Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

Faltavam cinco dias para Emma voltar da viagem e a minha ansiedade estava à mil por hora. Em menos de uma semana minha namorada finalmente voltaria.

Estava tudo okay com o trabalho de Lily, então resolvi tirar o resto do turno da tarde para ajudar a Dra. Bauer. Ela precisava de uma secretária e pediu minha ajuda para escolher uma entre os currículo disponíveis.

Entrei na sala de Kristin sem precisar bater na porta ou algo do tipo pois já não era necessário usar de tal formalidade.

– Boa tarde, Mills. – disse sorrindo.

– Boa tarde, Bauer. – respondi.

Era assim que nos tratávamos, pelos sobrenomes.

Passamos quase toda a tarde a tarde avaliando os currículos, mas Kristin não se agradava de nenhum deles. Sempre arrumava algum defeito ou empecilho nos candidatos ao cargo.

Estávamos na mesa, sentadas uma em frente a outra. Cada uma com uma quantidade indefinida de currículos em mãos, avaliando-os.

– Não tem nenhum que tenha te agradado? – Perguntei já cansada de olhar para aqueles papéis.

– Nenhum. ‘Pra falar a verdade, Mills, a única pessoa perfeita 'pra esse cargo seria você. – sorriu gentilmente fazendo-me corar. – Mas você trabalha 'pra Emma Swan, e duvido muito que ela queira abrir mão de você. – alcançou minha mão com a sua sobre a mesa e seu toque me fez recuar. Suspirei pesadamente tentando afugentar qualquer teoria sobre o por quê da Kristin ter tomado aquela atitude. Foi visível seu constrangimento quando não permiti seu toque. – Nunca entendi por que a Swan precisa de uma Assistente e uma secretária. – continuou quebrando o clima tenso que havia se instalado alí. – Só uma secretária não seria o suficiente?

– Na verdade não. A Ruby trabalha com os assuntos relacionados apenas ao hospital, já eu trabalho com os assuntos externos ligados a minha chefe. Seria muita coisa 'pra uma só pessoa. – expliquei.

– E você acabou ficando com o melhor dos cargos, não é? – riu. – Dá 'pra entender o por quê. Já percebi de cara seu profissionalismo. – sorriu de canto. – Trabalhar como Assistente da dona deve te dar algumas regalias. – concluiu.

– Não. Só o meu salário que aumentou um pouco comparado ao que eu recebia como secretária do Dr. Hopper. – falei. Bom, as outras regalias eram estar sempre perto de Emma, algumas folgas que ela me dava, entre outras coisas.

– Entendo. – disse fitando as próprias mãos entrelaçadas sobre a mesa. – Mills, você, por acaso, tem namorado ou namorada? – perguntou e percebi um pouco de nervosismo em sua voz.

O  quê eu responderia?

Se eu dissesse que sim provavelmente ela perguntaria “Quem?”. Se eu dissesse que não… bom, acho que um “não” não traria consequências, certo?

– É.. Não, não tenho. – respondi, recebendo dela um sorriso de orelha à orelha.

~

Depois de reavaliar praticamente todos os os currículos, Kristin se agradou um pouco de um deles. Era uma mulher chamada Úrsula, tinha um currículo impecável para a área. Uma escolha perfeita. Quando finalmente meu turno de trabalho acabou, me despedi de Kristin e saí de sua sala, mas antes de poder entrar elevador para voltar ao último andar para pegar minhas coisas e me despedir de Lily meu celular tocou. Peguei o aparelho no bolso da minha calça e vi que era Emma.

Porque ela estaria me ligando àquela hora?

Resolvi atender.

– Oi, amor. Algum problema? – perguntei.

– Então quer dizer que você não tem namorada? – foi falando logo de cara.

Puta que pariu!

– Como você… – me interrompeu.

– Como eu descobri? É simples. Eu tenho acesso a todas as câmeras do hospital, principalmente as que tem microfone. Parece que você esqueceu disso. – ironizou.

Droga, droga, droga! Ela estava com raiva! Percebi isso em sua voz.

– Amor, você sabe que eu não podia dizer! Você mesma não ia querer isso. – eu estava nervosa, minha voz trêmula denunciava isso.

– Eu conheço muito bem o tipo de olhar que a Dra. Bauer estava lançando 'pra você. E aquela conversa… eu não gostei nem um pouco daquilo, Regina! – puta merda!

– Nós somos amigas. Que mal há nisso?

– Eu não quero você perto daquela mulher! – disse firme.

– Emma, você não pode me afastar das minhas amizades por causa de um ciúme idiota! – estressei-me com aquilo.

– É. Você tem razão. Eu não posso. – disse e desligou a chamada sem me dar direito de resposta.

Mas que droga! Aquilo era jogo baixo!

Tentei ligar varias vezes para Emma novamente mas sempre caía na caixa postal.

Mandei um e-mail pedindo para que ela parasse com aquilo e me ligasse de novo. Entrei no elevador e fui para último andar do hospital, peguei minhas coisas, me despedi de Lily e fui embora para o meu apartamento.

                               ~x~

Esperei várias horas para que Emma ligasse para mim como sempre fazia, mas dessa vez não o fez. Já tinha passado das 23hrs, com certeza ela não ligaria mais nesse horário.

Fiquei mal, muito mal por conta daquilo. Eu não sabia o que Swan estava fazendo, não tinha ideia. Bom, naquele horário em Lyon ela deveria estar trabalhando. Mas eu não sabia o que ela tinha feito depois de desligar o celular na minha cara, era a pior coisa não saber o que ela tinha feito depois daquilo. Mas Emma não seria capaz de me trair, seria?

Eu não sabia. E isso era o que tornava tudo cada vez pior. Se ela ao menos estivesse respondido meu e-mail, nem que fosse para discutir comigo, eu não estaria tão temerosa.

Liguei para Tinker e pedi para que ela chamasse o pessoal para fazermos noite da pizza, ou melhor, madrugada da pizza no caso. Já que no outro dia já era sábado, não iria ter problemas.

~

Veio Tinker, Neal, Killian e Robin. Todos trouxeram as pizzas e bebidas variadas para o meu apartamento. Chamei minha irmã também, que logo ficou junto com o Robin.

Todos se acomodaram no sofá e no chão da sala. Eu não quis ficar no meio deles, então me sentei em uma das banquetas do balcão da cozinha americana enquanto bebia e comia uma fatia de pizza. De onde eu estava conseguia ver perfeitamente a TV, onde passava uma série sobre contos de fadas e todos assistiam.

Eu não estava prestando muita atenção, mas gostava de ver todos os meus amigos reunidos em meu apartamento. Aquilo me alegrava de certa forma, já que nós nos víamos poucas vezes por conta dos horários conflitantes.

Depois de um tempo Tinker veio até mim e se sentou na banqueta ao meu lado.

– O que houve? – perguntou.

Minha melhor amiga sempre sabia quando tinha algo errado comigo.

– Nada. – falei já sabendo que seria em vão. Tinker arqueou a sobrancelha para mim como quem diz “Sério?” – Você tem sempre que me conhecer tão bem?

– Minha obrigação. – sorriu. – Agora diz, o que aconteceu?

Contei para ela tudo o que tinha ocorrido hoje à tarde, sem omitir detalhes. Me abrir com minha amiga me deixava mais leve e isso era bom.

– Não sei mais o quê pensar. – falei por fim.

– Você acha que ela te trairia?

– Eu não sei. Quando eu conheci a Emma ela tinha simplesmente três amantes. Ela as deixou mas… droga, eu não sei em quê acreditar. Emma sempre fala que me ama, que eu sou única 'pra ela. Já disse que queria ter um futuro comigo, uma família. Mas eu sempre vou continuar insegura em relação a ela. – desabafei.

– E o quê seu coração diz? – perguntou.

– Diz 'pra acreditar no amor dela. – respondi sincera. Suspirei já cansada de tantas duvidas e problemas.

– Eu só te aconcelho a continuar com e Emma se isso não te fizer sofrer, Gina. – disse segurando minha mão.

– Eu a amo tanto. Acho que doeria muito mais ter que ficar sem ela. – falei apertando sua mão.

– Eu entendo. Sinto o mesmo em relação ao Neal. – suspirou.

Pois é, o amor realmente é complicado.

                   ~~~~AODP~~~~

Acordei com o som da capainha da porta do meu apartamento. Eu estava com uma dor de cabeça terrível. Havia bebido um pouco demais na noite passada.

Refiz o 'rabo de cavalo’ em meu cabelo, fui ao banheiro, lavei meu rosto e fui abrir a porta, dando de cara com as pessoas nas quais eu menos esperava.

– Mãe? Pai? – olhei-os confusa.

– Filha! – disseram em uníssono me abraçando em seguida.

– Entrem. – dei passagem para eles entrarem no apartamento. Trouxeram malas, então iam ficar um tempo. – Porque vinheram? Aconteceu alguma coisa? – perguntei ao nos acomodar-mos no sofá.

Minha mãe olhou para meu pai e depois para mim.

– Não filha, não aconteceu nada. Só tivemos vontade de vim ver você e sua irmã. Agora que só está eu e seu pai, a casa ficou mais vazia. – disse com um sorriso singelo. Mas eu via que eles estava escondendo algo de mim. Achei melhor não insistir, se fosse para eles contarem, que fosse espontaneamente.

Liguei para minha irmã que logo apareceu em meu apartamento e engatamos em uma conversa com nossos pais. Contando todas as novidades do tempo em que ficamos sem nos ver.

                            ~x~

Já era noite. Havíamos passado o dia em família: Cora e Henry (meus país), minha irmã Zelena e eu.

Minha mãe agora estava fazendo nossa janta, pois fez questão de não me deixar ficar na cozinha naquele dia.

Enquanto isso meu pai, Zelena e eu jogávamos poker como há muito tempo não fazíamos.

Em certo momento, a capainha da porta tocou. Quem seria?

Levantei-me do chão (sim, estávamos jogando no chão mesmo) e fui até a porta, abrindo-a.

Foi impossível não ficar surpresa. Era a Emma! Sorrindo para mim enquanto segurava um buquê de rosas vermelhas.

– Oi, amor!