Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

Depois que expliquei todo o esquema para a Dra. Bauer como Emma me pediu, fomos fazer um tour por todo o hospital para que ela o conhecesse.

Enquanto isso, engatamos em uma conversa amigável. Ela parecia ser uma ótima pessoa, de amizade fácil. Por isso, rapidamente já conversavamos como se fôssemos amigas a um bom tempo.

Kristin era uma mulher divorciada, tinha dois filhos onde a guarda destes era compartilhada com sua ex-mulher.

Pelo que ela me contou, foi uma separação tranquila, onde ambas continuam amigas, sem muito recentimento. Claro que uma separação é dolorosa, mas pelo jeito elas souberam lidar muito bem com isso.

– Então você trabalha como assistente da Emma Swan? – perguntou enquanto já voltávamos para a sua sala. Assenti em confirmação. – Então ela tem muita sorte em trabalhar com uma mulher tão bonita todos os dias. – concluiu deixando-me corada.

– Obrigada. – agradeci contida.

Quando voltamos para a sua sala, conversamos mais um pouco, mas eu já tinha que voltar ao trabalho e, com certeza, Lily estava precisando da minha ajuda.

– Pode vim em minha sala quando quiser. – disse.

– Claro. Se tiver alguma dúvida ou precisar de algo pode me interfonar. – falei.

– Vou fazer isso. – sorriu e então saí de sua sala.

~

Quando entrei na sala da minha chefe, me deparei com a última pessoa que eu esperava ver alí: Ariel.

– O que essa mulher 'ta fazendo aqui? – perguntei diretamente a Lily já sentindo a raiva me consumir.

– Veio tentar falar com a Emma, mas como eu já disse: Ela não está aqui! – disse a última frase olhando para a Ariel.

– Ligue 'pra ela, então. – exigiu cruzando os braços.

– Ela não quer falar com você. – falei desafiando-a com o olhar.

– Falou a amante. – ironizou com um sorriso sarcástico.

– A Regina não é nunhuma amante, Ariel! – Lily se pronunciou vindo até mim e ficando ao meu lado.

– Ah, não? E qual é o novo adjetivo 'pra quem transa com uma mulher casada? – questionou sínica.

Meu sangue ferveu nesse momento. Se não fosse Lily segurando-me pelo braço eu teria voado no pescoço daquela mulher.

– Vá embora, ninguém quer você aqui! – Lily exigiu.

– Quando vocês irão entender que a Emma me ama? – perguntou como se aquilo fosse uma verdade absoluta.

– Não, Ariel. Emma ama a MIM. – enfatizei. – Você não cansa de se humilhar a esse ponto? Na vê a vergonha que 'ta passando? – soltei meu braço que Lily segurava, ficando frente a Ariel.

– Continua se enganando com as palavras da Swan? Que decepção. – riu. – Você acha que é a única a escutar as típicas frases de Emma? “Eu te amo”, “Você é única na minha vida”, “Ninguém se compara a você”, “Eu te amo mais do que qualquer coisa”. – não me contive ao escutar a última frase. Quando dei por mim, já havia acertado um belo tapa em seu rosto fazendo-a se calar. Ariel levou sua mão ao rosto no momento seguinte, olhando-me com ódio. – Não pense que isso vai ficar assim! Eu vou provar 'pra você que Emma é minha, e dessa vez não vou precisar forjar nada, ela mesma vai lhe mostrar isso! – praticamente gritou e saiu da sala.

Apoiei-me com as duas mãos em minha mesa, não me sentindo bem. Aquela mulher era maluca. Não tinha outra explicação.

– Não liga 'pra o que a sushi falou. – Lily disse voltando a se sentar na cadeira da minha chefe.

– Sushi? – perguntei sem entender.

– É. – riu. – Ariel -> sereia -> peixe -> sushi. – associou uma palavra a outra, fazendo-me rir.

– Entendi. – sentei em minha cadeira. – Gostei do apelido. Vou usá-lo. – conclui.

– A Emma não vai gostar nada, nada de saber que ela veio aqui. – disse enquanto brincava com uma caneta.

– Você vai dizer a ela? – perguntei.

– Acho melhor você dizer. Sabe que Emma pode ser uma fera quando quer. Você falando ameniza a situação. – explicou.

– É, tem razão. – concordei. – Quando ela me ligar eu digo.

– Me fale da nova médica. – pediu.

Então ficamos conversando sobre a Dra. Bauer por um tempo e depois voltamos a trabalhar pelo resto da tarde.

                              ~x~

O dia sem Emma foi totalmente estranho, fora toda a confusão daquele dia. Claro que estar Lily ajudou bastante, mas não era a mesma coisa que estar com a mulher que eu amava.

Tudo com Emma era sempre melhor. Mais divertido e muitas vezes o trabalho até se tornava menos cansativo. Só em ter a presença da minha namorada tudo ficava mais leve. Era incrível isso.

Eu já via que ter que passar mais de dois meses longe de Emma ia ser pior do que eu imaginava. Eu sentia falta dela como se tivéssemos a semanas separadas, e só havia se passado um dia.

Cheguei em casa, tomei banho, deitei-me na cama e fiquei esperando Emma me ligar. O horário daqui de Vancouver era totalmente diferente do Japão. Se aqui já era seis horas da noite, lá seria onze da manhã. Então ela já teria acordado e como combinou, ligaria para mim. Poucos minutos depois meu celular tocou e na tela pude ver que era Emma, onde romanticamente eu havia salvado seu número com a palavra “Amor”. Eu realmente parecia uma adolescente apaixonada.

Peguei o aparelho e logo atendi a ligação.

– Boa noite, meu amor. – escutei sua voz do outro lado da linha e suspirei.

– Bom dia pra você. – falei sorrindo.

– Exatamente. – escutei seu riso. – Já 'tô com saudade da minha morena. – disse.

– Eu também 'tô morrendo de saudade, amor. – confessei.

– Mas me diga, como foi seu dia? – perguntou.

– Complicado. – falei.

– Porque?

– A Ariel apareceu lá no hospital hoje. – expliquei.

– Como é que é? – pude perceber a tensão em sua voz.

– Pois é. Apareceu do nada lá. – falei.

– O que aquela louca queria?

– Queria falar com você, mas como você não 'tava lá ela resolveu me atormentar. – respondi.

– O que ela falou 'pra você, amor? – percebi preocupação na voz de Emma. Contei a Swan toda a discussão daquela tarde com a Ariel, detalhe por detalhe. Minha chefe escutou tudo para só então se pronunciar. – Você sabe que eu te amo e que tudo o que eu te falo é verdade, não sabe?

– Eu sei, amor. – falei.

– Não importa se algumas coisas que eu falo pra você eu já tenha falado 'pra ela também. A Ariel é passado 'pra mim, o amor que eu senti por ela já não existe mais a muitos anos. É com você que eu tô agora e é com você que eu quero ficar 'pra o resto da minha vida. – Emma dizia determinada.

– Eu tenho medo que ela faça algo que nos separe de novo. – confessei.

– Não tenha. A Ariel não tem nada contra mim. E se depender de mim nunca vai ter.

– A gente não sabe o que aquela mulher pode ser capaz de fazer, Emma. Você mesma viu o que ela fez da outra vez. Ela pode tentar fazer algo contra você ou, quem sabe, contra mim. – engoli à seco com aquela possibilidade.

– Eu sempre te protegi, Regi. Não vou deixar que ela faça nada contra você.

– Você 'ta longe agora. Como vai me proteger estando longe? – perguntei.

Emma ficou calada por longos segundos, deixando-me um tanto aflita. Fiquei esperando ansiosa por sua resposta.

– Regi, já faz um tempo que… – pigarreou. –Que eu pedi 'pra que o meu detetive, Isaac, colocasse alguns homens dele 'pra te vigiarem.

– Você fez o quê?! – perguntei espantada.

– Amor, entenda. Eu sabia que você estando comigo alguma hora você poderia correr algum perigo. Eu queria te deixar sempre protegida. Por favor, não fique brava comigo!

– Então quer dizer que é por isso que toda vez que eu estava em algum Club você sempre sabia e aparecia lá do nada? – associei uma coisa a outra.

– Sim, mas…

– Não sei se te amo ou se te odeio por isso. – a interrompi. Fiquei confusa pois sempre Emma aparecia para me impedir de fazer uma besteira como, por exemplo, beijar o Robin. Mas em contrapartida, me senti como se minha privacidade estivesse sido invadida.

– Não me odeie, amor. Eu fiz isso 'pra te proteger!

– Então você sabe sempre onde eu ‘tô? – questionei.

– Sim.

– Eu odeio você, Emma Swan. – falei com uma falsa raiva.

– E eu amo você, Regina Mills. – era impossível conter a emoção ao escutar Emma falar aquelas três palavras para mim. – Eu acabei de dizer que te amo e você vai ficar calada?

– Eu também te amo, idiota. – falei já vencida pelo romantismo da minha namorada.

– Quanta delicadeza. – ouvi sua risada.

– Você quem provocou. – fingi chateação.

– Queria te provocar só que de outro jeito agora. – percebi a malícia em sua fala.

– Emma! – a repreendi.

– Vai dizer que você não queria que eu estivesse com você na sua cama agora?

– Queria. – admiti. – Mas eu sei que você tem um congresso 'pra ir daqui a pouco e se fôssemos falar sobre o que eu sei que você quer falar a nossa conversa ficaria inacabada, não quero ter que passar o resto da noite sem conseguir dormir pensando nisso. – concluí.

– Você passaria o resto da noite pensando na gente?

– Sim. – falei.

– Isso não é ruim.

– Não é, mas eu não vou conseguir dormir e tenho faculdade e trabalho amanhã. Já basta ter que sonhar com você. – eu meio que já sabia qual seria o sonho daquela noite, pois já havia passado por aquilo das outras vezes que Emma e eu ficamos separadas.

– Que tipo de sonho? – Swan não tinha jeito mesmo.

– Você sabe. – limitei-me a falar.

– Okay, você tem razão, eu tenho um congresso a ir, mas alguma hora você vai seder a essa conversa.

– Você sempre da um jeito de conseguir essas coisas de mim. – ri.

– É bom saber disso. – ironizou.

– Você não tem jeito mesmo! – falei.

– E eu sei que você gosta.

– Gosto. Mas vamos mudar de assunto, ‘ta bom? – sugeri.

– Certo, Srta. Mills. Você quem manda!

Continuamos a conversa por mais alguns minutos até que Swan teve que desligar por conta de seu compromisso.

Aquela seria a primeira das muitas noites que eu passaria sem Emma.