Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

POV. Regina Mills.

Infelizmente tivemos que ir embora da ilha. Eu iria sentir falta daquele paraíso, mas Emma prometeu que poderíamos voltar quando quiséssemos. Alí seria nosso refúgio, um lugar só nosso onde mais ninguém nos atrapalharia.

Estava tudo tão bem entre Emma e eu que parecia até um sonho. O melhor dos sonhos. Mas como nem tudo  são flores, aquela nossa realidade me incomodava bastante.

Eu não podia exigir mais da mulher que eu amava. Afinal, era o que eu queria: Que meus sentimentos fossem correspondidos, não era? E agora eu sabia que eram. Mas eu queria mais, queria nos ver livres para assumir nosso amor para quem quer que fosse. Porém, aquilo já era um pouco demais, eu sabia que nosso relacionamento tinha que ter limitações por conta de uma causa maior, ou pelo menos eu acreditava que fosse uma causa maior.

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Estávamos trabalhando normalmente naquele dia, cada uma em sua devida mesa quando escuto o interfone de Emma tocar. Ela o atende de imediato e, em seguida, autoriza a entrada de alguém.

Logo depois uma mulher, que aparentava ter uns cinquenta anos, adentrou a sala. Tinha cabelos bem curtos e pretos.

Swan se levantou de sua cadeira e foi de encontro àquela mulher, então a abraçou. Eu apenas observava tudo.

– Mãe! À que devo a visita? – minha chefe questionou.

Aquela mulher era a mãe de Emma… eu não esperava conhecê-la tão cedo. Aliás, eu realmente queria evitar conhecê-la. De alguma forma não me sentia confortável com isso. Mas ela parecia ser uma ótima pessoa, o  que fez meu desconforto cessar um pouco.

– Uma mãe não pode visitar sua filha no trabalho? – brincou.

– Claro que pode! – Emma disse e voltou para a sua cadeira e logo sinalizou para que sua mãe sentasse na cadeira em frente a sua mesa.

– Mas realmente minha visita teve um propósito. – Mary se ajeitou na cadeira. (Sim, eu sabia seu nome pois Emma já havia me contado) – Você me disse que o hospital está precisando de cirurgião geral e eu tenho uma amiga que é uma ótima cirurgiã, trabalhava em Buenos Aires mas teve que vim para o Canadá por conta de alguns imprevistos. Ela está desempregada por conta disso, mas o currículo dela é excelente. Acho que você deveria analisá-la. – concluiu.

Ruby havia me contado que o Dr. Kristoff havia sido demitido no dia que eu sofri o acidente por que tinha se atrasado para o expediente e, consequentemente, não pôde fazer minha cirurgia e, por conta disso, Emma teve que se submeter a realizar o procedimento.

– Claro. A senhora trouxe o currículo dela? – Swan perguntou.

– Sim. – Mary pegou sua bolsa e tirou dela um papel que, obviamente, era o currículo. Logo o entregou para Emma que, ao pegar o papel, veio até mim e o colocou sobre minha mesa.

– Depois análise isso 'pra mim. – pediu e selou meus lábios de forma demorada. Obviamente me espantei e, no mesmo momento, olhei para a mãe de Emma que nos observava, porém, não aparentava ter se incomodado com aquilo. – Ah, amor. Minha mãe sabe da gente. – disse como se adivinhasse o que estava me perguntando mentalmente.

– Sim, sei. – Mary disse se levantando da cadeira e ficando ao lado de Emma à minha frente. – Minha filha fala muito bem de você. E não sei se ela já lhe contou, mas eu convidei você e a namorada do Graham para um jantar em minha casa amanhã. – disse.

– Eu ia deixar 'pra contar mais tarde, mãe. – riu. – Mas nada melhor que a senhora convidá-la pessoalmente. – fitou-me. – Então, Regi. Você vai?

– E-eu não sei. – respondi um pouco sem jeito.

– Não me faça essa desfeita. – descontraiu. – Meu marido também quer muito lhe conhecer.

Olhei para Emma ainda um pouco receosa de aceitar. Mas seu olhar me passou segurança.

– Okay, então eu vou. – falei sorrindo tímida.

– Ótimo. – disse. – Então, filha. Agora eu tenho que ir. Te vejo amanhã. – depositou um beijo no rosto de Emma.

Minha chefe acompanhou sua mãe até a saída. Enquanto isso, passei os olhos rapidamente pelo currículo e vi escrito “Dra. Kristin Bauer”. Aquele nome, por mais que fosse desconhecido por mim, me chamou atenção.

Logo Emma voltou para a sua mesa e continuamos o nosso trabalho.

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Eram 19h30 da noite e eu já estava pronta, só esperava Emma vim me buscar, o que não demorou muito.

Quando chegamos a mansão Swan todos estavam conversando na sala. Ruby já estava lá e a única pessoa que eu não conhecia era, com certeza, o pai de Emma: David. Era um senhor que parecia ter a mesma idade de sua mulher. Seu cabelo ainda aparentava o loiro.

Emma cumprimentou todos e logo me apresentou ao seu pai.

– Minha filha sempre com muito bom gosto. – disse ao apertar minha mão. Deixando-me corada. – Acho que já podemos iniciar o jantar.

– Não antes da Lily chegar. – falou Mary.

– Sim, claro. – respondeu David.

A Lily iria vir… mesmo ela sendo uma ótima pessoa, aquilo me incomodava por conta de toda a situação que nos envolvia.

– Lily é amiga da família, amor. E a Ashley vem junto, não se preocupe. – Swan disse ao ver que eu havia ficado incomodada.

Mary avisou que Elsa, sua outra filha, não iria nos acompanhar no jantar pois teve um compromisso inadiável.

Assim que Lily e Ashley chegaram, fomos para a mesa de jantar, que já estava posta.

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A conversa rolava solta ao decorrer do jantar. Até a própria Ruby socializava normalmente com os Swan, mas eu ainda estava um pouco contida. Por isso, peguei-me a observar algumas coisas daquela casa e uma delas me chamou bastante atenção: na parede principal da sala de jantar haviam três quadros grandes, cada um deles com a foto de um dos filhos de David e Mary. Cada quadro com o respectivo nome do filho.

No quadro do lado direito era Graham quando bebê, com uma roupinha de marinheiro.

O quadro do lado esquerdo era Elsa com uma roupinha de coelhinha.

Mas o que realmente me chamou atenção foi o quadro do meio. Era Emma, mas ao contrário dos outros, sua foto não era de quando era bebê e sim, aparentava ter uns seis ou sete anos de idade. Seu cabelo loiro era na altura do ombro e ela vestia um vestido rosa de princesa e uma coroa no topo de sua cabeça. Estava sentada em um gramado olhando para uma flor azul que ela segurava em sua mão direita e sorria lindamente.

Eu não entendia o por quê da foto de Emma não ser de quando ela era bebê, mas passei a admirar aquele quadro, ficando encantada com a beleza da minha namorada quando criança.

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Quando o jantar acabou Emma e eu fomos para o meu apartamento. Lily e Ashley saíram sem dizer para onde iam e Ruby continuou na casa dos Swan, pois Graham ainda morava lá.

Swan e eu passamos o resto da noite assistindo série, ela tinha decidido dormir no meu apartamento naquele dia.

Zelena havia alugado um apartamento no mesmo prédio que o meu e também tinha arranjando um emprego em uma empresa aqui de Vancouver. Pelo jeito minha irmã tinha vindo para ficar, e algo me dizia que o Robin tinha contribuído para isso.

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Chegado dia do casamento de Belle, os nervos da minha amiga estavam à flor da pele.

Ruby e eu passamos o dia com ela ajudando como podíamos nos preparativos da festa.

Não ia ser nada muito extravagante, pois a Bel não gostava. Iria ser algo mais simples, porém, ainda iria ser uma bela festa.

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Robin e eu, Ruby e Killian, Tinker e Neal iríamos ser padrinhos e madrinhas do casamento.

Eu escolhi um vestido longo verde claro.

Estávamos todos no altar da igreja esperando a entrada de Belle. O Dr. Gold aparentava estar nervoso, mas sorria demonstrando extrema alegria.

De onde eu estava eu conseguia ver Emma no segundo banco do lado direito junto com a Lily. Minha namorada me fitava sem parar e vez ou outra trocávamos sorrisos em meio aos olhares apaixonados. Claro que tentávamos disfarça ao máximo.

Ao tocar a marcha nupcial, todos se levantaram para verem a noiva entrar.

Minha amiga estava linda e sorria como nunca. Estava perceptivelmente nervosa, mas em nada isso atrapalhou.

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Depois do casório fomos para a casa do Dr. Gold, que agora também seria de Belle. A festa seria no jardim da casa.

A música tocava alta, eu estava junto com os meus amigos. Belle e o Dr. Gold andavam pelo gramado cumprimentando os convidados.

Vez ou outra eu vasculhavam o local com o olhar à procura de Emma, que sempre estava ao lado da Lily e rodeada por vários empresários e médicos.

O garçom passou em meio aos meus amigos e eu com uma bandeja com taças de champagne e saiu de lá com a bandeja vazia. Já era a terceira taça de champagne que eu tomava junto com os meus amigos.

Na festa havia petiscos à vontade, mas Comi muito pouco. Digamos que meu vestido estava um pouco apertado e eu não queria que ficasse ainda mais.

Em certo momento me separei dos meus amigos e vaguei um pouco pelo jardim admirando a decoração do lugar.

Acabei vendo Emma me observar de longe. Aquele olhar quente e despudorado, que me arrebatava por inteira. Eu conhecia bem aquele olhar, e ela sabia disso.

Era incrível o poder que ela tinha sobre mim com um simples olhar.

Quebrei aquele contato visual para evitar futuros prováveis acontecimentos e voltei a caminhar por alí. Andei pela lateral da casa até chegar aos fundos onde havia algumas árvores, um balanço e alguns bancos.

Adentrei em meio as árvores, o barulho da festa agora não passava de pequenos ruídos. Vi em uma das árvores um beija-flor pousado em um dos galhos, fiquei observando aquilo e acabei não percebendo alguém se aproximar até sentir aqueles fortes braços envolverem meu corpo por trás, acabei me assustando um pouco, mas eu sabia muito bem quem era. Era fácil reconhecer Emma: seu corpo se ajustava perfeitamente ao meu, seu cheiro doce-amadeirado que eu tanto conhecia invadia minhas narinas como o melhor dos aromas. Eu reconhecia até como sua respiração ficava descompassada quando estávamos juntas.

– Você me assustou. – falei suavemente.

– Desculpa. – disse beijando meu pescoço.

– Porque veio atrás de mim? – perguntei.

– Queria ficar um pouco com você. – respondeu.

Deslizei meus braços sobre os dela até entrelaçar nossas mãos.

– A Belle 'ta bem feliz, e o Dr. Gold parece amar muito ela. Achei lindo o casamento. – falei.

– Um dia será a gente. – disse.

Eu realmente tinha ouvido aquilo? Ou era só mais um sonho muito bom?

Girei-me em seus braços ficando de frente para ela e a encarei um tanto surpresa.

– Você 'ta falando sério? – questionei ainda sem acreditar.

– E porque eu não estaria? – devolveu o questionamento sorrindo. – Você não sonha em casar? Ter filhos? Construir uma família?

Aquelas perguntas ficaram rondando minha cabeça. É claro que eu queria! E queria tudo aquilo com Emma, mas isso seria um sonho muito distante ao meu ver.

– Sim, mas…

– Então! – interrompeu-me. – Você me ama, não é? – perguntou. Assenti como resposta. – Quer ter um futuro comigo? – assenti novamente. – Então não ponha empecilhos. – pediu.

Não precisei responder. Apenas a beijei de forma extremamente apaixonada.

Eu realmente estava emocionada com tudo aquilo. Emma não fazia ideia do quanto aquelas palavras proferidas por ela significavam para mim.

– Eu te amo muito. – falei entre o beijo.

– Eu também te amo muito. – disse. E eu amava ouvir aquilo.

– Acho melhor a gente voltar antes que percebam nosso sumiço. – alertou. – Você vai primeiro. Eu dou um tempo aqui e depois vou. – selou meus lábios rapidamente e então eu fui em direção a festa.

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Dois dias para a viagem de negócios de Emma e eu já sentia uma saudade antecipada. Fazíamos de tudo para ficarmos juntas o maior tempo possível para que quando ela viajasse a saudade não fosse tão forte, o que nós duvidávamos muito que não fosse.

Era a primeira vez que Emma e eu ficávamos longe uma da outra por tanto tempo sem estarmos brigadas ou separadas. E eu tinha certeza que seria tão ruim quanto antes essa distância, mas não podíamos fazer nada, infelizmente aquela viagem era importante e Swan não poderia perdê-la. Não daria para eu ir com ela pois era muito tempo, eu já havia faltado demais a faculdade e estava dando duro para conseguir repôr todo o assunto. Além de que eu teria que ajudar a Lily pois, com certeza, ela iria ficar um pouco perdida naquele posto de diretora presidente.

Eu queria que as horas passassem devagar, mas o tempo praticamente voava.