Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

O último turno de trabalho finalmente tinha acabado e estava na mesma calmaria. Me despedi do Dr. Hopper e corri para o elevador. Queria pelo menos ter tempo para chegar em meu apartamento e tomar um banho antes de ir para a faculdade.

Senti meu celular vibrar no bolso de trás da calça. Peguei-o e vi que era uma mensagem do Robin, meu melhor amigo.

"Pode me dar carona para a faculdade? 'To em frente ao seu prédio. - Robin"

O Robin Hood era meu amigo desde meus 5 anos de idade. Fazíamos tudo juntos, éramos super grudados. Ele sempre foi como um irmão para mim, apesar de que eu sempre soube que por ele seriamos muito mais que amigos. Mas isso nunca abalou a amizade que tenho por ele.

Respondi a mensagem rapidamente enquanto saia do elevador.

”Claro que sim. 'To saindo do hospital, daqui a pouco chego ai. - Regina"

Guardei o celular e quando olhei para frente dei de cara com o paraíso pela segunda vez naquele dia. É, a loira de novo. Estava um pouco afastada conversando com o Dr. Whale no hall do hospital. Fiquei paralisada olhando-a. Meu corpo simplesmente não me obedecia. Tentei me movimentar mas foi em vão. Que tipo de poder essa mulher tinha sobre mim?

Swan olhou para o lado e percebi que ela me viu. Voltou a olhar para o Dr. Whale e tive a impressão de que estavam se despedindo, não tinha certeza pois a distância não me permitia ouvir a conversa. Vi que era isso mesmo quando o Whale foi em direção a saída do hospital.

O doutor saiu e ela voltou a me encarar. Foi até uma das poltronas giratórias do hall e sentou, apoiando o cotovelo direito no braço da poltrona. Com a mão esquerda jogou seu franjão loiro para trás, depois levou a mesma mão ao queixo, tudo sem nunca desgrudar seus olhos verdes dos meus.

Não sei quanto tempo ficamos assim, presas pelo nossos olhos. Talvez segundos ou minutos até que ela baixou o olhar, sorriu de canto e negou com a cabeça ironicamente. Depois voltou seu olhar para mim, analisando-me dos pés a cabeça. Senti todo meu corpo arrepiar com isso.

Seus olhos queimavam em mim, não havia pudor algum naquele olhar. Senti meu rosto queimar pela vergonha, tenho certeza de que eu estava corada.

Swan levantou-se de onde estava caminhando em minha direção. Por um momento tive medo do que poderia acontecer, porém ela passou direto por mim, perto o suficiente para que eu pudesse sentir o aroma agradável que vinha dela e entrou no elevador. Senti uma vontade desesperadora de olhar para trás, e vê-la novamente, mas me contive.

Finalmente tomei as rédeas do meu corpo e caminhei para fora do hospital.

Fui direto para o estacionamento, entrei em meu carro e me permiti respirar direito, já que a minutos atrás quase não consegui. Dirigi de volta para casa.

Quando cheguei em frente ao meu prédio, vi Robin encostado a grade da portaria de olhos fechados. Parecia um pouco impaciente, mas pudera, do hospital até aqui era um pulo, e digamos que demorei mais que o necessário, e pelo hora o meu banho também ficará para mais tarde.

Parei frente a portaria e então meu amigo abriu os olhos dando um largo sorriso ao me ver.

– Vamos? – falei e ele contornou o carro, se acomodando ao meu lado.

– Finalmente! – falou sorrindo. Retribui o sorriso e dei a partida no carro.

Robin fazia o mesmo curso que eu, medicina sempre foi nossa paixão desde infância, a única diferença era que eu pretendia me especializar em oncologia e meu amigo em pediatria. Tenho que dizer que somos parecidos em muitos aspectos quando a questão é personalidade.

Liguei o som do carro e a primeira música a tocar foi Demons - Imagine Dragons. Olhei para Robin e sorri, recebendo outro sorriso de concordância. Ambos amávamos essa musica.

Quando chegou o refrão começamos a cantar feito loucos, Robin usava o punho fechado como "microfone"

"When you feel my heat, look into my eyes, It's where my demons hide, It's where my demons hide. Don't get too close, It's dark inside, It's where my demons hide
It's where my demons hide" – cantamos por todo o caminho entre risadas e brincadeiras até chegarmos.

Logo vi Tinker, minha melhor amiga, parada em frente a faculdade. Era sempre assim, todos os dias ela me esperava para entrarmos juntas. Da mesma forma que o Robin, conheço ela desde infância, só que desde os meus 8 anos. Eu, Robin e Tinker formamos um belo trio.  

Parei meu carro próximo a ela e a mesma logo entrou posicionando-se no banco de trás.

– Eu vou matar o Neal! – foi logo dizendo assim que entrou no carro. Neal Cassidy é o namorado de Tinker desde que começamos a faculdade a quatro anos atrás. Brigavam sempre, mas nunca deixavam-se. Era literalmente uma relação de amor e ódio.

– o quê foi dessa vez? – questionou Robin já rindo.

– Eu falei 'pra ele comprar sorvete de morango e creme para a tarde do sorvete e ele comprou de chocolate e abacaxi. – como sempre, motivos bobos e brigas grandes. Chegava a ser irônico.

Eu e Robin não conseguimos conter o riso, ou melhor, gargalhada.

– Qual é! Vocês sabem que eu não suporto abacaxi. E chocolate da espinhas. – disse com cara emburrada.

– Beleza, Tinker. Vamos logo entrar. – falei ainda rindo.

Estacionei o carro no estacionamento da faculdade e seguimos para o setor de medicina.

As aulas passaram rápido, o que foi ótimo! Logo eu estava em casa.

Tomei um banho relaxante e demorado. Olhei a hora e já era 23h04. Vesti meu pijama branco de ursinhos verdes, deitei na cama e rapidamente peguei no sono. O dia tinha sido cheio de emoções. O que contribuiu bastante para meu cansaço.