Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

Acordei com uma enxaqueca insuportável, resultado dos incontáveis copos de whisky que tomei na noite anterior e, para piorar, o ocorrido com Emma na mesma noite.

Cada vez tenho mais certeza de que minha chefe viu o que quase aconteceu entre Robin e eu. Mas eu não teria porque me preocupar com isso, teria? Afinal, eu não devo satisfação Emma. Mas com certeza toda aquela situação me incomodou. Por sorte, eu tinha Tinker ao meu lado, e isso me ajudou bastante naquele momento.

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Depois de uma "bela" manhã de aulas na faculdade, eu já estava no hospital. Emma não havia chegado ainda, mas Ruby e eu já estávamos à postos.

Minha amiga estava toda animada, pois hoje era o dia do jantar dela com o Graham na casa dos Swan. Não parava de falar sobre isso, mas ao contrário do que se pode imaginar, isso não me incomodou.

Alguns minutos depois minha chefe chegou, entrando em sua sala rapidamente com uma expressão irritada, o que assustou não só eu como a Ruby.

– Ih, parece que nossa chefe não 'ta nos seus melhores dias. – comentou.

– É, acho que é melhor a gente começar logo a trabalhar, senão a gente se ferra. – falei em um tom irônico, porém, preocupado. Pois era eu que iria ter que passar o dia olhando para a cara de mal humor da Swan.

Logo entrei na sala e me acomodei em minha mesa. Swan estava na dela, analisando alguma coisa no notebook, com a mesma expressão de quando chegou. Então, comecei meu trabalho.

– Que tipo de relação você tem com esse tal de Robin Hood? – perguntou sem cerimônia, eu congelei no mesmo instante. Mas como ela sabia o nome do meu amigo?

– E-ele é meu amigo. – meu nervosismo ficou perceptível.

– Amigo que tenta te beijar? Interessante. – falou rude. Em nenhum momento olhou para mim.

– Eu não te devo nenhuma satisfação, Sra. Swan! – disse incomodada com a forma ríspida que Emma falou comigo.

– Ah, não? – finalmente olhou para mim, com um sorriso irônico e hostil.

– Você não tem o direi... – me interrompeu.

– Eu não tenho o direito de quê, Srta. Mills? Por que isso nunca me impediu em nada. – voltou a olhar para o seu notebook.

– Isso não é muito justo. – falei baixo mas Emma acabou escutando.

– E quem é você para falar de justiça depois da palhaçada que fez comigo? – uau, aquilo foi bem pior que um tapa na cara. – Se você não queria nada, era bem fácil. Simplesmente tivesse dito isso com todas as letras, mas ao contrário disso, você cedeu a quase todas as minhas investidas. E depois de tudo vem dar uma de desentendida com essa historinha de que não quer ser minha amante? Sinto muito, Srta. Mills, mas você jogou isso por terra no momento em que foi para a cama comigo! – apesar daquelas palavras terem me machucado, eu percebi algo no tom de voz da Swan. Ela estava magoada.

– Emma...

–  Não, Regina! Não me venha com suas desculpas. Eu só quero um motivo plausível para você ter feito o que fez. – falou direta.

– Eu.. é... – droga! O que eu iria dizer? Emma simplesmente havia me deixado sem chão naquele momento, por um instante me coloquei em seu lugar. – Emma... – respirei fundo tentando me acalmar. – Nunca daria certo isso. Não mais. Por um momento até pensei que talvez eu pudesse encarar, mas depois vi que não é bem assim. Me desculpe. – tentei ser o mais superficial possível com aquela situação.

Emma se levantou ficando em pé em frente a minha mesa. E cruzou os braços encarando-me.

– Porque? Porque não pode encarar? – perguntou tentando controlar a raiva.

– Por que estou gostando de você mais do que eu deveria. – falei sem pensar e acabei me arrependendo na mesma hora.

A expressão de Emma rapidamente mudou de irritada para assustada. Descruzou os braços e levou uma das mãos a nuca em sinal de nervosismo. Virou-se de costas para mim, inquieta. Só então se pronunciou.

– Remarque todos os meus compromissos de hoje para amanhã. Assim que terminar está dispensada. – falou tudo ainda de costas para mim e se dirigiu depressa para a saída da sala, desaparecendo através da porta dupla, deixando-me aturdida em minha mesa.

– Droga! – falei alto. Porque eu tinha que abrir essa minha boca? Agora eu não tinha mais certeza de nada. Estava sozinha nessa sala enquanto Emma estava por aí sabe-se lá aonde pensando só Deus sabe o quê. Talvez eu corresse até o risco de perder meu emprego. Muito bom, Srta. Ferrada Mills! Fui desperta dos meus devaneios pelo toque do interfone em minha mesa, vi que era a Ruby e logo atendi.

– Gina, porque a Emma saiu da sala daquele jeito, e ainda me dispensou por hoje? – foi logo perguntando.

– E você acha que eu sei? – fingi. – Vai entender o que se passa pela cabeça da nossa chefe.

– Tem razão. Vamos ao shopping então? Preciso de um vestido novo 'pra hoje. – pediu.

– Claro, vamos sim. – falei.

Fomos direto do hospital para o shopping. Depois da Ruby andar por todas as lojas e provar quase todos os vestidos de cada uma delas, finalmente ela escolheu um.

Quando cheguei em casa, aproveitei o tempo livre para estudar, afinal, quando se trata de curso medicina, todo tempo livre é valioso.

Depois de algumas horas afundada nos livros, tomei um banho e fiz um sanduíche natural com suco de laranja, que serviu como janta. Logo depois caí na cama e dormi rapidamente, tentando não pensar nos acontecidos do dia.

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Era sábado então quando acordei já se passava das 11h00 da manhã. Era muito raro eu acordar tão tarde.

Depois de um banho relaxante, me arrumei e tomei um café da  manhã com cara de almoço enquanto assistia um noticiário qualquer na TV.

Enquanto eu estava a caminho do hospital, já imaginava a animação de Ruby contando como foi o tal jantar na casa dos Swan. Mas quando cheguei, o que vi foi Emma na recepção falando algo com Belle, Ruby também estava lá apenas observando. Logo depois Swan virou-se para a Ruby e começou a conversar normalmente como se fossem antigas conhecidas. Aquilo me incomodou profundamente, ela lançava uns olhares para minha amiga que eu os conhecia muito bem, pois já havia recebido os mesmos olhares. Se eu já estava incomodada, dessa vez fiquei extremamente irritada. Se era ciúmes? Lógico! Eu sabia muito bem que a Ruby cederia fácil a qualquer mínima invertida da minha chefe, mas não foi com a minha amiga que eu fiquei chateada, e sim com Emma. Como ela tinha coragem de fazer aquilo depois de ontem?

Não aguentei ficar olhando aquilo por muito tempo, andei depressa em direção ao elevador. Ouvi Belle e Ruby falarem comigo mas não dei importância, simplesmente entrei no elevador e segui para o último andar.

Depois de alguns minutos, Emma apareceu na sala e foi trabalhar normalmente com um sorriso nos lábios, aquilo me deixou ainda mais furiosa e com certeza ela percebeu.

O resto do dia Swan só falou comigo quando o assunto tinha haver com trabalho. Tivemos 3 reuniões em um só dia, por conta dela ter remarcado para hoje todos os compromissos de ontem.

Quando finalmente o turno de trabalho acabou, mais cedo do que eu esperava, fui a recepção e fiquei conversando com Belle e Ruby.

– Então, Rubs. O que você e a Swan estavam conversando aqui na recepção? – perguntei como quem não quer nada.

– Nada demais, era só sobre o jantar de ontem. – respondeu. – E por falar nisso, eu tenho que te contar como foi! – falou animada.

– Claro! Eu te levo em casa enquanto você vai me contando. – disse já pegando a chave do carro.

Enquanto estávamos a caminho da casa da Rubs, ela me contava tudo nos mínimos detalhes. Me falou detalhes da mansão dos Swan,  que havia conhecido a Elsa, a outra irmã de Emma e Graham, que os pais deles eram uma simpatia só e que achou estranho que a esposa de Emma não compareceu ao jantar, já que nossa chefe tbm estava nele.

– Ah, Gina! E quando ele me deixou na porta de casa, se despediu com um beijo! – dava pulinhos no banco do passageiro. – E que beijo! – falou toda boba. Ruby as vezes parecia uma criança, mas eu amava isso nela.

De repente o meu celular tocou. Parei o carro no acostamento e peguei o celular. Quando vi na tela o nome "Emma Swan" todo meu corpo enrijeceu. Respirei fundo e atendi.

– Sra. Swan. – falei formalmente.

– Srta. Mills, eu sei que o turno já acabou mas surgiu alguns imprevistos que temos que resolver imediatamente. Ligue para a Srta. Lucas avisando e venham para o hospital. Não demorem! Até daqui a pouco. – disse e desligou.

– O que ela queria? – perguntou Ruby.

– Imprevistos. – fiz uma cara de desagrado. – Temos que voltar 'pra o hospital.

Ruby cruzou os braços e bufou. Dei a volta no carro e me dirigi de volta ao hospital.