Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

Mais uma semana se passou e em nenhum momento Regina me deu a oportunidade de explicá-la o que havia acontecido.

Pelo menos, nesse tempo ela foi ao nutricionista e voltou a se alimentar melhor, porém, eu só podia garantir isso no almoço e no jantar, já que ela sempre fazia essas duas refeições na copa do hospital, e eu conseguia dar um jeito de monitorá-la, nem que fosse pelas câmeras de segurança.

Praticamente um mês sem minha morena e eu já não sabia mais o que fazer para convencê-la a conversar comigo. Tentei várias vezes mas ela sempre mudava de assunto ou simplesmente saia da minha sala para não escutar o que eu tinha a dizer. Regina já havia até ameaçado pedir demissão se eu continuasse insistindo, e essa era a última coisa que eu iria querer.

Eu me sentia uma completa idiota por estar daquele jeito. Seria muito fácil, eu poderia muito bem deixar aquilo para lá e conseguir outras amantes com um simples estalar de dedos. E normalmente era o que eu faria em uma circunstância como aquela. Nunca que eu, Emma Swan, iria estar correndo atrás de uma mulher sendo que eu poderia ter muitas outras facilmente.

O problema é que não era qualquer mulher, era Regina Mills. Eu não sabia o que ela tinha que me fazia ficar tão dependente dela. Regi sempre foi um desafio para mim, o melhor dos desafios, e nada iria me impedir de tê-la novamente.

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Certa noite eu estava no sofá da sala em minha casa lendo um livro. Era por volta da meia noite quando Isaac me ligou avisando que Regina estava na The Roxy junto com seus amigos e dentre eles estava Robin Hood. Meu sangue ferveu no mesmo instante só de lembrar o que tinha acontecido da última vez naquela casa noturna.

Subi rapidamente para o meu quarto e vesti a primeira calça jeans que vi junto com um moletom cinza e calcei o meu vans preto que estava ao pé da cama. Desci a escada enquanto prendia meu cabelo em um 'rabo de cavalo', peguei as chaves do meu carro e saí às pressas.

Cheguei a The Roxy em menos de 10 minutos. Assim que entrei, varri todo o local com o olhar até encontrar Regina com seu grupo de amigos na pista de dança. O idiota do Hood a abraçava de lado pela cintura e aquilo me enfureceu completamente.

Fiquei encostada a parede observando tudo que acontecia. Alguns minutos se passaram e em um momento Regi foi sozinha ao bar pegar uma bebida. Aproveitei-me disso e a segui. Quando ela chegou ao bar, a encurralei por trás entre meu corpo e o balcão, Regina virou-se rapidamente, ao me encarar, sua respiração ficou pesada, assim como a minha, resultado de estarmos tão próximas.

– Srta. Mills, podemos conversar? – perguntei.

– Não. – respondeu sem rodeios.

– Não seja tão orgulhosa, Regi! – imprensei-a mais ao balcão, eu sabia o que aquilo causaria nela, por isso o fiz. – Vamos para um lugar mais tranquilo, okay? – falei. Mesmo não gostando da ideia, Regina assentiu.

Levei-a para uma parte da casa noturna em que era mais iluminada, tinha algumas mesas e a música que o DJ tocava chegava em um volume bem mais baixo que na pista de dança, assim poderíamos conversar melhor. Havia algumas pessoas no local, mas não eram muitas, tinha também um Open Food e alguns garçons. Guiei Regina até uma das mesas e nos acomodamos uma em frente a outra.

– O que você quer? – foi logo perguntando sem muita paciência.

– Você sabe que eu quero muitas coisas, mas por hora, apenas quero que você escute o que eu tenho a lhe dizer. – respondi.

– Eu não quero saber o que você tem a me dizer, Sra. Swan. 'Pra mim não importa! – falou com aversão, cruzando os braços.

– Mas deveria importar, você nem ao menos me deixou explicar naquele dia o que realmente aconteceu. Eu tenho o direito de me defender, Srta. Mills. – tentei controlar ao máximo minha impaciência.

– E por que eu iria querer explicações de você? – seus olhos transpareciam raiva e tristeza ao mesmo tempo. – Você não sabe o que é se sentir usada, Sra. Swan, se sentir como se fosse apenas mais uma entre várias. Sem ter nenhuma importância. Apenas mais um número – por um momento fiquei sem reação perante aquelas palavras, eu não imaginava que Regina se sentia assim, pelo menos não daquela forma.

– Você não foi usada, Regi. Você é importante pra mim, o que eu preciso fazer mais 'pra você entender isso? – perguntei um pouco chateada. Antes que Regina pudesse responder, ouvi uma voz familiar atrás de mim. Virei-me rapidamente.

– Emma, que surpresa te encontrar aqui. – falou com um sorriso falso.

– Marian, o que você 'ta fazendo aqui? – perguntei incomodada. Olhei para Regi e sua expressão era de surpresa e raiva.

– O que todos vinheram fazer. Se divertir. – respondeu cínica e direcionou seu olhar para Regina. – Ah, então essa é sua nova amante? – droga! O que Marian tava fazendo?! Parecia estar querendo ferrar com a minha vida. – Como está sendo para você ser o mais novo brinquedinho da Swan, querida? – Me segurei com força na mesa ao ver a expressão da minha morena, eu podia ver toda a magoa que ela sentiu ao ouvir aquilo.

– Marian, saia daqui agora! – falei agressiva. Tive vontade matar aquela mulher naquele momento.

– Não precisa sair, Marian. – dessa vez foi Regina que se pronunciou. Meu coração se apertou no mesmo momento. – Respondendo sua pergunta. Não, eu não sou amante da Sra. Swan, e muito menos o brinquedinho dela. – falou tudo olhando em meus olhos. – Com licença. – disse se levantando da cadeira, segurei seu braço antes que ela saísse do local.

– Espera, Regi. Não vá embora assim! – pedi. Ela puxou seu braço com força com uma expressão de puro ódio que me fez recuar.

– Não ouse encostar nem mais um dedo em mim outra vez! – falou com malevolência e saiu rapidamente.

Olhei para Marian e a vi sorrindo de forma sarcástica. Não me aguentei, a raiva foi maior que minha razão. Quando dei por mim já estava a sua frente apertando seu pescoço com força com a mão direita. Ela tentava se soltar do aperto que eu fazia mas foi em vão.

– Olha o que você fez, sua miserável! – falei com toda a fúria que invadia meu corpo, cada vez apertando mais seu pescoço. As pessoas no local já nos olhavam espantadas. Joguei-a no chão com toda a força que eu tinha naquele momento. – Nunca mais se aproxime de mim ou de Regina! Nunca mais interfira na minha vida, ou você vai se arrepender! Fui clara? – praticamente gritei. Marian não tentou levantar-se do chão em nenhum momento, apenas me olhava com medo, assentindo a tudo que eu dizia. – Espero que se lembre bem desse dia, pois foi a última vez que eu toquei em você. – falei e sai de lá, indo até perto da pista de dança para ver se ainda conseguia encontrar Regina, porém ela não estava mais lá.

Sai da casa noturna e a única coisa que vi foi seu carro já virando a esquina. Droga! Marian acabou com todas a chance que eu tive me explicar com minha morena. Se eu a visse novamente com certeza acabaria com a sua vida.

Eu não tinha mais o que fazer alí, então achei melhor ir para casa e esfriar a cabeça, pois se eu continuasse alí iria acabar entrando novamente no clube e fazendo uma besteira que me arrependeria depois.

Cheguei em casa e a primeira coisa que fiz foi tomar um banho. Vesti uma calça de pijama branca e uma camiseta folgada, desci para a sala e fui assistir um filme qualquer, pois duvidava muito que eu iria dormir naquela noite.

Por volta das quatros horas da madrugada Lily chegou em casa, era sempre assim, ou ela dormia na casa de alguma amante, ou passava a noite em alguma festa. As vezes dormia na casa de alguns amigos, mas poucas vezes dormia em nossa casa. Eu também era assim, tirando a parte de passar a noite em festa ou na casa de algum amigo, pois não tinha tempo para isso. Mas nesse último mês, não teve um dia em que eu tenha dormido fora de casa.

Não precisou eu dizer nada para que Lily percebesse que eu não estava bem. Sentou-se ao meu lado no sofá e foi logo falando.

– Vai me dizer o que aconteceu? – perguntou com um sorriso aconchegante.

Contei a ela tudo que havia acontecido na The Roxy nos mínimos detalhes. Lily sempre foi uma boa amiga para mim, era a única na qual eu podia confiar meus segredos. Sempre nos apoiávamos uma a outra desde que eramos adolescentes e o fato de estarmos casadas não influenciou nem um pouco nisso.

– Olha, eu já percebi o quanto a Regina é importante 'pra você, Emma. E foi até estranho à princípio ver isso partindo de você. Eu já te conheço a muito tempo, sei que não é atoa que você gosta tanto dela. Eu mesma simpatizei com ela logo de cara, o que é bem difícil acontecer, você sabe. – riu. – Você não pode deixar que alguém como a Marian interfira no que vocês tem. Veja só, quem diria que Emma Swan iria abrir mão de todas as mulheres que pode ter 'pra ficar com apenas uma! Ela vale a pena, Emma, não deixe que o que aconteceu hoje acabe com todo o envolvimento de vocês. Você tem que correr atrás. Só precisa ter cuidado para não expor esse relacionamento, porque não podemos arriscar nosso objetivo, mas fora isso, não deixe de tentar. Eu tenho certeza que em algum momento Regina vai lhe escutar. – era incrível como Lily sabia o que dizer na hora e no momento certo.

Não precisei lhe responder, apenas a abracei forte. Eu não era boa com palavras em momentos como aquele, então nada melhor que um abraço.

Ficamos no sofá assistindo, eu fiquei deitada com a cabeça no colo de Lily enquanto comentávamos as cenas do filme. Acabei pegando no sono lá mesmo.

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Acordei às 10h40 da manhã com meu celular tocando. Eu ainda estava no sofá, porém, havia um travesseiro em minha cabeça e um lençol me cobria. Com certeza tinha sido a Lily. Peguei o celular no bolso da calça de pijama e vi que era uma chamada da Regina. Claro que me espantei, não esperava por aquilo. Mal atendi e a pessoa do outro lado da linha já foi falando, rapidamente percebi que não era a minha morena.

– O que você fez com a minha amiga, sua desgraçada?! – gritou. – Você não presta! Não merece a Gina! Ela 'ta assim por sua causa! – não sabia quem era, mas pelo tom de voz percebi que estava furiosa. A única coisa que notei fora isso é que era uma voz feminina.

– Ei, ei! Abaixe o seu tom de voz, senhorita. Primeiro, me diga quem você é e depois quero saber o que aconteceu com a Srta. Mills. – tentei parecer calma, mas eu não estava.

– Eu sou a melhor amiga dela. A Gina não para de chorar desde ontem, não sai da cama 'pra nada e não foi 'pra faculdade hoje. E é tudo culpa sua! – puta merda! Assim que ouvi aquilo me desesperei. Nem me preocupei em responder àquela garota. Desligue a chamada e corri para o meu quarto vestir algo descente, eu iria ao apartamento da minha morena e explicaria a ela tudo de uma vez, custe o que custasse.