás de mim. Me virei rapidamente dando de cara com a visão do paraíso. Era exatamente isso, o paraíso. Uma mulher um pouco mais alta que eu, olhos verdes penetrantes, cabelos ondulados longos e loiros que caiam perfeitamente sobre seus ombros. Tinha o maxilar firme e uma postura imponente dentro de um terninho feminino cinza e uma calça social da mesma cor. E salto meia pata da cor preta.

Ela estava muito próxima a mim, me encarando profundamente. Eu podia sentir um aroma doce-amadeirado vindo dela, era embriagador.  

– Bom dia. – falou ainda me encarando com uma voz fria e extremamente sexy. Meu corpo todo se arrepiou de forma instantânea. Ela levou a mão direita aos cabelos jogando-os para trás. O que a deixou ainda mais sexy. – Senhorita Frensh, prepare o histórico de trabalho de todos os secretários do hospital e mande para minha sala em no máximo 20 minuto. – desviou o olhar para Belle, para o meu alívio. Logo verificou as horas em seu relógio de pulso que percebi ser caríssimo. – com licença. – caminhou graciosamente para o elevador, só consegui voltar voltar a si quando ela entrou no mesmo. Ainda assim me perdi em meio aos pensamentos. Quem seria essa mulher tão intrigante? Seria uma nova médica? Pela forma que falou com a Belle deveria ser alguém influênte no hospital. E por falar em "fala", que voz era aquela? Ou melhor, que mulher era aquela! Foi impressão minha ou ela me encarou por mais tempo que o necessário? Não, não. Isso é coisa da minha cabeça. Mesmo assim, aquele olhos... Eram hipnotizantes! Completamente excitantes... Opa, espera, espera, espera. Excitantes? Regina Mills, você não gosta de mulheres! Ou gosta? Tenho que reaver meus conceitos.  Mas com certeza aquela mulher tem todos aos seus pés. Inclusive eu.

Fui despertada dos meus devaneios pela voz de Ruby.

– Uau! – falou com a expressão incrédula.

– Uau mesmo! – dessa vez foi Belle a se pronunciar.

– Alguém pode me dizer quem é essa mulher? – perguntei já um pouco impaciente, de alguma maneira o "encantamento" das duas pela "senhorita perfeição" me incomodou.

– Simplesmente Emma Swan. – Senti um tom de adoração na voz de Ruby. Mas me espantei ao reconhecer o nome.

– Não brinca! – falei incrédula. – a toda poderosa dona desse império?

– A própria. – respondeu Belle.

Sempre imaginei que a dona desse hospital fosse no mínimo imponente, mas Emma Swan com toda certeza me surpreendeu, extrapolou todas as minhas expectativas. Eu ainda não a tinha conhecido pois alguns dias antes de eu começar a trabalhar aqui ela havia feito uma viajem de negócios, e mesmo assim nunca me veio a cabeça o interesse de pesquisar sobre ela. Mas arrependo-me profundamente de não ter feito isso. A mulher com certeza era surpreendente de todas as formas. Se eu me encatei com ela? Isso é pouco! Eu estava completamente de quatro para a sua beleza. E acho que não era a única, a julgar pelos olhares de todos os funcionários do hospital.

Fui arrastada para o "mundo real" pela voz do meu chefe, o Dr. Hopper.

– Ao trabalho, Srta. Mills! – falou com um sorriso brincalhão.

Meu chefe era um amor de pessoa. Sempre muito atencioso e gentil. Ao longo desses 3 meses nunca houve problema entre nós. Muito pelo contrário, vez ou outra sempre conversavamos e fazíamos piada um com o outro. Eu poderia sem problema algum considera-lo um amigo.

– Sim senhor! – respondi no mesmo tom brincalhão. – até mais tarde, meninas.

– Até! – responderam em unissoro. Logo segui para minha mesa.