Fanfic: A Ordem do Prazer | Tema: Once upon a time

Eu realmente estava incrédula com toda aquela informação. Sentia-me no dever de tentar ajudar mas não sabia como.

– Claro que eu prometo, Sr. Mills. Mas tem certeza que o senhor já tentou todos os tratamentos possíveis? – insisti.

– Tentei todos que 'pra mim pareceram viáveis. Se eu tenho pouco tempo de vida, então quero aproveitá-la bem, com a minha família, e não em uma cama hospital vendo minhas filhas e a minha mulher sofrendo por minha causa. Você sabe o quão agressivos podem ser alguns tratamento, eu já aceitei minha condições, só espero que minhas filhas futuramente me perdoem por isso. – disse.

– Eu entendo. – falei cabisbaixa. – Acho que a Regina e a Zelena precisam ficar cientes dessa situação.

– Me prometa também que não vai falar nada sobre isso para as minhas filhas. – parou de caminhar, cruzando os braços e encarando-me.

– Sim, é o senhor que tem que fazer isso.

– Mas não vou fazer. – olhei-o espantada ao ouvir aquilo. – Quero aproveitar o tempo que tenho com minhas filhas da melhor forma possível. Vou ficar aqui em Vancouver enquanto eu estiver aparentemente bem, só depois volto para Boston. Quero que minhas filhas lembrem de mim assim: bem e feliz ao lado delas. Não quero que suas últimas últimas lembrança de mim sejam sofridas. – concluiu.

– A Sra. Mills já sabe? – perguntei.

– Sim, e aceitou minha vontade. – disse.

– Certo. Eu respeito sua decisão. – falei curta.

Só então voltamos para o apartamento e eu não sabia com que cara olhar para a minha namorada depois de saber de todas aquelas informações nas quais, com toda certeza, deixariam Regina arrasada. E não apenas ela como também sua irmã.  

Eu entendia os motivos de Henry Mills de não contar para as filhas sobre sua doença, e, mesmo não achando justo, eu não iria revelar nada daquilo a Regina ou a Zelena. Porém, eu me sentia psicologicamente pressionada, sabia que se minha morena por um acaso ficasse sabendo de algo e descobrisse que eu sabia de tudo aquilo ela iria ficar com muita raiva de mim, e eu não tiraria sua razão.

Quando entramos no apartamento, Cora Mills avisou-me que Regina estava tomando banho. Zelena ajudava sua mãe na cozinha, estavam preparando o almoço pelo que pude ver.

Fui até o quarto da minha namorada e ao entrar no cômodo pude escutar o barulho do chuveiro do banheiro. Fechei a porta do quarto com a chave; tirei minhas roupas, colocando-as junto com as de Regina no cesto e adentrei o banheiro tentando não fazer barulho.

Regina estava de costas para vidro do box enquanto ensaboava seus cabelos, por isso não me viu. Cantarolava a música Toxic da Britney Spears enquando balançava seus quadris no ritmo da música. Sorri com aquela cena. Poucas vezes pude presenciar Regina tão… leve.

Ela se virou ainda dançando de olhos fechados e quando os abriu, assustou-se ao me ver, dando um gritinho que me fez rir.

– Não é engraçado. Você me assustou! – disse fazendo bico.

Entrei no box e o fechei atrás de mim. Puxei Regina pela cintura e a beijei apaixonadamente.

– Desculpa, não foi minha intensão. – falei ao cessar o beijo.

– Você 'tava me olhando há muito tempo? – perguntou enlaçando meu pescoço com os braços.

– Tempo suficiente 'pra me deixar ainda mais apaixonada por você, se é que isso é possível. – respondi recebendo o mais lindo sorriso da minha morena. – Quer ficar 'pra almoçar com sua família hoje antes de ir trabalhar?

– Mas aí eu vou me atrasar. Minha chefe não tolera atrasos. – disse irônica.

– Bom, acho que ela não vai se importar que você se atrase só um dia. – falei.

– Tem certeza, amor? – perguntou séria.

– Claro que tenho. – selei seus lábios demoradamente.

– Então fica 'pra almoçar com a gente! – pediu.

– Como quiser.

~

Depois que finalizamos o banho, fomos vestir nossas roupas. Optei por uma calça social cor creme, vesti uma regata branca e um terninho feminino preto por cima. Calcei um dos meus amados meia pata preto, deixei meus cabelos soltos levemente ondulados, coloquei meu inseparável relógio e fiz uma maquiagem básica.

Eu precisava trazer mais alguns sapatos e roupas para o apartamento de Regina pois as que eu tinha aqui já havia usado quase todas e eu não era o tipo de mulher que repetia as mesmas roupas em um curto período de tempo. Meu trabalho exigia coisas desse tipo.

Regina vestia uma saia lápis cinza escuro, uma camisa social branca e calçava um Scarpin preto, seu cabelo na altura dos ombros estava solto e ela usava uma maquiagem leve nos olhos e um batom vermelho nos lábios.

A forma que Regina se vertia como minha assistente já tinha me tirado a atenção do trabalho incontáveis vezes.

~

Fomos almoçar em um clima descontraído e eu via a felicidade estampada no rosto da família Mills, por um momento pude entender a decisão de Henry, ele parecia ser um bom marido para Cora e um bom pai para Regina e Zelena, eu entendia que ele não queria tirar aquele sorriso do rosto de suas meninas.

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POV. Regina Mills

Emma e eu fomos para o hospital cada uma em seu devido carro, eu acabei chegando primeiro pois minha namorada precisou passar em sua casa para pegar alguns documentos.

Estava Belle, Ruby e eu conversando no hall como sempre acontecia quando Emma demorava um pouco mais para chegar. Belle havia voltado há poucos dias da sua lua de mel e nos contava como tinha sido.

Quando Emma adentrou a porta dupla de vidro da entrada do hospital os olhares das pessoas alí foram em direção a ela, praticamente todos que estavam no hall, isso ainda me incomodava bastante, mesmo já tendo me acostumado um pouco.

– Boa tarde. – disse educada. Veio até mim com um sorriso no rosto, com certeza Emma não sabia o efeito que tinha sobre as pessoas. – Algum problema? – perguntou para que só eu ouvisse. Pelo jeito ela percebeu minha cara de poucos amigos. Era inevitável não se incomodar vendo as pessoas não tirarem o olho do que era meu. Eu estava descobrindo meu lado possessivo.

– Não, nenhum. – respondi. Ela então se direcionou para a Belle.

– Sra. Frensh, fez o relatório dos novos funcionários que eu pedi? – questionou.

Achei estranho, pois Emma poderia muito bem ter pedido para eu ou a Ruby ter feito aquilo.

– Sim, Sra. Swan. – pegou uns papéis que estavam sob a bancada e os entregou a minha chefe, que assentiu em agradecimento.

– Vamos? – chamou a Ruby e eu. Então nos direcionamos para o elevador. Ao entrarmos no mesmo, Swan apertou no botão do décimo sexto andar, o andar da Dra. Bauer. Fiquei tensa e olhei para Emma apreensiva, que não demonstrou nenhuma expressão.

Assim que elevador parou no andar, Emma adentrou o local e eu a segui. Ruby ficou no elevador e logo se direcionou para o último andar do hospital.

– O que você vai fazer? – fui perguntando rapidamente.

– Não se preocupe. – disse e logo entrou no consultório da Dra. Bauer. Logicamente entrei junto com ela.

– Dra. Bauer. – minha chefe disse secamente.

Kristin ergueu seu olhar para nós e sorriu, especificamente para mim, depois voltou seu sorriso para Emma.

– Sra. Swan. – levantou-se de sua cadeira e veio até minha chefe, estendendo a mão. – É um prazer conhecê-la finalmente.

Emma segurou sua mão e apenas assentiu.

– Vim apenas lhe dar as boas vindas a meu hospital e perguntar se está se adaptando bem ao novo ambiente de trabalho. – disse fria.

– Claro, estou amando. A Regina tem me ajudado bastante e devo dizer que a senhora tem uma excelente assistente. – disse amigável.

– Sei bem disso. – olhou para mim. Droga. Algo me dizia que a convivência entre Emma e Kristin não seria nada boa. – Mas agora que voltei da minha viagem de negócios, a Srta. Mills não poderá mais ajudá-la como antes. – enfatizou o “Srta. Mills”. Pelo jeito Swan queria que a Kristin me tratasse com tal profissionalismo. – Presumo que já tenha encontrado uma secretária para auxiliá-la, não é?

– Sim, claro. Ela começará a trabalhar amanhã.

– Muito bem. Tenha um bom dia de trabalho. – senti um tom de sarcasmo na fala de Emma, mas sabia que era implicância da minha namorada. – Vamos, Srta. Mills.

Assim que entramos no elevador fui logo reclamando.

– Você poderia ter tratado a Dra. Bauer com um pouquinho mais de gentileza, não acha? – perguntei.

– Não. – respondeu direta sem me encarar.

É, pelo jeito eu teria que aguentar isso.

~

Esperei entrarmos na nossa sala para poder perguntar a Emma o que tanto estava martelando em minha cabeça.

– Porque você pediu 'pra que a Belle fizesse o relatório? Poderia ter pedido a Ruby, ou então a mim. – falei sentando-me em minha cadeira.

– Deixei muito trabalho 'pra Srta. Lucas antes de viajar. Não queria sobrecarregá-la. – respondeu.

– Então eu poderia ter feito. Meu único trabalho 'tava sendo ajudar a Lily, o que não foi nada trabalhoso, já que ela sabia muito bem como administrar tudo isso aqui. – me referi ao hospital.

– Ela já fez isso antes. – disse.

– Então! Eu poderia muito bem ter feito o relatório. – expressei-me indignada.

Emma ficou calada, e ela não ter falado nada foi como um soco de realidade na minha cara.

Fazia um bom tempo que eu tinha começado a perceber que meu trabalho tava mais fácil do que era antes, eu ficava praticamente sem ter o que fazer na maioria do tempo.

– Emma! – chamei sua atenção. Ela apenas olhou para mim mas depois voltou sua atenção ao documentos sobre sua mesa. – Eu não acredito que você 'ta fazendo isso. – exclamei revoltada. Levantei-me da minha cadeira e andei até ficar de frente para a mesa de Emma, levei as mãos a minha cintura esperando uma resposta se quer da minha chefe, da qual não veio. – Emma, não é por que eu sou sua namorada que você tem que me poupar de um trabalho que é meu por direito e dever! – falei já exaltada. Mas ela continuou olhando para os documentos. – Vai ficar me ignorando?

– Volte 'pra sua mesa. – foi só o que disse.

– Não! Eu não vou voltar 'pra minha mesa enquanto você não me der uma explicação.

Emma se levantou de sua cadeira e veio até mim, pegando-me pela cintura e grudando seus lábios aos meus antes que eu pudesse ter qualquer reação.

Era difícil resistir aos beijos da minha namorada, e quando ela me pegava daquele jeito ficava ainda mais difícil. Quando dei por mim eu já estava sentada em sua mesa, com minhas pernas ao redor de sua cintura enquanto nos beijávamos e suas mãos já subiam minha saia.

Segurei-a pelos ombros para que ela parasse com aquilo. Eu sabia muito bem o que Emma pretendia e não ia deixar que isso acontecesse.

– Não, Emma! Você não vai me fazer esquecer do que eu tava falando com sexo! – falei. O pior era sentir entre minhas pernas que ela realmente estava excitada. Porém, foco, Regi!

– Eu quero você. – insistiu tentando me beijar novamente, mas me esquivei.

– Mas só vai me ter quando a gente conversar direitinho. – continuei segurando-a pelos ombros.

– Droga, Regi. Para com isso! Não tem importância! – disse.

– É claro que tem! É o meu emprego e você não deixa eu fazer todos os meus trabalhos, porque? – questionei.

– Você tem muito com o quê se preocupar na faculdade, depois ainda tem que vim ‘pro hospital 'pra ter ainda mais preocupações, fora que quando chega em casa ainda tem que estudar 'pra os testes e tudo mais, só queria te dar um tempinho livre sem tantas coisas 'pra fazer. – disse sem me olhar nos olhos.

– Emma, é o preço que eu pago 'pra ter minha vida independente. É com o que eu ganho aqui que eu me viro 'pra pagar minha faculdade e também ter o mínimo de conforto possível. Eu saí da casa dos meus pais ciente de que não ia ser fácil me virar sozinha, mas eu 'tô conseguindo por que não quero ter que depender dos meus pais, e você me pagando por um trabalho que eu praticamente não estou fazendo 'pra mim é a mesma coisa de você estar me sustentando financeiramente e eu não quero isso! Você sabe, Emma! Eu lutei 'pra viver independente e você fazendo o que 'ta fazendo é a mesma coisa de tentar me tirar essa independência. Então eu quero que pare de se preocupar com isso, minhas preocupações são apenas minhas, minha vida e minhas posses, por mais que sejam poucas, sou eu que às sustento, e não quero você se intrometendo nisso, entendeu? – segurei seu rosto para que ela me encarasse.

– Entendi. – disse contida.

– Promete que não vai mais me poupar do meu trabalho? – pedi.

– Prometo. – continuou contida, ela realmente parecia ter se arrependido.

– Agora me beija, por que eu também quero você. – falei trazendo-a mais para perto de mim com minhas pernas.

Então ela sorriu e me beijou.

E assim passamos boa parte da nossa tarde, nos amando sobre sua mesa de trabalho.