Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

Droga! Porque Regina tinha que ser tão insolente? As coisas não eram como ela estava pensando, e nem ao menos me deixou explicar!

Percebi que eu estava apenas de roupa íntima, então vesti a primeira blusa e calça que vi à minha frente e desci as escadas praticamente correndo.

Por sorte, o portão de saída estava fechado, então Regi ainda não havia saído. Ao descer todo o lance de escadas, me deparei com Lily na sala encarando-me com um olhar confuso.

– O que aconteceu para ela sair assim? – perguntou.

– Marian. – apenas precisei falar isso para que ela entendesse.

Sai rápida pelo jardim da casa encontrando Regina perto do portão, mal me aproximei e ela já foi falando.

– Abra! – disse curta e grossa.

– Você não pode sair assim, Regi. Vamos conversar. – pedi, já vendo que seria em vão.

– A gente não tem nada o que conversar. Eu quero ir embora, Sra. Swan. Abra esse portão enquanto ainda estou calma. – vi que ela controlava ao máximo sua raiva, mas que mesmo assim ficava evidente.

– Deixe que ao menos eu te leve em casa. – pedi, quem sabe assim conseguiria explicá-la o que estava acontecendo.

– Eu vou de táxi. – insistiu.

– Você não vai encontrar nenhum táxi por aqui, Regina. Não seja teimosa! – minha paciência estava no limite. Ouvi a voz de Lily chamando-me a pouca distância. Logo ela estava ao meu lado.

– Pode deixar que eu levo ela em casa. – falou. A reprovei com o olhar no mesmo instante. – Quando ela estiver mais calma vocês conversam. – falou baixo em meu ouvido. Mesmo eu não gostando daquela ideia, acabei aceitado. Era o melhor a se fazer naquele momento.

Entrei em casa querendo esmurrar a primeira coisa que eu visse e, no caso, foi a parede. Eu só queria poder descontar minha raiva em algo.

Subi novamente para o meu quarto e peguei meu celular, enviando rapidamente uma mensagem para Marian e as outras duas amantes.

"Não me procure mais. Não há mais nada entre a gente.

Emma."

Não precisei dar maiores explicações. Não me importava se tinha sido grossa ou algo do tipo. Sempre deixei claro para as três que o envolvimento que tínhamos duraria o tempo que eu quisesse, da mesma forma que acabaria quando eu achasse necessário. Eu deveria ter feito aquilo muito antes, mas Regina me fazia esquecer de tudo facilmente.

A verdade é que eu não via minhas amantes desde um dia antes de ir a Roma. E foi exatamente por isso que Marian havia mandado aquela mensagem. Já fazia quase um mês que não nos víamos, e antes nunca precisou que uma delas me chamasse, eu simplesmente ia quando queria, e nunca demorava a ir. Mas depois de Regina, nenhuma delas mais me despertou algum interesse. Eu só queria a minha morena, minha Regi e apenas ela.

                    ~~~~AODP~~~~

Já havia se passado um pouco mais de uma semana e Regina me ignorava ao máximo. Sempre evitava me olhar e quando nossos olhares se cruzavam eu pudia ver a dor que ela sentia através deles. Regi estava triste, e talvez eu estivesse tanto quanto ela. Não tinha pior tortura que ficar longe dela, de não poder tê-la em meus braços, e isso piorava ainda mais quando eu a via daquele jeito, com aqueles lindos olhos tão triste. Todo seu semblante estava assim ultimamente, e não duvido que o meu também não estivesse.

Nesse meio tempo acabei falando com Isaac, um detetive no qual eu tinha bastante confiança. Pedi que ele colocasse alguns homens para vigiar tudo o que Regina fazia. Talvez aquilo fosse idiotice da minha parte, e que fosse, eu não me importava. Só queria poder saber o que minha morena fazia todos os dias, com quem andava e se aquele Robin Hood continuava dando em cima dela descaradamente. Jurei para mim mesma que se ele se aproximasse dela mais do que deveria, como naquele dia na The Roxy, eu mesma faria com que ele se arrependesse disso.

Certo dia, eu estava no hospital à noite e Isaac me ligou avisando que Regina estava na casa de um tal de Killian Jones junto com mais 3 pessoa, e pela descrição de uma delas, logo reconheci que era o babaca do Hood. No mesmo momento peguei meu celular e liguei para Regi. Queria a qualquer custo tirá-a de perto daquele cara. Não demorou muito para que ela atendesse.

– Sra. Swan. – sua voz mostrava que ela estava incomodada com a ligação.

– Srta. Mills, venha até ao hospital agora. – falei com meu tom de voz altivo.

– Posso saber para quê? – perguntou.

– Apenas preciso de sua ajuda aqui. – respondi tentando ao máximo não mostrar o real motivo daquilo. Ouvi seu suspiro frustrado do outro lado da linha.

– Chego aí em vinte minutos. – disse e desligou.

Logo fui procurar algo para poder entretê-la por boa parte do turno da noite. A verdade é que estávamos bem adiantadas quando o assunto era trabalho, por isso ficou difícil encontrar alguma coisa que fosse, no mínimo, necessário que se fizesse.

Acabei lembrando que tinha que analisar quatro fornecedoras de material hospitalar para fechar um novo contrato, já que eu não estava me agradando da antiga fornecedora. Era algo que normalmente eu mesma teria que analisar, mas não havia outra coisa que pudesse ocupar o tempo de Regina no hospital, então deixei aquilo para que ela fizesse. Depois eu apenas daria uma olhada para ver se estava do meu agrado e pronto.

Assim que Regi chegou, foi lago começando seu "trabalho" me ignorando completamente. Não havia trabalho nenhum para eu fazer naquele momento, então fiquei apenas fazendo uma pesquisa de mercado sobre a Empire Swan's Hospital e analisando alguns gráficos do nosso desempenho trimestral.

Era impossível não desviar meu olhar para Regina em alguns momentos, ela não trajava as roupas que normalmente vestia como assistente, que eram de tirar o fôlego inclusive, mas mesmo assim estava linda com um vestidinho solto branco e uma sapatilha azul, seu cabelo estava preso em um 'rabo de cavalo' despojado e não usava maquiagem alguma. Era incrível como ela conseguia ficar linda de todas as formas. Regina era uma garota meiga, doce, e simples em cada detalhe. Dona de uma beleza ímpar e completamente apaixonante. Sim, ela era mais que apaixonante, e eu já não conseguia ver mais nenhum motivo para negar isso a mim mesma. A verdade era que eu já não aguentava mais ficar sem ela, eu estava me tornando uma total dependente de Regina Mills e precisava fazer algo para que ela voltasse para mim o mais rápido possível.

                                ~x~

Já era por volta das 10h30 da noite quando Regi terminou seu trabalho. Levantou-se de sua cadeira e ao dar a volta na mesa se segurou rápido na mesma com as duas mãos e fechou os olhos respirando com dificuldade, como se estivesse sentindo alguma tontura.

– Regi, você 'ta sentindo alguma coisa? – perguntei preocupada.

– Não, é só uma tontura passageira, já 'ta passando. – respondeu com a voz um pouco estranha. Mas pelo seu semblante percebi muito bem que aquilo não era tão passageiro assim. Só tive o tempo de correr até ela e a segurei em meus braços no mesmo momento em que ela desmaiou.

Deitei-a em um dos sofás, colocando suas pernas sobre o encosto de braço. Examinei-a rapidamente, percebendo que ela estava muito pálida. Seus batimentos cardíacos estavam acelerados e ao analisar suas pálpebras inferiores dos olhos vi que suas conjuntivas estavam esbranquiçadas por dentro. Sinais claros de começo de anemia. Percebi também que ela estava um pouco mais magra, não era algo muito visível, mas que não passava despercebido aos meus olhos que conheciam tão bem aquele corpo.

Regina não estava se alimentando direito e isso me deixou extremamente triste e preocupada por saber exatamente o motivo daquilo.

Abri alguns botões frontais de seu vestido para que ela respirasse melhor e ativei as comportas de ventilação da minha sala. Não demorou muito para que Regi despertasse do desmaio. Tentou se levantar mas a impedi no mesmo instante.

– Se você se levantar vai desmaiar novamente. – falei segurando-a pelos ombros. – Você 'ta com anemia no estado inicial, Regi. Precisa se alimentar direito. – a repreendi. – Por sorte não é nada sério, mas amanhã você vai ao nutricionista daqui do hospital. – adverti.

– E quem é você 'pra mandar eu fazer alguma coisa? – a petulância de Regina já estava se tornando normal para mim. Fui ao gelágua e peguei copo de água para ela, entregando-o em seguida.

– Sou médica, e me preocupo com você! – falei indo até minha mesa e pegando uma barrinha de proteínas. – Coma. – ordenei entregando a barra, pois ela estava fraca e precisava daquilo.

– Eu não quero. – novamente aquela petulância.

– Mas você vai comer, ou eu não vou deixar você ir para casa. – falei sentando-me ao seu lado. Mesmo resistindo inicialmente, ela resolveu comer.

Depois de muita insistência, consegui convencer Regina de que eu deveria levá-la para casa. Ela não estava em condição nenhuma de dirigir, e eu não me importava nem um pouco de ir em seu carro e depois pegar um táxi para voltar.

Depois de deixá-la em casa com várias recomendações, talvez até um pouco exageradas da minha parte, finalmente voltei para o hospital e depois para minha casa.

Tenho que confessar que mal consegui dormir preocupada com minha Regi, mas no final o sono  acabou sendo maior.