Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

POV. Regina Mills

Acordei aos poucos, abrindo os olhos lentamente. Me vi deitada no sofá da sala da minha chefe e logo as coisas foram se ordenando na minha cabeça.

Vi, pela parede de vidro, que já estava anoitecendo. Pelo jeito, dormi mais do que deveria.

Olhei para a mesa de Emma e lá estava ela, concentrada em alguns papéis. Levantei-me, dei uma ajeitada rápida no cabelo e fui para a minha mesa.

– Dormiu bem? – Swan perguntou, tirando sua atenção dos papéis.

– Sim. – falei sorrindo para ela.

– Chegou isso 'pra você. – apontou para um ponto em minha mesa, só então notei alí uma pequena caixa preta. Peguei-a e logo a abri. Dentro da caixa havia um pendrive, achei aquilo bastante estranho.

– Quem me mandou isso? – perguntei.

– Não sei. O que é? – questionou.

– Um pendrive. – falei. Pela expressão de Emma, vi que ela também ficou confusa, mas nada falou.

Pensei em ver o que havia naquele pendrive apenas em casa, mas minha curiosidade foi maior. Liguei meu notebook e conectei o pendrive em seguida.

Havia apenas uma pasta, e nessa pasta um vídeo. Peguei meu fone de ouvido por precaução, pois não sabia o que esperar daquilo.

Cliquei no vídeo e assustei-me ao ver uma selfie vídeo da Ariel... arg. Mas que porra era aquilo? Ela estava sentada, enrolada em um lençol e percebi que estava numa cama. Não tive tempo de pensar direito pois o vídeo começou a rolar.

"Olá, Regina." – disse, e sua voz me deu ânsia. – "Aproveitou o tempo que ficou com a Emma? Pois bem. Espero que tenha aproveitado bastante." – girou um pouco a direção da câmera e o que eu vi me fez perder o chão. Era a Emma! Estava deitada de bruços naquela cama dormindo, completamente nua ao lado daquela mulher. Um misto de raiva, nojo e decepção tomou conta de mim. – "Emma é minha, Regina, e não há nada que você possa fazer 'pra mudar isso." – disse com um sorriso que só fez minha raiva aumentar. – "Se ela gosta tanto de você, então porque está aqui na cama comigo?" – perguntou. – "Nunca acredite nas palavras de Emma. Você é apenas uma amante! É a mim que ela ama, e isso nunca vai mudar." – disse e encerrou o vídeo.

As lágrimas já tomavam conta do meu rosto. Como Emma pôde fazer aquilo comigo? Como teve a coragem de me enganar daquele jeito?

Aquilo doeu mais que um tiro. Olhei para Swan, que estava alheia de tudo.

– Emma. – chamei sem esconder minha raiva e decepção na voz. Ela me olhou assustada e ao notar meu estado levantou-se rapidamente da cadeira e veio até mim, sai da minha mesa antes que ela me alcançasse, o que fez ela me direcionar um olhar confuso. Apontei para o notebook, e ela se sentou na minha cadeira. Colocou os fones de ouvido e, pelo que percebi, deu play no vídeo.

Conforme os segundos iam passando sua expressão ficava mais e mais assustada, eu diria horrorizada. Quando o vídeo acabou, ela tirou os fones e me olhou completamente abalada.

– Regina, eu não... – tentou se explicar mas a interrompi.

– Chega, Emma! Já chega de me fazer de idiota! Já chega de todo esse teatrinho. Eu deveria ter imaginado isso. Meu Deus como eu fui burra! – minhas lágrimas já caiam sem controle algum, eu me sentia péssima, horrível. Nunca havia me sentido tão mal daquele jeito.

– Regi, eu não fiz nada, acredita em mim! – pediu, levantando-se. Fiquei me perguntando como ela poderia ser tão sínica àquele ponto.

– Não fez? Qual é Emma! Eu não sou cega! Ta muito óbvio o que aconteceu antes desse vídeo. Como você teve a coragem de me enganar desse jeito? Eu confiei em você, Emma! – falei já sem forças.

– Mas, meu amor, eu juro que não tive nada com a Ariel. – disse tentando me alcançar, mas não permiti isso. Andei para trás até minhas costas encostarem na parede.

– Não me chame assim!!! – gritei, o que fez ela recuar. – Eu não sou seu amor, e nunca vou ser! Já cansei de ser enganada por suas palavras. – falei, deslizando para baixo até me sentar no chão. E me permiti chorar sem restrição.

– Por favor, acredite em mim. – pediu já chorando tanto quanto eu.

– Não, Emma. Não mais. – escondi meu rosto entre as pernas, abraçando meus joelhos.

Depois de um tempo escutei um barulho de coisas sendo quebradas, levantei a cabeça e vi que tudo o que ficava em cima da mesa de Emma estava jogando no chão, e ela estava com as mãos na cabeça andando de um lado para o outro.

– Eu não vou aceitar isso! Não vou te perder por uma coisa que eu não fiz! – gritou. – Eu vou provar 'pra você que eu não fiz nada. Vou provar que você 'ta errada em não confiar em mim! – disse saindo da sala, batendo a porta com força.

Eu estava acabada, completamente acabada. Não importava o que Swan dizia, as provas de sua mentira estavam naquele vídeo.

De repente Ruby entrou na sala assustada e veio até mim.

– O que aconteceu aqui? – perguntou. – Porque a Emma saiu daquele jeito?

Expliquei para ela tudo que havia acontecido e, inclusive, mostrei o vídeo. Minha amiga ficou sem acreditar no que via, mas concordou que as provas do que Emma havia feito estavam óbvias.

                               ~x~

Ruby fez a gentileza de me levar em casa e ligou para a Tinker, que chegou rapidamente em meu apartamento depois de saber pela Rubs o que tinha acontecido.

Minha melhor amiga passou o resto da noite comigo, me mimou o quanto pôde, tentando fazer com que meu ânimo melhorasse, mas era em vão. Nada ia me fazer ficar bem, e a única pessoa que poderia conseguir isso era a que havia me deixado naquele estado.

Eu só queria chorar e chorar, mas nada adiantava, aquela dor não cessava e meu mundo continuava desabando em baixo dos meus pés.

Tinker foi de grande ajuda naquela noite, mas eu tinha que enfrentar aquela dor sozinha, apesar de sentir que nunca conseguiria esse feito.

                   ~~~~AODP~~~~

Perdi as contas de quantos dias fiquei sem ir ao hospital. Eu ia para a faculdade apenas quando ia ter testes, mas meus amigos sempre faziam questão de me passar todo o conteúdo ministrado a cada dia.

Swan tentou entrar em contado comigo inúmeras vezes e de inúmeras formas, mas consegui evitá-la a todo custo.

Meus amigos iam a minha casa quase todos os dias e sempre davam um jeito de tentar me animar. As vezes faziam maratonas de filmes e séries, outras vezes pediam pizza e bebidas e ficavam até altas horas da madrugada no meu apartamento na tentativa de me tirar daquela situação deplorável que eu estava. Algumas vezes conseguiam um riso ou outro meu, mas não passava disso.

Certa noite, Robin, Tinker e Ruby me convenceram, depois de muito custo, a ir a The Roxy. Eu não estava com ânimo nenhum para isso, mas resolvi atender o pedido dos meus amigos.

~

Já na casa noturna, todos se divertiam, menos eu. Tinker tentava me levar para a pista de dança mas nada me fazia sair daquele bar onde eu já havia perdido as contas de quantos copos de bebida eu tinha tomado.

Nada me divertia, nada me animava, e eu só conseguia pensar naquela desgraçada da Emma Swan.